Apenas eu e você. escrita por Carina Everllark


Capítulo 9
Capítulo 8.


Notas iniciais do capítulo

Heey gente, espero que gostem do capítulo, e por favor, não esqueçam de comentar. Beijos da Cah.
Leiam minha outra fanfic: http://fanfiction.com.br/historia/509400/I_hate_you_but_I_love_you/



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Eu queria correr para longe e nunca mais voltar para ele. Nossos olhos se encontraram e eu tentava me comunicar com ele, dizer o quanto aquilo estava doendo, o quanto eu estava com ódio dele, o quanto eu nunca mais queria vê-lo.

– K-Katniss? – ele ficou boquiaberto. A mulher loira parou com os cochichos e movimentos. Ela girou a cabeça devagar para trás e me olhou mortífera.

Delly estava totalmente paralisada ao meu lado, só mexia o pescoço para me olhar e olhar Peeta, mas sua expressão de susto não saia do rosto.

Criei forças e corri para fora do quarto. Delly correu atrás de mim, ainda boquiaberta.

Corri para o meu quarto e me tranquei lá com Delly.

– Delly, eu posso ir ficar na sua casa por uns dias?!

– Ahn, mas como? Oi?

– POR FAVOR SÓ ME RESPONDA ISSO! – as lágrimas já começavam a desabar.

– A-ah, claro, claro.

Peguei uma mala grande que eu tinha no guarda-roupa. Coloquei todas as roupas que couberam na mala, meu celular, meu fone, toalhas de banho, escova de dentes, escova de cabelo e algumas roupas de cama. Delly teve que sentar em cima da minha mala para mim conseguir fechá-la.

– Katniss?! Vamos conversar, por favor... – ouvi Peeta falar do outro lado da porta. Lágrimas rolaram por minhas bochechas.

– Shhhh, vem cá, deixa ela. – a loira provavelmente sussurrou.

– Saí Cashmere, preciso falar com ela. – ele sussurrou. – Por favor, Katniss, saí daí.

– É o seguinte Delly, vamos abrir a porta, empurrar Peeta e a loira e sair correndo daqui de dentro, o.k?

– O.k.

– Um... Dois... Três... – abrimos a porta e Peeta tentou me segurar, mas me soltei dele com um puxão e saí correndo de dentro de casa. Delly veio atrás de mim, corremos embora pela rua. Eu ainda ouvia os gritos de Peeta me chamando, mas nem sequer olhei para trás.

Se, para superar isso tudo e desapegar dele eu precisava me afastar, isso que eu faria, não importa o quanto isso doesse.

Chegamos à sua casa e demos com Finnick e Gale jogando videogame.

– Oi, Katniss! – Finnick veio me abraçar. – Esse é meu amigo, Gale.

Dei um sorriso para ele e ele veio me cumprimentar. Nossas mãos se encostaram e ele sorriu um tanto malicioso.

– Ela vai ficar aqui conosco por uns dias, tá Finn? – Delly pegou minhas malas e fomos subindo as escadas.

– Claaaaro! Bem vinda, Kat!

– Obrigada!

Subimos para o primeiro andar e Delly me levou para um quarto que tinha uma cama e um abajur apenas.

– Esse é o quarto dos hóspedes, onde você vai ficar enquanto estiver aqui conosco. Sei que é meio sem graça e tal, mas você pode ficar comigo no meu quarto se preferir. É só levarmos seu colchão.

– Não, esse está bom, muito obrigada.

Ela me mostrou o banheiro que tinha em meu quarto e depois saiu. Deixou-me sozinha com meus pensamentos.

Eu sentia como se tivessem monstros na minha cabeça querendo me enlouquecer.

Milhões de momentos meus e de Peeta invadiram minha cabeça

Eu e ele no balanço, eu e ele brincando de pega-pega, ele fazendo cócegas em mim, eu e ele fazendo guerra de comida, nós nos balançando com a corda, nós no parque. E as lágrimas voltaram, eu mordi uma toalha para o som de meu choro ser abafado.

Os olhos de Peeta grudados nos meus, nossos beijos, o dia em que ele ficou comigo de noite para me confortar, quando eu ficava com depressão e ele me trazia a felicidade de volta, os aniversários que fomos juntos, nossas famílias nos olhando enquanto brincávamos, nossos abraços, nossas brincadeiras, nossas idiotices...

