Apenas eu e você. escrita por Carina Everllark


Capítulo 10
Capítulo 9.


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Não deu pra postar ontem, me desculpem. Não sei se todos sabem, mas eu gosto de postar de 4 em 4 dias.
Bom, espero que gostem do capítulo e não esqueçam de comentar, beijos da Cah!
Leiam minha outra fanfic: http://fanfiction.com.br/historia/509400/I_hate_you_but_I_love_you/



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– Onde está Peeta? – ela rugiu.

Fiquei paralisada, como assim? Peeta fugiu de casa, é só o que faltava.

– E-eu não sei – tentei parecer normal, mas não consegui. O medo estava presente na minha voz. Eu a temia, mas morria de raiva dela.

– E você? O que faz aqui? Sei que você e Peeta moram juntos desde o incêndio. Sei muito bem – seus olhos me fitaram de cima a baixo.

– Que incêndio, Katniss? – Delly sussurrou não entendendo nada.

– Ela não te contou? – Glimmer perguntou. – Bom, eu te conto então. Ela causou um incêndio em sua casa de propósito, a família dela e de Peeta não sobreviveram, só eu, que consegui sair da casa.

Delly me olhou boquiaberta. Vi a raiva em seus olhos, mas ela não estava acreditando nisso. Não podia acreditar. Como essa mulher pode ser tão cobra a esse ponto?

– EI! NÃO É NADA DISSO QUE VOCÊ FALOU! FICOU LOUCA?! – cheguei mais perto dela.

– Não encoste em mim, você é o mal que existe no mundo menina. E agora, Peeta deve ter fugido por sua culpa. E você vai me ajudar a acha-lo – ela olhou para Finnick e Delly que me olhavam com cara de acusação – Vocês podem me ajudar também, por favor? Não sei onde está meu menino.

– A-ah claro que podemos. Você é mãe dele? – Finnick perguntou.

– Sou tia.

Ela entrou na casa deles e sentou-se no sofá. Delly me puxou para seu quarto grosseiramente.

– Delly aquilo é tudo mentira!

– Cale a boca, Katniss! Você me enganou por todo esse tempo, não me falou que sua família não estava mais aqui, muito menos que Peeta sempre morou com você. E muito menos que você causou o incêndio! Eu não acredito nisso! – ela começou a arrumar uma mochila para irmos procurar por Peeta.

– Acredita em mim, é mentira o que ela disse – eu sentia vontade de chorar. Como Glimmer podia ser tão má? – E me desculpe por não ter te contado, era um segredo meu e de Peeta. Vivemos sozinhos desde os 12 anos, não confiávamos em ninguém, pois não queríamos ser entregados para o orfanato. Me desculpe, por favor. E a cozinha começou a pegar fogo sozinha em minha casa, só que ninguém percebeu, e o fogo consumiu tudo. Mas eu vi Glimmer sair rindo da cozinha, ou seja, foi ela quem pois o fogo na cozinha. Esse é meu chute.

– Para! Você só sabe mentir, Katniss! Assim que acharmos Peeta você volta para sua casa. Não quero te ver nunca mais, como você pode ser tão horrível?! – ela parecia ofendida mesmo.

Como explicar para ela a verdade? Como se ela não acreditava em mim?

– Um dia você saberá a verdade – fui para o quarto de hóspedes e peguei minha mala, já feita.

Desci e Glimmer me fuzilou com os olhos. Finnick e Delly não estavam na sala. Senti um medo percorrer minha espinha, não sabia do que aquela mulher era capaz.

– Vem aqui – ela pegou meu braço com força e me arrastou para atrás do sofá. Ela enfincou suas unhas vermelhas choque em meu braço e me olhou mortífera. – Se você contar isso pra qualquer pessoa, você está ferrada. Seja lá o que for que você duvidar de mim, não experimente abrir a boca. E você devia se arrepender de ter incendiado sua casa, não é, fofinha? – ela ironizou.

Comecei a ouvir passos descendo as escadas e logo Glimmer já estava com sua cara feliz e preocupada no rosto, levantando-se e sentando no sofá. Falsa demais, meu Deus.

Minha vontade era voar em seu pescoço, mas eu tinha medo dela, sinceramente.

– Vamos? – Finnick perguntou descendo as escadas, Delly vinha logo atrás dele.

– Vamos – Glimmer responder, pegou sua bolsa e saímos porta afora. Entramos em seu carro, ela e Delly na frente, Finnick e eu atrás.

Andamos por todos os cantos do bairro, até as boates e motels fomos verificar. Ele não estava em lugar nenhum.

– Garota, sabe de algum lugar que o Peeta vá que não fomos? – Glimmer perguntou-me.

Eu sabia. Tinha o meu lugar e de Peeta, mas eu não falaria. Claro que não. Ele não estaria lá, e se estivesse, ele que fique lá, eu não vou contar.

