Anjos de vidro escrita por Natália Scarione


Capítulo 3
Capítulo O2 – Dúvidas são grandes geradoras de problemas


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouquinho, mas saiu. ♥
Espero que esteja de agrado, fiz com bastante carinho. (risos)
Boa leitura. ♥



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Incoerentemente nada mais faz sentido, nem o ar que entra por seus pulmões, como algo que á olho nu tornasse incrédulo. Sua identidade não é mais a mesma, você nasce novamente após morrer, quem me dirá que isso é apenas viver?

Talvez estive presa ao um sonho... Em um mundo paralelo, um conto criado por um escritor, um mundo novo então, cheio de mistérios, intrigas e fantasia, escritos pelas mãos do culpado de tantas crueldades, de tantas paixões e tamanhas desilusões.

Talvez fosse apenas mais um anjo, mas que esconde seus demônios dos olhos de quem quer desperta-los, talvez seja a hora de libertá-los.

P.V.O Crystal

Aquilo seria um sonho? Não poderia ser verdade, eu não poderia aceitar que eu... Estava morta... E tudo aquilo... Ariel... Aquele mundo e todas aquelas fantasias... Nada era real... Não, não poderia.

Novamente estaria flutuando, enquanto adormecia a brisa batia em meu rosto e desviava sem fim, fui encaminhada á um lugar que por minha surpresa desta vez era reconhecível... Estava ao parque onde vivenciei os momentos mais felizes de minha infância, mas algumas coisas estavam diferentes agora, tudo parecia mais vivo, como se pudesse ver além de meus olhos, minha percepção havia se ampliado, havia uma melodia ao fundo, haveria uma canção um pouco melancólica e medonha, crianças corriam alegres, gargalhadas ecoavam, poderiam atravessar-me, como se não estivesse ali, como se fosse um fantasma, aquilo fazia cócegas, mas não era nem um pouco engraçado, foi então que percebi que enfim estava morta.

FIM P.V.O Crystal

[...]

P.V.O Ariel

― Ei, volte aqui. – Falou com a voz manhosa enquanto me puxava pela cintura, tentando fazer-me deitar novamente.

―Vamos, temos muitas coisas a fazer hoje. – Falei calmamente enquanto acariciava-o, puxei o seu rosto pelo queixo juntando-se ao meu, selei seus lábios com um selinho, ele tinha um beijo doce e ao mesmo tempo quente, coloquei a mão sobre seu peitoral nu e acabei me virando e apoiando a outra mão em sua nuca, suas mãos se encontravam sobre minha cintura, o selinho enfim se tornava um beijo calmo e progredia feroz.

Levantamos minutos depois, o dia seria longo.

FIM P.V.O Ariel

[..]

P.V.O Crystal

― Hora de acordar flor do dia. – Reconheci a voz de Ariel me batendo com um travesseiro e logo após abrindo as cortinas da janela. Os raios solares estavam irradiantes, faziam com que minha pele brilhasse, não nada disso de Edward Cullen, minha pele parecia mais viva, macia e sedosa... Havia duvidas e esperava que Ariel pudesse respondê-las. Saltei sentando-me na beirada da cama com a esperança de finalmente acabar com todos aqueles mistérios... Estava formulando as frases e quando finalmente sabia por onde começar, a mesma acabou me interrompendo. ― Antes de falarmos nisso, vá tomar um banho e se arrumar, se arrume bem, irei te apresentar a algumas pessoas especiais hoje. – Terminou dando uma piscadela, como ela poderia saber o que eu estava pensando? Como se já não bastasse todas aquelas barbaridades de curiosidades, mais essa de ler pensamentos? – Tem roupas dentro daquele armário, e algumas coisas na gaveta da penteadeira, vou te esperar na sala de recepção. – Já estava a sair quando lhe puxei o braço.

― Você esqueceu que eu não sei nem aonde é o banheiro? – Falei em tom sarcástico.

― Bom... – Caminhou até certo ponto do quarto aonde se encontrava uma porta, colocou a mão na maçaneta e forçou-lhe abrindo-a, pude visualizar parte da suíte. – Agora você já sabe onde é o banheiro. – Olhou-me com um sorriso de canto e com o queixo quase se encostando a seu peito. ― Agora se não se incomoda já vou indo, temos pressa... – Falou saindo rapidamente, antes que pudesse falar mais alguma coisa.

― ESPERE! – Foi em vão à porta bateu á centímetros de meu rosto, fazendo com que o ar fresco balançasse os fios soltos de meu cabelo desarrumado, ao abri-la já não se encontrava mais ali a garota, mas várias pessoas me encaravam, na maioria eram garotos, fechei a porta rapidamente, estava com uma roupa inadequada para a ocasião, trajava o pijama de regata com um short curto que batia-lhe a altura da coxa, encaminhei-me diretamente ao banheiro.

