Lua e Sol escrita por Tiny Ms


Capítulo 17
Tudo ficará bem


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco pra postar esse, quando os sentimentos ficam a flor da pele, é difícil se concentrar em escrever. Mas agora estou bem, então espero que gostem do capítulo.



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Tudo certo, o quiosque de Sr. Lucio já tinha data de inauguração. A felicidade de Lua era tanta que ela convidou até umas meninas da escola que ela não conversava muito. A única que mostrou interesse foi Cristina, uma ruiva baixinha e bem legal que sentava no canto da sala, Lua nunca tinha visto ela na sala, mas em poucas horas se tornaram colegas. Cristina namorava um rapaz da escola de Sol e ficou feliz quando soube do namoro das duas. A festa de inauguração iria ser em duas semanas e todos estavam empolgados por que Sr. Lucio escolheu um ponto muito procurado por turistas, então era certo o sucesso do negócio.

Augusta iria começar a trabalhar em seu primeiro emprego fixo desde que era adolescente, passou muito tempo vivendo da pensão do ex marido e agora, finalmente, iria ter dinheiro para fazer mais por ela e pela filha, o dinheiro do prêmio que Sol havia ganhado, serviu para pagar algumas dívidas, mas não era o suficiente para tudo o que elas precisavam; como a temporada de férias iria começar e a festa seria em um final de semana, ela resolveu telefonar para Betânia, mãe de Marcos, e convidar eles para visitar a casa dela e também conhecer mais sobre a cidade. Marcos teria uns dias de folga da escola e sua mãe deixou que ele viajasse para Ubatuba antes da festa e assim ele fez.

–Marcos!! -Gritou Sol ao encontrá - lo na rodoviária.
– Loirinha!!!!

Eles se abraçaram intensamente. Augusta observou que Marcos olhava para sua filha com um olhar diferente e se incomodou, afinal Sol namorava e ele sabia disso, mas esses dias longe de Solange, só fez com que Marcos se apaixonasse ainda mais e ele estava disposto a conquistá - la.

Ao chegarem na casa de Sol, Augusta o levou para o quarto dela e disse que ele podia ficar lá, ela dormiria com a filha, já que seria por apenas dois dias, não teria problema.

Lua saiu da escola e foi direto para casa de Sol, quando encontrou Marcos sentado em uma cadeira no quintal próximo a horta de Augusta, ela se assustou, pois quase não o viu.

–Cruzes, desde quando você está ai?
–Cheguei hoje de manhã. -Responde Marcos com tom de ironia -Não esperava me ver de novo, não é?
– Não, na verdade, fico até feliz que pelo menos você possa estar aqui pra ver e Sol noivando! Passar bem. - Lua não conseguiu conter o ciúmes, entrou na casa para procurar Sol, deixando o rapaz falando sozinho, encontrou sua namorada no quarto dobrando as roupas recém lavadas.

–Meu amor! Como você está? -Perguntou Sol surpresa.
– Não muito bem... O que ele faz aqui? -O tom de voz de Lua quebrou o clima de Sol, que respondeu enquanto dobrava uma calça:
–Veio passar hoje e amanhã aqui, pra fugir um pouco da cidade...
–Tem certeza ? Porque eu acredito que ele tenha vindo pra ficar com você... - Disse Lua com cara de brava.
–Eii relaxa eu não vou beijar ele de novo Okay?
–Nunca mais?
–Nunca mais amor.
–Okay.. Quer ajuda?

Com duas pessoas fazendo o trabalho, ele acabou rápido, então elas e Marcos foram até a praia do centro encontrar o pessoal da escola.

–Oi gente, Tavi, Bea; pessoal esse aqui é o Marcos, meu amigo de São Paulo. - Sol disse ao ver seus amigos e depois de todas as apresentações eles se sentaram em umas rochas e conversaram comendo alguns lanchinhos naturais que a mãe de Tavi tinha preparado para eles.
Sol contou para todos como conheceu Marcos e Lua segurou o máximo que pode a insatisfação de estar ali ouvindo aquela história de novo, se sentindo apenas um enfeite. Solange percebeu que estava irritando sua namorada e decidiu fazer algo que sabia que iria agradá - la.

–Genteeee, eu queria falar uma coisa!! -Gritou Sol em cima de uma rocha. - Eu não contei pra vocês antes, mas agora é mais que oficial, eu vou casar com essa garota!!!

