A Garota Dos Defeitos escrita por Tamires Rodrigues


Capítulo 16
Um quase atropelamento


Notas iniciais do capítulo

Oii anjinhos meus , quem escreveu esse capítulo foi minha irmã , ela que merece os comentários hoje.
Antes de eu começar a divagar como eu faço sempre deem uma olhada nessa fanfic eu super recomendo : http://fanfiction.com.br/historia/530613/Life_Of_The_Party/
Diva feliz aniversário te amo



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A música no aparelho de som tocava alto o bastante para fazer os vidros da minha janela retumbarem.

Notei que a porta se abriu, mas continuei de olhos fechados.

— Gabriel?-meu pai gritou me sacudindo. - Meu Deus porque um som tão alto?

Não respondi.

— Gabriel? – ele repetiu abaixando o som.

Abri os olhos e me sentei na cama.

— O que?

— Precisamos conversar – ele disse. - Sério, vamos voltar à conversa fazer dar certo?

— Sobre o que?

— Sobre, por exemplo, por que o seu guarda roupa está ferrado? Ou então sobre o pessoal da escola me ligando para dizer que você tem aparecido como se saísse de um ringue de luta, isso quando se digna a frequentar as aulas... Como por Deus você conseguiu isso se mal acabamos de chegar aqui?

Tivemos uma briga sobre meu temperamento e todas as besteiras que voltaram comigo junto com as caixas de mudança. Eu descontei isso tudo no guarda roupa e nos nós dos meus dedos.

— Merda pai é você que não entende porra nenhuma. Eu tentei mas aparentemente não o suficiente.Eu não quero morar nessa cidade , e nem quero falar da escola e muito menos sobre a faculdade.

— E vai fazer o que da vida então?-ele indagou._Dormir, brigar e ouvir música?Quando sua mãe estava viva você não era assim filho - ele suspirou e continuou.  - Eu só quero que você volte a ser o que era antes disso tudo acontecer... só quero aquele menino de volta.

—Talvez ele não volte, então vai ter que ficar com isso aqui mesmo  -rosnei fazendo um gesto abrangente pelo corpo.

— Gabs – ele disse usando meu apelido de infância. - você sabe que não foi isso que eu quis dizer.

—Tem certeza?-perguntei sarcasticamente. - Por que acredite em mim se eu pudesse escolher eu  também salvaria a mamãe daquela maldito acidente.

Esperei que ele me culpasse abertamente pelo acidente, mas assim como nos últimos anos as palavras nunca saíram de sua boca.

Eu nem dei tempo de ele dizer qualquer outra coisa, simplesmente peguei uma roupa limpa, saio do quarto e fui tomar banho.

O espelho do banheiro mostrou um garoto furioso, o motivo por trás de tanta raiva eu não faço ideia. Tirei a camiseta e meus olhos se fixaram nas linhas em preto cravadas na minha costela: People take different  roads  seeking fulfillment. Just because they’re noto n your road doen’t mean they’re gotten lost’ , focando logo em seguida nas iniciais A.W.  no meu pulso.Desviei o olhar e terminei de me despir,  depois liguei o chuveiro e pisei dentro do jato d’água.

Meu pai ainda estava no meu quarto quando eu voltei do banheiro. Soltei uma risada áspera, quando percebi o que ele estava fazendo.

—Isso é sério?- eu disse assistindo ele arrancar o aparelho de som da tomada. -Caso não tenha percebido eu não sou mais criança.

Embora eu estivesse agindo como uma.

— O que eu tenho percebido é meu filho agindo como moleque, e de agora em diante vai ser tratado com tal.

Dei risada_ E depois o que? Me deixar de castigo?

—Talvez-ele deu de ombros indo largar o som no quarto dele no segundo andar, voltando logo em seguida. - Até o fim de semana eu quero seu guarda roupa arrumado. E se chegar mais um dia machucado eu vendo a moto.

Bufei  e o gesto me fez lembrar de uma garota mimada com quem dormi semana passada.

— Se tiver acabado com o sermão, eu vou sair.

— Chega antes do jantar. - Ele suspirou, e merda pareceu tão cansado que eu quase recuei com as minhas próximas palavras.

— Desde quando você controla meus horários?-perguntei pegando a chave da harley de cima da cômoda.

— Desde o dia e que meu filho se tornou um boxer  -ele respondeu secamente saindo do quarto para então fazer uma pausa:  - E eu acho que já passou da hora de arrumar um emprego.

