Sonhadora de estante escrita por contadora de estorias


Capítulo 9
O grande final de semana!




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Eu estava deitada na cama curtindo os últimos minutos de sossego quando eu ouvi o som da porta sendo destrancada, logo imaginei que fosse meu pai e Angel, porem era minha mãe chegando cheia de compras.

—Seu pai já chegou? —Ela colocou as sacolas sobre a mesa.

—Ainda não. —Eu mexi nas sacolas. —Nossa eu amo esse chocolate! —Peguei o pacote do delicioso chocolate recheado de caramelo.

—Sua prima também, deixa isso ai. —Ela tomou a embalagem das minhas mãos. –Agora me ajude a guardar essas coisas, rápido!

—Ta bom, ta bom...

—E sem reclamar! —Ela fez cara feia.

Então eu fui forçada a guardar todas aquelas guloseimas maravilhosas sem poder comer nem uma... Quando terminei minha mãe me chamou para contar uma coisa.

—Sua prima irá dormir na sua cama e você fica no chão, espero que entenda já que o quarto de hospedes está uma zona... —Ela carregava um colchão dobrado.

—E eu vou ter que dormir nisso? O chão é mais confortável... —Cruzei os braços.

—Então durma. —Ela se virou como se fosse levar o colchão de volta.

—Eu estou brincando. —Eu peguei o colchão das mãos dela.

—Ótimo, leve-o para o quarto e arrume tudo.

Angel ainda nem chegou e eu já estou sendo escravizada, levei e arrumei o colchão no quarto próximo à estante de livros depois tomei banho e vesti meu pijama rosa.

—Seu pai está demorando né? —Minha mãe olhava impaciente pela janela.

—Está mesmo, ele foi buscá-la em casa? —O sol já se punha e contando a distancia de ida e da volta e a hora que ele saiu já devia ter voltado.

—Sim, os pais dela não podem a trazer, você sabe eles estão se preparando para a chegada do bebê. –Ela continuava apreensiva na frente da janela.

—Ah, é verdade... É por isso que ela vem para cá?

—Sim.

—Aaaaaaaah... —Tudo fazia sentido agora.

Demorou mais alguns minutos ate meu pai chegar e com ele obviamente estava Angel, sete anos e como o nome sugeria uma carinha de anjo, mas de anjo essa pestinha só tem a cara e mal chegou a casa já começou suas manhas e falou mal do meu quarto.

—Que quarto sem graça, parece mais uma biblioteca com uma cama no meio... —Ela jogou sua mochila na minha cama e foi mexer nos meus livros.

—Ei, ei quem te deu permissão pra mexer nas minhas coisas?! —Fiquei a sua frente.

—Meu tio...

—Ele não deu não.

—Mas irá deixar quando eu falar pra ele que você me ameaçou. —Ela pôs as mãos nos quadris e fez aquela típica cara de peste dela.

—Não comece, por favor, peço apenas que fique longe das minhas coisas, principalmente dos meus livros. —Não havia nada que eu pudesse fazer alem de obedecer aos caprichos dela.

—Você não tem jeito mesmo... —Ela falou com desdém.

—O que quer dizer?

—Você entendeu se veste e age como uma criança... —Ela me olhou com um ar de superioridade.

—Você tem tanta certeza assim porque uma criança reconhece outra. —Eu expressei um pequeno sorriso e retribui o olhar lançado.

—Eu sou uma criança sim, porem não estou fora da idade... —Ela também sorriu.

—Quer saber esqueça, eu só me complicaria discutindo com uma pirralha... —Mantive a expressão e continuei firme, realmente não devo me abalar com o que uma criança diz. —Agora se me da licença...

Sai do quarto carregando minha mochila, pois tinha muito dever a fazer. Sentei na cadeira do canto da mesa próxima a que meu pai costuma sentar, aliás, ele estava sentando reclamando para minha mãe sobre o transito que pegou enquanto ela enchia a mesa das guloseimas que havia comprado mais cedo.

—Elizabeth tire essa coisa da mesa... —Ela me olhava com os fulminando em um tom escarlate e segurava uma travessa com algum tipo de carne recheada.

—Desculpe! —Tirei a mochila da mesa e coloquei na cadeira ao lado.

Minha mãe terminou de pôr a mesa e foi falar com Angel enquanto as duas riam, eu estava enlouquecendo graças à lição de matemática. Apoiei a cabeça em uma das mãos e comecei a suspirar olhando o caderno.

—Quer ajuda? —Meu pai olhou para mim e depois passou os olhos pelo caderno.

—Sim. —Meu pai é muito bom em matemática é uma pena que eu não tenha puxado isso dele.

—Deixe me ver... —Ele puxou o caderno para próximo dele. —Isso é fácil.

—Pro senhor sim... —Eu suspirei.

—Preste atenção! —Ele me deu peteleco na testa.

—Ai...

Então ele começou a explicar a matéria e quando eu estava começando a entender a pestinha da Angel começou a falar dos “problemas” de matemática que ela soluciona sozinha e bem como sempre meu pai esqueceu-se do mundo e começou a dar atenção a pequena. Em pouco tempo minha mãe me “pediu gentilmente” que retirasse os cadernos da mesa para que pudéssemos jantar.

Enquanto jantávamos, eu parecia aquelas visitas que ficam sem jeito perto da calorosa família, pois Angel mesmo tendo passado entorno desde que viu meus pais pela ultima vez estava muito confortável e falava bastante mais do que qualquer um ali.

Depois do jantar Angel continuava com seu show de fofura e eu continuava excluída então resolvi ler alguma coisa. Fui ao meu quarto procurei algo para ler peguei um de terror e me joguei na cama esquecendo que as coisas da Angel lá estavam e as derrubei por sorte nada se quebrou.

Ao recolher os pertences que haviam se espalhado no chão achei um pequeno diário que tinha um cadeadinho, eu já havia tido um daqueles era bem fácil violar o cadeado então eu não me contive o abri e já na primeira pagina tinha números de emergência e na segunda números da família e nas folhas seguintes alguns dados.

—O que é só uma agenda... —Fechei o caderno decepcionada e foi ai que notei que no meio do caderno tinha algo.

Eu puxei o pequeno volume e vi algumas fotos dos pais dela e uma carta anexada a um desenho, o desenho era algo simples o nível normal de uma criança de sete e ele representava a família. Meu tio estava abraçando minha tia e Angel estava no meio do abraço todos sorriam, mas o que poderia ter de tão errado naquele desenho fofo? A resposta é “ao ser questionada pela professora sobre a ausência do seu irmão que está prestes a nascer Angel falou de forma irritada e grossa dizendo que não tem nem nunca terá um irmão e que se algum dia algum ‘bastardo’ surgir em sua casa ela o jogará no lixo e depois ela falou mais algumas palavras de baixo calão[...]”

—Quem diria que ela mostraria as garrinhas? Haha isso vale ouro, ou melhor, é como se fosse uma carta de alforria. Vou manter isso comigo e é melhor que Angel me obedeça ou então ela estará encrencada... —Tranquei a agendinha de novo e pus tudo no lugar e fui começar minha tão esperada vingança. —Angel pode vir aqui por um minuto?


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