Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, os comentários de vocês me inspiraram então aqui vai o próximo capítulo, lembrando que este é mais focado no Len tá?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/515360/chapter/3

Megurine Luka andava com certa dificuldade pela colina abrupta, os saltos agulha não eram feitos para andar em tal tipo de terreno, a comandante certamente não estava feliz, mas aquele era seu trabalho e ela tinha de cumpri-lo.

– E então?- Luka indagou para a garota que remexia no corpo falecido de Miku Hatsune.

– Bom... – Akita Neru, a legista, fez uma pausa dramática. – É difícil dizer, a garota apresenta um hematoma na região cervical, o que pode ser indício de um possível estrangulamento. Entretanto, está vendo isso?- Neru apontou para os cortes profundos e verticais localizados nos pulsos de Hatsune. – Foram cortados de forma que se insinua um provável suicídio.

– É, ele sempre deixa esses cortes. – Megurine Luka disse pensativa. – A detetive Rin apelidou o caso de “Virgin Suicides”, visto que de acordo com o laudo, todas as vítimas eram virgens e também pela forma como ele faz tais cortes, precisos e profundos, com objetivo de acertar a veia radial.

– É um bom nome. – Akita Neru levantou-se enquanto desembalava um pirulito sabor uva. Nessas horas, Megurine Luka devia se zangar. Trazer alimentos para a cena do crime era restritamente proibido, um simples doce como o pirulito poderia contaminar e atrapalhar todo o processo de perícia, Akita Neru tinha total consciência disso, mais sempre dava um jeito de desobedecer a comandante, não que surtisse algum efeito já que as assustadoras habilidades de Neru em sua área compensavam todo o resto, então Luka acabava deixando as regras um pouco de lado quando se tratava de Akita. – Entretanto, não posso dizer com certeza se os cortes foram a causa da morte, ou se ocorreram antes ou após a morte, só irei ter certeza após analisar o corpo no laboratório.

– Entendo. – A comandante disse enquanto acendia um cigarro.

– Já avisou os parentes da moça? –Neru indagou.

– Ainda não, Piko ira cuidar disso. – Luka respondeu dando outra tragada no narcótico.

– Hum, ele é muito prestativo não? – Neru murmurou um pouco irritada. – Mudando de assunto, como vão as coisas com a novata?

Luka expirou a fumaça calmamente antes de pronunciar-se:

– Até que bem, ela ainda não me causou nenhum problema, além disso, é bastante obediente.

– Vai ver é porque ela está com medo da chefona ou deve achar que já tem problemáticos o suficiente em sua equipe.

Ao longe, a jovem detetive Rin espirrava interruptamente, em algumas culturas, dizem que quando se espirra é porque há alguma pessoa falando sobre você, a garota fez um tour pelo lugar com os olhos, mais não conseguiu pensar em ninguém que estivesse falando sobre ela. Iroha discutia sobre alguma coisa com Utatane Piko e Yuzuki Yukari, enquanto próximo a eles, Aoki Lapis e Kasane Teto faziam um relatório para entregar a comandante mais tarde. Quanto a esta, analisava o corpo juntamente a um membro da perícia, sem falar nas dezenas de outros policiais que vigiavam a área. E é claro, naquela que estava interrogando-a.

– Pode me dizer novamente, como encontrou o corpo?- Perguntou a garota de cabelos verdes segurando uma prancheta à frente de Rin.

– Qual é Gumi. – Rin falou emburrada por estar sendo tratada como uma civil mesmo sendo membro do departamento. – Tenho mesmo que passar por isso?

– Desculpa Rin, tenho que seguir o protocolo, mesmo que seja uma detetive ainda é uma testemunha. - A esverdeada falou mordiscando a ponta da caneta.

Gumi era o mais próximo de “amiga” que Rin possuía desde que ingressara no departamento, as duas mais pareciam rivais, sempre competindo uma com a outra. Tal competição fora encerrada alguns meses atrás, quando Gumi, depois de muito esforço, conseguiu ingressar para a elite. Entretanto, a esverdeada agora reativara o conflito no instante em que soube da entrada de Rin no grupo, sem nem mesmo fazer algum esforço. Agora, a garota estava determinada a fazer a vida da detetive um inferno, realizando os atos mais irritantes que pudesse pensar para deixa-la desconfortável, ainda assim, ambas eram muito próximas.