– Não – falei baixo.

– Bom gente, se ele não aparecer até amanhã terei de chamar a polícia – ela disse olhando para mim. Seus olhos diziam “Quer ir pro orfanato? Quer que seu segredinho seja descoberto pela polícia?”. Fingi não ter percebido o que ela queria tramar para cima de mim.

Ela me deixou na casa de Peeta, onde era minha casa, e foi embora rapidamente com Delly e Finnick, que, nem me deram tchau.

Eu ainda tinha a chave de casa, e estava tudo uma bagunça. Os sofás estavam derrubados, tinha vidros espalhados pelo chão, um líquido que eu desconhecia jogado pela cozinha, tapetes jogados em cima da televisão... Uma zona.

Fui subindo as escadas, e a porta do quarto de Peeta estava entreaberta. A luz estava apagada, e provavelmente não tinha ninguém lá dentro. De repente, comecei a ouvir alguns barulhos vindo do banheiro, fui até lá e encontrei Buttercup preso dentro do box do chuveiro. Peguei-o no colo e fui até o quarto de Peeta.

Realmente não tinha ninguém, mas era o quarto mais bagunçado, sem dúvidas. Sua cama estava virada de ponta cabeça, a janela escancarada e havia pingos de sangue por todo o quarto. O vidro da janela estava estilhaçado, o que deve ter causado cortes em alguém. O guarda roupa de Peeta estava aberto, ou melhor, sem porta, a porta estava jogada debaixo da cama. Havia apenas um conjunto de moletom de Peeta. Provavelmente ele deve ter fugido para algum lugar. Mas para onde?

Então a preocupação me atacou, aonde Peeta estaria? Estaria machucado? Ele pode estar na casa da árvore do parque, mas como ele ficaria vivendo lá?

Fui para meu quarto e ele era o mais conservado. Embora um cheiro horrível de bebida estivesse no ar. O chão estava grudento, provavelmente a bebida deve ter caído ali.

Tirei algumas roupas de cama que estavam jogadas no chão e deixei-as em cima de minha cama.

Sentia meus sapatos grudando no chão. Teria de fazer uma faxina bem caprichada na casa inteira.

Estava me sentindo mal. O cheiro de bebida, tudo quebrado, Peeta desaparecido, Glimmer me ameaçando... Tudo isso é demais pra minha cabeça.

Sempre que me sinto mal vou para o balanço no parque e é pra lá mesmo que eu vou.

Já estava escurecendo, mas eu não me importei. Não tenho mais medo de ir lá à noite, cansei de ter medos, de me proibir.

Chegando lá, não tinha mais ninguém no parque, só alguns adolescentes fumando. Entrei na trilha e segui caminho à casa da árvore.

De repente, alguém me segurou por trás. Tentei me virar para ver, mas meus braços doíam muito com o apertão de quem quer que fosse. Comecei a gritar, mas ninguém vinha me ajudar. Acho que ninguém nem me ouviria ali.

Senti o corpo de alguém se encostar em minhas costas. Mas não era apenas isso, fosse quem fosse, estava se esfregando em mim!

– Heey – uma voz rouca sussurrou no meu ouvido. De repente, senti meus pulsos serem amarrados com cordas.

Gritei o mais alto que pude por socorro, mas o sujeito colocou a mão em minha boca. Senti uma batida super forte em minas pernas e caí no chão. O sujeito me pegou no colo e finalmente pude ver seu rosto.

Era um homem forte, com cabelo ruivo escuro e os olhos verdes, também escuros. Ele estava mascarado, usando uma touca que cobria quase todo o seu rosto e cabelo. Ele apertava muito minhas pernas, talvez para não me deixar fazer nenhum movimento. Meus braços estavam amarrados e havia um pano em minha boca, impedindo-me de gritar.

Ele foi andando trilha afrente, até que chegou onde tem a casa da árvore. Chegou em meu lugar e de Peeta. Eu não sabia o que fazer, sentia as lágrimas escorrerem por meu rosto, confirmando meu desespero.

Ele estava subindo as escadas da casa da árvore quando senti que estava caindo. Não sentia mais seus braços segurando minhas pernas. Olhei para trás enquanto caia e vi... Não, não pode ser ele.

Vi Peeta pisando em cima do homem ruivo e com os braços abertos. Não pode ser!

Só confirmei essa informação quando cai em seus braços. Ele me agarrou, tirou o pano da minha boca e me beijou. Foi desesperado e rápido.

Rapidamente, ele estava subindo as escadas da casa. Ele nos trancou lá dentro e me colocou no chão. O sujeito que tentará me sequestrar parecia estar inconsciente no chão, mas vá saber...

Peeta desamarrou meus braços e ajudou-me a lenvantar.

– O que você tinha na cabeça? Queria ser morta vindo aqui a uma hora dessas né? – ele perguntou brincalhão. Fiquei boba de perceber que ele estava falando comigo e parecia um pouco com o Peeta antigo.

