A Pedra do Deserto escrita por Sanguini


Capítulo 21
Invadindo a Colmeia




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Já era cerca de 6 da tarde quando Nicole estava dentro de seu carro, um sedan preto parado no acostamento da estrada deserta na redondezas de Bengazi, ela estava vestida com seus macacão preto próprio para o que iria fazer, e um cinto com algumas alças e bolsos. Enquanto colocava no cinto os seus equipamentos e armas, ela olhava a todo momento para o lado de fora, procurando por qualquer um que pudesse estar vigiando-a.

A vegetação rasteira combinada com a noite escura iluminada tenuamente pela lua que estava parcialmente coberta pela nuvens noturnas fazia da região próxima a ela uma área propícia para qualquer um poder armar uma emboscada, ela deveria ser rápida. Apesar disso, ela não poderia fazer nada mais do que esperar, quando terminou de se preparar, deixou o seu celular sobre o painel do carro, aguardando a ligação de Chest, ela olhava para o celular com nervosismo até que ele finalmente tocasse e ela o atendesse rapidamente.

– Alô, Nicole Watterson falando. - Disse ela em um tom sério.

– Nicole? O que está fazendo. - Perguntou Dave.

– Dave... Onde você esta? - Rebateu Nicole.

Dave olhou em volta as árvores da floresta cada vez mais sombria, a temperatura caindo rapidamente e viu que estava escurecendo.

– A boa notícia é que eu acho que sei onde o Gumball está.

Nicole suspirou.

– Mas acho que podemos demorar um pouco até achar ele sabe... Er, ainda não sabemos onde ele tá. - Disse Dave tentando selecionar as palavras.

Nicole apertou os olhos em óbvia desconfiança.

– "Sabemos?". Dave com quem mais você está? - Perguntou Nicole pesando sua voz.

Darwin deu um soco leve no braço de Dave.

– Enfim, eu acho que consigo encontrar ele ainda hoje. - Disse Dave otimista.

Nicole inspira devagar.

– Eu espero. - Disse ela em um tom melancólico.

Dave ouviu como ela estava.

– Hey, o que há de errado, tudo vai dar certo. Estamos melhor do que antes. - Disse ele com uma voz estimulante e um sorriso, mesmo sabendo que ela não o veria.

– Hm... - Nicole murmurou enquanto ele falava. - Obrigada Dave. - Ela respondeu um pouco aliviada.

– Essa é a minha garota. - Disse ele.

– Boa sorte com o Gumball.

– Não se preocupe com isso, tenho tudo sob controle. - Disse Dave se despedindo e logo após desligando o celular.

– Eu espero. - Pensou Nicole consigo mesma.

Nicole não conseguia parar de olhar para a grande construção que estava à sua frente, era grande, com a altura média de um prédio de 7 andares. O que a chamava mais a atenção na estrutura era sua arquitetura, era totalmente sem janelas e a única entrada possível era pela porta principal, com um formato piramidal e feito totalmente de um espesso concreto. Ela sentiu alguns calafrios ao imaginar a claustrofobia que sentiria ao entrar lá.

– Quanto tempo eles levaram pra construir isso? - Pensou ela.

Nicole já estava ficando impaciente quando finalmente outra ligação chegou e ela o atendeu.

– Nicole na linha.

– Nicole, Está tudo pronto? - Uma voz rouca de um homem idoso ecoou no telefone.

– Sim, Chest, estou pronta. Diga-me o que eu devo fazer agora.

– Ah, isso é bom. Primeiramente, não sabemos exatamente como é lá dentro, mas sabemos que é bem grande, e que a pedra está guarnecida lá. - Disse Chest com um ar de dúvida.

– Alguma recomendação?

Chest ouviu isso enquanto estava em sua agencia, abriu a gaveta superior e pegou um caderno de dentro dela. Folheou-o até achar a página que queria.

– Evite tocar diretamente com a mão na pedra, ela pode ser facilmente fundida, e é perigoso pois não sabemos ainda seus efeitos. - Disse ele.

– Certo, eu vou tomar todo cuidado possível. - Disse Nicole.

– Boa Sorte. - O velho agente desligou o celular deixando Nicole a sós com sua missão vaga e quase totalmente dependente das habilidades da gata azul.

– Vamos lá. - Disse Nicole para si mesma engolindo em seco e abrindo a porta do carro pelo lado da rodovia, ela não conseguia parar de admirar o tamanho daquela construção de concreto. A jovem agente não tinha a mínima ideia de como entrar pelo cercado de metal ou escala-los e enfrentar as cercas de arame-farpado além de ter que enfrentar guardas armados pesadamente.

Enquanto planejava, um veículo da mesma cor do carro de Nicole, 4x4 e com um losango dourado estampado ao lado passava na estrada onde ela estava estacionada. Nicole percebeu isso e viu uma oportunidade de entrar no prédio.

Antes que o carro de aproximasse dela, Nicole entrou rapidamente em seu carro e abriu o caixote de metal que estava embaixo do banco e começou a procurar entre os materiais que estavam lá, um cartão ID de identificação que Chest tinha dado pra ela no dia anterior.

– Vamos lá, onde está você? - Disse Nicole remexendo tudo que encontrava, até finalmente encontrar o cartão.

Quando ela pegou o cartão saiu do carro e o pôs no bolso. Quando voltou a olhar para frente, viu uma luz forte dos faróis do carro e uma silhueta cheia de curvas de alguém na frente do carro que estava estacionado a poucos metros de Nicole.

– Quem é você novata? - Perguntou uma voz feminina que vinha de perto do carro, armada com uma pistola, mas abaixada.

Nicole tentou reconhecer a voz, sem sucesso.

