Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 17
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Desculpas pela demora. Fiquei super sem tempo.



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–Ela vai ficar bem?

Perguntou Caryn copiosamente chorosa para Elijah, o medico sadic que meu pai contratou para cuidar de Bev e Alef. O nariz e os olhos de Caryn estavam vermelhos de tanto que ela chorou. Mas quem não ficava abalado toda vez que via minha irmã em uma cama, presa a vários fios que monitoravam sua saúde. Algumas horas ela piorava, outras melhorava. Era uma tortura. Ninguém queria perder a Beverly. E conseqüentemente nem o Alef. Ainda mais porque ele passa mais parte do seu tempo livre e não livre salvando ela. Mas toda vez que ela melhorava um pouco só, quando piorava era pra valer. E estamos com medo de que seja uma infecção. Das bem graves. Ítalo não deixou nem eu, nem a Caryn ver o ferimento. Mas a cara de desolação dele dizia que estava muito grave.

–Acho que ela se recupera. Já passou por coisas piores.

Respondeu Elijah. Ítalo o lançou um olhar de repreensão que eu não entendi. O que a Bev pode ter passado que foi pior do que um copa bem induzido, e uma infecção medonha? Nada. Nem aquela mordida de zumbi a deixou em coma por tanto tempo. Vinte quatro horas exatamente.

–O que foi que ela passou de pior?

Perguntei curiosa.

–Quase morreu.

Respondeu Elijah. Ele me lembrava o Dexter. Muito. Era tipo os mesmos olhos verdes intensos que pareciam vasculhar a alma, o mesmo queixo e o mesmo cabelo preto sedoso e bagunçado. Se o Dexter fosse um pouquinho mais velho e manter se a barba, eles seriam praticamente irmãos.

–Ela esta quase morrendo.

Afirmei, ignorando os detalhes da aparecia de Elijah.

–Você não contou a elas?

Perguntou ele ao meu pai que cerrou os punhos.

–Não agora Elijah.

Rosnou Ítalo. Tive a impressão de que algo estava sendo escondido de nos. Algo bem grande.

–O que?

Perguntei novamente. Olhando para meu pai e para Elijah. Ítalo parecia que a qualquer momento iria dar um murro em Elijah. Um murro só não. Vários.

–Não ouse Elijah...

Ameaçou Ítalo. Elijah sorriu igual ao Dexter. Serinho mesmo. Era uma copia idêntica. Eu acho que não gosto da presença dele. Ele poderia muito bem ser o irmão mais velho perdido do Dexter. Vai que ele tem um irmão mais velho perdido e não me contou. Dexter nunca me conta nada mesmo.

–Ousar o que?

Perguntou Caryn entrando na conversa. Acho que gostei da a manifestação dela. Tipo, mais uma apoiadora do time curiosas que necessitam de informação.

–Isso não é assunto para agora.

Rosnou Ítalo se excedendo. O que era estranho. Ele conseguia demonstrar suas emoções, mas não era explosivo. Conseguia controlar-las muito bem. Era algo Bev com uma mistura bem Angel e um toque de Caryn. Ítalo só não é o cara mais sincero do mundo. Mas é o mais intenso. Só perde para a Beverly.

–Não sabem mesmo. Não deveria esconder de suas filhas o imenso detalhe sobre a meia irmã delas.

Esnobou Elijah colocando as mãos no bolso. Eu estava já desistindo e indo assistir o Logan Lerman em ação mas quando ele falou em meia irmã.Meu cérebro tipo vôo em todas as informações em que ele armazenará e não tinha nenhuma meia irmã nos arquivos.

–Não temos meias irmãs.

Afirmei tão certa quanto o sol quando nasce a manhã.

Elijah soltou uma gargalhada estrondosa. Alta e até irônica também. Coloquei as mãos no bolso e franzi a testa. Mas o que estava acontecendo aqui? Agora vou perturbar todo mundo até me contarem.

–Como assim?

Perguntei cautelosamente e lentamente.

