Em algum lugar da rodovia de saída de Elmore, um peixe-dourado e uma cervo-fêmea andavam pela beira da estrada, mesmo com carros passando ao seu lado, levando algumas folhas e brisa, Darwin olhava com atenção as esquinas que ligavam as ruas á rodovia, procurando marcas de pneu parecidas com as que estavam no celular da sua mão direita.

– Você tem certeza de que isso vai dar certo? - Disse Penny um pouco cética.

– Claro, eu tenho certeza que quem estava dirigindo aquela van não tinha boa direção.

– Como assim não tinha?

Darwin virou seu rosto e olhou para Penny.

– Nós só chegamos aqui porque aquele pneu porcaria sempre derrapava nas curvas, assim deixava essa marca que nós podemos seguir. - Disse Darwin.

– Mas quantos carros podem ter feito aquelas marcas?

– Penny, é a pista mais quente que nós temos, então fique quieta. - Disse Darwin. Penny fez uma expressão impaciente.

– Seja lá o que for, faça rápido.

– Por que não pega suas coisas e me ajuda?

– Ai... Ta bom. - Disse Penny atravessando a rua, ela andou alguns metros de calçada quente e abriu no seu celular o visualizador de fotos, enquanto ela passava as fotos até chegar na de Gumball, antes da foto dos pneus. Ela ficou parada na calçada, olhando a foto antiga do gato azul sentado no sofá enquanto ela estava apoiada sobre o colo dele, beijando o rosto de Gumball que tinha um dos olhos fechado.

– Gumball... - Pensou consigo a jovem cervo-fêmea (gazela, sei lá). Ela sentia um aperto abaixo do peito.

– Penny, então?

– O que? - Penny desviou sua atenção e trocou de foto, até finalmente chegar nas marcas de pneu.

– Você já viu a outra esquina? - Perguntou Darwin.

– Eu estava indo pra lá. - Disse Penny tentando disfarçar.

– Anda logo, o Gumball pode estar muito mal.

Penny seguiu o peixe-dourado para a próxima esquina.

– Espero que não. - Disse Penny para si mesma.

...

Gumball acordava novamente, porém em um banco de carro empoeirado, o mesmo onde ele gravou aquele vídeo, como dormiu mal na noite anterior, ele acordou bem mais tarde do que esperava.

O Banco do carro estava quente devido ao calor infernal do sol e do horário, Gumball estranhou a temperatura e imaginou que realmente tinha dormido demais. Ele se virou e olhou para o lado, presumindo que estava sozinho, mas ao ver a mulher-amendoim ao lado dele ele se assustou, ele se manteve imóvel durante segundos, como se estivesse dormindo.

O gato azul olhou com mais atenção à amendoim adormecida, apoiada do lado da porta, com algumas gotas de suor correndo pelo seu pescoço. Ele então, procurou devagar, se levantar. Nervoso, Gumball continuou se movendo sem desgrudar os olhos da mulher. Quando atingiu uma boa altura e ter certeza de que ela estava dormindo, ele olhou ao seu redor, as janelas estavam fechadas e deixava o carro abafado. A frente ele viu o motorista, o veado que o tinha trazido do galpão.

– Eles estão dormindo... Essa é minha chance. - Pensou Gumball, mesmo sabendo que se ele fosse capturado, seria punido pesadamente. Mas o jovem resolveu arriscar.

Aos poucos, Gumball, que estava sentado no banco, foi de aproximando da porta que estava oposta à ele. Ele puxou o trinco e abriu tentando fazer o mínimo de barulho possível. Ele não conseguia deixar de olhar para a mulher que estava vigiando, tanto com medo quanto com raiva, mas ele tinha que se controlar. Mas havia uma coisa na cintura dela que atraia a atenção de Gumball mais do que qualquer outra coisa.

– É arriscado demais, esquece Gumball! - Pensou consigo mesmo.

Gumball desceu e pisou em uma superfície de folhas secas, não era esse o lugar onde eles estavam antes, ele olhou ao seu redor e viu campos e alguns pastos, não muito diferente do lugar que tinha visto antes. Com um sol forte, mas sem ninguém passando, o casso estava debaixo de uma árvore.

Gumball desceu do carro e fechou a porta, sentindo-se inseguro por ter deixado a arma para trás. Quando conseguiu fechar a porta sem fazer muito barulho, ele conseguiu se afastar dele e correr pela estrada de terra.

Os poucos segundos que ele teve de alívio ao sentir o vento frio batendo no seu rosto logo foi substituído por incerteza, ele mal sabia onde estava e se quisesse sair de lá vivo, teria que planejar sua fuga com detalhes.

...

Em um hotel da Líbia, Dave Fitzgerald vestia seu casaco de agente de segurança líbio, havia uma passagem só de ia para Elmore e uma mala cheia de roupas e munição, além de uma quantia separada de dólares para subornar a equipe do aeroporto.

– Aqueles desgraçados sempre jogam sujo desse jeito! - Disse Dave enfurecido fechando o casaco com rapidez.

Nicole ainda estava sentada na cama pensando em onde o Gumball estaria, e com estaria. Eram coisas bem diferentes o Darwin falar isso pra ela do que ela ver ele em situação de perigo.

– Se pegarmos a pedra, eles vão matar o Gumball... Não! Não podemos arriscar isso... - Nicole andava de um lado para o outro do quarto confusa e pensando no que fazer, quase surtando.

Dave esperou ela chegar perto dele e de repente a segurou pelo braço e no seu rosto. Segurando com firmeza e com um olhar penetrante.

– Eu vou até Elmore e vou resgatar o Gumball, você se prepara e a noite entra naquele prédio e rouba a pedra. - Disse Dave com uma voz firme.

– Mas e se...

– Você me entendeu? - Disse ele em tom confiante, o que deixou Nicole mais tranquila.

Nicole respirou fundo e procurou se controlar, ela fechou os olhos e ficou alguns segundos pensativa.

– Ta bom, eu vou... Eu vou tentar fazer isso. - Disse ela com uma voz mais calma.

– Que bom, eu preciso de você assim, não se preocupe. Gumball vai voltar totalmente ileso.

Nicole deu um leve sorriso e continuou com a mão de Dave no lado esquerdo odo seu rosto.

– Que bom que está aqui Dave...

Dave respondeu o sorriso e deu um leve beijo nos lábios úmidos de Nicole.

– Eu não vou demorar.

– Tome cuidado. - Disse Nicole ao soltar a mão dele pela última vez e vê-lo sair do quarto com malas e armas.