Em algum lugar na região leste da capital líbia, Dave e Nicole se olhavam sob a luz da lua cheia, a noite estava tão clara quanto a manhã daquele dia, apesar de não haver ninguém na rua além deles.

– Dave, você está bem? - Perguntou Nicole se aproximando dele.

Dave assentiu, mas ainda estava calado, Nicole estranhou isso nele, o que a fazia suspeitar.

– Como você conseguiu escapar? - Perguntou ela.

Ele se aproximou dela a passos curtos e barulhentos, e segurou a cintura e mão de Nicole, como uma forma de abraço, mas ele queria nada mais do que chegar ao ouvido dela.

– Nicole, eu tenho uma missão importante, mas eu não consigo cumpri-la - Disse ele. Nicole continuou confusa, Dave estava sendo muito misterioso, pelo menos mais do que o normal.

– Do que você está falando exatamente? - Disse Nicole.

– Eu vou direto ao assunto, eu fui capturado por um membro da minha própria corporação e fui feito de refém e preciso te matar pra chegar a algum lugar vivo.

– Por que? - Disse Nicole se afastando dele.

Dave se virou e levantou um tufo de cabelo que cobria o local onde fora inserido a cápsula venenosa.

– O que é isso? - Perguntou ela um pouco mais nervosa.

– O agente da DSE implantou isso aqui, eu não sei exatamente como ele fez isso nem como ele conseguiu, mas isso me faz um refém, se eu não te matar em 4, ou melhor, 3 dias, isso vai me matar - Disse Dave atordoado.

Nicole suspirou e pensou no que fazer, o que seria melhor pra se fazer naquele caso, finalmente ela pegou o seu celular no bolso e digitou alguns números, depois de alguns segundos um senhor atendeu.

– Nicole, Está meio tarde pra ligar não acha? - Disse ele com uma voz sonolenta.

– Me desculpa Chest, mas eu preciso que você me ajude, eu estou em uma situação crítica - Disse Nicole.

– Me desculpe Nicole, mas eu estou muito ocupado agora - Disse ele.

Nicole suspirou um tanto frustrada.

– Tudo bem, eu ligo pra você amanhã - Disse ela.

– Boa noite! - Disse ele desligando.

Nicole pôs seu celular no bolso e voltou-se pra Dave

– Então, não podemos fazer nada agora - Disse ela.

Dave se sentou em um bloco de concreto que estava do lado e começou a pensar. Nicole percebeu a frustração dele, afinal a vida dele estava em risco mais do que a de Nicole, ela se aproximou dele e se sentou ao seu lado. Nicole pegou em sua mão e começou a aperta-la.

– Sabe, você foi bem forte resistindo todo esse tempo e arriscando a sua vida pra me salvar - Disse Nicole com um sorriso se referindo ao cartão.

Dave eu um leve sorriso.

– Eu ainda não fiz isso, e se bem que você também trabalhou bastante esses últimos dias não é? - Disse Dave.

– Você sabe que nós somos um grupo, e não vamos nos separar, ou você esqueceu o que nós combinamos naquele dia na floresta? - Disse Nicole tenra.

– Tem razão... - Disse ele abraçando Nicole.

– Eu estava com saudades - Disse ela.

– Eu também - Respondeu ele.

...

Naquela noite, na casa dos Watterson, Gumball, Darwin, Carrie e Penny estavam sentados assistindo a um filme um tanto quanto assutador. Apesar dos clima chuvoso e uma sala escura, o filme não estava tão interessante para Carrie, realmente não há muita graça em fantasmas assistirem outros fantasmas trabalhando.

– Carrie, você está bem? - Disse Darwin.

– Sim, eu estou, eu só estou meio cansada, está um pouco tarde - Disse ela.

Darwin sabia que não era muito divertido pra Carrie ficar lá, ele então pensou em algo.

– Carrie, me siga - Disse ele saindo da sala abaixado se escondendo na escuridão, a única luz de lá era a da TV, Carrie flutuou seguindo Darwin.

Na cozinha, Darwin abriu a porta de trás e saiu para a varanda, estava frio por causa da chuva e do vento, e como sempre, a lua estava lá. Parecia ser uma clima agradável para Carrie.

– Sabe, eu adoro chuvas, me deixa mais vivo, mais disposto a fazer de tudo - Disse Darwin.

– Talvez porque você seja um peixe - Disse Carrie rindo.

Darwin também riu

– Bem, na verdade eu nunca me considerei um peixe, eu tenho tantas características diferentes que eu não sei nem mais o que eu sou - Disse Darwin.

– Eu sei bem como é isso - Disse Carrie

– Sabe?

– Sim, eu mesma nunca achei outro fantasma que não fosse da minha própria família, eu nunca encontrei alguém que tivesse algo em comum comigo, que soubesse como eu me sinto... - Disse Carrie deixando cair uma lágrima.

Darwin se sentiu um pouco mal pela Carrie.

– Eu sei como você se sente - Disse ele.

Carrie virou-se para ele

– Eu também nunca vi ninguém que tivesse isso, é uma espécie de crise de identidade, eu não sei, mas foi isso que me deixou apaixonado por você - Disse Darwin.

Carrie corou um pouco, a última pessoa do qual ela podia imaginar que pensava igual a ela era Darwin.

– Eu não sei você, mas eu vou tomar um banho nessa chuva, o que você acha, quer vir comigo? - Disse Darwin.

– Agora? - Perguntou Carrie.

– Isso mesmo - Disse Darwin animado.

– Por mim tudo bem - Disse ela.

Enquanto isso, Gumball levantava do sofá, Penny estava dormindo lá mesmo, Gumball foi para o quarto, pegou um lençól de sua cama, e trouxe para a sala, ele beijou a cabeça de Penny e a cobriu com um lençol que tinha trazido de seu quarto, ele então voltou para o quarto e se preparou para dormir, mas o celular que estava carregando começou a tocar.

– Alô? - Disse Gumball

– Gumball, sou eu, eu preciso que você me faça um favor - Disse Nicole.

– Claro, o que foi?

– No meu quarto tem um cartão azul, eu preciso que você mande uma foto dele pra mim - Disse Nicole.

– Tudo bem, eu vou - Disse Gumball.

– Ah, sim. Como vai aí em casa? - Perguntou Nicole.

Gumball olhou pela janela e viu Darwin e Carrie correndo na chuva como loucos.

– Melhor do que imagina - Disse Gumball.

– Ótimo, e a Penny? - Perguntou ela

Gumball gelou.

– Bem, nós... quer dizer, eu consegui um tempo com ela - Disse Gumball um pouco envergonhado.

Nicole riu.

– E já conseguiu alguma coisa? - Perguntou ela.

– O que?

– Não se preocupe - Nicole riu - Você é bom nisso - Disse ela.

– Eu espero que você não demore muito - Disse Gumball.

– Não se preocupe, eu vou voltar logo, já andei metade do caminho - Disse ela.

– Eu espero - Disse Gumball.

– Eu também - Respondeu Nicole.