A Garota Dos Defeitos escrita por Tamires Rodrigues


Capítulo 24
Almoço entre conhecidos


Notas iniciais do capítulo

Gente volteeei , saudades de mim? Espero que sim!
Um obrigada a minha irmã que me fez acabar com esse capítulo - TEAMO PESSOINHA.
E obrigada pelos comentários anterios são muito FOFOS , me deram um grande incentivo para continuar , quero agradecer a um que acabei de ler- Belieber 4ever , foi muito doce da sua parte comentar isso , espero que ache mesmo isso.
Bom , e mil desculpas pela demora - sei lá acho que essa é uma frase que acabou se tornando rotina aqui nas minhas notas kk. É isso .Espero que gostem , comentem , e não abondenem minha linda fanfic.



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Ele estava esperando por mim na entrada da escola.

Esperando por mim!

A manhã amanheceu chuvosa, mas estranhamente bonita. De qualquer forma assim que desci do ônibus corri para parte coberta da escola - onde Gabriel estava esperando por mim -, para me proteger da espessa neblina que caia.

— Oi – disse eu tentando soar casual (embora meu sorriso tenha me entregado). - Esperando por alguém?

Um sorriso lentamente tomou forma, me fazendo sorrir também.

— Uma certa garota que me prometeu um beijo de boa – noite.

Lembrei da nossa conversa ao telefone, a melodia da canção de Ed Sheeran , e minhas pernas viraram praticamente uma geleia.

— Eu por acaso, conheço essa garota – afirmei dando um sorriso surpreso quando ele tirou minha mochila dos meus ombros e começou a carregar.

— Conhece? – Ele ergueu uma sobrancelha em falsa surpresa.

Concordei com a cabeça.

— Sim. E ela não se lembra de ter feito tal promessa.

— Tem certeza? – perguntou quando entramos no ginásio vazio para a nossa primeira aula – educação física. - Um beijo faria de mim uma pessoa melhor.

Quem diabos sou eu para estragar um milagre desses?

— Bem, então eu acho que você vai continuar o mesmo de sempre.

Minha linha de pensamento ficou em branco, quando senti seu hálito quente fazer cócegas no meu ouvido.

— Você está linda – disse.

Sacudi a cabeça rindo, um pouco ruborizada (sim, eu realmente acho que corei).

— Por ter dormido tarde, eu me atrasei, e peguei a primeira coisa que encontrei para vestir.

Que acabou sendo um velho jeans, e um suéter quase tão velho – a mesma roupa que usei para ir trabalhar no Adam’s ontem.

Linda? Dificilmente. Na verdade, eu mal tenho certeza, se me penteei.

— Obrigada por ficar conversando comigo até tão tarde- agradeci conscientemente mudando de assunto.

Sorrindo, ele disse:

— Aposto que mereço um beijo por isso.

Revirei os olhos, mas acabei sorrindo. Fiquei na ponta dos pés e dei um beijo castro nos lábios dele, me afastando logo em seguida...

—É isso que você chama de beijo? – indagou com uma careta desapontada.

Estreitei os olhos, concordando.

— Sim. Você tem sido um babaca durante todo esse tempo.

— Eu fui um cavalheiro, por te ajudar com a mochila. Talvez eu mereça uma exceção- sugeriu.

— Aceita um beijo de bom-dia?

— Só se for bem demorado.

Eu honestamente nem tive de me tempo de sentir envergonhada, porque um segundo depois eu estava com lábios pressionados contra os seus. Uma mão enganchada na minha cintura, me trazendo para perto.

O som de um apito nos fez dois saltarmos para longe um do outro assustados.

Abri meus olhos, para encontrar a turma inteira- incluindo a professora – nos observando – alguns com olhares curiosos e divertidos, outros em desdém e incredulidade como os de Elena, e Giovana. Oh, ai está mais um motivo para eu detestar Ed. Física.

— Estamos interrompendo algo? – a professora perguntou girando um apito vermelho entre os dedos.