–Angel agora não!

Ordenou Ítalo. É tive certeza. Ele estava escondendo algo de mim e de Caryn. Mas o que poderia ser? Ítalo nunca iria me contar, então eu vou apelar pela oposição.

–Elijah.

Implorei com voz meiga fazendo à bonitinha. Olha só eu sendo falsa. O mundo da voltas mesmo.

–Não conte.

Rosnou Ítalo.

–Elas vão saber mais cedo ou mais tarde.

–De que?

Reperguntei. Essa pressão vai me levar até algum lugar. Eu sei que vai.

–Eu posso contar.

–Não comece Adrian.

Ameaçou meu pai ferozmente. Ele estava transpirando fúria. A pupila dilatava tão rapidamente que eu estava até ficando zonza.

–Não...Eu não agüento mais isso! Toda hora alguém vem com alguma coisa nova. Quem é a meia irmã?

Gritei exasperada. Eu não sou do tipo que pega leve. E se não queriam me contar por bem. Contariam por mal.

–Que droga! Despertou a curiosidade dela. Muito bonito Elijah. Você nunca se cansa daquela maldita vingança. Eu não matei sua irmã.

–Você não. Não diretamente. Mas a garota que dorme ali fez isso por você.

–Gente do que vocês estão falando?

Perguntou Caryn confusa. Não a culpo. Estávamos na meia irmã que não conheço e agora estamos na irmã de Elijah. É Ítalo sabe desconversar bonitinho.

–Sua irmã tentou matá-la primeiro!

Gritou Ítalo de volta enfurecido. Se sadics não fosse bons de briga daria tempo até para uma pipoca.

–A Bev não seria capaz de machucar uma mosca.

Afirmou Bonnie entrando na discussão.

–Não! Uma mosca ela não seria. Mas matou a própria mãe quando nasceu.

Gritou Elijah. Meu pai deu um murro nele tão rápido e tão forte, que só ouvi um barulho de algo quebrando e logo depois sangue jorrar do nariz de Elijah. Meu pai tinha dado um soco nele. E quebrado o nariz do Elijah. Meu Deus! É meu pai mesmo. Mas quem manda falar da filha dos outros tamanhos absurdos. Imagine a Bev, minha meia irmã? Só que não mesmo. Se somos trigêmeas? Como ela seria minha meia irmã? I-M-P-O-S-S-I-V-E-L.

–A Ivy foi descuidada. Eu avisei que seria uma gravidez de risco. Ela não quis me ouvi! Eu acompanhava e cuidava dela enquanto você estava todo zangado para o nosso lado.

Defendeu-se meu pai, girando o pulso. Talvez preparando outro soco.

–Você teria cuidado melhor se não tivesse com a humana.

–Quando eu descobri que a Ivy estava grávida, eu já estava com a Antonieta.

–Quem é Ivy?

Perguntei voltando ao assunto.

–A mãe biológica da Bev.

Respondeu Alijah em um sorriso torto. Esse cara é louco. Tenho certeza. É pirado na batatinha. Lelezinhinho da cuca. Precisa de um sanatório.

–Mas a mãe biológica da Bev, é a minha mãe.

Afirmei sorrindo torto. Esta certa é tão bom.

–Não, querida. Vocês são gêmeas. Você e a Caryn. A Bev foi o grande bônus.

Discordou Ítalo. Meu cérebro não processou direito. Eu acho que estar todo mundo enlouquecendo. Imagine. Só a Caryn ser minha irmã? Loucura. Muita loucura. Todo mundo precisando de psiquiatra.

–Como assim?

Perguntou Caryn caindo na conversa desse bando de sadics louco.

–A Bev é sua irmã apenas por parte de pai.

Explicou meu Bonnie.

