A Pedra do Deserto escrita por Sanguini
Darwin passava a mão no chão com os dedos, ele sentiu um líquido viscoso, levou ao rosto e o cheirou. Era um cheiro forte e lembrava muito água de piscina.
– Isso deve ser clorofórmio. - Disse Darwin limpando as mãos.
– Pra que serve? - Perguntou Penny.
– Se for demais, pode te fazer dormir. - Disse Darwin andando até a calçada.
– Sim, mas no que isso ajuda? - Perguntou Penny o seguindo.
– Basicamente, nada.
Darwin se abaixou e olhou as tiras no chão, eram de pneus comuns, mas grossos demais pra ser de um carro.
– Olha aqui! - Disse Darwin chamando a atenção de Penny.
– O que foi?
– Isso só pode ser de um carro leve, sabe de algum que tenha essa marca de pneu? - Perguntou Darwin pegando seu celular.
Penny olhou com atenção.
– Meu tio já teve um carro com esse padrão. - Disse ela.
Darwin mira a câmera do celular na marca e bate uma foto.
– E agora? - Perguntou Penny.
Darwin pensou no que fazer
– Eu não tenho certeza, era mais fácil fazer isso quando o Gumball tava comigo. - Disse ele.
– Você tem certeza que não quer chamar a polícia? - Perguntou Penny.
– Pra que? Muito provavelmente foi a polícia que sequestrou ele. - Disse Darwin.
Penny sentiu um frio na espinha.
– Bom, antes de tudo eu vou avisar a mamãe do que nós estamos fazendo. - Disse Darwin discando alguns números no celular, depois de alguns segundos, ela atente.
– Alô? Nicole Watterson.
– Oi, mãe. Sou eu, Darwin. - Disse ele.
– Ah, oi filho, eu ia ligar pra vocês mas tive alguns problemas, e então, como está indo? - Perguntou Nicole.
– Bem... Nós tivemos uns probleminhas. - Disse Darwin.
O humor de Nicole mudou.
– O que você dizer com isso? - Perguntou ela.
– Bom, é que hoje de manhã, alguém veio aqui em casa e, bem... digamos que tenha posto Gumball pra dormir. - Disse Darwin sendo o mais eufemista possível.
– Darwin, fale o que aconteceu! - Gritou Nicole.
– Ta bom, alguém veio aqui em casa e sequestrou o Gumball. - Disse Darwin rápido.
– O que!?
– Não se preocupe mãe, eu já estou trabalhando nisso. - Disse Darwin.
– Você? - Disse Nicole com dúvida.
– Claro, eu sei cuidar disso, lembra? - Disse Darwin.
Nicole lembrou quando ela ainda estava em Elmore, ela ficou mais aliviada.
– Tudo bem, eu confio em você. - Disse Nicole.
– E Além do mais, a Penny vai me ajudar. - Disse ele.
– Er... bom, ela também sabe se cuidar. - Disse Nicole um pouco nervosa.
– É, ela vai ser bem útil, e aí, como estão as coisas? - Perguntou Darwin.
Nicole não sabia exatamente o que dizer pra ele.
– Está tudo bem, com certeza nós vamos chegar aí até a semana que vem. - Disse Nicole.
– Ótimo, eu te amo. - Disse ele desligando.
– Tchau... - Disse ela olhando pro telefone um tanto preocupada.
Dave olhou pra ela.
– O que houve? - Perguntou ele.
– Não é nada, problemas pessoais. - Disse ela.
– Ah, o que isso, me diz o que foi. - Disse ele com uma voz tranquilizadora.
Nicole respirou fundo.
– O Gumball foi sequestrado. - Disse Nicole.
– O que? Quem fez isso? - Disse Dave controlando a raiva.
– Eu não sei, mas o pior de tudo, a culpa pode ser minha. - Disse Nicole.
– Esses covardes não conseguem lutar com a gente aqui então tem que apelar pra ir atrás da família... - Disse Dave.
– Não se preocupe, nós vamos resolver isso. - Disse Dave.
– Eu só espero que ele esteja bem. - Disse Nicole um pouco nervosa.
O carro acelerava pela estrada rumo à segunda maior cidade do país, Bengazi, capital rebelde, foi palco de intensos conflitos e batalhas decisivas desde a antiguidade. Finalmente já era possível ver algumas construções e ao longe os prédios, era incrível a capacidade que o povo daquela cidade tinha de conseguir se sustentar mesmo em um país em guerra.
– A cidade mudou muito desde que eu saí. - Disse Dave.
