Anjos de vidro escrita por Natália Scarione


Capítulo 2
Capítulo O1 – Um anjo em minha vida


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ,comentários me influenciam a continuar a fanfic, estejam cientes que não se tem nenhuma ligação com a realidade ou religião, trata-se de uma fantasia. (ficção) Grata.



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Os próximos acontecimentos foram repentinos, a garota olhava com os olhos entreabertos e adormecia novamente, podia sentir um desespero familiar, o coração da mãe junto ao seu, acelerado por sua vez, o rosto em lágrimas cada vez mais próximo da mesma.

Sua mãe levava firme em seus braços encaminhando-a para o carro, colocou a menor dentro do mesmo, delicadamente no banco de trás, fechou a porta e entrou rapidamente no veículo.

A noite estava chuvosa, uma tempestade virá caindo, o vidro do carro estava embasado pelo frio, a jovem garota olhava pela janela, as luzes do postes eram intensas e embaçadas sob sua visão, adormeceu novamente.

A testa da menor encontrou-se ao vidro por fim, o frescor de seu hálito entrava em contato com a janela fazendo uma fumaça e logo manchando o vidro devido o calor interno da garota.

A mãe sussurrava algumas coisas, impossíveis de se decifrar, freava, acelerava, desviava. Não se importava com multas, ou o que acontecesse ,tinha que salvar a sua menina, que sempre teve medo da amar e um dia perde-la, e se não fizesse algo esse dia teria chegado enfim.

Estava acima da velocidade permitida, a estrada estava escorregadia, havia tomado algumas taças de vinho... Ou muitas e só poderia sentir leves tonturas, o perigo era eminente.

Olhou para a menor com um olhar que jamais poderá dar-lhe, acariciou-lhe o rosto da mesma que naquele instante adormecerá com uma feição ingênua e angelical. Abriu um sorriso, passou a mão pelo queixo da garota, fazendo-lhe um último carinho a mesma.

A estrada estava movimentada, as luzes fortes não incomodavam somente a garota, como assim a mãe.

Por fim, perdeu o controle, o carro acabou saindo da rota.

Um carro que vinha pouco mais atrás bateu com tamanho impacto no mesmo o fazendo capotar e um acidente ainda maior aconteceu naquele instante.

XxX

Quem me dera ter os olhos da inocência que uma criança obtém sobre a visão da vida, ao olhar do monstro se mostra incapaz de ferir-lhe, pobre garota que não sabe a real face do ser humano, iludida pela visão que antes terá de alguém que a ama, e que hoje sem tanta ingenuidade o olha com ódio e rancor alguém que algum dia amou.

Era de um tom azul-celestial o começo do dia que estava ao Sul por mais surreal que pareça, o laranja indicava o fim do horizonte, faziam a composição perfeita, a mistura homogenia de razões e emoções ecoavam dos picos mais elevados da região, o vento ríspido fazia contato com minha pele, podia o sentir guiando-me para longe dali, as estrelas mais altas brilhavam mais, e quanto mais distantes mais belas elas aparentavam, mais distante estavam da escuridão, mais próximas do calor uma da outra e longe das maiores que as desprezavam.

Sentia paz consigo ,mas o coração negava , sentia um peso anormal ,como se houvesse uma rocha ao invés de um algo mais quente, aos que deixaria para trás olhavam-lhe com um olhar de estranho, recusa-se a sentir, diante palavras ditas às memórias sejam o quanto elas sejam boas nunca apagaram as palavras amargas, que atingem o coração como se fosse lanças incendiadas com fogo vivo , que queimam o que alcançam, fere ,devasta e machuca. Não há mais laços que os liguem, não os sentimentais, suas relações são cortadas e o sangue que os liga já não tem poder.

Mergulhava na memória de seus pais, enquanto ainda se sentia zonza diante o vento que a guiava sem alguma direção fazendo-a flutuar, o qual a garota não fazia idéia ao destino.

