Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 18
A.


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei. Desculpas pela demora, semana de prova e falta de tempo para escrever. E como o capitulo não é de ninguém menos do que do Dex, eu demorei mais um pouco.



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–Dexter, sua encomenda chegou.

Bateu Cam a porta.

Revirei os olhos e levantei.

Imagine minha encomenda? O chefão manda Hector seqüestra a sobrinha dele, para atrair seu irmão Ítalo, e quem tem que cuida da peste sou eu. E não tem nem como dizer não! Da ultima vez que tentei me deram um soco de doer na alma. Ou é como ele quer ou é. Mas de provocação não li nem a ficha da guria. Dela eu sei que é garota. Nem o nome eu resolvi aprender. Mas para que eu me importaria? Não vou poder nem falar com ela. Só vamos ficar preso no mesmo quarto. Eu com plena liberdade para sair e ela presa, e dependendo da idade provocando. Mas se falar de mais, eu posso dopá-la. E a chance de ser bonita também é poucas afinal, ela é meio humana, e Ítalo tem a péssima mania de escolher humanas não tão “lindas” assim. Apesar de que algumas humanas superam as sadic com tamanha facilidade que até impressionam. Mas eu tenho que me manter longe de humanas e de sadics de qualquer jeito. Faz parte da maldição.

Maldição que parece ate brincadeira.

Porque eu, Dexter tenho que ter mais feromônios do que os outros sadics? Confesso que isso me salva da irritante da Margaret. Mas muitas garotas legais morreram por ter se apaixonado pelo serial killer sadic Dexter. Não por ter se apaixonado em si, é mais porque eu tenho alguma coisa em que quem me beija morre. É um drama.

–Você esta demorando de mais.

Avisou Cam abrindo a porta. Eu estava terminando de colocar a camisa social. Odeio botões. Mas simplesmente me obrigaram a vesti, com a desculpa é seu uniforme de trabalho. Ara! Se é para trabalhar temos que esta confortáveis. E eu não me sinto confortável em um terno de jeito nenhum.

–Odeio camisas sociais.

–Você odeia tudo que é social.

–É claro! Por isso no mundo ideal todos que tivesse abdomes como o meu não vão usar camisas.

–Ah, vá achando. Seu tanquinho é meu. As outras não devem olhá-lo.

Discordou a ruiva Margarett, aparecendo atrás do Cam. Ele revirou os olhos e eu resistir para não imitá-lo. Eu mereço. Essa é a vingança dos fantasmas. Só pode ser! Prenderam-me a pessoa mais irritante e insuportável do mundo. Mas eu não perco a oportunidade. Ela usou a palavra tanquinho ao invés de abdome. Deu mole.

–É claro que é. Ali ele. Foi seu pai que comprou. Fique disposta a usar quando bem entender!

Avisei, apontando para a maquina de lavar que tinha na lavanderia. O bom humor de Margarett esvaziou que nem água na pia.

–Você me entendeu!

Gritou ela usando o mais fino da alma. Eu preciso de um fone interno urgentemente. Bem rápido. E ele vai ser no volume máximo sempre. Por que não a tímpanos que agüentem os gritos de Margarett.

–Eu tenho que terminar de me arrumar. Vai fazer compras.

Pedi tentando não ser grosso. Afinal, ela ainda era uma garota.

–Ah, Dex, é noite. Eu não faço compras a noite. Mas eu gostaria de ficar com você. Eu posso pedi para meu pai,e ...

–NÃOOO! Eu tenho que trabalhar. Sério. Eu gosto do meu trabalho. Eu amo ele. E eu preciso mesmo que você apresse seus saltinhos. Vá! Bye. Beijinho na bochecha. Agora vai!

Gritei. Quase enlouqueci só de pensar em passa uma noite perto da Margarett. Eu ia ter um ataque esquizofrênico. Imagine, a noite com papos infinitos sobre o quanto ela é maravilhosa, e o que ela comprou à tarde, e a menina chata que esnobou de manhã, e bla,bla,bla. Filha de vilão é dose de conviver. Ainda mais se for total e completamente forçada.

–Então ta.

Concordou ela, saindo saltitante. Como alguém consegue correr com aqueles saltinhos fininhos? É garotas conseguem fazer coisas incríveis em nome de ficarem bonitas. Não é a toa que prefiro as mais despojadas. Um tênis pode me conquistar.

–E eu pensando que aquela criatura que tenta me agarrar toda noite era chata.

–Você ainda não aprendeu o nome dela.

–Eu fico com enxaqueca e esqueço. E na minha cabeça só aparece um Caryn. O que é estranho. Eu não conheço nenhuma Caryn.

–É estranho mesmo.

–E o Alef? Tem noticias dele?

–Não. Sumiu ontem à tarde. Eu quero fazer a mesma coisa.

–Eu também.

