Bring Me To Life escrita por Liza Weasley


Capítulo 3
When I've become so numb?


Notas iniciais do capítulo

Oi, pipous.
Sim, uma pequena mudança. É a mesma escritora, só quis passar para essa conta.



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Me desculpe. De verdade, estou arrependida. Eu não deveria ter feito aquilo. Não sei quando foi que me tornei tão insensível.

Eu não tinha que ter gritado com você. Não devia tê-lo julgado. Não podemos julgar as pessoas dessa maneira. Não faço ideia de quando foi que mudei tanto, nem porquê.

Ou talvez eu saiba porquê.

Sei que não devo me meter na sua vida. Não temos nada juntos, e há uma mínima chance de termos. Também, depois de tudo o que tenho falado aqui, realmente é difícil você me aceitar da maneira que sou.

Pode beijar a Bella. Pode beijar a Hayley. Pode beijar até o Peter. Por mais que eu sinta algo ardendo em mim, eu não me importo. Essa é a sua vida e você faz com ela o que quiser. Não tenho o direito de sair gritando com você por sentir a chama dos ciúmes acendendo no meu coração.

Não acho você um vagabundo. Não acho que você seja uma pessoa má, muito pelo contrário. Você foi a melhor coisa que já aconteceu a mim. Eu estava em um momento de raiva.

O que mais doeu foi ver o seu rosto. Durante minhas primeiras palavras, você demonstrava a sua ira e como estava irritado com a minha infantilidade. Mas depois que eu disse que você não deveria ter falado comigo em momento algum, vi sua expressão mudar para tristeza e decepção. Foi a pior coisa que eu já disse para alguém, a maior mentira de todas. Assim que vi a sua dor, depois de sair andando e me ignorando, eu me arrependi.

Tive vontade de sair correndo, gritando, implorando para que você ouvisse o meu perdão. Mas não fui capaz de fazer isso. Não fui capaz de mostrar que meu orgulho é inexistente e que eu tinha errado. Não fui capaz de admitir que você foi um presente, o melhor dos presentes que eu já recebi.

Eu fiquei lá, plantada, com raízes saindo dos meus pés, firmando-me à terra. Deixei as lágrimas escorrerem dos meus olhos, molhando tudo o que alcançassem, e não as limpei. Permiti que as pessoas pensassem que alguém tinha me magoado, ou que sou uma pessoa triste. Até porque é verdade, afinal, eu me magoei.

Deixei que a tristeza me dominasse e a decepção tomasse conta do meu corpo humano. Não me importava mais com a opinião das outras pessoas sobre mim, apenas com a sua, e isso ainda ocorre. Eu quero que você saiba que estou pirando mais a cada dia. Estou querendo me largar de tudo que me mantém ancorada a esse mundo repleto de crueldade. Você é a única coisa que faz com que eu não pegue uma faca e perfure minha barriga ou que me jogue de uma ponte. Porque, de alguma maneira, eu ainda tenho um raio de esperança sobre nós dois que nem mesmo eu sei como ele existe.

Fiquei-o observando sair lentamente, sentindo os cacos do meu coração cortarem-me por dentro, fazendo meu sangue sair para dentro de mim mesma. Assim que saiu do meu campo de visão, olhei para o céu.

Se você se lembrar, poderia dizer que estava azul e o sol brilhava. Mas para mim não. Para mim, há sempre uma camada de nuvens cinzentas nos proibindo da visão de algo mais além e o sol é uma bola escura que fica flutuando atrás delas. Só que hoje, o céu estava tão escuro que eu não era capaz de ver nada há minha frente, o sol não poderia deixar nem um único rastro.

Porque eu não havia magoado apenas a mim – já fiz isso muitas vezes.

Eu havia magoado a pessoa mais importante da minha vida.

Será que você faz ideia de como é? Ter apenas uma coisa com a qual se importar e, repentinamente, ela escorrer de suas mãos deixando marcas que não irão sair. Elas estarão lá, te atormentando com a dor insuportável e inesquecível que trazem, sem permitir que você pense em qualquer outra coisa, fazendo com que você não se queixe mas deseje largar tudo para que elas sumam de uma vez.

Mas talvez eu tenha pelo menos uma sombra de força de vontade. Porque senão já teria desistido de tudo antes de começar a escrever nessa carta hoje. Eu ainda estou neste mundo porque ela não foi terminada, e isso pode significar que eu posso conseguir alguma coisa aqui. Mesmo que eu não queira nenhuma outra coisa deste lugar.

Será que é tão difícil assim ser feliz?

Eu só queria poder sair, sem deixar rastro algum de existência, sem deixar qualquer pista de algum dia estive aqui. Não quero que, de algum modo, existam pessoas que irão se lembrar de mim.

Ou ir embora e levar comigo toda a tristeza, saudade e qualquer coisa ruim existente. Quero ser capaz de fazer o mundo se esquecer que essas coisas existiram. Poder sacrificar tudo o que sou para que eles possam viver com paz. Eu estarei fazendo pelo menos uma coisa boa.

Eu queria também poder mudar. Mas não posso. Porque somos condenados a viver com o que somos desde o dia em que nascemos. E eu vou precisar aprender a lidar com a minha pessoa...

Ou me livrar dela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. E, por favor, comentem :3