After Human Race. escrita por QueenOfConeyIsland, Ket


Capítulo 7
Capítulo 7 - Ravenna


Notas iniciais do capítulo

Oioi! Espero que gostem! Xoxo



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Dois olhos castanhos piscaram devagar e depois mais rápido. Ravenna Montes levantou a cabeça preguiçosamente com a visão ainda meio turva e os cabelos morenos desgrenhados. Olhou em volta e se lembrou de tudo que aconteceu no dia anterior.

Lembra-se de acordar em sua cama se lamentando por ser segunda-feira e ter que enfrentar a escola. Tudo era tão normal até ontem. Ela era apenas uma menina normal de 17 anos que trabalhava meio período em uma lanchonete na esquina de sua casa e ia pra escola.

Claro que anormalidades sempre rondaram a vida de Ravenna, como saírem faíscas das pontas dos seus dedos todas as vezes em que ela sentia emoções fortes demais, ou quando ela tinha pesadelos muito misteriosos que sempre acabavam em uma mesma casa branca no meio do pântano.

Mas nunca na vida dela algo assim havia acontecido. Ela servia mesas no grill na noite em que tudo aconteceu.

Uns meninos da sala de Ravenna entraram no grill e se sentaram na mesa esperando a menina os servir.

– Como posso servi-los? - Ela disse tirando uma mecha castanha de seus olhos.

– Pode começar me trazendo um milkshake sem açúcar. - Uma das meninas disse.

– Não existe milkshake sem açúcar. - Ravenna respondeu irritada percebendo que aquelas pessoas só estavam la para encher seu saco.

– É claro que existe, eu tomei um no concorrente. - A menina disse dando de ombros.

– A gente não faz isso aqui.

– Que lugarzinho, hein? Tudo bem Tituba, me trás uma água. - Ela disse. Ravenna respirou muito fundo e sentiu as pontas de seus dedos da mão direita começarem a soltar faíscas. Tituba era como os colegas dela a chamavam, porque ela era negra. Ravenna obviamente odiava o apelido.

De repente a porta se abriu e uma mulher loira com o vestido branco e um arranjo na cabeça entrou no lugar e se sentou em uma mesa. Ravenna pediu licença e foi atender a mulher.

– Como posso servi-la? - Ravenna viu os olhos azuis da mulher brilharam ao olhar para ela.

– Gostaria de falar com você Ravenna. - Ela deu um sorriso verdadeiro. Ravenna arregalou os olhos surpresa.

– Como você sabe meu nome?

– Eu sei tudo sobre você. Venho te observado, sabe? Sei sua história. Seus pais morreram e você mora com sua tia que escolheu não te contar a verdade, o que, na minha opinião, é a pior das atrocidades. - Ela apoiou a mão no queixo e sorriu animada. Com um movimento de sua mão livre a cadeira em sua frente foi empurrada para trás, como mágica. Ravenna arregalou mais ainda os olhos.

Sua atenção foi desviada para a porta novamente e um casal entrou com umas jaquetas pesadas. A menina tinha cabelos laranjas e lisos já o menino tinha olhos azuis e cabelo preto. Ele abraçava ela pelo pescoço e ela chupava um pirulito cor-de-rosa. Eles pareciam um casal de motoqueiros dos anos 60. Quando eles começaram a andar Ravenna podia jurar que vira uma arma dentro do casaco de couro do menino.

A morena voltou sua atenção para a mulher loira que estava com os olhos arregalados olhando para o casal, o sorriso que antes habitava seu rosto murchava e ela estava com a postura ereta.

– Ravenna, eu preciso que você me siga. - Ela sussurrou.

– Porque? - A morena respondeu cheia de medo. Sentiu seus dedos começarem a esquentar e começou a rezar para que não saíssem faísca.

– Bruxa. Você é uma bruxa Ravenna. Seus país eram bruxos e você ficou com a genética, agora por favor, vamos! - A mulher sussurrou nervosa. Ravenna ficou estática, parada no lugar, congelada.