Por que isso foi embora tão cedo? Por que sou tão idiota? Por que ainda gosto dele? Por que? Eu mereço mesmo essa dor que estou sentindo? Mereço esse aperto enorme no peito?

Perguntas sem respostas, é tudo o que eu tenho. Mas não. Também tenho horror e dor dentro de mim. A imagem de Peeta encurralado na parede pela loira, que agora sei que é Cashmere, invadem minha mente, me atormentam.

– Isso é tão horrível... Deus, faça isso parar por favor... – eu sussurrava enquanto me balançava na cama. Eu já estava toda encolhida na cama, com a toalha na boca e o lençol todo molhado.

Eu não achava que era tão apaixonada assim por Peeta, não mesmo. Não a ponto de sentir essa dor que eu estou sentindo. Mas, não é somente por ele estar com outra, é por tudo o que vivemos. Por ele me ignorar, por me tratar como uma estranha, pela minha vida... Por todas as pessoas importantes que perdi. Pela única pessoa que me restou, ter me abandonado praticamente. Por não tê-lo comigo.

*

– Bom dia! – Delly pulou em cima de mim. Nem tinha percebido que tinha dormido ontem. Acho que acabei dormindo de tanto chorar. – Vamos animar essa carinha, o.k? Hoje nós vamos fazer um passeio com Finnick e Gale! Se arrume que saímos em trinta minutos. – ela disse e saiu do meu quarto.

Eu não sentia a mínima vontade de sair, na tamanha depressão que eu me encontrava, mas eu precisava me distrair. E esse passeio talvez me colocasse para cima, então para que não tentar?

Me levantei, fiz minha higiene matinal, coloquei uma roupa não muito chique nem muito simples, arrumei uma bolsa que eu tinha trazido, peguei meu celular e desci para a sala.

Finnick e Delly já tomavam o café. Sentei-me com eles e comi as panquecas que Delly tinha feito.

– Huuuuum, essas panquecas estão divinas! – suspirei.

– Obrigada. – Delly riu.

Finnick foi ligar para Gale, para avisar que em dez minutos estávamos indo busca-lo. Eu não conhecia muito desse Gale, só sabia que ele era sorridente, cabelos castanhos não muito grandes e olhos cinzentos, como os meus. Era difícil achar pessoas com olhos cinzentos, mas pelo menos existia uma como eu.

Finnick tinha um carro, de forma que não precisamos pegar táxi, ônibus ou metrô.

Gale morava em uma mansão, sua casa era enorme. Nós não entramos, mas por fora já dava para ver que ele era riquinho. Ele estava com uma calça jeans, uma blusa branca de decote V e um casaco de couro por cima. Ao entrar no carro ele colocou seus óculos escuros, e ficou realmente lindo, mas badboy.

– Hey Annie! – ele deu um beijo em sua bochecha – Hey amor! – ele fez voz fina e abraçou Finnick – Hey... Katniss certo?

– Uhum. – disse e ele me deu um beijo rápido na bochecha. Senti-me corar. Não estava acostumada com o toque de pessoas estranhas.

Chegamos ao parque em uma hora e estava lotado. A fila para comprar o ingresso estava gigante, e infelizmente teríamos de pegá-la.

Depois de duas horas na fila, conseguimos entrar no parque. A fila do brinquedo estava tão lotada quanto a do ingresso. Senti vontade de ir embora só de ver o tamanho das filas. Já era 12:30 e tínhamos que almoçar antes de ir aos brinquedos.

Perto da praça de alimentação, que era coberta, tinha uma montanha russa enorme, que dava várias voltas e virava de ponta cabeça duas vezes. Era irado. Eu nunca tinha ido em uma montanha que virasse de ponta cabeça. As poucas vezes que ia em um parque eu não tinha altura para ir em nenhum brinquedo praticamente. Fora que minha mãe não deixava-me ir em brinquedos que Prim não podia ir, pois ela ficaria com vontade.