Sacudi a cabeça vigorosamente – meu rosto queimando.

Por que as coisas embaraçosas sempre acontecem comigo?

Gabriel se inclinou e pegou minha mochila do chão. Ele não parecia nem um pouco desconfortável. Na verdade estava sorrindo.

— Estávamos tendo um momento agradável – murmurou com um leve sorriso na voz.

Eu quis chutá-lo.

— Aposto que estava – um garoto vestindo um moletom da Nike palpitou com uma risada maliciosa. Dante melhor amigo de Renan. Eu não olhei para ele ao invés disso desviei os olhos para Gabriel.

Gabriel cerrou o maxilar.

— De qualquer forma não vejo por que seja da sua conta.

Nossa professora fez um barulho de engasgo – o que eu presumi ser sua risada – antes de soprar seu apito novamente.

— Hora de exercitar esses traseiros – disse ela. - Quem tem uma sugestão de jogo?

Suspirei aliviada, quando todos focaram sua atenção em dizer que jogos gostariam de jogar ou dando desculpas para escapar da aula.

Eu fiz o que sempre faço nas aulas de educação física, andei para longe, e disfarçadamente me sentei no fundo das arquibancadas. Exceto que dessa vez, havia uma pequena diferença, Gabriel estava sentado ao meu lado.

— Você pode ir jogar – falei._ Não precisa ficar parado por minha causa.

— Porque não tenta jogar? – ele apontou com o dedo indicador preguiçosamente para o grupo de meninas e meninos se organizando.

Dei um olhar cético.

Talvez porque eu deteste qualquer tipo de exercício físico?

— Só não gosto desse tipo de atividade em grupo – dei de ombros. _ Mas você não tem que ficar parado, pode ir jogar – repeti.

Imagens das inúmeras vezes que Elena me fez passar vergonha pela minha inabilidade física brilharam na minha mente, fazendo meus olhos se voltarem para o outro lado do ginásio, onde Giovana me fitava com um sorriso hipócrita nos lábios, enquanto Elena cochichava algo em seu ouvido. Lutei contra o desapontamento que surgiu no meu peito, apesar de tudo eu sempre eu sempre considerei Giovana uma amiga, e o fato dela ter se tornado próxima de alguém que sempre me fez mal, além de triste, de um jeito estranho não consigo deixar de pensar que é maldoso e cruel.

— Eu achei que vocês eram amigas – Gabriel comentou.

Pressionei os lábios juntos, desviando meu olhar parar longe.

— É. Nós éramos.

— E o que aconteceu para deixarem de ser?

Ela ficou com um garoto que por acaso era meu namorado, escondeu isso de mim  e depois contou sabe-se lá Deus porque , se juntou com alguém que simplesmente me atormenta desde que eu consigo me lembrar.

— Nada. Apenas deixamos de ser. Será que podemos mudar de assunto?

Ele me observou atentamente, e depois soltou um suspiro, assentindo contrariado.

Meio minuto se passou até que eu recebi um de seus sorrisos tortos – aquele parcialmente cafajeste, parcialmente sedutor.

— Eu devo perguntar o que se passou pela sua mente? – murmurei.

— Provavelmente não – disse ainda sorrindo. - Eu quase nunca vejo você comendo no refeitório.

Eu não gostava de ficar no refeitório, mas não estava indo contar o porquê a ele.

Ergui a sobrancelha, e ao mesmo tempo franzi a testa.

— E?

— Você deixa para almoçar em casa? Mas normalmente come sozinha, certo?

Sábado no almoço minha mãe, havia mencionado esse fato, não percebi que ele estava prestando atenção nas tagarelices dela em relação a mim.

— Eu ainda não entendo.

Ele encolheu os ombros.

— É simples na verdade. Quer almoçar comigo? Eu podia cozinhar, ou pedir comida.

Almoçar? Só, eu e ele? Como em nós dois sozinhos?

Me vi dividida entre gritar de emoção , e desmaiar de nervoso. Um almoço em que nenhum responsável estaria por perto.