–Dexter Garden. Ande logo!

Berrou Hector. Maior desaforo do que colocá-lo como meu superior não existe. É o supremo patrão deve esta de sacanagem com minha cara. Mas um dia irei acertar a fuça do Hector. Bem no meio da cara. Vai ser lindo! Com muito soco, pontapés. Vou fazer dele meu saco de pancadas ambulante. É só ele bobear para ver só.

–To indo.

Gritei de volta, ajeitando o terno. Cam estava quase tendo um ataque de riso. Para ele é fácil. É só o lobo alfa supremo. Ninguém manda nele. Nem o patrão. Que dizer o patrão manda. Mas não é algo de respeito, é mais obrigado mesmo. Tirando isso, controlar o Cam é impossível.

–Cam, não faça nada com meu quarto, tá? Nada de festinha, orgia, ou jantar romântico. Nem balada. Não ouse me fazer uma balada. Ou você vai ver o que sou eu furioso.

Ameacei fechando a porta. Não ia adiantar, mas eu depois poderia desestressar em um treino com um worf.

A tortura começou quando comecei a percorrer o corredor. Garotas paravam, assoviava, uma desmaiou quase que em cima de mim. Chagar no pátio do jardim foi um alivio.

Estavam tirando um garota adolescente da BMW preta.

Hector sorria no mínimo satisfeito.

–Demorou. Se a garota acorda-se antes de você chegar perderia a graça.

–O que perderia a graça?

Perguntei a Hector desconfiado.

No exato momento a menina levantou. Encarou todos com um ódio tão gigantesco que era ate assustador. Tirando isso. Eu confesso. Ela é linda. Tipo. Linda de mais da conta. O cabelo curto platinado, a pele branca rosada parecia ser de porcelana de tão perfeita, olhos azuis ornamentados por cílios longos e grossos, e a boca rosada. Mesmo em sua expressão de fúria, consegui vê algo que me atraia nela. Não sei o que? Era tão humana e tão sadic ao mesmo tempo.

A garota me encarou de cima a baixo. Depois semicerrou os olhos.

–Vocês estão brincando com minha cara,não?

Perguntou ela para o Hector.

–Não gostou da surpresa?

Perguntou Hector com doses e doses de ironia.

A garota nem se abalou. Abriu um sorriso sarcástico e cheia de veneno disse:

–Adorei. Quem foi o idiota que pensou nela? Você? Ou foi o Drakon? Eu tenho que mandar meus agradecimentos. Ele acabou de me garanti uma noite bem divertida. Imagine, eu e Dexter, fazendo companhia um ao outro a noite toda.

–Perdão, nós conhecemos?

Perguntei confuso. Pelo tom da voz dela, parecia que ela conhecia a todos os presentes. E não gostava de ninguém. Mas apesar dela ser família, eu não consigo lembrar onde a vi.

–Não Dexter. Não nos conhecemos. Você só me disse que me amava depois de eu tentar te matar com um castiçal.

Respondeu ela. Aquilo só poderia ser ironia. Muita ironia.

–Você tentou matar ele com um castiçal? Gosto mais de você agora.

Avisou o Hector impressionado.

Agora eles estão tentando me confundir. Só pode ser. Ou todos enlouqueceram e eu fui o único que sobrou sã. Essa e a explicação! Ou é conspiração contra mim.

–Vamos deixar de papo fiado. Leve-a para seus aposentos Dexter. Não sai de lá até o chefão mandar.

Ordenou Hector. Suspirei. Acho que mereço isso. Um chefe que odeio, e uma garota que me odeia sem motivo aparente. É. Eu mereço.

+++++*+++++

–Quer alguma coisa?

Perguntei para quebrar aquele silencio constrangedor.

–Sair daqui.

Respondeu a garota olhando para as próprias mãos. Ela estava claramente desconfortável. Em uma situação dessas, eu também estaria.

–Isso você não pode.

Avisei tentando passa-lhes conforto.

A garota sorriu torto.

–Posso saber seu nome?

Perguntei, sentando em um pufe.

–Já deveria saber meu nome.

Respondeu levantando uma das sobrancelhas.

–Tem razão.

Ficamos em silencio.

–Você fica bonito assim, de terno.

–Obrigado. Você também é muito encantadora.

–Mesmo soltando veneno quando cheguei? Você não é tão compreensivo, Dexter. Pelo menos não foi tão compreensivo.

–Do que esta falando?

–Não importa.

–Você faz isso muito? Corta os assuntos pela metade.

–Eu desconverso. É o que eu faço.

Respondeu ela, deitando no sofá. Parecia bem preocupada.

–Vocês não estão sentindo falta do Alef,não?

Perguntou depois de mais um longo tempo.

Como ela sabia do Alef? E que ele esta sumido? Ah não ser que Ítalo tenha seqüestrado o Alef. Mas porque o Ítalo seqüestraria o Alef? Não faz sentido.