A montanha russa passava tão perto da cobertura da praça de alimentação que o teto chegava a tremer. Muito perigoso isso, mas o parque parecia não se importar, pois já fazia anos que era assim.

Comi um x-salada delicioso com um suco de morango. Finnick, Delly e Gale também pediram lanches. Enquanto eu comia, senti meu celular vibrar em meu bolso. Tinha várias mensagens de Peeta:

“Katniss, aonde você está?”

“Aonde você foi, Katniss?”

“KATNISS ME RESPONDE”

“Sério que não vai me responder?”

“Por favor... Só quero saber aonde você está e se está bem. Me responda, por favor.”

Ah, ele queria saber se eu estou bem? Como ele acha que eu estaria bem depois do que ele fez ontem? Tudo bem, ele pode não saber sobre meus sentimentos sobre ele, mas pelo amor de Deus né!

Ignorei todas as mensagens, ele é que ficasse no vácuo. Idiota.

Quando saímos da praça de alimentação, fomos para a fila de uma montanha russa que parecia mais um círculo. Seus carrinhos ficavam apenas virando de ponta cabeça o tempo todo, era, literalmente, uma roda. Confesso que fiquei com um pouco de medo ao ver, mas iria enfrentar, afinal não passaria vergonha na frente de meus amigos certo?

Demorou, mas finalmente chegou nossa vez. Finnick e Delly foram no primeiro carrinho, Gale e eu logo após deles.

– Preparada? – Gale sorriu.

– Ér, acho que sim – respondi. – Só um pouco de medo.

– Se acostume com o frio na barriga, vamos em várias montanhas russas do tipo, eu creio.

O monitor da montanha russa fechou nossas travas, e segurei firme na trava. Minhas mãos já suavam. Gale também segurou na trava, e, se não estou enganada, percebi ele se aproximar mais de mim.

Sua perna encostava na minha, e sua mão encostava na minha de leve enquanto segurávamos na trava. Um calafrio percorreu meu corpo quando o carrinho deu a puxada inicial.

De repente, ele começou a subir lentamente. Delly e outras pessoas já gritavam enquanto o carrinho subia a roda. Quando chegou mais ou menos ao meio da roda, o carrinho parou, deu um tranco e subiu rapidamente.

Demos cerca de cinco voltas em segundos. Eu só conseguia sentir o vento bater na minha cara. Mal conseguia abrir os olhos devido ao vento. Eu via pelas brechas dos meus olhos o mundo girando. Comecei a me sentir tonta e com o estômago embrulhado.

–E-eu, acho que vou vomitar – falei, sem saber direito para quem.

– Moça! Ela está passando mal, para por favor! – Gale gritava a todos pulmões ao meu lado, mas a montanha russa não parava.

Sentia que ia colocar tudo o que tinha comido para fora. Eu não conseguia mais me segurar na trava, de forma que meus braços estavam soltos no ar. Eu já tinha fechado meus olhos, tentando não ver tudo girando.

De repente, senti braços envolverem os meus, em um abraço. Abri um pouco os olhos e vi que era Gale, sua expressão era preocupada. Ele continuava gritando, mas o monitor não ouvia.

Depois de mais cinco minutos tentando segurar meu café da manhã e o almoço na barriga, a montanha russa parou.

– Pronto, Katniss, já acabou, podemos sair – Gale me soltou, saiu do carrinho e me ofereceu a mão. Peguei-a e ele me puxou. – Você está verde.

Ele me abraçou de lado para me dar apoio e saímos do brinquedo. Percebi que todas as pessoas na fila me olhavam. O mundo ainda parecia girar.

– Katniss, quer tomar uma água? Ir ao banheiro? – Delly colocou uma mão no meu ombro. Finnick apenas observava rindo Gale e eu. Fiz um olha mortífero pra ele. Eu aqui passando mal e ele me zoando.

Do nada, um perfume enjoado de mulher subiu no ar. Foi o suficiente. Vomitei tudo o que eu tinha comido hoje na frente de todos. Gale segurava meu cabelo, Finnick e Delly ficaram incrédulos olhando para mim. Eu devia estar mais verde do que quando sai da montanha russa.

Quando, finalmente, paro de vomitar, Delly pega um papel de sua mochila e me dá. Me limpo e compro uma água para tirar o gosto ruim. Que maravilha.