– Sim, depois que a guerra começou, muita gente se mudou pra cá e pra Trípoli, é sempre assim. - Disse o motorista em voz seca.
O motorista adentrou na parte movimentada da cidade, o centro era consideravelmente desenvolvido, o carro seguiu até chegar na frente de um prédio largo, parecia ser uma construção administrativa.
– É aqui que você vão ficar, tomem. - A raposa deu a Dave e Nicole um cartão azul.
– Mostrem isso pros seguranças. - Disse ele
Dave e Nicole saíram do carro empoeirados e com uniformes de guerra e foram em direção ao segurança.
– Em que posso ajudar vocês? - Perguntou ele.
Dave não disse nada e entregou o seu cartão e o de Nicole. O segurança olhou para eles e pegou o seu rádio, ele começou a falar em árabe com alguém, segundos depois alguém chegou.
– Olá, vocês conseguiram chegar, venham, eu vou lhes mostrar o caminho. - Disse o homem.
– Aonde vamos? - Perguntou Nicole.
Ele não disse nada, ambos entraram na construção, era grande e em sua maioria, branca, logo eles perceberam que aquilo era realmente um escritório administrativo, talvez de uma empresa. O casal seguiu o homem até uma porta de madeira, essa porta revelou uma escada que levava ao segundo andar, lá eles entraram em uma sala com uma mesa e algumas pessoas ao redor.
Quando eles entraram, as outras pessoas que estava lá saíram deixando apenas um homem idoso no fim da sala.
– Chest! - Disse Nicole com animação.
– Dave, Nicole! vocês conseguiram chegar bem. - Disse ele cumprimentando-os.
– É, ou quase. - Disse Dave ainda se recuperando da pancada do falso tiro que recebeu.
– Sim, me contaram que você ficaram presos em meio ao cerco de Sirte, infelizmente eles não tem força pra sair de lá. - Disse Chest.
– Sim, então, o que você queria? - Perguntou Dave impaciente.
– Vou falar pra vocês sobre suas missões. Acredito que vocês saibam que é aqui em Bengazi que a Pedra do Deserto está guardada não é? - Perguntou Chest Chest.
– Sim. - Ambos responderam.
– Perfeito, eu preciso que vocês peguem ela e tragam pra mim pra que possa produzir a substância na nuca de Dave.
Dave passa a mão atrás da cabeça.
– Quanto tempo ainda resta? - Perguntou Chest.
– Amanhã será o último dia. - Disse Dave um pouco nervoso.
Chest ficou calado.
– Bem... tenho certeza que você vai conseguir se livrar disso. - Disse ele.
Chest abriu um mapa e uma planta de um prédio.
– O que é isso? - Perguntou Nicole.
– É aqui que a pedra do deserto está, uma construção de proteção situada no centro da cidade, é cheio de mercenários, então tomem bastante cuidado. Você vão entrar primeiramente no prédio, com documentos falsos, assim você poderão entrar no subsolo, exatamente onde a pedra está, quando você a acharem, tragam ela pra cá imediatamente.
Nicole chamou a atenção de Chest.
– Nicole?
– O que tem de tão especial nessa pedra? - Perguntou ela.
– Não sei, ninguém sabe exatamente, aparentemente ela tem poderes quase mágicos. - Disse ele.
Dave ficou pensativo.
– Vocês começam amanhã, tomem, essa é a reserva do hotel, descansem por hoje e voltem aqui amanhã de manhã para a missão. - Disse Chest.
Dave olhou para as reservas.
– Um quarto? - Perguntou Dave.
– Acredito que vocês não vão se incomodar. - Disse Chest
Dave colocou as reservas no bolso.
– Obrigado por terem vindo. - Disse Chest com um sorriso gentil, ele voltou para a mesa e começou a ler alguns papeis.
Dave e Nicole saíram da sala e foram em direção à saída, quando chegaram a calçada, Dave chamou por um táxi levaram eles para o hotel onde foram hospedados pelo Chest.
O quarto não era muito grande, tinha tudo o que um hotel poderia ter, muito parecido com o de Trípoli.
– Bom, mais um dia pesado de trabalho. - Disse Dave rindo.
– Sim, mas finalmente está acabando. - Disse Nicole deitando na cama exausta.
– Ah, não diga isso, até que está sendo bem divertido.
Nicole deu um leve sorriso.
– Sim, eu sei.
...
Enquanto isso, em algum lugar nos subúrbios de Elmore, um jovem gato azul acordava de seu sono, sem lembrar de como chegou a aquele lugar, estava escuro, mas ele conseguia ver algumas coisas.
– Isso... é uma sala de zelador?
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!