Acabei optando por um vestido tomara que caia cheio de babados de cor creme, tinha um cintinho em formato de laço que o deixava ainda mais fofo, acompanhei de uma sandália não muito alta de cor bege, e prendi meus cabelos de lado deixando um de meus ombros nus, aquilo me incomodava então acabei colocando um casaco de renda fino e branco sobre o vestido. Optei por uma maquiagem simples, um gloss nude, lápis de olho preto, rímel, e sombra bege sombreada, borrifei o perfume de rosas que se encontrava sobre a penteadeira, peguei uma bolsa carteira para fazer algum sentido, decidi sair do quarto.

Seria uma grande confusão visto que eu nunca estive naquele lugar, não conhecia ninguém por ali, nem ao menos sabia aonde se localizava essa tal “sala de recepção”.

Pelo menos agora algumas coisas faziam sentido, parecia à vida que obtinha antes, apenas a amplificação dos sentidos era diferente, nada de surreal.. Avistei uma garota de cabelos brancos platinados visualmente naturais e olhos cor de mel, acompanhada de outro garoto que também tinha uma cor de cabelo diferente, eram azuis, quanto aos seus olhos... Bom eles eram rosas... Acho que teria falado cedo demais.

Quando andei para fora do quarto eu era o centro das atenções, as pessoas me encravam com expressões singelas como se estivessem vendo um fantasma... Não pêra.

Abri um sorriso curto e rápido e continuei caminhando enquanto mais pessoas me olhavam, cheguei ao fim do corredor, virei e encontrei um garoto o qual estava totalmente concentrado ao objeto que tinha em mãos, fui me aproximando e consegui identificá-lo... Era um PSP.

Estranhei aquilo já que as coisas que antes estavam inacreditáveis, agora se tornavam algo comum, como se não estivéssemos em outro lugar...

Aproximei-me e ao perceber minha presença o garoto parou o que estava fazendo.

― Posso ajudar-la? – Falou focalizando os olhos azuis celestes aos meus.

― É que sou nova aqui e... – Ele balançou a cabeça em afirmação como se soubesse daquela informação. – Ariel disse que estaria me esperando na sala de recepção, mas a verdade é que eu não sei onde fica... Sabe do que estou falando? – Ele balançou a cabeça novamente.

― Típico de anjos de proteção... tsc tsc tsc... Sempre tentando enganar os novatos... – Falou em negação, só então percebi sua semelhança ao outro garoto de mais cedo, o de cabelos azuis. – Bem venha. – Posicionou-se a minha frente, fui seguindo-o, já que não sabia o destino.

Depois de alguns minutos chegamos á uma sala ampla cheia de pessoas, a sala era clara e tinha várias janelas que permitiam ser totalmente iluminada pelos raios solares.

O garoto parou sobre minha frente e me encarou por mais alguns segundos, até que teve algo a falar.

― Chegamos, a sua “amiga” está logo ali com aquele cara de cabelos loiros... – Falou, logo apontando em uma direção que ao guiar pelos olhos pude reconhecer Ariel que estava acompanhada do tal garoto, já estava a ir embora quando lhe segurei pelo braço.

― Você não me disse seu nome. – Parecia que isso de esquecer as apresentações era um costume por lá...

― Claro, meu nome é Armin... Eu sou um... Deixa para lá, você não vai entender mesmo... – Falou abrindo um sorriso e se afastando.

―O meu nome é Crystal... – Falei já em um tom um pouco alterado, abrindo um sorriso de canto.

―Eu sei. – Armin virou e me deu uma piscadela... Como ele saberia? Vire-me para encaminhar até Ariel e visualizei um garoto escorado na parede um pouco distante de onde eu estava não o bastante para que pudesse ver sua expressão, parecia sério e me encarava com certa frieza, seus olhos verdes vivos eram intensos e me davam arrepios, não conseguir desviar o olhar do mesmo meu peito doía com a crueldade que via em seus olhos, porém nada poderia fazer, estava distraída, distante e não sabia a razão do mesmo, somente deixei de olhá-lo quando fui ao encontro de uma poltrona, mas não foi um esbarrão, percebi a presença da mesma antes que um mico viesse a acontecer, olhei o objeto a frente com certo desprezo, quando voltei os olhos para o local que o garoto se encontrava ele já não estava mais ali.

Perdida novamente em turbilhões de pensamentos acabei me encaminhando até Ariel e tentei parar de pensar no garoto, alias ela era capaz de saber o que eu estava pensando não é verdade? E eu tinha maiores preocupações e perguntas sem respostas, não poderia me distrair.

― É parece que você está aqui... – Ariel e o garoto que lhe acompanhava tiveram um susto, aquilo era estranho já que estavam em um lugar cheio de pessoas. Arqueei a sobrancelha, ambos haviam ficado sem jeito e seus rostos haviam enrubescido, olhei a bancada em que o garoto estava escorado havia vários papéis sobre a mesma, ele tinha um em especial em sua mão livre.

―V-Você finalmente nos... Achou-me. – Ariel retomava a estabilidade novamente. – Ér... Bom esse é o Nathaniel, ele é responsável por parte da organização de nossas subdivisões, depois explico mais sobre isso. – Ariel falou temerosa.

―É-é-é um prazer conhecê-la. – O loiro estendeu-me a mão a qual apertei, ao contrário de Ariel ele não havia conseguido deixar o nervosismo de lado e eu me perguntava o porquê do mesmo, sua mão estava gélida.

