A Garota Dos Defeitos escrita por Tamires Rodrigues


Capítulo 25
Pizza congelada


Notas iniciais do capítulo

Gentee tenho uma notícia tô em recuperação , então só vou poder postar aqui de novo no fim de fevereiro . Não me odeiem kkk Minhas provas só são dia 24 de fevereiro , mas prometo que assim que sair do colégio posta um capítulo novo aqui - ou até dois . Palavra de escoteira !!!
P.S: NÃO POSSO ACESSAR A INTERNET ATÉ AS PROVAS CHEGAREM. Mas POR FAVOR deixem muitos comentários e não me esqueçam.
Beijos , boas vibrações , e me desejem muita sorte!!!



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— Você sabe – comentei – que não precisa cozinhar nada muito elaborado. Podemos comer um sanduíche ou algo assim.

Puxei uma das cadeiras da mesa e sentei observando Gabriel revirar a geladeira.

— Tudo bem – disse fechando a porta atrás de si, com duas embalagens de pizza nas mãos. – Por que eu não acho que tenha qualquer coisa nos armários para cozinhar. Queijo mussarela ou pepperoni?

Escolhi mussarela e ele pepperoni... E então caímos em um estranho silêncio.

— Phil não sabe cozinhar?-perguntei na esperança  de acabar com qualquer vestígio de tensão presente.

— Meu pai mal sabe fritar um ovo - respondeu tirando o plástico das embalagens de pizzas colocando-as no microondas.

Sempre achei que a inabilidade na arte culinária, era um bônus só meu.

—E eu achando que era ruim na cozinha – falei.

— Eu vi ambos em ação, e posso dizer que os dois são péssimos.

Ergui minha sobrancelha. Ele sorriu.

— Brincadeira. Você não se saiu tão ruim. Ganha do meu pai de lavada.

Franzi os lábios, sorrindo. - E onde você aprendeu a cozinhar, senhor sabe tudo?

Por um segundo seus olhos ficaram nublados, mas desanuviaram tão rápido que eu podia muito bem ter imaginado.

— Era aprender a cozinhar ou viver de fast food para sempre – ele me deu um de seus sorrisos tortos. - Embora como possa ver, ainda recorremos às comidas prontas.

Meu coração murchou um pouco com suas palavras, porque eu sabia que ele estava se referindo a morte de Anna.

— Eu costumava achar você um babaca- murmurei.

Ele cruzou os braços sobre o peito e riu suavemente.

— E agora você não acha mais?

Sacudi a cabeça.

— Ainda acho, mas na maior parte do tempo você é o tipo bom de babaca.

— O tipo bom de babaca?- repetiu se apoiando no armário. - De onde você tira essas coisas?

Dei de ombros.

Eu já mencionei o fato de que sou uma escritora aspirante no meu tempo livre? Eu preciso achar bons xingamentos para os meus personagens.

O microondas soltou um apito estridente sinalizando que o nosso “almoço” estava pronto, eu me esqueci da minha resposta.

Depois de entregar meu prato com pizza ele serviu coca-cola para mim e para ele.

Nós saímos da cozinha o que me fez pensar que iríamos comer na sala de estar, mas passamos reto por ela, e seguimos pelo corredor, em direção ao quarto dele... Sim você entendeu certo.

— Seu quarto é lindo – elogiei.

Diferente do que eu imaginei não era bagunçado e nem cheirava mal como os quartos dos garotos normalmente são (com exceção de algumas roupas aqui e ali), era limpo, íntimo e aconchegante. Não tinha cheiro de pizza velha e meia suja como o do único outro garoto no qual eu já estive no quarto

— Obrigado – murmurou se jogando pesadamente na cama , quando viu que eu ainda permanecia de pé deu uma batidinha no lugar vazio ao seu lado, me convidando para sentar.

Sentei um pouco sem jeito na cama – que era muito mais alta que a minha.

Como estar ao lado dele pode parecer tão natural em um segundo e tão estranho em outro?

***

Eu estava na minha quarta mordida, e mal tinha dado alguns goles no meu refrigerante e Gabriel já tinha terminado de comer.

— Tire suas mãos cheias dedos da minha comida – xinguei quando ele tentou pegar não pela primeira vez um pedaço da minha pizza. - Você já comeu a sua.

Ele sorriu - daquele jeito cafajeste e arrogante.

— Você viu minha foto no criado mudo?- indagou de repente.

Virei minha cabeça surpresa pela abrupta mudança de assunto e encontrei uma foto de Gabriel com aproximadamente seis anos de idade, trajando um uniforme de escola, ao lado da mãe, ambos faziam careta para a câmera.

— Sua mãe era bonita- falei. _Tinha os mesmos olhos que você.

Quando voltei minha atenção outra vez para o meu prato, estreitei meus olhos em descrença.

— Você não fez isso – gritei.

— O que eu não fiz? – indagou com um sorriso – um sorriso adorável de covinhas que iluminou seu rosto.

— Você me distraiu, só para roubar meu almoço – eu o acusei enfiando o dedo em seu peito.

Suas sobrancelhas voaram para cima em falsa descrença.

— O que?Claro que não.

—Então ela simplesmente desapareceu?

—Pelo visto sim- ele ergueu as mãos como se estivesse falando com um animal encurralado. -Eu juro que não fiz nada.

Rolei meus olhos.

— Mentiroso-resmunguei.

—Está brava? – cutucou meu ombro com o seu.

—Muito - menti. -Você é um babaca.

— Sim, mas do tipo “bom”.

Tomei um gole do meu refrigerante, e coloquei o copo agora vazio de volta no criado-mudo, lançando o que eu esperava ser um olhar sério, no entanto assim que nossos olhos se encontraram eu irrompi em uma gargalhada histérica.

— Eu já disse que você é linda?-sussurrou com uma voz sedutoramente doce.

— Nem tente me elogiar para me acalmar – eu avisei rindo.

Gabriel riu também, e ainda sorrindo me beijou. Meu riso se perdeu aos pouco em sua boca.  Foi o tipo de beijo demorado que deixa seu corpo mole como água.

Todos os meus neurônios pareciam uma poça quente, então eu fiz o que o meu corpo queria – eu o beijei de volta.

De algum jeito eu estava praticamente montada em seu colo, suas minhas pernas ao redor do seu quadril. Soltei um ruído apreciativo e agarrei seus ombros quando ele chupou e mordeu meu lábio inferior. Ele parou de me beijar tempo suficiente para puxar sua camiseta e moletom do corpo, e eu não pude evitar suspirar quando vi seu abdômen em forma, e a tatuagem nas costelas.

Parte de mim sabia que era cedo demais para deixar as coisas irem ao caminho que estavam indo, mas quando ele me beijou outra vez, eu deixei a parte racional do meu cérebro para trás.

Suas mãos vagando livremente e sem o menor pudor pela minha cintura e quadril. Pela barra do meu suéter. Eu não o impedi, mas quando senti a protuberância em suas... Calças aumentar eu entrei em pânico.

Sentindo que não estávamos mais na mesma página, ele pulou da cama tão rápido que eu podia ter caído.

— Desculpe-sussurrei.

Não sei por que, mas eu senti que havia feito algo errado. Ele nem olhava para mim.

—Pelo que?-perguntou.

Atirei um breve para o seu rosto. _ Eu só não acho que era a hora para isso – acenei para cama e depois para nós dois.

Ele passou as mãos pelo cabelo- se é que é possível ele parecia ainda mais afetado que eu.

— Eu não iria apressar as coisas se você não quisesse. Mas você sabe a reação que provoca em mim? – gaguejou frustrado._Eu já disse o quanto o fato de você estar na minha cama está mexendo com os meus... Nervos?

— Eu devo ir embora? – eu ri cobrindo a boca com a mão.

— Não. Você não em que ir, eu só preciso de um segundo ok?

—Tem certeza que não quer que eu vá embora?-repeti.

Dizer que eu estava envergonhada seria um eufemismo.

Ele sacudiu a cabeça, e disse não.

—Bem, então você pode voltar ao normal? - Peguei a roupa descartada do chão e joguei para ele. Eu não sei por que a coisa toda parecia engraçada.

—Como assim?

—Você parece uma criança-atirei.

Como resposta ele apenas ergueu a sobrancelha me incentivando a continuar- e assim eu fiz.

—Você está me olhando com uma cara estranha – franzi a testa em busca da sentença ideal. - É como se eu tivesse prometido que se você comesse todos os legumes do prato eu daria de recompensa um bolo de chocolate, só que no final da noite você descobre que ao invés de um delicioso bolo de chocolate, seu prêmio, é na verdade mais uma porção de legumes.

—Isso é estranhamente como eu me sinto – disse se sentando ao meu lado novamente.

—Eu não prometi nada a você.

Ele suspirou.

—Eu sei Formiguinha, não é isso que eu estou dizendo.

Cruzei os braços, um pouco na defensiva.

—E o que você está dizendo?

Gabriel esfregou o rosto, soltando uma série de maldições.

—Tem razão, desculpe – disse cutucando meu ombro com o seu outra vez.

O gesto me derreteu tão rápido que eu estreitei os olhos surpresa.

—Estamos bem, novamente?

—Estamos.

Ele sorriu, e eu precisei me conter para não saltitar pelo quarto, quando ele plantou um suave beijo na minha testa.

 _Certo toda essa coisa de bolo, e legumes me deixou ligado e com fome. Eu vou até a cozinha fazer pipoca, porque não escolhe um filme online enquanto isso? – murmurou apontando para o notebook descansando na escrivaninha de madeira.

—Como ainda pode estar com fome, se acabou de comer?

—Eu sempre estou com fome, Formiguinha. É uma das coisas que vai aprender sobre mim.

Mal, posso esperar pelas outras!

Assistimos a um filme chamado Pronta para amar, e Gabriel reclamou a cada cena da minha escolha, eu o ignorei eu amo esse filme desde que eu o assisti na sala da minha casa com Kat e a minha mãe, o que realmente me fez rir foi que quando eu chorei no final, ele me olhou como se uma segunda cabeça tivesse surgido, e murmurou algo como: ”Só pode ser brincadeira”, e foi em busca de algo para eu assuar o nariz. Depois disso, me levou de moto até a porta da minha casa – literalmente, já que eu nem o convidei para entrar.

Eu me joguei no sofá e afundei o rosto em uma almofada dando um grito. Eu estava me sentindo tão leve, que nem parecia à mesma garota de hoje de manhã ao acordar.

Tirei meu caderno de rascunho de dentro da mochila e peguei uma caneta do estojo. Meus dedos coçavam para escrever.

Sorri. As coisas estavam melhorando.


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