Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 1
Capítulo I




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Kimi o koroshite ii no?

Rin Kagamine remexia o copo de uísque desinteressadamente enquanto lia as notícias recentes em um pequeno aparelho celular. “Serial Killer ataca novamente” esse era o título estampado na primeira página, a loira soltou um longo e instintivo suspiro. O departamento de polícia havia dado instruções precisas à impressa para abafar o caso do novo psicopata que andava perturbando a paz da velha cidade, mas parece que “discrição” é uma palavra desconhecida no vocabulário de jornalistas.

A garota estava impecável naquela noite, os cabelos loiros amarrados de uma forma desajeitadamente proposital em um elegante coque, o longo vestido vermelho tomara que caia que ressaltava seu tom de pele -Alva e com um leve toque rubro nas bochechas- tal vestido possuía uma abertura, revelando uma de suas pernas coberta por meias de renda 7/8 negras. Tanta vaidade não combinava com Rin, mas estar vestida daquele jeito fazia parte do seu trabalho, ninguém disse que seria fácil ser detetive, mas a garota estava preparada para tudo, ou pelo menos achava estar, descobriu estar errada quando notou os diversos pares de olhos observando-a com desejo e perversidade.

Entretanto tudo isso não importava, Rin estava emburrada, pois o relógio marcava quase meia-noite e aquele que ela esperava ainda não havia dado-lhe o ar de sua graça, foi realmente um desperdício de saliva e tempo ela ter tentado convencer seu chefe, o capitão Gakupo Kamui –A quem Rin considerava a pessoa mais relaxada de todo o departamento de polícia- que eles não tinham como saber que o suspeito apareceria naquela noite. “Não se preocupe, é só a senhorita continuar indo até o Royal Cassino, que, estou certo de que uma hora o sujeito aparecerá.” Foi o que ele disse, mas nem morta Rin continuaria frequentando aquele lugar horrível, só para achar um homem cujo eles não sabiam nem mesmo se ainda se encontrava na cidade.

– Tudo bem senhorita?- O barman perguntou enquanto limpava alguns copos com um pano umedecido.

– Nem tanto. – A garota respondeu. Logo depois resolveu desabafar seus problemas com o tavernário, só para se divertir um pouco à custa do homem. Ela nem mesmo notou quando um segundo homem de sobretudo negro sentou-se ao seu lado.

O homem suspeito esperou até que a garota parasse de torturar o bartender com suas lamurias e decepções.

– Posso pagar-lhe uma bebida?- O homem de sobretudo indagou-lhe com um sorriso maroto no rosto.

– Se desejar. – Rin respondeu secamente enquanto girava o copo de uísque vazio.

– Duas doses de Rum, por favor. – O homem pediu ao bartender, este que agradeceu por finalmente livrar-se do papel de psicólogo. – Então, o que uma moça tão bela faz em um lugar como esses?

– Estamos em um cassino, acho que trajes elegantes são mais apropriados a este tipo de lugar. – Rin respondeu forçando um sorriso.

– Sim, mas este não é dos melhores, e o que quero dizer é que, um moça tão bela quanto você não deveria ficar sozinha em um lugar como esse, não sei se notou, mas com total certeza você é um alvo fácil para pervertidos. – Ele justificou aproximando-se ainda mais da loira.

– Bem, eu planejava encontrar uma amiga, mas parece que ela não vem mais. Se está tão preocupado com minha segurança- Rin aproximou-se de seus ouvidos – Porque não vamos para outro lugar? Só eu e você.

O homem abriu ainda mais seu sorriso, revelando agora os caninos bem cuidados.

– Bom, se é o que deseja. – Ele levantou-se segurando a mão de Rin. -Vamos a um lugar mais reservado.

[...]