– E você? O que faz aqui?

– Bem – ele estava hesitante -, eu fugi pra cá. Ninguém além de mim e você sabe que esse lugar existe, e eu estou fugindo da minha vida. Simplesmente isso. E você?

– Eu... Digamos que eu venha aqui sempre que estou mal – respondi.

– Sabe que se eu não estivesse aqui você seria sequestrada ou morta não é? – ele riu.

– Obrigada – ri de volta. Era bom perceber que pelo menos um terço dele estava de volta.

Olhei pela frecha da janela que havia na casa da árvore e vi que o sujeito não estava mais lá.

– Eu vou ao balanço – sorri e saí, rumo ao topo da árvore. Chegando lá, sentei em meu balanço e fiquei observando o céu.

Como sempre, todas aquelas estrelas pareciam estar me olhando. Lembro-me de um dia em que as nomeei como minha família e de Peeta. Nunca deixei de pensar assim.

A lua estava escondida, portanto a mata estava escura. Dava para ver pouco do riacho. De dia, dá para ver que cachoeiras se formaram do lado direito do parque. Eram pequenas, porém belas.

Olhei para a casa da árvore e peguei Peeta me olhando no flagra. Ele parecia estar prazeroso de me ver aqui em cima. Meu coração acelerou. Incrível como qualquer coisa que ele fizesse me deixasse tão caída por ele.

Quando ele percebeu que eu também o olhava, ele virou o olhar para o lado. Achei graça.

– Peeta – gritei para ele. – Sobe aqui!

Ele assentiu hesitante e subiu em seu balanço.

– Wow – ele sussurrou maravilhado.

– Faz tempo que você não vem aqui? – perguntei, balançando-me um pouco.

– Faz – ele começou a se balançar de leve também. Na verdade eu sabia que ele não vinha aqui a anos, mas resolvi fingir que não tinha ideia de nada.

– Nós vínhamos aqui quase todo dia... – murmurei baixinho, mas ele parecia ter ouvido.

– É, eu lembro. Eram tempos felizes, realmente – ele admitiu. Ele já se balançava como uma criança. – Tinha esquecido o quanto esse lugar é maravilhoso.

Em minutos, estávamos nos balançando como fazíamos quando éramos crianças. Os balanços rangiam, talvez por velhice, talvez porque estávamos mais pesados.

De repente, Peeta parou de se balançar. Esperou o balanço parar totalmente e desceu desajeitadamente do balanço, mas rapidamente. Desceu pra casa da árvore sem dizer nada. Enquanto ele entrava pude ver que ele estava com cara de choro.

Eu simplesmente não sabia o que pensar sobre isso. O que estaria acontecendo com ele? Ele era tão feliz, tão puro. Agora parecia bravo, depressivo... Pior que eu não sabia nem o que fazer para ajuda-lo. Creio que perguntar não seja opção.

Desci para a casa da árvore, abri a porta e encontrei Peeta deitado sobre algumas almofadas. Percebi que ele queria dar a impressão que estava dormindo, mas estava visível que ele fingia. Mas eu não queria incomodá-lo.

Voltei para casa, peguei uma mala grande, coloquei almofadas, cobertores e alguns alimentos enlatados. Coloquei comida para Buttercup, peguei agasalhos para mim e segui rumo ao parque novamente.

– Aonde você vai, Katniss? – alguém segurou meu braço. Virei para trás hesitante e vi Glimmer. As unhas vermelhas dela estavam se infiltrando em meu braço. Senti vontade de gritar de tanta dor que suas unhas me proporcionavam, mas sabia que só pioraria tudo.

– Não te interessa – puxei meu braço, mas ela o apertou mais ainda.

– Ah é? Sabe que posso acabar com sua vida em minutos não é? Sabe que posso te levar para um orfanato e arruinar sua vida, não é?

Engoli em seco. Ela faria chantagem com isso para sempre, com certeza.

– O que você quer?

– Me leve até Peeta. Sei que você sabe onde ele está – ela cuspiu as palavras. Não respondi. – Não brinque com fogo, Katniss. Acho que você sabe bem o que ele causa.

– Não sei onde ele está... – demorei a responder.

– Tudo bem. Acho que vou procurar com a polícia então, ela adoraria saber a história de vocês.

– Não! – detive-a quando ela já ia atravessando a rua. – Eu te levo. Acho que sei onde ele pode estar.

Eu não a levaria. Ia ficar enrolando até conseguir despistá-la.

Fui entrando em uns becos da cidade, o mais longe possível do parque. Nunca diria do paradeiro de Peeta, não sei o que ela quer com ele...

– Olha garota, sei que você está me enrolando, não me teste! Leve-me até ele!

– Não estou te enrolando, eu juro!

De repente, ela sacou uma pistola de sua calça jeans.

– Vai me levar ou não?!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :3