Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Hey, mina, aqui mais um capítulo para vocês, obrigada pelos favoritos >.



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A liga de elite do departamento de polícia era o que podemos chamar de, um tanto quanto radical. Ser designado para tal grupo era o sonho de todo policial e detetive, mas Rin não se sentia assim, a garota não conseguira nem mesmo almoçar pela tamanha ansiedade que sentia, o que fora uma ótima ideia, afinal, ver fotos de cadáveres multilados após a refeição não é nada bom para a digestão. Por outro lado, a garota desejou ter comido pelo menos uma barrinha de cereal no exato momento em que Luka Megurine, a responsável pela elite policial e mais respeitada em todo o departamento, anunciou o avistamento de um possível suspeito no caso dos assassinatos que estavam ocorrendo com uma frequência anormal na cidade. E quem seria a responsável pela captura do suspeito? Isso mesmo, Kagamine Rin.

[...]

Ao fundo de uma das diversas cafeterias da cidade estava ele, Len Kagamine, o loiro bebericava um Capuccino com creme enquanto observava o estranho relógio em forma de gato pendurado na parede do lugar, ele suspirava diversas vezes, estava impaciente, Len era do tipo que odiava atrasos. Entretanto, não teve de esperar muito, após alguns instantes, ela apareceu. Cabelos verde-água amarrados em duas delicadas marias-chiquinhas, a garota exalava um cheiro adocicado de cerejas e violetas, utilizava um vestido branco florido e possuía um belo sorriso estampado no rosto. “Irritante”, Len pensou. A atmosfera doce e celestial que a garota emitia lhe dava vontade de vomitar.

– Desculpe a demora. – Hatsune Miku disse enquanto ajeitava o vestido. –Eu fiquei presa no trabalho.

– Não se preocupe. – O loiro falou esboçando um falso sorriso, puxando a cadeira para a garota sentar-se. – Estou feliz por estar aqui.

Miku corou. Eles se conheceram fazia quase dois meses, ela mal podia acreditar no quão perfeito ele era. Tudo que ela sempre desejou, como um príncipe dos contos de fadas que costumava ler.

– Eu pedi um suco para você. – Len disse empurrando um copo com suco de laranja para a garota.

– Obrigada- Ela agradeceu enquanto sugava o liquido através de um canudo colorido.

– Então, você disse que tinha algo importante para me dizer, o que é?

–Bem. – Ela pausou hesitante. –Acontece que eu deixei escapar para algumas amigas, algumas informações sobre você. Agora elas estão querendo conhecer-lhe.

– Você o quê?- Len mal pode acreditar na besteira que aquela garota havia feito. O que tem de mal nisso? Você pergunta. Acontece que Len Kagamine é o tipo de pessoa que age com discrição, e quando menos gente souber sobre sua existência, melhor. Pessoas próximas as suas futuras vítimas saberem sobre ele era muito arriscado. Mesmo assim o garoto se controlou. Se Miku soubesse as coisas que ele teve de fazer para convencê-la a manter o relacionamento de ambos em segredo...

– Desculpe, eu sei de suas condições e eu disse a elas que não poderiam conhecer-lhe, mas...

Os lábios de Miku foram selados pelos dele e novamente a garota tornou a corar.

– Esta tudo bem, não estou zangado, se quiser que eu as conheça, então não me importarei de realizar seu desejo.

A garota sorriu em retribuição, mas logo em seguida sentiu uma estranha sensação, suas pálpebras pareciam mais pesadas que o normal e ela mal conseguia movimentar seu corpo.

– Você está se sentindo bem?- Len indagou tentando ao máximo esconder o cinismo na voz.

– Estou, só me sinto um pouco cansada. – A azulada falou massageando as têmporas.

– Você não parece bem, eu vou te levar para casa. – Len fingiu preocupação enquanto a ajudava a levantar-se.

[...]

A colina da cidade era um lugar lindo, era coberta por flores dos mais diversos tipos. Isto a tornava um dos principais pontos turísticos da cidade o que consequentemente fazia-a ficar sempre lotada, mas não naquela noite. Naquela noite, somente duas pessoas podiam ser vistas naquele lugar, banhadas pelo brilho da pálida luz da lua.

–Onde estamos indo?- Miku Hatsune perguntou um pouco tonta.

–Eu tenho uma surpresa para você, seja paciente. –O garoto disse tranquilamente.

A garota pressionou o tecido das roupas do rapaz. Estava hesitante. Ser levada a um lugar deserto por alguém que acabará de conhecer... Ela vira isto em um filme, Miku lembrou-se do quanto insultou a mocinha por aventurar-se em locais isolados com um estranho, agora cá estava ela, repetindo os mesmo atos da estúpida protagonista. “Mas Len não é um estranho”, tal pensamento veio acompanhado de um sorriso, então ela resolveu deixar a história do filme de lado.

O loiro deitou cuidadosamente a garota em meio às rosas, tomando todo o cuidado possível para que nenhum espinho a ferisse, era como se o mínimo toque pudesse quebrá-la.

Hatsune agora não sentia suas pernas e braços, ela mal conseguia mover o pescoço, naquele momento ela sentiu-se frágil e vulnerável, se ele desejasse, poderia fazer tudo que quisesse com a pobre garota. Ela fechou os olhos por um instante esperando que ele começasse a despi-la, mas não foi isso o que aconteceu.

Por alguns minutos ambos ficaram apenas se encarando, ela perdia-se na imensidão azul de seus olhos e o mesmo ocorria com ele.

– Você é bela. – A voz do loiro saiu como um sussurro.