                                                               _

Diminui um pouco a velocidade, e virei a entrei em várias esquinas até chegar perto do Parque da Redenção. A rua estava praticamente deserta então eu aproveitei pra ver as horas no celular, quando voltei minha atenção na direção mal tive tempo de freiar  a moto antes de pechar em alguém.

 _ Mas que diabos você tem na cabeça?- eu gritei descendo da moto para encontrar... Suzanne?

— Eu?Você que quase me matou – ela disse franzindo as sobrancelhas. _ Droga – ela xingou baixinho quando o vento começou a espalhar algumas folhas soltas do caderno dela. Olhei para as folhas e depois para ela.

 - O que está esperando vá buscá-las!

Por algum motivo eu sorri, e fui ajudá-la sem reclamar. Eu realmente achei que ela iria chorar quando vi que alguns papéis caíram em uma poça d’água.

— Quer ajuda para se levantar?

— Não precisa- ela disse mesmo estando obviamente com dor.

— Tudo bem? Está machucada?

—Claro... - resmungou limpando a mão cheia de cobertura de um bolinho estranho. - Se você tirar o fato que acabou de arruinar o meu caderno, e oh... Eu nem tinha transcrito esses capítulos para o computador... E os meus cupcakes e, - ela suspirou e fitou seu braço - pelo visto machucou meu braço.

— Já que está bem, – murmurei fingindo me afastar - eu vou indo.

— Imbecil isto é um parque, não uma competição de raxa.

Encarei-a, com um sorriso de canto de boca.

— Não está fazendo muito drama?

Suzanne cerrou os olhos.

— Eu me machuquei estúpido!

A garota gostava de me ofender.

— Posso ver seu braço? - indaguei.

— Não me toca – ela sibilou dando um passo para trás.

Ela parecia uma criança irritada. Talvez eu esteja virando uma menininha sentimental, mas eu vi algo nela diferente do que eu costumo ver nas outras garotas.

Peguei o braço dela, fingindo não ouvir as maldições que ela saltava.

— Seu cotovelo abriu, e seu antebraço machucou um pouco também. Eu vi uma farmácia perto daqui eu posso comprar alguns curativos e limpar isso para você.

Suzanne ergueu uma sobrancelha.

— Parece que eu não estava fazendo drama. E a propósito você me deve uma caixa inteira de cupcakes.

Eu fui de moto até a farmácia sozinho, porque ela se recusou a subir na garupa da harley, mas por algum milagre dos deuses ela me deixou limpar seu braço sem reclamar... Muito.

—Aí... Aí deixa que eu faço isso em casa – ela murmurou quando eu toquei o algodão embebido de álcool na pele machucada.

Franzi os lábios, segurando o riso, quando mais maldições saíram.

— Só mais um segundo e eu acabo... Pronto.

— Gabriel- ela censurou quando eu joguei o algodão no chão- tem uma lata de lixo a menos de 2 metros de você.

— E daí?

E daí?- ela repetiu incrédula – Ninguém nunca te ensinou que se coloca lixo no lixo?

Dei de ombros.

— Não seja tão arrogante- ela revirou os olhos – você não vai morrer se ajudar o meio-ambiente.

Catei o algodão do chão e joguei na lata de lixo. Eu acho que a última vez que alguém me censurou por esse motivo foi minha mãe, acho que a garota de olhos marrons diante de mim seria alguém que ela gostaria de conhecer.

— Posso perguntar uma coisa? – Suzanne disse mordendo o lábio.

Concordei com a cabeça.

— Por que você estava tão bravo? – ela uniu as sobrancelhas pensando. - É sobre Phil?

Dei de ombros novamente. - Só algumas bobagens.

Ela riu._ Bem, se você for legal com ele, eu não te denuncio para a policia por tentativa de assassinato.

***

Estava ainda mais escuro quando eu voltei para a casa. Meu velho estava assistindo um jogo reprisado na TV quando eu cheguei.

— O que foi? – perguntei quando ele ficou me encarando._Cheguei antes do jantar.

— Eu sei.

— Então por que está me olhando?

— Você estava sorrindo e fitando o nada-ele apontou para os bolinhos que Suzanne me fez comprar quando eu disse que não fazia ideia o que eram .

— Cup...alguma coisa Suzanne me obrigou a comprar.

Meu pai soltou um suspiro quase inaudível de alivio.

— É por que ela te fez comprar.

Sacudi a cabeça rindo.

—Hum... É uma longa história.

Ele assentiu com a cabeça. - Tem planos para o final de semana.

— Acho que não. Por quê?

— Por que no domingo Suzanne e os pais vão vir almoçar aqui... Quem sabe ela me conta essa tal história.

 

 


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