–Como você...

–Ele esta com minha irmã.

Respondeu ela, sentando. Seu cabelo prata ficou uma bagunça. Ela ficou lindinha.

–Sua irmã? Quem é sua irmã? E porque o Alef estaria com sua irmã?

–Beverly. Não lembra nem da Bev? Alef tem uma ligação louca com ela. É super apaixonado. Como você não se lembra disso? Não! É claro que não lembra! Sofreu algum tipo de lavagem cerebral.

–Não sofri não!

–Quem sofre não sabe que sofreu. E não vai lembrar que é uma vitima. Ou não.

Discordou ela sorrindo. Parecia algum tipo de piada interna. E pelo amor de Deus! Porque e quem me faria uma lavagem cerebral? A idéia é ridícula. Só e simplesmente ridícula.

–Ah, seu irmão mais novo estar desacordado junto da minha meia irmã, depois de uma tentativa fútil de assassinato.

Avisou ela.

–O que?

Gritei. Que confusa é essa? Uma parte da minha mente gritava que eu tinha que lembrar e acreditar nela, a outra gritava que a filha de Ítalo não batia bem da cabeça, e deveria ser ignorada.

–É uma longa historia. Pergunta para o Alef quando ele acordar. Se ele acordar.

–Garota você esta me confundindo.

–E eu consigo te confundir? Você sempre pensar e fala mais rápido. Ou isso também é efeito de terem apagado suas memórias? A propósito sabia que você vai bem provavelmente ser tio. Minha irmã Caryn, deve esta bem provavelmente grávida de seu irmão. Estranho não? Ser tio aos vinte anos. Mas e o que você acha disso? De ser pai. Ah, a propósito...Conheci seu pai. Ele é tio da Bev, sua bem provavelmente cunhada. Engraçado né? Eu ter uma meia irmã, que tem minha idade. Sadic demoram mesmo doze meses para nascer?

–Esta fazendo isso de propósito? Dando-me tantas informações? Para me confundir?

–Não. Para você dizer que já sabia quando voltar a ser o Dexter irônico e apaixonante que eu conheci no domingo passado. E com quem eu dancei em um restaurante em Tóquio. E que fez uma nevasca só para mim. Esse é o Dexter. O Dexter que chorou na morte de Aaron. Que me abandonou no dia seguinte. E que disse que me amava antes de ir embora. De quem eu sinto muito ódio agora. Principalmente por não se lembrar de mim. E não saber pelo menos meu nome. E que agora eu estou desabafando e ele me olha como se eu fosse louca. Mas acho que estou ficando louca mesmo. E eu... eu estou confusa. Eu não sei se choro copiosamente ou se giro e tento te matar com um garfo de plástico. Mas você ficaria com raiva de mim. Igual na vez que te mordi. Ou quando te ataquei com um castiçal. O engraçado é que você só estava sendo prestativo. E eu queria apenas não me magoar. Mas olha no que deu. Você nem se lembra de mim.

Respondeu ela, estava tentando não chorar.

Não sei como, mas estava doendo em mim. Não era para ser assim. Estava errado. Tudo muito errado.

Eu tinha que conhecê-la.

Era uma obrigação. Eu quero saber quem é ela? Quem era a garota que uma hora é irônica, outra é sensível a ponto de chorar que estava a minha frente. Era uma necessidade.

Uma letra veio em minha mente. A . Porque um A? O nome dela poderia começar com um A.

–Começa com A?

Perguntei, o único jeito de saber.

–É começa com A.

–Anna?

–Não.

–Ahannah?

–Deus que me livre

–Amy? Anne? Amanda? Aisha? .

–Eu não tenho tanta sorte. Nem de longe. Eca! E não.

–Segunda letra por favor.

–N.

–E não é Anna?

–Não.

–Terceira!

–G.

–Ang?

–Não.

–Angela.

–Nem. Ta quase lá.

–Já sei! Angelina.

–NÃOOOO.

–Angélica?

–Não.

–Significado.

–É anjo em inglês.

Respondeu ela.

Minha boca se abriu.

Angel? O nome dela era Angel? Foi como se tivessem me dando a chave de uma parte escura da minha mente.

Minha Angel.

Ali, em minha frente.

Estendi a mão para tocá-la.

–Agora você se lembra de mim?

Perguntou ela incrédula sorrindo. Aquele sorriso valia à pena.

A Angel me abraçou fortemente.

Suspirei . Ali estava tudo o que eu preciso. Da Angel. Só da Angel, e de sua incrível capacidade de mudar de humor rapidamente.

Foi quando aplausos irônicos se formaram atrás de nós.

–Mas o que...

Angel desmaiou tão rápido que não completou sua frase. Logo depois, foi minha vez.


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