Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Huhu, estou aqui com mais um capítulo, aproveitem!!



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– Certo, vamos repassar os fatos. – Megurine Luka disse analisando os diversos relatórios que se encontravam em sua mesa. – Yukari, o que nós temos até agora?

Yuzuki Yukari levantou-se de uma das cadeiras que rodeavam a grande mesa de reuniões e dirigiu-se até um projetor localizado acima de uma mesa de mogno. A garota podia ser considerada a membro menos anormal do esquadrão de elite, fora a estranha fixação por pelúcias, Yuzuki Yukari nunca recebeu uma advertência que fosse culpa dela, era o exemplo de soldado perfeito e a personificação da disciplina, conhecida por não tolerar piadas em horas críticas e por possuir uma coleção de pelúcias trancada em seu porão, ninguém nunca soube o por quê.

– Bem comandante... – Yukari começou apontando para um arquivo refletido em uma tela branca pelo projetor. – Aqui temos a primeira vítima, Prima. Uma famosa cantora nacional que tentava a algum tempo carreira no exterior, acreditamos que o assassino passara-se por um produtor ou algo parecido quando se aproximou dela. Começaram um relacionamento que durou apenas algumas semanas. No dia dez de maio, ás exatas nove horas, ela saiu de um estabelecimento onde costumava fazer alguns shows e nunca mais foi vista.

Rin kagamine tentava ao máximo se concentrar na apresentação, mas era meio impossível com Iroha mastigando furiosamente alguns salgadinhos ao seu lado. A detetive havia descoberto semanas atrás que a hacker cleptomaníaca era uma fã de Prima, desde então, a loira evitava relembrar que a cantora estava morta, quando perto da Nekomura, certamente exibir as imagens do cadáver multilado de Prima, não era uma boa ideia com a hacker por perto.

– Certo. – Megurine Luka disse organizando os relatórios, ela nem mesmo se dava o trabalho de olhar para a tela. – Prossiga Yukari.

– A segunda vítima ocorreu apenas duas semanas após a primeira, o corpo estava tão desfigurado que não conseguimos identifica-lo, a teoria é de que o assassino não queria que nós descobríssemos quem era a segunda vítima. Isso nos leva até a terceira e quarta vítima, Anon e Kanon. Duas irmãs provindas de uma família bastante afortunada, ambas começaram a apresentar um comportamento estranho desde que foram a uma festa na casa de uma amiga. Com o tempo começaram a se afastarem dos outros membros da família e frequentarem lugares que podem ser considerados perigosos para garotas como elas. Ás oito da noite do dia nove, exatos dois meses após a primeira vítima, seus corpos foram achados perto de um rio que corria próximo a casa das garotas. Ambas sufocadas e ambas com cortes verticais nos pulsos.

– O que disse a amiga das garotas, ela devia conhecer o assassino não? – Rin indagou tentando parecer interessada, mas essa era a terceira vez que Luka Megurine repassava o caso, talvez a comandante precisasse de umas férias.

– Bom, a garota disse que havia muitas pessoas e ela não conseguia lembrar-se de todos, mas nos deu a informação de que Anon e Kanon estavam saindo com uma pessoa a qual ambas referiam-se como “perfeita” ou “tudo que ela sempre quiseram”. – Yukari respondeu tentando imitar o tom de voz da garota que havia passado-lhe a informação.

“Um triangulo amoroso?” Rin pensou. “Admira-me que as duas não tenham brigado por ele”.

– E ninguém viu o rosto ou pelo menos soube mais nada a respeito dessa tal pessoa? – Iroha indagou com as bochechas cheias.

– Infelizmente não, mas a nossa garota decidiu seguir as duas irmãs no dia do falecimento de ambas e conseguiu-nos uma foto de relance do possível assassino. – Yukari explicou digitando algumas coisas no laptop e revelando a todos a foto desfocada.

– É isso? – Iroha perguntou surpreendentemente surpresa. – Eu não vejo nada, só um borrão e talvez uma silhueta.

– Bem... – Utatane Piko que não havia se pronunciado até agora disse. – Não importa se você vê ou não, é a única pista sobre a identidade do assassino que temos.

Iroha fez uma careta infantil, ser repreendida por Utatane não estava em seus planos, agora ela estava um passo atrás para conquista-lo.

