After Human Race. escrita por QueenOfConeyIsland, Ket


Capítulo 8
Capítulo 8 - Ashton.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516028/chapter/8

A Academia de Bruxas de Salém estava completamente silenciosa. Cornélia havia saído para a cremação da bruxa que havia morrido. Não era uma bruxa conhecida por nenhum dos sete grandes dos Estados Unidos, mas só por ter trazido uma bruxa nova ao clã, já era motivo o suficiente para homenageá-la. Como Cornélia mesma, havia dito, ela morrera protegendo sua raça, era uma bruxa fiel, e queria que todas as suas alunas tivessem a mesma coragem que a tal bruxa teve.

Kaily encostou na janela de vidro da sala de estar e olhou a campina frontal se estender a sua frente. Uma chuva caía fora do casarão, e as meninas faziam qualquer coisa do lado de dentro. Ela olhou em meio as árvores que cercavam o pântano e viu duas coisas brilhando em meio a grama. Kaily franziu o cenho e disse:

– Gente! O que é aquilo?

Isa foi a seu encontro e perguntou:

– Onde?

Kaily apontou para os pontos radiantes na grama e então Isa abriu a porta, e saiu correndo na chuva em direção os pontos brilhantes. Kaily e Amélia saíram na varanda e se entre olharam.

– Aquilo... - Kaily deixou o queixo cair. - Balas de prata?

Isa chamou as duas com a mão e logo, Amélia e Kaily saíram correndo em direção a chuva. Kaily pegou as duas na mão e analisou.

– Amélia, são iguais as que estavam na testa daquela bruxa ontem.

Amélia respirou fundo e disse:

– Vamos entrar.

As três voltaram para o casarão e trancaram a porta encharcadas. Isa mostrou as balas para as meninas e disse:

– Vamos fechar tudo, tudo mesmo. Ninguém sai de casa hoje.

Amélia e as outras saíram correndo para fechar as janelas e portas. As meninas se dividiram em equipes. Adrianne, Amélia e Sia foram acender a casa com velas, e Louise, Kaily, Isa e Leigh Ann foram informar as meninas do ocorrido. A maioria se trancou nos quartos, acendendo velas e fechando as janelas, já outras ficaram nos salões, observando pelos cantos das janelas assustadas. Kaily foi até o quarto de Ravenna, que ficava ao lado do dela e de Leigh e Amélia, bateu na porta, e viu a menina abrir a porta sonolenta. Ela usava uma camisa branca, shorts de ginástica pretos e seus cabelos estavam bagunçados.

– Oi... Me desculpe acordar você. - Ela disse olhando a morena sorrir. - Vim avisar que estamos sendo vigiadas por caçadores. Cornélia pediu para que apagassem as luzes e ascendessem velas, evita chamar a atenção, sabe?

Ravenna afirmou, e disse sem jeito:

– Kaily, não é?

Kaily assentiu.

– Eu iria perguntar se posso me juntar as suas amigas e você. Eu... Eu estou sozinha, e tá meio assustador ficar aqui.

Kaily sorriu.

– Nem precisa perguntar, vamos.

As duas desceram as escadas de madeira e viram que as únicas meninas na sala de estar eram Amélia, Sia, Louise, Isa, Adrianne e Leigh Ann. Kaily deu um passo a frente e disse:

– Meninas, essa é a Ravenna.

Elas cumprimentaram Ravenna, e então Sia perguntou:

– Como aconteceu? Digo, a descoberta.

Ravenna se sentou no chão e disse:

– Bem... Eu estava no trabalho, e ai aconteceu. Eu encontrei a bruxa que morreu ontem, e ela me disse no trabalho mesmo o que eu era. Então os caçadores chegaram, eu acabei me estressando com alguns colegas de classe que foram até a lanchonete para caçoarem de mim e ateei fogo no lugar.

As meninas ficaram caladas, até Sia dizer:

– Me desculpe.

Ravenna sorriu e disse:

– Tudo bem, a gente descobre sempre, não é? Não da pra fugir disso.

Isa sorriu e disse:

– Eu também sou pirokinesis. Ateio fogo nas coisas como você.

Ravena sorriu.

– Eu não estou sozinha.

Adrianne riu e disse:

– Não mesmo, coisas bizarras é com a gente mesmo.

As meninas gargalharam, exceto por Kaily, que parecia meio apreensiva. Leigh Ann olhou para ela e ouviu:

"Eu preciso contar sobre o Ashton..."

– Contar o que sobre o Ashton, Kaily?

Kaily abaixou a cabeça e disse:

– Eu vou me encontrar com ele depois das dez.

Amélia e Sia taparam a boca.

– Kaily, você não pode! Não hoje! Não nessa situação toda! - Adrianne disse.

Kaily respirou fundo e disse:

– Gente... Isso é importante pra mim.

Isa ficou boquiaberta:

– Kaily! Você não pode se arriscar por um garoto!

Ela abaixou a cabeça e viu Louise se pronunciar:

– Kaily, me desculpe, mas não é seguro.