– Gente, eu não vou em mais nenhum brinquedo não tá? Podem ir sozinhos – sentei em um banco no meio do parque.

– Ah, Kat! Não acredito! – Delly reclamou e Finnick disse algo que nem prestei atenção.

– Sério que você não vai mais? – Gale se sentou ao meu lado boquiaberto. Assenti com a cabeça.

– O.k, então também não vou.

– Ei, nada disso! Vocês vão sim! – Finnick quase gritou.

– Nada disso! Se a Katniss não vai, também não vou – ele cruzou os braços. – Não é para isso que servem os amigos?

Amigos? Já éramos amigos? Assim, em um dia? É, acho que éramos. Eu já considerava muito o Gale.

Gale e eu ficamos conversando enquanto Finnick e Delly aproveitavam. Ele me contou que amava pop e pop rock, adorava filmes de ação, aventura e romance. Também me contou que seus pais são separados, que ele tem cinco irmãos e que sua mãe é empresária.

Eu contei quase tudo para ele, menos meu segredo com Peeta, e que eu sou apaixonada por Peeta desde os doze anos. Isso somente Delly sabe.

Quando chegamos em casa já era 19:45. Pedimos uma pizza e fomos assistir um filme. Infelizmente era de terror, chamava “O Exorcista”. Eu morri de medo, eu e Delly estávamos agarradas a Gale, que parecia também estar com um pouco de medo. Finnick gosta de filmes de terror, então nem tem mais medo desse filme. Ele já viu coisas piores.

Quando terminou o filme, eu e Delly resolvemos que eu iria dormir em seu quarto hoje, de tanto medo que estávamos. Tivemos que subir as escadas com Gale e Finnick, por medo que tivesse alguma coisa no andar de cima. Tipo, eu sei que essas coisas não existem, mas tenho medo mesmo assim.

Acordei no meio da noite, por causa de um barulho que a porta fez. Eu estava morrendo de medo, mas com muita sede. Uma vez Peeta me disse que, para superar seus medos, tem de enfrenta-los. E eu acreditava nisso.

Resolvi levantar-me e ir até a cozinha. Quando estava descendo as escadas, tropecei em alguém. Tinha certeza que era uma pessoa, pois era um pouco mais alto que eu.

Ameacei gritar, mas logo ouvi a voz de Gale:

– Katniss? Delly? Finnick?

– Katniss – respondi e fiquei de pé. – Desculpa, eu estava indo pegar um copo d’água.

– Tudo bem, quer que eu vá com você? – ele acendeu a luz da escada. Ele estava apenas com a calça do pijama, mas seu abdome estava sem nada. Fiquei realmente impressionada com a quantidade de músculos que ele tinha.

“Hum Gale, tá saudável em” pensei. Chegamos à cozinha e eu bebi a água. Gale ficou me encarando o tempo todo. Corei. Por que ele ficava me olhando assim?

– O que foi? – perguntei brincalhona.

– Nada – ele riu – Só estou te olhando.

– E por que?

– Hum... Deixe-me pensar... Você fica ainda mais sexy com essa camisola – ele concluiu, me olhando de cima a baixo. Seu tom era brincalhão, mas mesmo assim acho que fiquei um tomate.

Eu estava mesmo sendo paquerada por um cara que conheci no dia passado?

– Ér... Obrigada – fui subindo as escadas e ele veio atrás.

Dormi pensando nas palavras de Gale. Sério que ele me achava sexy? Eu sorria ao lembrar.

*

Bateram à porta e Delly foi atender.

– Sim?

– Procuro por Katniss Everdeen – alguém respondeu. Eu conhecia aquela voz. Com certeza conhecia. Congelei. Quem gostaria de falar comigo? Seria Peeta? Não. Aquela era uma voz de mulher.

Me levantei e andei até a porta hesitante. Delly me olhou com uma expressão que eu não compreendi.

Senti um medo percorrer minha espinha ao ver quem era. Era Glimmer, a tia de Peeta. A que saiu da cozinha sorrindo no dia do incêndio em minha casa. A que batia em Peeta. Talvez, o motivo pelo qual minha família não esteja mais aqui.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :3



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