– Se posso continuar... – Yukari disse irritada com as interrupções continuas. – Assim nós chegamos a nossa última vítima, Hatsune Miku. Assim como a primeira, terceira e quarta vítima, ela acabou se envolvendo emocionalmente com o assassino. Hatsune trabalhava em uma pequena floricultura no centro da cidade para pagar a faculdade de veterinária, perdeu o pai ainda muito jovem e a mãe sumiu no mundo, ela foi criada praticamente pelo irmão mais velho, Mikuo Hatsune. Morta no dia sete, ás exatas seis da tarde.

– Isso não faz sentido! – Luka Megurine gritou irritada batendo na mesa.

Ninguém se pronunciou por alguns instantes, os presentes na sala de reunião observavam um ao outro, esperando alguém corajoso pronunciar-se e indagar o que mais confundia todos ali presentes.

– Sinto perguntar comandante, mas o que exatamente não faz sentido? – Yukari sussurrou receosa.

– As mortes! – Luka respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, o que de fato era.- As mortes não fazem sentido. Veja bem, todas as datas e horários das mortes seguem um padrão, como se fossem uma contagem regressiva. Prima, a primeira vítima, morreu dia dez, ás nove horas em ponto.

– Anon e Kanon no dia nove, ás oito em ponto. – Completou Rin, começando a entender aonde a comandante queria chegar.

– Hatsune Miku morreu ás seis do dia sete. – Ajudou Utatane Piko, pensativo.

– Isso mesmo. – Luka concordou. – O que nos leva a pergunta, onde está a vítima que deveria ter morrido ás sete horas do dia oito?

– Ma-mas comandante, para que exatamente seria essa contagem? Ou melhor, no que ela resultaria?- Indagou Yukari.

– Não sabemos, mas o ponto não é esse. - Respondeu Luka coçando o queixo. -Se nossa teoria estiver correta, ainda falta uma vítima, alguém que ainda não encontramos o corpo.

– Isso é perturbador, bem observado comandante. – Iroha empurrou os salgadinhos de lado. – Entretanto, posso ressaltar uma pequena falha nessa sua teoria?

– Eu sei o que quer dizer Iroha, é a segunda vítima não é? – Megurine acrescentou sentando-se novamente. – Ela não se encaixa no padrão da contagem, mas talvez essa seja a resposta que procuramos.

– Como assim comandante? – Rin indagou ainda um pouco surpresa com aquilo tudo.

– Pense bem detetive Rin, porque a segunda vítima estava tão desfigurada a ponto de nem sabermos quem era ela? Por que ela foge aos padrões? Se não fosse pelos cortes em seus pulsos, nunca diríamos que ela foi vítima do mesmo assassino.

– Então quer dizer que...

– Sim. – Luka concordou interrompendo. – Estamos lidando com dois assassinos, alguém que soube da primeira vítima antes de nós e assassinou uma pessoa a qual possuía assuntos pendentes, logo após utilizou os mesmos cortes para incriminar o verdadeiro Serial Killer.

– Isso explica o fato da segunda vítima estar desfigurada, se descobríssemos quem é a segunda vitima então...

– Certamente chegaríamos ao segundo assassino e consequentemente ao verdadeiro Serial Killer.

[...]

London Bridge is falling down, falling down, falling down…

London Bridge is falling down, my fair lady.

O som de uma motosserra cortando era, de fato, demasiadamente irritante, mas Miki parecia não irritar-se com tal barulho. A garota cortava o cadáver como se fatiasse um presunto, sempre cuidadosamente. A ruiva mantinha um estranho sorriso no rosto enquanto cantarolava uma antiga canção infantil, como se o avental repleto de sangue e a motosserra esquartejando um corpo não fossem macabros o suficiente.

Um descuido e um jorro do liquido vermelho espirrou na parede. Já não mais concentrada no trabalho, Miki soltou um infantil “U”, indo a caminho na grande mancha de sangue que se espalhava cada vez mais. A garota puxou um pequeno lenço de uma caixa azul e começou a limpar a mancha que respingara no rosto impresso de seu amado.

– Desculpa Len. – Ela sorriu falando com as diversas fotografias do garoto que se encontravam pregadas em sua parede.


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Notas finais do capítulo

Ja ne!!