Ok. Na Bonnie eu acredito. Porque a Bonnie não tem motivo para menti para mim. É algo simples. Eu confio nela. Só e somente. E se a Bonnie esta dizendo que a Bev é minha meia irma, a Bev deve ser minha meia irmã. A ficha caiu logicamente. E com a ficha caída apareceu à raiva. Aquela raiva pura e genuína que tenho quando mentem para mim. E pior. Mentiram para mim e para a Bev. Droga! Se ela acordar, vai acordar com uma bomba em seu colo. Tipo, vão dizer para ela. Sabe aquela mulher que te criou e disse que era sua mãe? Ela não é sua mãe. Suas irmãs não são suas irmãs. E sua vida foi uma grande e gigantesca mentira. Ah, e antes que você pergunte, sua mãe biológica morreu quando você nasceu. Mas que merda! Droga! Esse povo precisa parar de mentir. Eles vivem piorando tudo. Isso sem contar é claro que a Bev tem a mesma idade que eu e a Caryn. Ou seja? Ela foi concebida fora de um relacionamento. Ou meu pai é muito cara de pau e se manteve em dois relacionamentos ao mesmo tempo. O que bem provavelmente foi o que aconteceu.

–Você traiu a mamãe? Mas isso é tão baixo! Imagine manter dois relacionamentos ao meso tempo.

Acusei sem dó nem piedade.

–Não! Eu não trair sua mãe. Eu não a trairia.

Discordou meu pai. A fúria dele estava piorando por minuto. E eu não tenho o menor medo de touro bravo. E não fujo de uma luta.

–E como você explica a Bev não ser minha irmã? Biológica. Por que ela ainda é minha irmã de coração.

Perguntei no mesmo tom. Coloquei a mão na cintura.

–Meia irmã.

Corrigiu Adrian desnecessariamente. Vou ainda da um jeito de da um soco em um sadic. Um bem forte. Quando o Dexter foi embora, soquei a cara dele. A única coisa que consegui foi uma dor insuportável na mão. Sadics tem a pele macia, mas os ossos e cartilagens são muito resistentes.

–Eu estava com a Ivy. Terminamos e eu conheci sua mãe.

Explicou Ítalo rapidamente. Não ajudou e piorou por ter me deixado confusa. Como é que nascemos no mesmo tempo? Porque que a Bev tem quinze anos é algo bem comprovado. A não ser que tenham mentido a idade dela também. E aí já é de mais. Já é motivo para escândalo, muitos gritos, murros e pontapés.

–E como nascemos na mesma época? Explique isso. A não ser que você tenha dado um pulo na cerca.

Pressionei levantando um pouco o queixo. Encarar Ítalo de frente estava um pouco difícil. Ele era mais alto do que eu. Mas quem não é mais alto do que eu aqui?

–Ara! Mais será? A situação é que uma gestação sadic demora mais do que uma gestação humana. A gestação humana é nove meses. A sadic é doze. Mas a Bev nasceu prematura. Três meses antes do previsto.

–Culpa sua...

–Eu não mandei ela tentar um aborto.

–Não!

Gritei horrorizada. Piora por minuto. Um aborto? Pelo Amor de Deus. Que mundo é esse?

–U..um..a..abo..bo..abort...Um aborto?

Gaguejou a Caryn. Se ela queria antes tomar a pílula ultima solução agora ela fugiria dele. Em respeito ao feto sobrevivente Beverly Blood, que por sorte conseguiu chegar aos quinze inteira e perfeita.

–Infelizmente.

Balançou a cabeça meu pai. Sua raiva agora era super dirigida a Elijah.

–Mas porque?

Perguntou Bonnie. Pelo jeito nem ela sabia dessa.

–O garanhão caiu fora do barco.

–Mentira descabida e cabeluda em uma hora dessas Elijah. Ou você esqueceu quem era o “garanhão” que estava se desdobrando para cuidar da sua prole aqui fui eu? Olha seu filho. Nem sabe que você existe e esta do outro lado.

–Não vamos falar sobre o Dexter de novo.

–Como não?Se for falar de pular o barco aqui. O maior exemplo é você.

–Você é o pai do Dexter?