― Meu nome é... – Começava a apresentar-me quando fui interrompida.

― ... Crystal, eu sei. – Falou o loiro abrindo um sorriso tímido e elevando uma de suas mãos á sua nuca.

― Mas que diabos, todo mundo sabe quem eu sou por aqui? – Alterei o tom, já intrigada.

― Todos estávamos lhe esperando Crystal... – Ariel que antes fitava o chão agora levantava o rosto para encarar-me.

― O que você quer dizer? – Agora sim o circo de dúvidas estava completo. Ariel trocou um olhar com Nathaniel o qual não pude entender... Puxou-me pelo braço.

― Vamos irei lhe contar tudo. – Já me encaminhava para outro lugar. Quando já estávamos distante o bastante começou a falar... – Sabe Crystal... É tanta coisa que eu não sei por onde começar... – Parecia confusa.

― Talvez eu pudesse ajudar... – O garoto dos olhos verdes ressurgia do além, ele realmente me intrigava, um sorriso tentador havia surgido em seu rosto.

― Como queira, com licença. – Ariel voltava a fitar o chão e se encaminhava de volta a sala de recepção, enquanto encarava-a incrédula.

― Me dê o prazer de sua companhia? – Disse o garoto estendendo o braço e abrindo um novo sorriso, dessa vez parecia sincero. Balancei a cabeça afirmando e coloquei meu braço sobre o seu, precisava de respostas seja de quem fosse. Gelei ao lembrar-se do que Ariel foi capaz mais cedo... Será que teria mais deles com o mesmo dom? Será que aquele garoto também poderia saber minhas intenções? Ele abriu o sorriso de lado novamente, arrepiei e apertei a manga de sua camisa, ele me encarou ainda com o sorriso, descemos algumas escadas e demos de cara á um jardim coberto por margaridas e ao seu centro havia uma árvore enorme carregada de frutos, alguns eram lilás, outros roxos e alguns de um tom azul vivo, havia alguma harmonia naquele lugar ou com aquela companhia, apenas era confuso... Era o jardim mais lindo que eu já teria visto, havia um perfume agradável no lugar, insetos, principalmente borboletas brancas sobrevoavam sobre as delicadas pétalas que desabrochavam ali mesmo.

Paramos frente á árvore, ele tomou minha frente, segurou minhas mãos e começou a encarar-me novamente, seus olhos emitiam total descontrole em minha mente, era eloqüentes, ardentes, frios e temerosos, demonstravam preocupação, esperança e até mesmo carinho...

― Crystal... – Falou docemente, enquanto elevava uma de suas mãos ao meu rosto, acariciou minha testa e permaneceu por alguns minutos.

― Uurh? – Balbuciei, abriu um novo sorriso, encarou o chão, voltou à mão ao meu rosto, mas agora acariciava meu pescoço e passava o dedão repentinamente em meu queixo.

― Quanto tempo eu esperei por você. – Aproximava-se de mim, seu hálito era fresco, sua expressão agora era doce, sua atitude ameaçava algo, mas eu já tinha alguém em mente. Empurrei-lo antes que aquela cena acontecesse.

― Você está louco? Deixe-me em paz! – Gritei enquanto saia correndo do lugar sem saber para onde estava indo, poderia sentir que me fuzilava com os olhos enquanto me afastava, lágrimas brotavam de meus olhos, meu peito ardia e doía ao mesmo tempo, e nem ao menos sabia o porquê deste sentimento... Por um estranho? O que é tudo aquilo... Morrer realmente nunca será a solução dos problemas, isso teria lhe trazido mais problemas que a vida antiga, passei correndo pela sala de recepção, pude ouvir Ariel gritando meu nome, mas não me importei segui caminho em busca de meu quarto... O caminho foi longo as pessoas me encaravam temerosas e eu nem sabia o motivo, como tudo aquilo, eu não sabia de nada.

Ver a porta branca de meu quarto foi um alívio, empurrei a maçaneta e tranquei por dentro, joguei-me na cama, eu não podia controlar minhas emoções, meu mundo desabava sem razão, chorava abafado.

Alguém batia á porta.

― Crystal! – Era a voz de Ariel, podia reconhecer. – Abra a porta, por favor. – Foi em vão continuava ali mesma jogada na cama, na última vez que deixei Ariel falar não acabou muito bem... Após três tentativas falhadas e estar quase que acampando em frente á porta de meu quarto, finalmente abri-a e deixei que entrasse, logo que entrou tranquei a porta rapidamente para que dessa vez ninguém nos interrompesse.

― Por favor, me explique por que! – Suplicava em soluços, Ariel tomou-me em seus braços e encostou minha cabeça em seu peito, enquanto alisava meus cabelos na tentativa de acalmar-me.

―Shii... Pequena garota... – Sua voz ecoava docemente em meus tímpanos. – Desta vez irei lhe contar tudo.


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Notas finais do capítulo

Deixar um comentário não custa nada e me deixa hiper feliz. ♥
Até o capítulo O3 suas curiosas, HAHA.♥
♥XOXO♥



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