– Meu nome é Nicole Watterson. - Disse Nicole apertando os olhos devido a luminosidade do farol do carro.

A mulher analisou com cuidado o rosto de Nicole, não era nem um pouco familiar, mas ela viu o cartão de identificação que Nicole rapidamente guardara no bolso.

– O seu cartão de identificação... Me mostre ele disse a mulher se aproximando. A medida que fazia isso, ela conseguia distinguir melhor com que estava falando, ela uma agente com algo entre 27 anos, tinha uma calda assim como Nicole, e parecia ser um felino, talvez um jaguar, tinha um corpo bonito com seios médios.

– Eu não vou entregar nada. - Disse Nicole.

A agente se aproximou de Nicole e segurou sua mão.

– Não negue minhas ordens. - Apesar de aparentemente inofensiva, ela parecia ter uma personalidade bem enérgica, o que fez Nicole recuar um pouco.

A felina pegou de dentro do bolso de Nicole o cartão branco e rígido que mostrava suas informações, enquanto Nicole simplesmente esperava com suas mão ao alto.

A agente jaguar olhava o cartão com seus olhos reluzentes e verdes,que brilhavam pela escuridão.

– Vai me deixar ir ou não? - Perguntou a impaciente Nicole.

Finalmente depois de ler o cartão no escuro, ela devolveu-o para Nicole e abaixou sua arma.

– Vai aonde Srta. Watterson?

– Senhorita? - Pensou ela, até se lembrar de que agentes de base Fitzgerald não poderiam ser pais ou mães de família, não era a toa que Dave tinha apenas a Penny como parente mais próximo, e ele é tio dela.

– Claro, eu fui mandada pelo setor de segurança, e preciso voltar com urgência para a...

– Colmeia? - Interrompeu ela.

– Sim, exatamente. - Nicole concordou sem ter a mínima noção do que ela estava falando.

– Eu estou indo para lá, deixa seu veículo aqui, podemos chegar lá mais rápido. - Disse a Jaguar.

Nicole ainda um pouco desconfiada concordou em ir.

– Tudo, vamos lá. - Disse Nicole fechando a porta do carro e travando-as.

...

Gumball estava dentro de um celeiro com um estábulo dentro, ele estava na parte de cima da construção de madeira, localizada em algum lugar perto da estrada por onde ele fugiu. Estava olhando para o lado de fora, o celeiro estava escuro e só era possível ver a lua lá fora, ele estava nervoso pois não sabia qual seria a reação dos seus dois sequestradores distraídos ao perceber que ele escapou, para isso ele estava com aquele canivete suíço enferrujado que achara sobre uma caixa de madeira.

O jovem gato azul permaneceu sentado lá durante algumas horas, sempre alerta, tanto para a estrada de terra quanto para qualquer um que quisesse entrar no celeiro, como o próprio fazendeiro dono do lugar que não sabia que ele estava lá. Naquela situação, ele teria que esquecer alguns dos seus medos de infância, apesar de estar atravessando para os 15 anos, ele ainda tem um certo receio desses entes sobrenaturais do qual ele naturalmente tinha medo.

Ao mesmo tempo que se sentia atento, Gumball tinha alguns pensamentos rápidos sobre sua mãe, sobre Penny ou seu irmão Darwin. Mas continuava tentando evitar ao máximo Dave.

– Maldito Dave! Eu devia ter me livrado daquela mensagem. - Disse Gumball descendo do banco onde estava sentado e foi para a janela observar a lua.

Gumball olhou para fora, mas ao invés de ver aquele satélite brilhantes no céu, viu ao longe, com seus olhos sensíveis a qualquer tipo de iluminação, dois faróis um ao lado do outro, simbolizando um carro vindo em direção à estrada por onde ele fugiu. Ele tentou manter a calma e se escondeu na parede de madeira do Celeiro, bem ao lado da janela, rezando para que o carro passasse direto e seu motorista não tivesse a ideia de sair e procurar por ele.

Gumball sentiu seu sangue gelar assim que ouviu o carro parando bem em frente ao celeiro onde estava asilado. Olhando para sua faquinha enferrujada com esperança de que consiga usar ela. Ou pelo menos ter coragem de usa-la.

Mas não tinha qualquer forma de fuga, Gumball, ao perceber que uma figura feminina, semelhante à mulher-amendoim que o tinha capturado no dia anterior estava entrado portando consigo uma lanterna e procurando atrás de caixas e no estábulo dos cavalos.

– Ah, Qual é? Como eles sabem que eu estou aqui? - Pensou consigo mesmo Gumball, ele se viu sem escapatória, sem dúvida ele seria capturado e com sorte, apenas seria espancado até sangrar o suficiente pra apressar Nicole, pensamentos assim fizeram Gumball se esforçar mais pra manter a calma. Porém, ele viu que junto a ela, estava o motorista do carro, e ele parecia frio. O jovem gato viu então uma possibilidade de escapar de lá inteiro, apesar de que ele poderia se machicar seriamente.

Gumball aproveitou que não havia ninguém do lado de fora e sentou sobre a janela, colocando suas duas pernas no lado de fora dela e olhando fixamente pra baixo, de forma a encontrar a melhor posição para cair no chão duro.

– É agora! - Gumball sussurrou para si e pulou, caindo com seus dois pés fixos no chão, mesmo parecendo uma queda perfeita, ele imediatamente sentiu um estalo forte na perna esquerda. Ele então fez o máximo de esforço possível para resistir à dor de um possível osso quebrado e continuou tentando andar, esperando que ninguém o visse mancar pela margem da estrada de terra. Agora estava determinado a seguir dali até onde pudesse encontrar ajuda.


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