Perguntei com mais raiva. Elijah pai do Dexter? Meu Deus. Mas que família problemática e complicada é essa. A Bev, é minha meia irmã, o Elijah é tio materno da Bervely e o Dexter é filho de Elijah.

–Ah Jesus dos crentes. Mais que familiazinha complicada foram me arrumar. O que falta? Eu ser adotada?

–Não foi Caryn. Tire isso da sua cabeça!

Ordenou meu pai. Eu já estava achando isso também. Era o que faltava.

–Mas voltando? Você é o pai do Cam também?

Perguntou Caryn.É claro que ela perguntaria.

–Não. Infelizmente.

–E do Alef?

–Também não.

–E quem são os pais deles?

Perguntou Caryn com o mesmo nível de interesse que eu.

–E eu que tenho que saber?

–Ciúmes de uma morta.

Ironizou Adrian balançando a cabeça.

–Sabe que não deveria dizer isso da mãe de outras pessoas?

Perguntei irritada para o Adrian. Ele se escondeu nas sombras. Medroso de mais da conta. Enquanto meu pai enfrenta tudo de frente, Adrian passa mais tempo fugindo.

–Já contou para a mamãe?

Perguntou Caryn. Como se a mamãe não soubesse que a Bev é adotada por parte dela. O que é muito estranha. Quem adota o filho de outra mulher para criar-lo com seus filhos? Minha mãe fez isso. É algo respeitável. Eu não confiaria a meu pai nem um grampo de cabelo, quanto mais um bebe prematuro.

–Claro que sua mãe sabe!

Afirmou meu pai com ar de ofensa.

–Essas mentiras estão me deixando tonta. Tem algo de verdade em nossa historia? Algo não escondido? Por que eu quero me enfurecer logo de vez.

Pedi um pouco irritada.

–Esta vendo o que foi me arranjar?

Perguntou Ítalo ao Elijah que deu de ombros.

–Quem fez ela foi você. Que inventou as mentiras também foi você! As responsabilidades são todas suas.

Culpo-o Elijah.

–Vou pegar leve. Assim que a Bev acordar você vai contar para ela toda a verdade. A história toda. Desde o inicio e com detalhes.

Ordenei ao Ítalo, que gargalhou.

–Não vou fazer isso!

Avisou ele.

Cruzei os braços, e franzi o cenho.

–Então eu faço!

Avisei furiosa. Imagine perder a chance de contar a verdade. Mesmo que ela machuque e vá fazer a Bev chorar ate não poder mais. Mas é melhor ela fazer agora do que depois. E ela tem esse direito.

–Não vai não.

Discordou Ítalo.

–É claro que vou. Ela tem direito de saber a verdade. É a vida dela, e a historia dela que esta em jogo! Só e somente isso. E se você não contar. Eu conto.

–Não vai contar.

–Só se me deixar cega, muda e surda. Aí eu vou pensar nisso.

–Isso não tem a ver com você!

–É claro que tem! É a vida da minha irmã droga! Eu não gosto que mintam para mim e nem para os meus.

–Você não pode contar nada que não saiba da historia completa.

–Veremos!

Gritei furiosa. Meu pai deve ser muito egoísta. Marchei furiosa para o meu quarto. Agora essa. Menti e não quer falar a verdade.

–Angel, abre a porta.

Ordenou ele, quase fazendo um buraco em minha porta.

–Lição básica de paternidade: quando a filha irritada bate a bota quer dizer: cai fora!

–E lição básica de como agir aqui: se eu quero que você abra a porta e você abre!

Gritou ele, esmurrando mais minha porta. Já estava formando um buraco dos punhos dele. Mas pra mim tanto faz.

–Vá achando!

Gritei furiosa de volta.

Pelo espelho que tinha em meu quarto vi uma figura atrás de mim. O loiro de olhos dourados era muito conhecido. Droga! Hector. Como foi que ele entrou aqui? E eu pensando que não poderia piorar. Antes que eu pudesse pensar em gritar, Hector apertou um pano contra o meu nariz. Em poucos minutos o mundo escureceu.


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