Luana ficou corada, parece que tinham combinado falar de noivado no mesmo dia, mas era muito cedo para pensar em casamento. Ela sabia que era apenas uma forma de dizer que, elas estavam juntas e nada iria separá - las. Todos aplaudiram e depois riram bastante, elas se beijaram na frente de todos e Marcos apenas aplaudiu encabulado e enciumado, mas nada que ele fizesse iria mudar o sentimento delas, por este motivo deixou seu plano conquistador para depois.

Eles ficaram na praia até o pôr do sol, então Bruno apareceu e anunciou que Sol foi convocada a participar da olimpíadas escolares, no time de natação. Ela ficou muito feliz por poder participar e mais feliz ainda por ser um dia antes da inauguração, então se ela ganhasse teriam mais um motivo para comemorar. Quando anoiteceu, cada um foi para sua casa e Marcos acompanhou Sol de bicicleta até a casa de Lua, onde jantaram. Sr. Lucio havia preparado um prato especial chamado Ceviche para o jantar, Marcos não era fã de peixe, mas comeu sem reclamar, porém sua cara não era uma das melhores, Sol notou isso e comentou com ele na hora de ir embora.

–Ei, você não gostou da janta?
–Desculpa Sol, não gosto muito desse tipo de comida...e pensei que iria passar mais tempo com você sem sua namorada sabe... - Ele parou a bicicleta e ela parou um pouco depois ficando a sua frente - Eu queria passar mais tempo com você amanhã...

Sol ficou pensativa, "Será que o que fiz hoje não foi suficiente para ele se tocar que é ela que eu amo?".

– Solange, fala alguma coisa!!
–Desculpa Marcos, mas ela faz parte da minha vida... -Respondeu Sol. - Mas acho que amanhã ela terá que ficar na escola até mais tarde... Podemos andar de bike se quiser!.
–Tudo bem... -Marcos disse claramente chateado, mas o que ele poderia querer? Elas namoravam e ele era apenas um amigo.

No outro dia, era quinta feira, Lua tinha que trabalhar pela última vez na biblioteca, perguntou se Cristina podia ficar até mais tarde com ela e como ela só tinha curso a noite, resolveu ajudar com os livros. Elas conversavam como se fossem amigas há anos, mas haviam acabado de se conhecer.

– Porque não nos falamos antes hein? -Lua riu e continuou - Cris... Estou pensando em comprar algo para Sol.. Sei lá um anel ou até mesmo... Nossa aliança.. O que acha??

–Nossa que romântica você. - Cristina riu baixinho - Acho isso super fofo, mas vocês namoram há pouco tempo, comprar aliança agora pode dar azar.
– O que você sugere então? -Perguntou Lua confusa com o que ela havia dito sobre dar azar.

– Você pode dar pra algo que ela não jogue fora nunca e que possa usar sempre. Que tal uma correntinha?
–Ela é surfista Cris - Lua riu - Não sei se ela usa correntinha. Mas que tal você ir comigo amanhã no shopping procurar algo?

Cris concordou e quando perceberam o trabalho estava terminado. Lua foi até a diretoria e conversou com a coordenadora que a liberou dos serviços de manutenção escolar; por uns minutos ela se lembrou de Bárbara e pensou o quanto ficaria feliz se as duas terminassem juntas o trabalho, mas seguiu com sua rotina normal. Foi com Cristina até o ponto de ônibus e depois caminhou até o quiosque que estava quase terminado; faltava apenas alguns detalhes, então ela pensou que seria legal comprar mais itens de decoração para o local, seu pai concordou e deu dinheiro para ela, mas como já estava tarde ela resolveu ir outro dia.

Sol e Marcos passaram o dia todo andando de bicicleta pela cidade, mas ele iria embora a noite, então voltaram a tempo de arrumar a mala e de pegar um taxi até a rodoviária. Ao chegarem na rodoviária, Marcos sentiu um pouco de tristeza por estar voltando para casa, por ele ficaria pro resto da vida.
–Obrigada Sr. Augusta, por tudo, espero poder voltar mais vezes.

–Que isso Marquinhos, me chama só de Augusta. E você está mais que convidado a vir quando quiser!! -Augusta abraçou ele e então Sol disse:
–Ei olha esse agarra- agarra na minha mãe rapaz.
–Para de ser boba Solzinha - Disse Marcos abraçando ela também - Obrigado por hoje, foi incrível, cada segundo...
Sol encara -o e diz:
–Espero que não tenha ficado nenhuma dúvida...
–Como assim dúvida ? - Marcos perguntou intrigado.
–Que seremos só amigos.
–Eu sei... Não sabemos o dia de amanhã... Mas vou guardar minha esperança pra daqui uns anos.
–É quem sabe daqui uns anos ! -Disse Sol abraçando ele de novo, antes que a porta do ônibus se abrisse. E então ele foi embora para São Paulo.

