Wrong Love escrita por Mera Mortal


Capítulo 7
Capítulo 7 - Verdades Obscuras:


Notas iniciais do capítulo

Hey guys, me lembrei de uma frase do seriado que passa há mais de um século (Sintam a hipérbole) na SBT ''Que milagre você (substitua nesse caso por você eu sei que o original é ''senhor'') por aqui'' Pois é, a questão é por que você está postando dois capítulos em um dia? A resposta desta que vos escreve é: eu tinha prometido um esclarecimento da história para uma leitora no capítulo anterior mas como minha alma criativa é distraída eu esqueci de clarear tudo para ela. Enfim, acho que vocês ficaram mais confusos agora. Quem não entendeu o roteiro da fic pode deixar suas dúvidas, perguntar qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. Como estou com umas complicações para responder review eu responderei a dúvida do(a) leitor(a) por M.P. Grata. Beijos.
P.S.: EU QUERO MUUUUUITO UMA RECOMENDAÇÃO PARA ESTA FIC, ENTÃO QUEM TIVER TOMADO UNS REMÉDIOS E ESTIVER MEIO GROGUE PODE RECOMENDAR OK?



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Capítulo 7 – Verdades Obscuras:

Jace estava sentado na pia do próprio banheiro. Sua camisa manchada com sangue contrastava com o chão branco. Ele ouviu um barulho e logo ela estava na sua frente. Seus cabelos vermelhos, a pele macia como algodão, os olhos verdes como pedras de esmeralda.

Os olhos pareciam percorrer tudo. Ela olhou para os braços de Jace, expostos pela falta de uma camisa. Seu rosto em uma careta, extremamente adorável.

— Jace? – Ele amava o jeito como ela pronunciava seu nome. Não era maçante como na voz de várias garotas que ele conhecia. Não era irritado como era na maior parte quando Jace estava na presença de mais velhos. Era amável mas era diferente de tudo que ele tinha escutado.

— Jace. Você está me ouvindo? – Ela se aproximou, o suficiente para ele inalar seu aroma. Framboesa com alguma coisa...a proximidade de seus corpos tirou Jace de seus devaneios.

Ele saltou da pia e saiu do banheiro. Atravessou o quarto até chegar no guarda-roupa.

Assim que ele colocou uma camisa percebeu Clary desviar o olhar.

Ele sorriu sarcasticamente.

— Vai ter que me pagar se quiser ficar admirando meu belo corpo.

Rubor subiu às bochechas dela.

— Eu não...o que você fez foi estúpido.

— Felizmente eu não pedi seus conselhos. Posso lidar facilmente com meus problemas.

— Você é um tosco, mal sei porque estou aqui.

Ele viu ela andando à passos rápidos até a porta. Não era isto o que queria? Que ela se afastasse dele para que não sofresse? Que ficasse protegida? Então por que a ideia de Clary ficar magoada fez seu coração doer?

— Espera Clary.

Ela parou e virou-se para ele novamente.

— Olha, temos um progresso. Na última semana você só me chamava de Clarissa. Aliás na última semana você sequer trocou um ‘’bom dia’’ comigo.

Jace sorriu.

— Você não dá moleza.

— Aprendi com o melhor.

Ele olhou para baixo. Ela se aproximou.

— Jace, o que Sebastian quis dizer com...

— Você não para de fazer perguntas.

Clary olhou para a sacada do quarto dele.

— Vem aqui. – Ele chamou com a voz suave.

Eles caminharam até a sacada e Clary sentou-se no muro.

— De qual ponto você quer saber? – Perguntou ele com os braços apoiados no muro.

— Do que você quiser me contar.

— Hm, tudo bem era uma vez um garoto muito bonito chamado Jonathan...

Ela deu um leve soco em seu ombro.

— Não quero ouvir lorotas.

Eles se olharam por um tempo.

— Tudo bem. – Ele suspirou.

