Lua e Sol escrita por Tiny Ms


Capítulo 19
Fique tranquila


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito para postar, me perdoem!! Mas aqui estou eu !! Espero que tenham curtido esses dias, estava em um bloqueio criativo ( triste ).



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O dia estava lindo, ensolarado, mas não muito quente. Sr. Lucio conseguiu deixar tudo pronto na noite anterior e bastou ligar para seus funcionários que tudo iria funcionar conforme o planejado. Lua acordou bem cedo, havia esquecido de comprar os itens da decoração, então resolveu ir no shopping comprar algumas coisas. Todos acordaram animados, primeiro dia de trabalho; Augusta estava nervosa, sabia que tudo daria certo, mas mesmo assim pensou que ninguém iria comprar nada, estava nervosa, pois trabalhar assim era um sonho e não queria que nada atrapalhasse. A família de Marcos estava chegando, Sol arrumou a casa e deixou seu quarto pronto para as visitas, tudo fluía de acordo com o plano.

Ao passar em frente uma loja de artes, Lua viu um quadro, as cores lhe chamaram atenção, azul era sua cor favorita e as imagens combinavam com o ambiente do quiosque, acabou comprando ele e mais dois outros quadros, seu pai iria adorar, pensou. Comprou também alguns vasos de plantas, espelhos e artesanatos; Sol não usava muitos vestidos, mas Lua encontrou um que combinava muito com a personalidade da namorada e comprou também. Chamou um táxi para levar as coisas que comprara e no caminho de volta, ela sentira um pressentimento estranho, como se algo fosse dar errado, tentou afastar aquilo, mas a cada tentativa, o pensamento voltava ainda mais forte, desceu na frente do quiosque e viu todo mundo empenhado, a primeira vista parecia tudo bem.

–Pai, trouxe as coisas.
–Oi minha filha -respondeu Lucio - Vamos ver o que você comprou.
–Ah tudo muito simples, pai. Mas acho que vai gostar. -Lua mostrou pra ele os itens que comprara, mas esqueceu do quadro principal, por causa da correria Sr.Lucio teve que parar de analisar as compras e resolver um problema no orçamento dos produtos; Luana arrumou o quiosque, deixando - o muito mais bonito e harmonioso.

Quando Sol chegou ela estava acompanhada do amigo,Marcos,Lua não gostou de ver ele ao lado dela, mas não poderia reclamar, afinal era dia de festa.
Marcos estava mais conformado, porém ainda queria ficar com Sol, ao ver o colar que ela usava sentiu se envergonhado pelo presente que comprara para a amiga, "o que era um colar de concha comparado a aquela jóia linda que ela usava? ", pensou. Resolveu então guardar o presente para mais tarde.

– Sol, comprei um vestido pra você usar hoje!! Quer ver? - Disse Lua indo em direção a amada.
–Amor, não precisava se preocupar...
–Relaxa foi baratinho, só queria que estivéssemos combinando na festa, vou estar de vestido branco também.
–Sendo assim, onde ele está?
–Pega ele na mochila!- Respondeu Lua apontando onde a mochila estava.

–Oi Marcos! Seja bem vindo de novo... -Disse Lua com ironia.
–Obrigado Luana, sempre me sentirei bem vindo... Colar lindo o que a Sol está usando... -Respondeu Marcos debochado.
–Eu sempre darei o melhor para minha NAMORADA. -Era visível a rivalidade entre eles, não que Lua se sentia ameaçada, mas nunca foi com a cara de Marcos.

Elas voltaram para casa, afim de almoçar e se trocar, Augusta já estava ajudando na preparação das comidas, era preciso deixar tudo pré preparado, principalmente o que eles sabiam que venderiam. Mas algo ruim começou a preocupar ela,Sr. Lucio estava muito vermelho e de cinco em cinco minutos parava para respirar.

– Lucio, está tudo bem? -Perguntou Augusta aflita.
–Estou bem sim, fique tranquila, é apenas a ansiedade.
–Fica calmo, vai dar tudo certo, quer ir pra casa e voltar na hora? Eu cuido de tudo!
–Não, não precisa estou bem, consigo ficar aqui.

Lucio já estava com uma idade preocupante, há anos que não participava de tanta coisa empolgante, Verônica sempre o criticou por não viver o suficiente para ser um homem experiente, mas fazer tudo ao mesmo tempo também não era bom, ainda mais quando não ia ao médico com frequência. Lua sempre dizia :" pai vamos ao médico ver se estamos bem", mas ele era teimoso, dizia que não precisava de médicos, que foram os médicos que mataram a mãe dela, que foram os médicos que disseram que ele tinha que se aposentar por conta da perna machucada, quando ele já estava bem para continuar trabalhando. " Nenhum médico vai dizer o que eu posso ou não fazer agora", ele dizia. Infelizmente, não tinha jeito, ele não iria se cuidar. Augusta deixou que ele ficasse lá, mas ficou de olho, se ele não melhorasse, ela o levaria para o hospital.

Quando chegou em casa, Sol e Marcos, decidiram ir a praia mergulhar um pouco, Betânia e Marcelo, estavam conhecendo uns lugares, mais tarde todos se encontrariam na praia onde o quiosque ficava.

–Sol... Você e Lua é tipo... Pra sempre? -Perguntou Marcos sentando na areia olhando Sol nadar.