— Desde que você não faça camarão – zombei tentando arduamente não surtar.

— Sem camarões dessa vez – concordou.

***

— Você vai me fazer andar nesse troço de novo Gabriel? – amuei encarando a harley cromada.

— Não foi tão ruim ontem, foi?

Cruzei os braços sobre o peito.

— Não vou admitir em voz alta.

— Você acabou de fazer, Formiguinha.

Rolei meus olhos, mentalmente.

Babaca!

A viagem de moto na demorou mais que 20 minutos. No momento em que meus pés tocaram o gramado do jardim, eu tinha um turvo sentimento de euforia fez meu estômago revirar.

— Tem certeza que Phil não vai voltar para casa?

Eu não consegui parar de pensar em como seria se encontrasse Phil. Seria além de vergonhoso. Se ele contasse aos meus pais?

— Ele almoça no trabalho – Gabriel respondeu girando a maçaneta.

Seu tom de voz me fez acreditar que ele estava achando graça do meu nervosismo.

— Não me olhe como se eu fosse louca – falei tirando minha mochila, largando-a no sofá, ao lado da dele.

— Eu não estou fazendo isso – se defendeu jogando as chaves na mesa de centro. _ É que parece que você nunca ficou sozinha com um garoto.

Fingi estar interessada na pintura das paredes.

— Renan e eu nós hum... Namoramos por dois meses, e depois que ele conseguiu o que queria... Ele não era quem eu achava que fosse.

Fechei os olhos, sem acreditar que eu estava realmente contando isso.

—Eu não quero que isso mude a imagem que você tem de mim – balbuciei. _ Eu honestamente achei que ele era o cara certo, mas ele nunca parou de se relacionar com outras pessoas,e Giovana foi uma delas. Depois de tudo que você me contou eu achei que deveria contar algo sobre mim também.

Não se comparava ao que ele me contou sobre Anna, mas ainda era dolorido pensar nisso, e era pessoal contando isso eu me deixava exposta assim como ele ficou.

Reuni coragem e olhei para ele.

Gabriel tinha as narinas dilatadas e os punhos cerrados como se quisesse socar e quebrar alguma coisa.

— Ele te obrigou a fazer alguma coisa? – rosnou em um tom baixo e ameaçador que me fez querer dar um passo para trás.

— Não - chacoalhei a cabeça sentindo as lágrimas. – Droga porque está bravo?

— Por que ele tocou, e se aproveitou de você. – disse com seu olhar se suavizando a cada palavra. _ E agora você é minha.

Dito isso seus braços circularam ao meu redor. Eu estava familiarizada com nossas trocas de insultos, mas com isso?

Infernos, não!

O que ele acabou de dizer? ”Você é minha”. Repeti isso mentalmente e gostei de como soou.

Aninhei meu rosto, em seu peito, ouvindo o som dos batimentos acelerados do seu coração, como se isso fosse normal para nós dois. Como se já tivéssemos feito isso muitas vezes antes.

— Eu não vou ser como ele – murmurou baixinho. - Eu vou te proteger, vou cuidar de você, e quebrar a cara de quem te machucar outra vez. Isso é tão certo para mim quanto o fato de eu ser um idiota.

Ele me abraçava como se realmente quisesse me proteger do mundo, e isso encheu meu peito de um sentimento desconhecido.

Seja lá o que estivesse acontecendo era tarde demais para eu voltar atrás e aquela altura eu não tinha certeza se queria fazer isso.

— Eu faço tudo errado, você vai perceber isso... Mas eu juro que vou tentar, eu...

Antes que eu pudesse responder meu estomago me interrompeu fazendo um barulho vergonhoso.

— Com fome? Afundei o rosto mais profundamente em seu peito.

— Pode se dizer que sim.

E bem assim meu estomago esfomeado estragou um momento perfeito.

Estomago mal-educado!

Com um sorriso torto e sem dizer mais uma palavra ele me guiou até a cozinha.


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