— Quando tinha 2 anos meus pais se separaram. Minha babá dizia que eles sempre foram unidos e apesar de eu não me lembrar realmente tive essa sensação. Eles pareciam se amar muito. Mais tarde vi que eles se separaram porque minha mãe descobriu que meu pai desviava dinheiro da empresa. Ela sempre foi justa e quando soube que esse dinheiro que era para trabalhadores humildes não teve esse destino, bem...ela não quis ficar com meu pai mesmo o amando. Meses depois meu pai conheceu Jocelyn. Ela era uma mulher incrível, dócil e tinha perdido seu marido em um acidente. Eles se apaixonaram e resolveram se casar. Daí você teve os melhores cinco anos da sua vida por causa de mim. Quando fiz sete meu pai soube pela minha avó materna que minha mãe tinha morrido. Ela tinha entrado em depressão e se matou depois que perdeu minha guarda para ele.

Eu fiquei muito abalado. Com sete anos perder a mãe? Comecei a ter pesadelos, alucinações e outros problemas do gênero. Meu pai decidiu que seria melhor para mim ir para longe. Então ele me mandou ao Instituto de um amigo dele, em Londres.

Lá conheci Camille Belcourt e Sebastian Verlac. Eles sempre foram amigos mas ele queria mais do que isso. Camille e eu...nos apaixonamos. Começamos a namorar mas Sebastian pôs na cabeça que se eu não tivesse ido para Londres ele a conquistaria.

Então, começaram os problemas. Camille escondia coisas para protegê-lo, pois Sebastian sempre foi seu amigo. Ele não aceitava que Camille pudesse amar outro cara então, começou a persegui-la. Ela não contava nada para mim. Tinha medo que eu fizesse besteira. Mas quando Sebastian a ameaçou com uma faca no meio da noite, Camille não suportou e me contou. Sebastian havia se mudado para Los Angeles ou algo do tipo. Íamos fazer um ano de namoro. Discutíamos o tempo todo sobre Sebastian. Ela ainda acreditava que ele pudesse se recuperar, eu não. Disse coisas que hoje me arrependo. A última briga, bem...ela terminou comigo. Inconformado, fui à casa dela e...a porta estava aberta. Ouvi vozes então fiquei em cima da moto esperando algo acontecer. Camille saiu correndo de casa e entrou no carro. Sebastian apareceu na porta e entrou em um carro preto. Eles começaram uma perseguição. Camille fugindo e eu fui atrás para tentar parar Sebastian.

Naquele dia a rodovia tinha muitos carros. Camille pegou um atalho para um morro e Sebastian a seguiu. Consegui segui-los até que...

Ela tentou fazer a curva mas acho que o carro estava com problemas e o carro foi para a ribanceira e capotou diversas vezes. Meu coração parecia bombear fogo. Parei a moto e desci até chegar no carro dela. Tinha tanto sangue, tanto. Com o carro capotado e tudo amassado eu...consegui chegar até ela. Pensei que estivesse desacordada mas quando tentei sentir o pulso era tarde.

Fiquei enlouquecido e subi até a estrada novamente. Procurei por Sebastian até que vi. Ele tinha se envolvido em um acidente com outro carro e estava sendo levado pela ambulância.

Chamei a polícia e fiz tudo que precisava. Voltei ao Instituto. Semanas se passaram até que Sebastian me procurou. Ele tinha muletas e cortes por todo o corpo. Disse que era minha culpa. Camille tinha morrido por minha culpa. Se eu não fosse para Londres nada disso teria acontecido e ela estaria viva, feliz e com ele.

Desde então Sebastian tem feito de tudo para me atingir. Ele ficou com garotas que eu tinha ficado. Eu nunca liguei para isso. Elas não me interessavam realmente. Ele me seguia em todos os lugares. Meus amigos, Sebastian sabe ser convincente. Nenhum deles nunca mais quis olhar na minha cara.

Aí eu voltei para cá na esperança de que ele me deixasse em paz. Não tinha nada nem ninguém com quem me importava. Até você aparecer. Eu pensei ‘’Uau! Esta é a garotinha que me odiava por eu ter jogado seu cachorro de uma casa da árvore?’’

Clary sorriu, com lágrimas nos olhos.

— Ainda odeio você por isso.

— Eu tinha 4. Naquela época pensava que todos voavam. Bem, você vê minha decepção quando seu cachorro caiu no chão morto.

Clary riu e Jace a encarou.

— Entende agora? Não posso deixar que nada aconteça a você, Clary. Eu me odiaria eternamente.

Ela franziu a testa.

— Jonathan Christopher se odiar? Achei que fosse impossível.

Ele sorriu.