Amélia começou:

– Sério mesmo, Kaily, não da pra ir hoje. Me desculpe, querida. Mas está perigoso demais para isso. Não dá.

Kaily levantou a cabeça e disse:

– Eu não tenho medo. Eu vou sim. Nós somos bruxas, somos muito mais poderosas que eles. Temos forças de um lado do cérebro que é desconhecido e que nenhuma pessoa comum tem desenvolvido. Eu vou sim, não vou perder essa oportunidade porque estão todas com medo.

Amélia se pronunciou:

– Tudo bem, nós temos força a nosso favor, mas eles tem armas, armadilhas e são muito mais perigosos. Kaily, eu sei que não dá pra se esconder pra sempre, mas agora é muito arriscado.

Ravenna se pronunciou:

– Kaily, eu sinto muito, eu acabei de chegar, mas elas tem razão. Eu presenciei isso.

Kaily assentiu e disse:

– Já tomei minha decisão, eu não vou desmarcar com o Ashton.

E então ela subiu cabisbaixa. Sia respirou fundo e disse:

– O que a gente vai fazer?

– Odeio essa situação, mas ela tem razão. - Amélia disse. - Não podemos nos esconder pra sempre.

Isa sorriu e disse:

– Tenho um plano.

–--------------------------------------------------------------------------------

Uma e meia da manhã, Ashton saiu do banheiro com os cabelos ajeitados no melhor estilo James Dean, jaqueta preta, camiseta branca, calças jeans e coturnos. Seu colega de quarto Cody Jones assoviou:

– Mas que menino chavoso.

O outro colega de quarto, Agustus Kingsley franziu o cenho e disse:

– Cody, que gay, cara.

Ashton riu.

– Me deem cobertura, Joe pode acordar e resolver nos ver, sei lá. Aquele cara é mais fumado do que qualquer um de nós três.

Cody passou as mãos pelos cabelos castanho claro e disse:

– Ashton, toma muito cuidado, cara. Tá ficando perigoso.

Ashton assentiu e disse:

– Vou passar pela porta dos fundos. Vigiem para mim, por favor.

Os dois assentiram e viram o amigo sair de fininho.

Não demorou mais do que meia hora para ele chegar a Academia de Bruxas de Salém. O coturno chapinhava a lama, fazendo com que as botas perdessem o brilho devido a sujeira, mas ele não estava nem ai. Foi até a porta dos fundos e se sentou na varanda esperando Kaily. Acendeu um maço de cigarro com a ponta dos dedos e o tragou silenciosamente, observando a mata que cercava o casarão branco. Logo Kaily abriu a porta branca e então ele sorriu apagando o cigarro.

– Oi... - Aston disse sem jeito.

Kaily corou.

– Olá.

Ashton deu o braço para ela, que o abraçou e sorriu. Então os dois andaram em direção a grande campina.

Passando por pantanos e meias florestas, Kaily se lembrou do que as meninas disseram sobre os caçadores de bruxas, e imaginou o panico que Ravenna sentiu quando estava sendo perseguida pelos caçadores. Se lembrou das balas de prata encontradas na campina frontal e se encolheu no braço de Ashton, que sorriu e disse:

– Hey! Ta tudo bem.

Kaily sorriu e disse:

– Eu sei... Obrigada, Ashton.

Ashton beijou o topo da cabeça da menina.

Mais uns minutos e os dois chegaram a grande campina. Ashton se sentou na grama, e Kaily fez o mesmo apoiando a cabeça em seu ombro. Ashton sorriu e disse:

– Como é na escola normal?

Kaily olhou para ele e sorriu.

– É um saco. As pessoas são cruéis e infantis.

Ashton franziu o cenho e disse:

– Nossa... Não me lembrava de ser assim.

– Isso é porque você estuda na Academia desde os dez anos. O pessoal do colegial é um inferno.

Ashton sorriu e disse:

– Não dá pra fugir de gente cruel pra sempre. Aqui a gente também tem esses conflitos.

Kaily respirou fundo e disse:

– É... Mas a gente sobrevive.

Ashton sorriu.

– O que mais eu não sei sobre você?

Kaily fez cara de pensativa e disse:

– Bem... Eu já falei sobre a minha família, já falei das coisas que eu gosto, já falei das coisas que eu não gosto... AH, ASHTON! Falei muito de mim! Fala de você.

Ashton riu e disse:

– Tudo bem... Por onde começo?

– Pelas coisas que você gosta. - Kaily disse divertida.

Ashton sorriu e disse olhando ela:

– Eu gosto de inverno, café e literatura. Gosto de Arctic Monkeys, e de rock em geral. Hm.... Eu gosto de cigarros as vezes, é um vício e eu tenho que parar, admito.

Kaily riu e disse:

– Sim, você tem que parar.

Ashton sorriu e disse:

– Okay... Eu gosto de meninas de olhos verdes. Elas são misteriosas.