– Tudo bem. – Rin disse soltando um longo e pesado suspiro. Logo após pôs-se a explicar todos os detalhes, desde que ocorrerá o avistamento do suspeito, até encontrar o corpo.

[...]

[Duas horas antes]

Len Kagamine observou as mãos manchadas de sangue por alguns instantes, ele havia retornado a si. Voltou os olhos a garota morta a sua frente, Hatsune Miku não parecia mais tão bela assim, aquele brilho que a garota possuía em seu olhar se fora, assim como sua vida.

Ele limpou as mãos na roupa juntamente com a faca que usara para ferir a garota e ajeitou o corpo da falecida em meio às flores. Hatsune Miku estava banhada pela luz da lua, se não fosse pelo terrível hematoma no pescoço, a garota poderia ser facilmente confundida com uma boneca, mas Len Kagamine não pensava deste modo, a garota perdera sua beleza no instante em que a faísca de vida que queimava dentro dela, apagou-se. Há tempos ele tentava manter a beleza de todas essas mulheres, fazê-las eternas, mas algo sempre dava errado, mesmo assim, Len não podia deixar de matar. No exato momento em que elas paravam de se mexer, no exato momento em que paravam de respirar, no exato momento em que a pequena faísca de vida desaparecia... Tudo isso era extremamente prazeroso, ele simplesmente não conseguia parar.

O garoto desceu a encosta da colina rapidamente, sem nem olhar mais para trás, Len andava pelas ruas escuras e desertas da parte perigosa da cidade, ao longe ele conseguia ouvir risos e música, provavelmente dos diversos bares e boates que se encontravam abertos até o amanhecer, aquela era a verdadeira cidade do pecado. Vez ou outra, algumas pessoas cruzavam o seu caminho, mas nenhuma se assustara com o fato de Len estar coberto de sangue e com uma expressão nada amigável. O loiro seguiu um caminho quase trilhado para dentro de um dos diversos clubes pornográficos com um letreiro extravagante e antigo, localizados na rua.

O clube Le girls, era um daqueles lugares que nenhuma pessoa que possui uma vida saudável e segue as regras gostaria de frequentar, o lugar era conhecido por reunir criminosos de todos os cantos, desde traficantes de sardinhas e assaltantes da lojinha da esquina, até os mais perigosos assassinos e ladrões de diamantes. O clube era um tanto quanto aconchegante, isto é, se você gosta de álcool e sodomia, possuía três palcos, aonde garotas de todas as etnias e idades vinham dançar e se exibir em troca de alguns poucos dólares. Um pequeno bar velho com um barman mais velho ainda, mas que possuía uma grande habilidade em criar novas bebidas com apenas uma Vodca, um pouco de Bourbon, creme e uma rodela de limão.

– Ora, ora, veja só quem esta aqui! – Um homem de cabelos azuis disse abrindo os braços quando seu olhar bateu no loiro. – Kagamine Len, a pessoa mais comentada do momento.

– Kaito Shion, achei que havia largado a vida de crimes e resolvido entrar para a polícia. – Len falou em tom provocativo.

– Essa gente fala cada coisa. – Kaito riu. – Não é bem assim, estou tentando me infiltrar na polícia, mas parece que eles não possuem muita confiança em mim.

– Considerando as coisas que você fez, acho que ninguém possui. –O loiro alfinetou, enquanto pedia uma bebida ao barman.

– Olha só quem fala, há quanto tempo você está na primeira página Len? Deve estar orgulhoso, o pessoal aqui já está cansado de ver suas obras de arte estampadas no jornal.

– É mesmo? Então acho melhor eu ir.

– O que? Mas por quê? Você acabou de chegar. –O azulado indagou.

– Parece que não sou mais bem vindo neste lugar. – Len explicou levantando-se e observando a todos os criminosos que lançavam olhares mortais em sua direção.

– Sua cabeça está a prêmio, todos querem a recompensa gorda que a polícia prometeu. – Kaito disse.

– Sério? E como fica o código de honra entre os criminosos? – Len indagou rindo.