Diante conclusões da vida, como questioná-las como sempre, agora já não mais adiantava ações no passado não serviam para mais nada, além de arrependimento de algo mal feito, mal dito, mal interpretado e mal sentido... E quando abrir os olhos para viver a vida, talvez seja tarde, quando quiser remendar as pontas soltas, o tempo tem seu próprio tempo, a morte não.

O tempo para amar é ilimitado, já para morrer esta á um fio.

O ser humano chega a ser tão ignorante que se nega a pensar no futuro e age por impulso, por mero interesse próprio, mas dignos são aqueles que têm os olhos virados para a estrada da vida e mantém os pés ao chão não se detém as mágoas, nem caem sob os obstáculos, mantêm-se sem sequer arranhões e caminham olhando sempre para frente, sem nenhum sentimento do que já fora feito.

A garota não se arrependia, mas seu peito pesava pelo sentimento que ainda a continha, o ódio era forte, maior até mesmo que o amor que um dia obterá...

O ódio é mais fácil de sentir, de ser entendido, de sustentar.

O amor? Difícil de aceitar, pior de se lidar e até muitas vezes é mal interpretado...

O amor ilude, machuca, faz com que o ódio seja acessível.

O ódio resolve, ignora, faz com que o amor seja inacessível.

Por fim o vento que encaminhava a garota pairou sobre uma lagoa cristalina, de tanta pureza dava-se para ver o final da lagoa que se fechava em gelo. A beleza do lugar era inigualável, sem dúvidas nunca verá algo com tamanha beleza em toda sua vida.

A estética do que seria um lugar “natural” era inquestionável, estava dentro do mais belo sonho que poderá ter, a sensação era incrível, o astro maior agora banhava os céus com tons alaranjados, a fantasia de um sonho a encantava.

A natureza como jamais virá, decorava o ambiente com seus tons verdes intensos, flores de primavera abriam sobre o simples toque, ou sobre o mínimo olhar reprimiam-se, revelando-se amedrontadas, carpas vermelhas como nunca, brilhavam ao pular sobre a lagoa, já abaixo das mesmas, mas perto do fim gelado da lagoa, estavam carpas de uma coloração estranha, eram azuis e traziam harmonia sobre os tons obtidos no lugar, era simplesmente magnífico.

O som dos passos da garota ecoava pelo vale, passando pelos picos e sumindo por fim nas montanhas mais altas.

Caminhava em círculos, tudo aquilo ainda era impossível de compreender, nada era explicável naquele lugar tão diferente e extraordinário.

A cada passo que dava sentia seus pés flutuarem, como se estivesse caminhando sobre nuvens. Por fim, parou ao lado da lagoa, agachou, começou a aproximar-se da água, uma carpa vinha observando seus movimentos, quando simplesmente tocou finalmente na lagoa, a carpa tornou-se ainda mais próxima, deixando a garota tocar-lhe, as escamas da mesma não eram normais como as que virá em sua vida, eram de algo especial, podia sentir, o tom avermelhado da mesma, cintilava como em uma fantasia, ao tocar a água, algo lhe preencheu, um tom de bravura e alegria talvez.

Ouviu algo vindo de não muito longe, passos e alguém gracejava, até que uma figura surgiu em sua frente.

Os cabelos castanhos avermelhados tendiam a altura do tórax rebeldemente lisos na parte superior e anelados nas pontas, os olhos verdes vivos, tão verdes como o ambiente, um sorriso perfeito e verdadeiro enfeitava os lábios salmão da garota, o que fazia perfeita sincronia com as bochechas rosadas da garota. Os olhos da mesma eram atentos e atenciosos, a presença da menor trazia um sentimento de paz. Ela resplandecia diante o cenário, era de uma beleza tonificante, exercia uma pureza e estabilidade.

Em pouco tempo, pode reconhecê-la, seria a garota que teria visto ao cair da escada, enfim o mistério teria fim.

A luz que acompanhava reluzia, e quanto mais perto chegava mais fraca ficava, assim deixando a garota mais visível. Caminhou até a menor, e lhe estendeu a mão. Ao tocar-lhe viu toda a sua vida, os momentos bons pelo menos, agora seu coração encontrava a pureza, isso era bom. Retribuiu o sorriso que a garota já obtinha desde que a virá, agora estava maior, separando seus lábios delineados.

