Laços de Sangue e Fúria escrita por BadWolf


Capítulo 24
Os Irmãos Revington


Notas iniciais do capítulo

Como dito, eis a segunda parte - que nem é muito segunda parte, na verdade.

Voltaremos a Esther e descobriremos como foi sua conversa com o irmão de seu amigo Morrison. Como descobrimos nos últimos capítulos, Richard Revington, irmão de Morrison, também trabalha no Ministério, mas em trabalhos burocráticos, certamente por ajuda do irmão. Claro, ele não ficou nada feliz em ver o nome de seu irmão na lama. Será tempo de Esther arrumar um aliado?

Boa leitura!



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Restaurante Saucers. Redondezas do Ministério de Relações Exteriores. Londres, Inglaterra. Janeiro de 1895.
01:15 p.m.

Quando Esther chegou ao restaurante Saucers, que ficava a uma quadra do Ministério, avistou Richard Revington já sentado, aparentando incerteza. Ele era um rapaz tímido assim, ou estava se sentindo intimidado? Esther estava mais propensa a acreditar na segunda opção.

Assim que a avistou adentrar ao restaurante, Richard levantou-se e a ajudou a sentar-se, de maneira cavalheiresca, embora desajeitada.

–Como percebo que você não é um rapaz de muita conversa, irei direto ao assunto.

Se o rapaz estava intimidado antes, agora ele estaria mais ainda.

–O-O-O que-que...

–Seu irmão... Ele era meu parceiro.

–Oh. – exclamou o rapaz. – Peço desculpas se ele a encheu com alguma falsa promessa.

Ah, sim. Ele estava mesmo era intimidado, notou Esther ao ver suas asas aparecerem finalmente.

–Não “parceiros” deste tipo, mas colegas de trabalho. – disse Esther, sabendo que iria deixa-lo chocado.

Mas não deixou.

–Então, você era a tal amiga dele? – disse o rapaz. Ao que parecia ele já sabia.

–Sim. Eu era. Estávamos investigando um suspeito. Depois da morte dele, estou agora na Agência comendo o pão que o Diabo amassou.

–Não me admira, dado que você é uma mulher. Deveria esperar que a colocariam em tal situação em sua primeira falha.

–O que é deprimente! – reclamou Esther. – Parece que se esqueceram de todos os meus feitos. Mas enfim, eu marquei este almoço para dizer que eu não acredito que seu irmão era um Traidor.

Richard parecia analisar a situação.

–Eu sei que ele não era. Mas dizer isso pra mim não irá mudar nada. Nem se eu pudesse provar o que ele realmente estava fazendo naquele quarto eles...

–Você sabe de algo? - interrompeu Esther.

Ao perceber a curiosidade de Esther, Richard se encolheu.

–Saber não é o suficiente. É necessário provar. – disse Richard, enquanto recebia seu prato de almoço. – E confesso que nem sei como começar... Sabe, eu poderia deixar isso como está. Mas não com Charlotte...

–Charlotte? – perguntou Esther.

Richard riu. – A única coisa que restou de seu casamento fracassado. Tem seis anos, é uma menina inteligente. Poderia ficar com a pensão do pai, mas enquanto ele for dado como Traidor, ela está suspensa. Só de pensar que uma criança está sendo impedida de ter um futuro melhor por conta de uma mulher desgraçada...

–O quê?! – exclamou Esther. – Que mulher é essa? Agora você vai me contar.

Richard a analisava duas vezes.

–Ele me disse que você era de confiança. E ele não costumava julgar alguém assim com meses de convivência. – Richard, enfim, suspirou. – Está bem, eu vou lhe contar. Meu irmão, como você deve imaginar, era um conquistador. Mulheres era algo que ele gostava de fazer coleção. Foram poucas as vezes que ele se apaixonara, mas nos últimos tempos, ele estava encantado por uma mulher em especial. Eu sei disso porque ele lhe comprou um presente. Um anel. Um homem que compra um anel só pode querer uma coisa: matrimônio. E meu irmão deveria estar deveras apaixonado por ela para cogitar essa possibilidade, porque ele sempre temeu pela educação de Charlotte. Eu e ele fomos criados por uma madrasta perversa, e ele não queria o mesmo para sua filha. Porém, meu irmão costumava ser “Agente” quase 24 horas por dia. Jamais me disse o nome dela.

Richard respirou brevemente.

–Dois dias antes de sua morte, ele me contou que tivera uma decepção com ela. Uma decepção muito grande. No dia, ele estava com pressa, e me disse que me contaria depois. Esse dia jamais chegou. Ademais, o quarto onde fora assassinado não era local de encontro de nenhuma fonte ilegal. Era o local de seus encontros com ela. Eu sei disso porque ele sempre usara aquele quarto para essa finalidade, há anos, em respeito à Charlotte e à mim. Não levava mulheres a nossa casa, você deve me entender. Eu sei que foi ela quem lhe matou. Sei bem. Se meu irmão descobriu alguma coisa, ele não deixaria por isso mesmo. Ele iria confrontá-la, ainda mais depois de tudo que estavam vivendo, das expectativas de casamento. E não sabemos o que de tão grave ele descobriu sobre essa moça, por isso te afirmo: meu irmão Basil não era um Traidor.

Richard parecia visivelmente perturbado e enfurecido. Deu um forte gole, sob o olhar atento de Esther.

–Minha sobrinha não merece ser titulada filha de um Traidor. Não depois de tudo que seu pai fizera por este Império...

Esther sentiu-se penalizada.

–Eu concordo com você, Richard. E eu ainda posso ajuda-lo.

O rapaz pareceu descrente. – Como?

Esther deu-lhe um olhar confiante.

–Confie em mim.


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Notas finais do capítulo

Ahá, Richard!!! Esther irá te ajudar!! Agora essa p... ficou séria!!!
Eu sei, cap bem curto, pouca ação, mas realmente necessário para a trama (todos são, mesmo quando não parecem, acreditem)

Prometo que o próximo terá um pouco de ação, humor e romance, e também mais um pouco dos segredos de Holmes e mais agitação do caso Bruce Finnegan. Não à toa está bem longo... Aguardem na quarta!

E deixem seus reviews!! Sempre bem-vindos, galera!



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