Wrong Love escrita por Mera Mortal


Capítulo 16
Capítulo 16 - Segredos desenterrados:


Notas iniciais do capítulo

LEIAM POR FAVOR!!!


Gente desculpa pela interminável demora mas eu queria que o capítulo ficasse perfeito. Apesar dos contratempos (computador estragar, bloqueio criativo e perfeccionismo - quando se reescreve um capítulo 3 vezes é insuportável) aqui estou eu. Sei que não é o melhor capítulo que eu fiz mas eu dei o meu melhor. A maioria das revelações foram feitas neste mas ainda há uma ou duas coisinhas para se contar no último capítulo. Espero que eu consiga fazer um Grand Finale digno para vocês, galerinha.
Tomara que gostem. Beijos




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Capítulo 16 – Segredos desenterrados:

Eles procuraram o carro de Clary no estacionamento e se trancaram no veículo.
— Fala. – pediu a ruiva encarando o painel a sua frente.
— Quando tinha 15, conheci Camille e Sebastian. Eles eram inseparáveis. Estudavam, passeavam, faziam tudo juntos. Camille sempre foi interessante e um dia, depois de algumas semanas de namoro eu contatei meu pai por um e-mail. Descrevi como ela era e que tinha acabado de conhecer seus pais. Ele ficou fascinado. Disse que eu não podia ter escolhido uma namorada melhor. Quando estávamos em crise por conta de Sebastian, avisei meu pai que queria terminar com ela. Ele se enfureceu. Falou que eu era inconsequente e um moleque. Disse um monte de coisas para mim. Eu não entendia porque ele fazia tanta questão de me relacionar com Camille. Aí procurei sobre a família dela. Há anos meu pai vinha tentando convencê-los a comprar ações em sua empresa mas os Belcourt negavam. Com meu relacionamento com a filha única deles, eu tinha chance de tornar a transição possível.
— Eu não acredito! – interrompeu Clary indignada.
— Na época, eu também não acreditava. Aí, todo o processo estava correndo bem mas aconteceu um acidente.
— O de Camille.
— Não. O do senhor Belcourt. A morte dele foi misteriosa. Enfim, Camille mudou completamente depois da morte do pai. Se assustava por tudo, chorava e...e aí o Sebastian começou a achar que eu tinha culpa pelo comportamento dela. Nós brigamos e a suposta morte de Camille chegou aos ouvidos do meu pai. Ele ordenou que eu voltasse para Toronto. Depois eu te encontrei e me apaixonei por você. Acho que só sentia atração por ela, toda vez que eu te via o tempo parecia parar e então...
— Você me deixou. – completou Clary com mágoa.
Jace afirmou com a cabeça.
— Eu tive. Sebastian me ameaçou. Disse que se eu não deixasse a cidade, você e sua mãe pagariam caro.
— E você acreditou nele? – indagou a garota com lágrimas nos olhos.
— A princípio não mas horas antes de nos encontrarmos na minha casa... – Jace olhava para baixo, perdido em pensamentos.
— O quê? O que aconteceu?
— Queria te fazer uma surpresa. Sabia que tinha aula de pintura, então te esperei no carro, perto da sua casa. O plano era te convidar pra passar a noite comigo, no parque mas aí antes de você chegar, meu telefone tocou. Era Sebastian. Disse que era naquela noite que eu terminaria com você, e se até sexta eu não tivesse saído da cidade...
— Ele me machucaria. – deduziu Clary.
Jace afirmou com a cabeça.
— Fiquei furioso mas vi você chegando e um furgão preto estava a poucos metros. Então eu cedi.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo absorvendo as lembranças dos momentos que passaram juntos.
— Como Camille voltou?
— Eu estava há cinco meses em Londres. Recebi um telefonema e achei que Sebastian tinha feito algo a você. Mas era meu pai. Ele disse para eu não fazer perguntas. Apenas que fosse me encontrar com ele. Não entendi porque pra mim, ele estava em Toronto com vocês.
— Ele traiu minha mãe e nós descobrimos.
Jace afirmou novamente com a cabeça.
— Eu supus algo do tipo. Quando cheguei lá, pensei que tinha enlouquecido. Camille estava ao lado dele. Perguntei o que estava acontecendo mas nenhum dos dois me respondeu. Até que meu pai disse que eu iria me casar com Camille. Fiquei consternado. Afirmei que ninguém iria me obrigar a casar com alguém que não amasse. Ele disse que se eu não me casasse com ela, um amigo faria uma visitinha... – ele cerrou os punhos e olhou com dor para Clary.
— Ele disse coisas horríveis, Clary. O meu pai é um monstro. Eu não podia deixar nada de ruim acontecer com você então concordei. Camille não parecia feliz com a situação. Apenas disse que era o melhor para todo mundo.
A ruiva suspirou.
— E como eles explicaram a falsa morte dela?
— Não explicaram mas eu não duvido que não tenha dedo no meu pai nisso tudo. Ele quer que eu me case porque com a morte do senhor Belcourt, a transação foi interrompida. Se eu me casar com comunhão de bens e fizer ela assinar uma procuração...
— Você passa a ser dono de toda a fortuna de Camille.
Ele olhou para a janela do carro, como se quisesse encontrar uma saída por ali.
— Clary, eu sei que não tenho o direito de pedir perdão a você, mas entre te colocar em perigo e me afastar tendo a certeza de que ficaria segura...
— Eu sei. – murmurou baixinho.
Jace encostou sua testa na dela e acariciou sua bochecha.
— Você não faz ideia do quanto eu te amo, pequena.
Ela mal conseguia respirar.
— Jace...
Os lábios dele se aproximavam dos dela até que um barulho alto os interrompeu.
— Parece que é a nossa sina sermos atrapalhados por telefones. – reclamou ele olhando para o próprio celular.
Clary ainda tentava recuperar o equilíbrio.
— Tenho que ir. Mas quero que saiba que eu não vou deixar nada de ruim acontecer a você.
O verde esmeralda se encontrou com o ouro líquido que tinha no olhar dele.
Ele beijou sua testa e saiu do carro antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.
— Eu te amo, Jace. – confessou enquanto o rapaz dava partida na moto.