– EI TITUBA EU NÃO TENHO O DIA INTEIRO! - A menina gritou da outra mesa. Seus dedos soltavam faíscas.

Bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa.

– Ravenna, vamos. - A mulher loira falava entre dentes.

Bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa.

O casal a observava com interesse. Seus dedos soltavam faíscas audíveis.

Bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa.

– Deixa ela Ashley, negra suja que não sabe nem servir uma água. Você deveria morrer Tituba! - Um menino disse. Seus dedos estavam em chamas.

Bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa.

– Ravenna, ignore eles nós precisamos correr. - A loira se levantou a pegando pelos ombros.

Bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa.

O casal se levantou também, pegando armas de seus casacos de couro.

Bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa bruxa.

De repente o grill estava pegando fogo. A mulher loira puxou Ravenna pela mão esquerda e saiu correndo no momento em que uma bala foi lançada na menina. Não a alcançou por muito pouco. Ouviu os gritos desesperados de dentro do restaurante mas ignorou. Não poderia pensar nisso naquele momento.

Correu atrás da mulher o mais rápido que pode antes que o casal chegasse perto dela.

– Como assim uma bruxa, isso de magia não existe! - Ravenna gritou para que a loira a escutasse.

– Se não existe como você explica ter incendiado aquela lanchonete, como você explica seus pesadelos, como você explica aqueles dois nos seguindo e tentando nos matar?! - A mulher grita de volta.

– Eu não sou assim, eu sou normal! - A morena gritou.

Percebeu que estava em um pântano, um lugar no meio do mato. A mulher parou e se virou para responder a menina. Nesse exato momento uma bala a perfurou o crânio.

Desesperada Ravenna saiu
correndo e deixou a mulher loira lá. Encontrou uma árvore de tronco grosso e se escondeu atrás dela. Ouviu passos e prendeu a respiração com medo.

– Droga! - O menino disse irritado com o resto de voz que tinha.

– Calma, a gente acertou a loira. - A menina disse respirando pesadamente também.

– E ela saiu correndo. May, eu aposto que ela vai para o Samhaim. A gente não pode achar a localização, esqueceu que é enfeitiçado A outra bruxinha fugiu. E ainda me deixou com essa queimadura na perda, aquela vaca!

– Nicholas, calma, se a loira fugiu pro Samhaim significa que a gente está perto de uma das academias e a gente precisa avisar a central. E a negra não deve ter ido tão longe, ela não parecia saber que era bruxa. Vamos para frente e amanha a gente manda tropas olharem o local.

– Ta bem. Vamos. - Ele disse desgostado e Ravenna os ouviu indo embora.

Voltou a respirar e subiu na árvore. La de cima ela conseguia ver uma fogueira e pessoas vestidas de branco. Viu que todas estavam em volta de uma pessoa. A mulher loira. Um homem foi até ela e retirou a bela de sua cabeça. Anunciou alguma coisa e as pessoas suspiraram e fizeram cara de aterrorizadas.

Ravenna parou de olhar e pegou no sono em cima da árvore mesmo.

Agora ela se encontrava em cima da árvore e via uma casa branca que a parecia extremamente conhecida. A casa branca dos sonhos! Ravenna sabia que precisava ir até lá.

Desceu da árvore e seguiu até a casa. Viu várias silhuetas de mulheres no andar de cima. Deveria ser 7:00 da manhã e o sol batia na casa a fazendo brilhar de um jeito diferente, quase mágico.

Foi até a porta da frente com medo e sentiu seus dedos esquentarem. Bateu três vezes na porta quase sem respirar e depois de alguns segundos uma mulher loira, meio velha, com um vestido preto simples e um cigarro na mão abriu a porta. Olhou para Ravenna por alguns segundos e a menina se sentiu péssima. Ela ainda usava a blusa branca e vermelha do grill e uma calça jeans mas estava muito suja e uma parte da camisa estava queimada, mostrando sua barriga lisa.

– Entre querida. - A mulher disse olhando para os dois lados antes de fechar a porta.

Ravenna não sabia porque, mas sabia que a partir daquele momento sua vida mudaria mais do que ela nunca imaginou.


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