–Eu espero que sim! -Gritou Sol. - Mas se acabar, nunca vai ter um fim.. Entende?
–Acho que sim... - Respondeu Marcos claramente triste.
–Diz no que você tanto pensa?! - Perguntou Sol tentando desviar o assunto.
– Não quero falar...
–Vai cara.. Desabafa! -Brincou Sol saindo do mar e indo sentar do lado dele.
–Um dia eu acordei querendo algo que me fizesse sentir que estava vivo... Falei com meu pai e ele disse que na verdade eu precisava de alguém para amar... E então eu vi você, a menina mais linda daquela escola. Não pensei duas vezes em falar com você, te ajudar foi algo que eu fiz sem pensar se era o certo, mas fiz porque senti que precisava fazer. Não sabia que podia me apaixonar tão rápido por alguém... Mas ai você me diz que é ... -Parou de falar

–Sou o que Marcos?!
–Homossexual...

Sol arregalou os olhos, sentiu um pesar naquela palavra, não era apenas uma indignação por que ele gostava dela, mas sim, como se aquilo fosse abominável pra ele, algo na voz dele irritou ela... Ele não entendia como duas garotas podiam se relacionar, não queria aceitar que perdera pra uma garota. Sol levantou irritada, pegou sua toalha e correu até sua casa, os pais de Marcos já tinham chegado, ao ver seus olhos cheios de lágrimas e sua notável expressão de raiva, Marcelo perguntou pelo filho, então seguiu pela trilha e viu o filho de longe sentado com a cabeça entre os joelhos, sabia que ele havia dito algo ruim sobre o namoro das meninas e como pai deveria orientá -lo. Marcos observava as aves voando em pares, de sentiu sozinho, mesmo estando com pessoas que amava, mas quando amamos e não somos correspondidos, a tristeza tende a falar mais alto.

–Marcos.. -Gritou Marcelo com sua voz grave e alta, porém o filho fingiu não ouvir. - filho... Está quase na hora de irmos pro quiosque.

–Eu não vou!!
–Para com isso! Vamos nós três, deixo você comer camarão, sei que gosta.
– A mãe não vai deixar, você sabe.
–Falo pra ela deixar. Vamos levanta dai.
–Nao to afim pai...
–O que houve? -Perguntou o pai preocupado.
–Você viu o colar que ela está usando?
–Sim vi, muito bonito ..
–Foi "aquelazinha" que deu... Fez meu presente perder toda a graça... Eu nunca vou conseguir conquistar a Sol com ela por perto...
–Filho... Eu já percebi que essa sua fixação em ter a Solange como namorada, está um pouco exagerada. Elas são lésbicas, pode ser estranho para nós homens, mas elas se amam e os pais delas aceitam isso, não vai ser você que impedirá isso... Temos que saber a hora de parar... E a hora pra você já chegou. Você vai achar outra moça. Ainda tem muito tempo.

Marcos ouviu tudo sem dizer uma palavra. Os dois levantaram e foram se arrumar, Sol colocou o vestido que Lua comprou e estava linda, ficava bonita de branco, e sua jóia realçava ainda mais sua beleza. Mas para ela tudo o que importava era em ver sua mãe feliz e seu sogro mais feliz ainda.
Quase quatro da tarde, a praia estava cheia, faltava pouco para as mesas serem postas e os pedidos começarem, o "barman" Vinícius já estava separando seus materiais, Augusta ligou o rádio e pronto, todos esperavam os primeiros clientes, que não demoraram para chegar.

–Lua cadê seu pai?
–Não sei Augusta, cheguei agora, por que? ele sumiu?
– Eu vi ele indo pra cozinha, mas fui ver se ele estava lá e nada... Estou preocupada, ele não estava muito bem hoje cedo... -Disse Augusta aflita.
–Vou procurar ele, okay. - Lua disse tentando acalmar Augusta.

"Meu Deus, pai, onde o senhor se meteu... Está tudo tão lindo... Mamãe iria adorar cantar aqui... " pensou Lua enquanto procurava.

–Ei Lucas, você viu meu pai? -Perguntou Lua para o supervisor da praia.
– Vi ele entrando no banheiro.-Respondeu o rapaz apontando para o banheiro que por sinal estava com uma fila enorme.
–Pela fila entendi porque ele " ta " demorando, obrigada.

Lua seguiu até a fila, aliviada, pois ele poderia estar conversando e por isso demorou. Devia ter mais de dez pessoas na fila e nada do Sr. Lucio.

–Moça, você viu um senhor com uma blusa bege e uma bermuda azul?
–Ele entrou no banheiro e não saiu mais, já batemos na porta e nada. Se puder falar pra ele que tem muitas pessoas querendo usar o banheiro também, faz favor. -Respondeu a mulher muito irritada. Lua ignorou a irritação da moça e bateu na porta do banheiro, nada dele responder

–Pai, o senhor ta bem? Tem gente querendo usar o banheiro e a Augusta tá te procurando. - Sr. Lucio não respondeu. Lua continuou batendo, até pedir para que um rapaz a ajudasse a arrombar a porta. Quando a porta abriu, Sr. Lucio estava caido no chão inconsciente.

–Paiiii, meu Deus, alguém chame a emergência!!!!


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Notas finais do capítulo

Postarei o próximo em breve, espero tenham gostado! Até o próximo e obrigado a quem está acompanhando



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