***
Clary usava um vestido branco. Seus cabelos vermelhos estavam soltos, a grama fofa fazia cócegas em seus pés. Ela podia sentir a luz do sol irradiar na sua pele.
Seu coração estava transbordando de felicidade.
Ela fechou os olhos e começou a girar. Deu tantas voltas que ficou tonta e caiu na grama, rindo de si mesma.
Uma voz suave e que Clary não escutava há muitos anos a chamou.
— Levanta, fadinha. Levanta.
Esse apelido...só havia uma pessoa que a chamava assim.
— Pai?
Ele vestia um terno branco, parecia ser feito de nuvens.
— Pai, por que estamos de branco? É algum casamento? O que está acontecendo?
Valentim negou com a cabeça e estendeu a mão. Clary o seguiu.
Eles já não estavam mais no lugar paradisíaco e sim, em um galpão abandonado.
Camille, Sebastian, Jace e Michael estavam conversando em tom hostil. Mas Clary não conseguia ouvir nada, só percebia a discussão pelas expressões faciais e os gestos.
Ela olhou para o pai pedindo uma explicação silenciosa mas Valentim apenas assistia tudo.
Michael apontou uma arma para Sebastian. Camille tentou protegê-lo e Jace começou a lutar com o pai, para evitar uma tragédia.
Clary sabia que não deveria mas mesmo assim se aproximou dos dois, que trocavam socos e golpes.
Jace olhou para ela, e desesperado fez sinal para Clary correr. Ela estava estática de medo.
Michael olhou na direção que o filho observava e levantou a arma.
Finalmente, Valentim se manifestou de novo.
— Branco também é a cor do luto, fadinha. Vamos presenciar um funeral, se você não conseguir resolver tudo isso em tempo.
A cena havia congelado. Michael apontava a arma para Clary. Ela não havia escutado o barulho, apenas sentiu uma pressão e uma dor insuportável se alastrando por seu peito.
Olhou para baixo e viu o escarlate do sangue se misturando ao vestido branco que usava.
— Haverá mortes em breve, minha filha. Muito em breve.
Clary acordou chorando. Ela estava ensopada de suor, o que era contraditório já que era dezembro e nevava lá fora.
Ela sabia que nada daquilo era real mas o aviso de seu pai ainda ecoava em sua mente.
Haverá mortes em breve.