— Não se anime mas talvez, talvez, tenha alguém com que me importe mais do que eu mesmo.

Clary fingiu surpresa.

— Verdade?

Jace olhou para ela e balançou a cabeça negativamente.

— Olha aí, você fala uma coisa tentando ser legal e a menina já fica iludida.

Os dois se olharam e riram. Clary pegou a mão dele e começou a desenhar formas imaginárias com seu dedo.

— Efeitos que o magnífico Wayland produz.

Ela não tinha certeza mas viu Jace sorrindo, um sorriso imperceptível para quem não o conhecesse.

Eles se olharam, talvez pela milésima vez no dia. Clary deslizou seu dedo sobre o corte de Jace. O sangue tinha secado descendo em uma linha vertical pelo rosto dele. De alguma forma, não conseguia arruinar sua beleza. Pensou ela.

Ele segurou sua mão ainda no rosto dele. Jace transbordando tanta gentileza. Jace contando a ela toda sua história. Jace admitindo se importar com ela. Clary não conseguia pensar em quantas formas diferentes de Jace ela ainda iria descobrir.

O cabelo loiro dele refletindo a luz branca do luar, os olhos dourados ferozes e misteriosos. Suas respirações se misturando. Seus corpos perto mas não tanto quanto ela queria.

Finalmente ela quebrou o silêncio.

— Você precisa limpar o corte.

Ela sentiu-se subitamente estúpida com o olhar dele sobre ela, a encarando com uma expressão indecifrável.

— Não precisa se preocupar comigo, Clary.

— Vem, eu irei cuidar de você.

Ele não protestou quando ela andou da varanda do quarto até o banheiro dele. Ela pegou a toalha e umedeceu sob a torneira enquanto Jace se sentava na pia novamente.

Clary se aproximou dele, seu corpo pequeno entre as pernas longas de Jace. A cabeça dele inclinada para baixo. Ela próxima o bastante para sentir o aroma dele. Menta e...algo cítrico. Limão. Mas havia algo mais, suor...não, era como se a noite tivesse um cheiro e este se impregnado em Jace. Não em suas roupas mas em seu corpo esguio e musculoso.

Ela começou a limpar tão delicadamente como podia. Ele não se moveu mas quando silvou suavemente e moveu as sobrancelhas em uma expressão de dor Clary recuou com o pano.

— Desculpe, não sou especialmente boa com isso.

Seu olhar prendeu o dela. Ele disse em uma voz baixa.

— Acredite, você é boa o suficiente.

Clary não conseguiu pensar em mais nada para dizer. Nada inteligente, ou que o fizesse rir. Ela apenas se deu conta de que já estava se inclinando para Jace. Tinha largado o pano em algum momento mas olhar para Jace era mais importante. Ele desviava dos olhos esverdeados dela até sua boca.

Ela sentiu seu coração renovado e cheio de vida como nunca antes. Parecia que todo o tempo sem Jace era escuro e vazio, e com o toque dele em sua pele, suas palavras, tudo parecia inacreditavelmente cheio de luz para Clary. Seu braço forte deslizou pela cintura dela. Ela não conseguia sentir nada: medo, tristeza, preocupação, nada a não ser um grande amor e uma alegria por tê-lo perto.

Ela colocou o próprio braço ao redor do pescoço dele. Suas respirações, seus aromas e corpos misturando-se em uma deliciosa confusão para Clary. Seus lábios se tocaram, a boca dela febril pelo desejo, a dele igualmente quente. Clary inclinou a cabeça para o lado enquanto o puxava pelo pescoço com seu braço. Sua outra mão enroscada no cabelo loiro dele. Ele com o braço em torno de sua cintura pequena e a outra mão cheia de cicatrizes acariciando o rosto delicado de Clary. Nada parecia suficiente. O espaço entre os dois, praticamente inexistente ainda aparentava ser imenso. A coluna dela curvada em uma meia-lua para alcançar o corpo dele. Jace mordiscando e puxando levemente a boca dela para si quando um grito interrompeu tudo. Clary sentiu como se um fio que ligava sua alma à seu corpo fora cruelmente cortado. Eles se separaram assustados.

Na entrada do banheiro de Jace, Jocelyn pairava branca como um fantasma, horror refletido em seus olhos.


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Notas finais do capítulo

RECOMENDAÇÕES? *--*



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