Estava preparada para pergunta-lhe algo quando a garota lhe interrompeu, com o dedo sobre os lábios. Apontou-lhe a lagoa, a carpa movimentava-se circularmente sempre perto da menor.

—Xiii! – Ela cantarolou, seu tom de voz era gentil e monótono. Apontou a lagoa, diretamente para a carpa que continuava nadando em círculos, a garota acompanhou-lhe com os olhos. – Ela quer ser libertada, você deve liberta-lá, sua alma pede passagem para que possa descansar em meio as outras, para que enfim você possa estar conosco. – Abriu o sorriso novamente, acariciou o rosto da menor, que lhe encarava com uma expressão confusa, que acompanhou novamente os olhos da outra garota. – Essa é a Lagoa das Almas, as carpas vermelhas são os seres vivos que residem na Terra, já as azuis que vem logo abaixo, são as que já passaram por lá, e que hoje vivem aqui conosco, finalmente encontraram a paz. – A garota agora estava mais confusa.

— Como assim? Onde estou? Eu estou...? – A garota finalmente pode falar.

—Você está no labirinto das almas, é para aqui que as almas boas vêem, quando... Bom quando elas... Deixam de viver na Terra... – A expressão da garota agora teria mudado. – Mas, Crystal, olhe só estou aqui para que você liberte sua alma, caso não faça isso sua cor irá escurecer e quando isso acontecer, você será encaminhada á Lagoa das Lamentações, sendo enviada ao “Outro Lado”. Então olhe, segure a minha mão, e deixe-se perdoar tudo aquilo que se houve em sua outra vida, estou aqui para que você possa ter um novo futuro com nossos irmãos, uma vida melhor, diferente, sem nada de ruim, a não ser... Depois falamos mais sobre essas coisinhas... O importante agora é que você deixe que o espírito do perdão invada sua alma. Ao fazer isso você ganha as chaves de boas vindas do Paradiso. Olhe para mim. – Ela apertou as mãos da garota e se aproximou. – Isso relaxe. – A garota fechou os olhos e viajou pelo passado, vivenciando as lembranças boas que tivera desde que fora apenas uma criança. Sentiu que estava voando como um pássaro, e acabou caindo em sono profundo.

Quando acordou estava em outra dimensão, sentia-se diferente e realmente estava, tudo havia amplificado.

Estava em um quarto branco em uma cama macia como nunca houvera, a cama era coberta por lençóis de seda em tom grená, a garota estava vestida com um vestido longo e estranho, ela não se lembrava de ter ido para o local, ou ter trocado de roupa, examinava cada milímetro com confusão.

A garota de mais cedo que a mesma não sabia o nome surgiu pela porta do quarto e parou diretamente em sua frente, e começou a encarar-lhe, até que abriu um novo sorriso o qual Crystal correspondeu.

— Estou muito orgulhosa de você. – Abriram novos sorrisos. – Mas vejo que teremos um pouco de trabalho já que você é meio teimosa... Mas bem, não irei desistir de você nunca! – Deu uma piscadela e continuou. – É bom você descansar, teremos muita coisa pela frente, principalmente temos uma grande etapa pela frente. – Segurou-lhe a mão, acariciou-lhe o rosto, levantou e já se encaminhava para sair do quarto quando se lembrou de que faltava algo. – Verdade esqueceu-me de te falar quem sou eu... – Novos sorrisos brotavam dos rostos calmos das garotas. – Sou um anjo de proteção... – Houve um silêncio. – Claro, meu nome é Ariel. –Abriu um sorriso largo, enquanto Crystal lhe encarava incrédula, saiu do quarto mantendo o ritmo em que cambaleava.


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Notas finais do capítulo

Este capítulo ficou um pouco pequeno ,mas pretendo deixar os próximos cada vez maiores. Deixe sua opinião, é de extrema importância para mim.



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