Passaram - se oito dias. Sexta feira, 17 de outubro de 2008, dia das olimpíadas escolares. Sol estava confiante, sabia que iria ganhar medalha de ouro e mal ouviu a treinadora do time dar as orientações finais. Lua estava nervosa, todas as escolas estavam participando e a chance de existir algum garoto ou garota melhor que sua namorada era grande, mas ela tinha tudo planejado para que qualquer que fosse o resultado, a noite delas seria incrível. Seu pai estava preocupado com a inauguração então iria ficar no quiosque até tarde da noite, deixando a casa livre para elas. Lua tinha ido ao shopping com sua nova amiga, que também estava assistindo as competições; e ela decidiu que comprar uma correntinha era melhor que aliança, mas o jantar seria perfeito, romântico na medida certa e ela ainda tinha planejado um momento de amor muito lindo com sua amada.

As olimpíadas aconteceriam durante todo o final de semana, mas Solange só iria participar de um dos dias de jogos, portanto teve que voltar toda sua concentração em vencer, deixando os amigos de lado por algumas horas. Um dos defeitos de Solange, era sua sede por vencer, mesmo em um simples jogo de xadrez, se ela não vencesse, ficava com raiva por dias; mas como todos a conheciam, apenas deixaram ela fazer o que era melhor.

A cerimônia de início fora linda, muitos ginastas e músicos, fizeram um pequeno show encantador. Então as duas da tarde o time de natação de Sol, entrou para piscina. O principal time rival estava com muitos minutos de vantagem para cima dos outros dois times que entraram primeiro, mas Sol não se intimidou, queria, inclusive, bater o recorde de uma das nadadoras favoritas dos professores da escola rival.

–Boa sorte, não vai bater a cabeça- Gritou Vitória, sua rival.
– Depois que eu ganhar a medalha de ouro você fala comigo. -Respondeu Sol com superioridade.

Era o momento, Sol tremia, precisava chegar ao fim da piscina e voltar em menos de 5 minutos, a piscina olímpica era realmente grande e ao olhar em volta Sol percebeu que muitas pessoas estavam ali para ver ela ganhar. Sentiu medo, aquela sua insegurança de achar que não era possível que alguém conseguiria gostar dela, voltou, justo quando ela não podia voltar. O sinal soou e Solange não estava prestando atenção.

–Pra piscina Salles. Pra piscina!! - gritou a treinadora.

Vitória havia chegado ao meio da piscina e então Sol pulou. Sua mente estava muito longe e quando terminou o percurso, duas nadadoras do time rival já haviam atravessado. Aquilo atrasou todo o time e a treinadora ficou muito furiosa com Sol.

–Acho que nunca vou falar com você não é gatinha! -Zombou Vitória.

Sol estava chocada, por sua causa, sua escola não chegou nem a medalha de bronze... Todos tentaram apoiá - la, mas ela só queria fugir dali. Lua ficou muito triste com aquilo e foi atrás dela, mas Tavi a impediu, Sol poderia ser agressiva nesses momentos, então ela pediu para que ele avisasse que era pra ela ir até a casa dela jantar, que ela tinha uma surpresa.

Começou a preparar a janta com a ajuda de sua amiga que foi embora antes das seis da tarde para não encontrar Sol nervosa. Lua preparou massa e dois tipos de saladas, suco de amora, o preferido de Sol e arrumou a sala para que elas ficassem mais a vontade depois de jantar. Solange foi para casa, ainda muito nervosa e desapontada consigo mesma, " Como pude ser tão estúpida?", pensou. Durante o banho, só conseguia pensar em como Lua deveria estar envergonhada dela e em como sua mãe estaria decepcionada, agora não teria mais um motivo para festejar... Saiu do banho e vestiu uma roupa qualquer e foi encontrar Lua, pelo menos passando umas horas com ela as coisas poderiam melhorar. E melhoraram.


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Notas finais do capítulo

Enfim, obrigada pra quem ler. E se eu estiver inspirada sexta posto mais um. Beijos até o próximo capítulo



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