Kaily corou e abaixou a cabeça. Ashton levantou-a pelo queixo e se aproximou. Kaily sorriu e disse:

– Isso foi muito clichê.

Ashton sorriu tambem e disse:

– "A pessoa que não sente prazer com um bom romance, seja cavalheiro ou dama, só pode ser intoleravelmente estúpida.” - Jane Austen.

Kaily sorriu e deixou que ele tocasse seus lábios. Kaily envolveu a nuca de ashton com as mãos, e ele passou as mãos pela sua cintura. Enquanto Ashton aprofundava o beijo, pode ser ouvido um tiro. Kaily quebrou o beijo e disse:

– Ashton... O que foi isso.

Ashton franziu o cenho e se levantou mirando a mata.

– Acho que foi um tiro.

Kaily se levantou e se pôs atrás de Ashton, se encolhendo atrás dele. Logo ele observou algo se mover por entre a floresta do pântano. Outro tiro, e dessa vez uma bala quase atravessou os dois.

– KAILY! ASHTON! CORRAM! - Kaily ouviu a voz de Amélia.

– AMÉLIA! - Kaily gritou.

Logo Amélia, Sia, Louise e Ravenna sairam da floresta atrás do casal e correram até os dois. Ashton e Kaily franziram o cenho.

– O que estão fazendo aqui? - Ashton passou as mãos pelos cabelos.

Louise retirou uma arma do bolso da jaqueta preta e disse:

– Viemos salvar vocês. Amélia viu os caçadores em uma visão, acho que não é boa idéia se encontrarem de noite.

Kaily e Ashton se olharam.

– Até que valeu a pena. - Kaily disse.

Logo dois caçadores sairam das matas a uns vinte metros de distancia deles. Ashton se pôs a frente das meninas e encarou os caçadores. Ravenna pôs as mãos na boca e sussurrou:

– São eles...

Sia a olhou.

– Eles você diz, aqueles que mataram...

Mal terminou a frase e Ashton jogou as meninas no chão desviando de uma bala. O homem disse:

– Não vão conseguir escapar, bruxos nojentos. Somos mais fortes.

Louise se levantou trêmula, empunhou a arma e atirou. O tiro foi certeiro, parou exatamente no braço do caçador, que urrou e jogou a arma no chão, cobrindo seu braço direito com o esquerdo.

– O QUE ESTÁ ESPERANDO, MAY? VÁ ATRÁS DELES! - O homem ordenou.

A mulher pegou uma espingarda e saiu em disparada atrás deles. Ashton fez um sinal em sentido horizontal e ateeou fogo a campina, separando a caçadora deles, ganhando tempo para fugir. Os seis saíram correndo em meio as matas sem se importar com o que tinha pela frente ou aonde pisavam. Sia que ganhara vantagem por ser alta e ter pernas grandes estava a frente junto com Ashton e Kaily, logo atrás Louise e Ravennah e por último, com lágrimas nos olhos e tentando alcançar os outros, Amélia, que tivera desvantajem por ser a mais baixinha. Sia disse afobada:

– Eu sabia que isso ia dar merda!

Kaily acelerou e disse:

– Agora não dá, Sia. Corram!

Já vizualizando o casarão, Louise ordenou:

– Ashton, quero que continue correndo até Merlin's Sons. Só vinte minutos, e assim que chegar ligue para Kaily, okay?

– Sim! - Ashton disse correndo até a porta dos fundos do casarão.

As meninas entraram ofegantes, deram boa noite a Ashton e quando Kaily iria fechar a porta, ele a puxou pelo braço e disse:

– Cadê meu beijo de boa noite?

Kaily sorriu ainda ofegante e deu um selinho rápido em Ashton, que disse:

– Eu te ligo.

E voltou a correr e direção a Academia de Bruxos Merlin's Sons.

Kaily fechou a porta passando a chave e subiu até seu quarto, onde Amélia, Louise, Isa, Adrianne, Leigh, Sia e Ravenna esperavam ofegantes.

– Então?? - Isa disse.

Kaily se sentou na cama e disse:

– Conseguimos despista-los.

Louise levantou e disse:

– Kaily, pelo amor de Deus. Da próxima vez nos obedeça.

Amélia segurou o pulso de Louise e disse:

– Lou, ela já está ciente disso. Não vamos forçar.

Kaily passou as mãos pelo rosto e disse:

– Me desculpem, meninas. Eu... Droga! Onde eu estava com a cabeça?

Adrianne se sentou ao seu lado e disse:

– Tudo bem... A gente faz besteiras quando gosta de alguém.

Sia disse:

– Eu que o diga! E olha, não se preocupa, Kaily. A gente vai ter que lutar uma hora.

As meninas assentiram.

Amélia se levantou e disse:

– Venham cá. Abraço em grupo, porque agora estamos todas seguras e juntas.

As meninas se abraçaram sorrindo, e então o celular de Kaily tocou. Ela atendeu. Assim que desligou o celular sorriu e disse:

– Ashton chegou bem!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "After Human Race." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.