***
— Eu disse 9 horas, sua estúpida!
— ‘Tô’ me lixando ‘pra’ você, seu velho babaca.
— É mesmo? Não está nem um pouco receosa com as provas que tenho nas mãos? Eu estalo um dedo e você fica miserável, sem seu amante de meia tigela e atrás das grades. Entendeu?
A espinha da loira pareceu congelar. Ela odiava ser acuada.
— Sim – respondeu com ódio por sentir-se uma marionete de Michael Wayland.
— Bom. Traga os papéis assinados por Jonathan. Te espero no lugar de sempre.
— Vou desligar. Tem alguém batendo na porta.
— Camille?
Ele tomou o silêncio dela como incentivo para continuar.
— Nada de truques. Você não gostaria de ficar encrencada, não é?
A loira apenas desligou o celular e suspirou.
— Mais do que já estou, impossível.
Abriu a porta do quarto de hotel e revirou os olhos para Jace.
O rapaz a encarava de braços cruzados.
— Eu tinha dito que íamos juntos. Vamos logo.
Ela pegou a jaqueta vermelha e a bolsa de marca que estavam na poltrona e passou pelo loiro, seguindo em direção ao elevador.
— Jace, você não vai.
— Belcourt. Não me trate como uma criança.
— Então não seja idiota agindo como uma. Você já fez sua parte. Agora somos só eu e ele. Assim que entregar esses papéis para Michel – a loira direcionou o olhar para um envelope em sua mão – eu sumo do mapa.
— Com Sebastian, suponho.
Camille sorriu.
— E você fica com a ruivinha irritante. Por que essa cara de velório?
— Você sabe que esse cara não é...
Ela riu sem humor.
— Falou o filho de um canalha.
Jace permaneceu estático.
— Jace, me desculpe...eu não...
— Não escolhi ter esse traste como progenitor, Camille. Aliás ele e Sebastian são da mesma laia, então ouça minha sugestão e fique alerta.
Ela assentiu silenciosamente.
— Pode me dizer pelo menos onde vão se encontrar?
— Jace...
— Só para o caso de uma emergência.
Ela suspirou.
— Em um dos galpões da Aikon.
Jace franziu o cenho.
— Aquela antiga empresa têxtil?
— Isso mesmo. A dos dois irmãos que faliu. Estou indo. Se cuide.

***

Clary nunca havia seguido ninguém mas toda essa situação estava enlouquecendo-a. Com Jace afastado dela, sua mãe sem os bens e ela sem paz. Não, alguém tinha que dar um fim naquilo.
Camille entrou em um carro preto e Clary logo a seguiu. O local era afastado da cidade, rodeado por vegetação alta e com pouca iluminação. De longe se percebia que não tinha utilidade há muito tempo.
A ruiva se esgueirou em meio a caixas de papelão e materiais. Achou um lugar seguro e espiou Camille chegar até um homem grisalho. Ele vestia terno e emanava crueldade. Clary o conhecia bem: Michael Wayland.
— Trouxe o que eu mandei?
— É só abrir - disse Camille enquanto estendia uma maleta marrom. Michael retirou os papéis de dentro da mala e sorriu.
— Minha fortuna está aqui.
— Sua uma ova. Esse dinheiro é meu e parte dele é da sua esposa idiota.
— Eu passei anos aturando aquela cria da Jocelyn e não merecia nenhuma recompensa?
— Tanto faz - a loira balançou os ombros.
— E o que todos diriam se descobrissem que a herdeira dos Belcourt matou o próprio pai.
Camille empalideceu. Sua voz sempre marcante, praticamente emudeceu.
— Você sabe que foi um acidente, Wayland.
— Claro, o cara bebia umas e abusava da própria filha. Eu entendo. Chega uma hora que cansa ser humilhada mas não seria essa versão que a polícia ouviria.
A garota colocou as mãos na cabeça.
— Chega, você já tem o que queria. Por favor, me deixe...
— Ah ah ah. Que feio. Você ia me deixar sem um último autógrafo? - Michael olhava falsamente entristecido para o papel em sua mão.
A menina tremia.
— Eu assino - respondeu insegura pegando a caneta que lhe era estendida.
Enquanto ela rubricava o documento, Michael falava suavemente.
— Eu nunca pude desabafar com alguém. Há alguns anos quando você e o verme do Verlac armaram sua falsa morte eu fiquei chateado de verdade. Sabe por quê? Porque eu fui enganado, Camille. E eu odeio ser enganado - Michael sacou uma arma e atirou na cabeça de Camille Belcourt. Clary que assistia a tudo, horrorizada, gritou.
Naturalmente, a atenção dele foi para o esconderijo de Clary.
— Eu tinha plateia e não me avisaram.
Os ossos da ruiva pareciam gelatina mas mesmo assim ela correu e se escondeu atrás de uma parede.
— Clary, apareça. Eu não vou te machucar - cantarolou Wayland.
A garota percebeu a sombra no chão e prendeu a respiração já que seus batimentos estavam fora do controle.
Suor escorria pela sua pele gelada de medo. A garganta e os lábios permaneciam secos enquanto os olhos não paravam de lacrimejar.
Ela esperou a sombra sumir e espiou. Não havia ninguém. Poderia correr e buscar ajuda.
Clary deu um passo a frente e escutou a arma sendo engatilhada acompanhada de uma voz baixa.
— Achou.


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Notas finais do capítulo

E aí? Como estava o penúltimo capítulo da fic? Beijos para minhas estrelinhas :)