Ela deveria ter ficado feliz com tal elogio, deveria ter agradecido e dado um belo sorriso, mas naquele momento só conseguiu observa-lo, por dentro ela sentia uma faísca de medo se acendendo. Porque sentia isso? Afinal de contas aquele era seu amado, aquele era apenas Len.

– Você é realmente muito bela. – Ele disse como se em transe enquanto remexia em uma das enormes madeixas azuladas de Miku.

A garota tentava inutilmente se mexer, seus instintos diziam para correr, para fugir dali o mais rápido possível, mas suas pernas não se mexiam, ela não se mexia. Então seu coração dizia-lhe que tudo estava bem, ela não deveria temê-lo, pois amava-o.

Logo as mãos dele envolveram seu pescoço, e Miku ofegava interruptamente, ela queria gritar, queria fazê-lo parar, mas nada acontecia. Imediatamente ele pressionou-o, aumentando a força à medida que a garota demonstrava mais agitação, se não fosse pela droga que ele colocara minutos antes em seu suco, Hatsune Miku estaria se debatendo como um peixe fora d’água, mais ao invés disso, só conseguiu ficar ali parada, observando-o, enquanto a vida ia sendo-lhe sugada aos poucos. Então, após longos e agonizantes minutos, ela pode partir, com a imagem daquele a quem ela mais amara e daquele que lhe tirara a vida, ainda estampada em sua mente.

– Agora... – Len pronunciou soltando a falecida garota. – Você ficará bela para sempre.

[...]

A jovem detetive Rin massageava preguiçosamente o estômago, a garota andara a mais de meia hora, mas ainda não conseguira nenhuma pista sobre o possível suspeito. Aquela altura começou a imaginar se Luka Megurine não estava ficando louca, Rin apostara com outros membros do departamento quanto tempo a chefona demoraria para desenvolver uma úlcera das brabas, não que fosse culpa dela, afinal, ser responsável por todo o grupo de elite e ainda ter de lidar com um serial killer, a mais nova e problemática membro do grupo e com uma hacker cleptomaníaca no auge de sua síndrome, devia deixar qualquer um esgotado. Isso mesmo, Nekomura Iroha, uma ex-delinquente que descobrirá recentemente ser cleptomaníaca e agora queria uma remuneração utilizando a desculpa de “ser doente”. Vez ou outra era pega roubando material de escritório, mas apesar disso, Iroha era uma excelente hacker, antes de entrar para a elite, ela sozinha, conseguiu derrubar a defesa de três sites governamentais e obteve acesso a inúmeros arquivos confidenciais, segundo ela para ter certeza de que o governo não conspirava a favor de alienígenas, mas a mentira foi desmascarada dois meses depois, quando o governo finalmente notou que Iroha havia apagado as fichas de centenas de criminosos, incluindo a dela mesma. Uma mente como a de Iroha é dificilmente persuadida, a única razão para ela aceitar ingressar na elite foi Utatane Piko. Braço direito de Megurine Luka e o melhor franco-atirador desde Rob Furlong, conhecido por seu imenso autoritarismo e um leve probleminha com destruição. Rin podia jurar que o Sniper era mil vezes mais destrutivo que ela, mas a diferença entre seu status e o dele era colossal, fazendo a loira preferir manter-se calada perante as repreensões vindas do platinado.

– Algum resultado detetive Rin? – Uma voz fleuma indagou através do comunicador preso aos ouvidos de Rin.

– Ainda não comandante Luka, acredito que ocorrera alguma falha no sistema. Peça para Iroha reavaliar os equipamentos antes de usá-los em missão. – Rin disse soltando um longo bocejo. Logo após, pode jurar ouvir a voz de Iroha resmungando ao fundo, como se a paranoica Nekomura Iroha não avaliasse cada equipamento minuciosamente todos os dias antes de testa-los.

– Muito bem, sendo assim, retorne a base detetive.

– Entendido!- Rin exclamou não contendo sua felicidade.

A loira desligou o comunicador e por um momento teve a sensação de estar saltitando, Rin sorria sem motivo, ela mal pode acreditar que, fora a aparição de um possível suspeito, não havia mais nenhuma ocorrência naquela noite e ela poderia finalmente descansar um pouco, quem sabe até dormir. Fazia tempo que Rin não tinha uma boa noite de sono. O pensamento molenga logo se foi no momento em que Rin passou a frente da colina. A garota desceu da motocicleta negra como a noite e subiu com certa dificuldade o terreno íngreme. Olhando para trás, se Rin não resolvesse aventurar-se na colina deserta, em direção à estranha silhueta que se encontrara deitada sobre as rosas, talvez ainda tivesse sua tão desejada noite de sono, ao invés disso ela deu de cara com um cadáver. Uma bela garota de cabelos verde-água dormia profundamente em meio as flores, seu corpo estava uma estranha posição, como aquela em que os mortos se encontram quando se localizam dentro de um caixão, as pernas juntas e as mãos cruzadas sobre o peito, em seu pescoço um grande hematoma com forma de dedos. Estrangulada.

– Co-comandante Luka. – Rin gaguejou sem tirar os olhos do cadáver e sem nem dar-se conta de quando ligara o comunicador novamente. – Acho melhor mandarem uma viatura e se possível uma ambulância, eu acabo de encontrar uma coisa.


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Notas finais do capítulo

Huaaaa, alguém morreu 'lamentações a parte, não posso dizer seria spoiler :P
Aaa, para quem não sabe, Rob Furlong é um dos dez snipers mais famosos da história tá??? espero que tenham gostado, ja ne!!