– Somos criminosos, não cumprimos código algum. - Kaito Shion sorriu. O homem de cabelos azuis já fora um dos criminosos mais procurados em todo o departamento, ocupou por três vezes o primeiro lugar da lista. Estar presente na lista de mais procurados, era uma honra para os criminosos, isso significa que se você estiver em primeiro lugar, pode-se considerar um messias no mundo do crime, o respeito de bandidos, estupradores, ladrões, assassinos, serial killers, traficantes, usuários de drogas, falsificadores, mercenários, assassinos de aluguel, psicopatas e o que mais existir como escória é garantido. Entretanto, por motivos desconhecidos, o azulado abandonou todas as glórias de ser o mais procurado e abriu um clube no final da rua, cedendo seu lugar na lista para sua maior rival, IA, uma ladra de bancos que nunca ninguém viu o rosto. Recentemente IA fora rebaixada na lista, dando seu lugar ao mais novo Serial Killer da cidade, Kagamine Len. O que não foi muita sorte para o garoto, pois até mesmo os criminosos reconhecem que se precisa de esforço para se entrar na lista, anos de crimes e furtos, e aparecer do nada usurpando para si o primeiro lugar, não é lá algo que se possa ser considerado digno de respeito, não que Len Kagamine se importasse com isso.

O loiro encaminhou-se para a saída do lugar, sem dar a mínima atenção às caras feias que o observavam.

– Apareça mais vezes Kagamine! –Kaito despediu-se sorridente.

– Le-Len estava aqui?!- Uma voz feminina disse atrás de Kaito.

– Sim, mas já se foi. – O azulado respondeu virando-se para a garota.

– Que droga! Porque não me chamou? – Disse Miki, meia-irmã de Kaito e novata no mundo dos crimes, conhecida pelo uso de uma motosserra customizada à seu gosto para esquartejar suas vítimas. Miki era uma assassina, isto é um fato, mas não muito conhecida, a garota preferia trabalhar as escondidas. A ruiva era bastante procurada por criminosos que não possuíam a mínima ideia de como livrassem das evidências de seus crimes, isso tornava Miki a par de tudo que ocorria fora do seu laboratório, que mais parecia um açougue. Seu trabalho também lhe dava a vantagem de saber sobre tudo e todos, caso precisasse usar o fato de a Sra.Ivanov ter matado o gato de sua vizinha com uma pá e Miki teve de se livrar do corpo do pobre gatinho no futuro. Claro, se a tal russa Ivanov sequer existisse. Corria um boato de que Miki também tinha uma quedinha por certo Serial Killer, não que seu laboratório, repleto de fotos do garoto em todas as paredes não denunciasse tal fato.

– Porque você não fica quieta? Tem trabalho a fazer. – Kaito disse virando-se de costas para a menina e desejando ardentemente ter refeito a última frase, não é muito bom irritar uma ruiva que esta portando uma motosserra suja de sangue e fluídos corporais.

[...]

O novo Serial Killer andava sem a mínima pressa, ele não sabia onde estava indo, só queria chegar a algum lugar, naquele instante nenhum pensamento veio a sua mente, o garoto apenas apreciava a leve brisa gélida que pairava aquela noite.

–... Peça para Iroha reavaliar os equipamentos antes de usá-los em missão. – Uma voz desconhecida tirou o garoto de seus devaneios.

“Uma policial?!” Len pensou. “Não é possível que eles já tenham descoberto!”. Ele estava intrigado, matara Miku apenas há algum tempo atrás, a policia não podia ser tão rápida assim.

Um longo bocejo surgiu de trás da cerca que o separava da garota desconhecida e Len se atreveu a dar uma pequena espiada na jovem.

– Entendido!- A garota disse subitamente. Estava falando com alguém através de um comunicador. Qualquer um que passasse ali, naquele exato momento, poderia dizer com certeza que a jovem garota era doida, mas Len não era qualquer um.

O garoto apoiou-se em uma das madeiras da cerca e impulsionou seu corpo para cima, seus belos olhos azuis se focaram na detetive, ela apresentava um sorriso bobo estampado no rosto, mas antes que Len pudesse prestar alguma atenção em suas feições, a jovem saiu saltitando dali. “Loira”. Ele pensou. “Porte pequeno e loira, pelo menos eu sei de alguma coisa”.

Ele soltou-se da cerca e tornou a seguir seu caminho. Ela ainda não havia descoberto, ninguém havia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Huaaa, espero que tenham gostado :3