A Pedra do Deserto escrita por Sanguini


Capítulo 18
Riscos Calculados




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O Galpão onde Gumball estava preso tinha placas de alumínio, algumas pontas enferrujadas, genuínos "pedaços de tétano", ele ficou arrastando a sua pata no chão gelado de areia do galpão escuro, que era iluminado apenas uma um feixe de luz que entrava pelas janelas, provavelmente pelos postes do lado de fora, descontando algumas raivas. Ele ficava pensando quem seria responsável de ele estar naquela situação, ele pensou em acusar Nicole, claro. Se ela não tivesse ido para a Líbia isso nunca teria acontecido, mas logo ele revogou essa ideia. Ele mesmo se sentia culpado por ter seguido aquele livro besta.

Ele continuou arrastando sua pata naquela superfície até ouvir passos do lado de fora, apesar de estar solto, Gumball não tomou nenhuma atitude, pelo contrário, se manteve ali, parado esperando quem viesse.

Os passo começaram a ficar mais audíveis, até esses passos pararem na frente da porta de madeira por onde ele entrara, ele ficou nervoso e sentiu o coração pulsando, uma figura desconhecida abriu a porta e acendeu a luz, Gumball por reflexo fechou um pouco os olhos, e colocou a mão ao lado deles para enxergar.

– Você é?

Gumball ficou alguns segundos sem responder.

– Meu nome é Gumball senhor. - Disse ele baixando as mão e olhando para a silhueta que abrira a porta.

– Então você é o filho da Nicole?

Gumball sentiu que era uma voz meio familiar, ele esfregou os olhos e procurou ver com mais precisão, aos poucos ele notava uma amendoim parecida com a Penny, porém maior e mais esbelta, com luvas marrons nas mãos.

– Quem é você? - Perguntou Gumball ainda com os olhos um pouco fechados.

– Não importa, se você não fizer nada, vai ficar tudo bem. - Disse ela com uma voz neutra.

A moça veio em direção à Gumball andando com passos barulhentos, ele sentia uma vontade tremenda de sair correndo de lá e conseguir dribla-la, para enfim conseguir sair pela porta. Mas ele aguentou esses instintos e segurou sua ansiedade. A mulher segurou as mãos de Gumball com força e as prendeu com uma fita isolante preta, enquanto fazia isso, ela não parava de olhar para o rosto de Gumball.

– O que foi? Nunca viu um gato antes?

– Não, é que... Você parece muito com... - Há, deixa pra lá, vamos em frente.

Ela guardou o rolo da fita e levou Gumball, sem resistência, mas nervoso, para fora, estava mais frio do que ele esperava, ele sentia o chão gelado e úmido sob seus pés, a moça fechou a porta e o levou para frente.

Gumball segurou o pânico ao ver na estrada um carro fechado de cor prata, com o mesmo veado que ele tinha visto mais cedo. Uma coisa seria acordar em um lugar desconhecido, outra era ser levado de madrugada para algum lugar desconhecido, o clima frio e a escuridão leve o deixava ainda mais assustado. A mulher-amendoim o colocou dentro do carro no banco traseiro, e logo depois entrou pelo mesmo banco ao lado do gato azul. A Amendoim então pegou uma câmera filmadora uma lanterna e uma folha de papel com letras digitadas, ela olhou para Gumball de forma indiferente.

– O que vocês vão fazer? - Perguntou Gumball mantendo a calma.

A Amendoim apontou a lanterna intensa para o rosto de Gumball, deixando impossível de ver o que estava ao redor, depois ela deu para ele a folha de papel, logo em seguida, o jovem ouviu a câmera iniciando gravação.

– Leia o que está escrito. - Disse a Amendoim em sussurro.

Gumball posicionou a folha em frente ao seu peito e olhou para a luz da lanterna.

– "Nicole Watterson.

Estou preso em algum lugar na área rural de Elmore, fui capturado por alguns membros da Corporação Fitzgerald, e caso queira me ver livre novamente deve entregar sob sigilo todas as suas armas e a de seu parceiro Dave Fitzgerald.

Caso não cumpra essa medida, seu filho Gumball Watterson pagará pela sua covardia e..." - Gumball estava prestes a perder o controle e entrar em pânico.

– Fale logo! - Disse ela.

Gumball engoliu em seco.

– "Seu filho será morto da forma mais cruel imaginável...

Seja rápida, seu tempo é curto" - Gumball terminou o papel e entregou com mãos trêmulas à mulher, que desligou a lanterna e logo após a câmera de vídeo. Logo após isso, o carro dirigido pelo veado desconhecido saiu em velocidade seguindo a estrada de terra.

Gumball encostou-se no banco e procurou pensar em outra coisa, qualquer coisa que o tirasse daquela tensão extrema, Penny, seu irmão Darwin, Nicole. Qualquer um. Mas um sentimento de raiva começava a brotar nele. Contra o Alce que lutava ao lado da sua mãe no deserto, era ele quem a tinha levado por aquele caminho, era aquela pessoa que tinha envolvido sua família em um conflito pessoal dele, era por causa dele que Gumball agora estava entre a cruz e a espada. Porém, sua vingança iria esperar, pois ele teria uma pesada madrugada para enfrentar.

– Ele é o culpado disso tudo! - Pensou Gumball, finalmente esquecendo o medo.

Nada como o ódio para espantar seus medos.

...

A manhã do deserto norte-saariano começa com pouco movimento, os ventos que vem do mediterrâneo umedecem o seco ar da Líbia, Nicole acorda ainda meio sonolenta, com uma camiseta branca e uma calça longa de material leve. Ela tira o lençol de cima de si e sente o braço de Dave sobre ela, ela dá um leve sorriso e levanta da cama. Com alguma dor de cabeça, mas inteira. Antes de ir ao banheiro para tomar banho, ela viu em celular, que haviam chegado duas novas mensagens. Ela pegou o celular e abriu as mensagens, uma era de propaganda local, ela apagou e abriu a segunda. A imagem que ela viu, de uma botão de play seguido do seu filho iluminado por uma lanterna a deixou chocada.

– Gumball...

Nicole abriu o vídeo e começou a assistir, casa palavra dele contava algo que a deixava sem opções. Quando o vídeo acabou ela deixou seu celular sobre a mesa e começou a pensar no que fazer. "Entregue suas armas". Esse pensamento labutava na cabeça de Nicole.

– Não podemos roubar aquela pedra.


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