Rin tinha plena consciência dos planos do homem de sobretudo, ela sabia o que ele pensava. Entretanto, não era preciso ser nenhum gênio para saber o que tal pessoa gostaria de fazer, ainda mais com alguém tão desejável quanto Rin. A jovem detetive tinha total confiança em suas habilidades caso precisasse se defender, mas por precaução, manteve a mão repousada um pouco acima da perna coberta pelo vestido, ali, no exato local onde repousava sua Beretta 92, uma pistola semi-automática.

– Onde estamos?- Rin indagou fingindo inocência – Pensei que iríamos a um lugar luxuoso, não um beco escuro e úmido.

– Não se preocupe, nós vamos, só irei encontrar alguns amigos primeiro.

“Ótimo”- Rin pensou – “Isso mesmo seu idiota, revele a localização dos outros integrantes da facção, pelo menos facilita meu trabalho”.

Após alguns minutos, Rin viu-se cercada por um grupo de três homens, incluindo o homem de sobretudo.

– Que bela dama nós temos aqui. – Disse um dos homens, o mais alto dos três.

Rin revirou os olhos, e antes que qualquer um dos três fizesse algum movimento, ela retirou a pistola do coldre e engatilhou-a mirando na cabeça do homem de sobretudo.

– Muito bem seus idiotas. – Rin finalmente sentiu-se livre para agir como ela mesma, não como uma moça delicada e inocente.- Onde está localizado o cativeiro? Falem ou eu estouro os miolos do amiguinho de vocês.

Os três homens, que antes se sentiam imponentes e poderosos por terem uma bela e aparentemente inocente garota em seu poder, agora tremiam de medo.

– Ca-calma moça. –O homem de sobretudo gaguejou, o suor escorria em sua testa e ele quase pode sentir o toque gélido do metal da arma pressionado contra sua cabeça. – Nós só queríamos um pouco de diversão, não fizemos nada, não sabemos do que está falando.

– É verdade. – O mais alto concordou, em sua cabeça ele gostaria de ter dito algo mais inteligente para ajudar o amigo e a ele mesmo, mas o medo só permitiu-o pronunciar tais palavras.

– Não estou brincando, vocês tem trinta segundos para responder. - Rin ameaçou.

Os três homens estavam apavorados, o trio tremia como se estivessem em uma nevasca, Rin começou a se perguntar se eles realmente falavam a verdade. Foi então que ela percebeu, estavam sendo observados todo o tempo. Escondido na porta dos fundos do Royal Cassino, uma figura encapuzada assistia ao desenrolar da cena, ele só se deu conta de que havia sido descoberto quando viu a loira zangada correr em sua direção. E então se deu inicio a uma frenética e cansativa perseguição.

– Droga, peguei os caras errados. – Rin praguejou livrando-se dos saltos altos para facilitar na perseguição.

A loira entrou as pressas no Royal Cassino, esforçando-se para não perder o sujeito de vista em meio a multidão de jogadores, ela subiu as grandes escadas que levavam ao segundo andar. Dois degraus com um só passo, Rin precisava ser rápida, se cometesse mais uma falha... Nem mesmo ela sabia o que poderia acontecer. Levantou a pistola na direção do traficante de pessoas, tomando cuidado para não acertar nos órgãos vitais, a perna seria a melhor opção para incapacita-lo. Ela colocou o dedo no gatilho mais não o pressionou, não quando notou que alguém havia entrado em seu campo de visão, alguém eu não era seu alvo.

– Para trás!- A figura encapuzada gritou enquanto apertava contra o peito uma garota de longos cabelos brancos. Uma refém. –Largue a arma ou eu mato ela!

Rin suspirou, os criminosos estavam ficando sem criatividade para suas fugas. Então ela apenas obedeceu, colocou a Beretta 92 no chão e levantou os braços.

– Tudo bem, estou desarmada já, só não machuque a garota. – Ela tentou soar sensibilizada.

A essa altura, a maioria dos olhos dos presentes no cassino estavam voltados para eles, os seguranças grandalhões correram para tentar salvar a garota platinada, mas foram barrados por Rin, que lhes avisou para não interferir.

– Muito bem. – A figura encapuzada falou. – Agora chute sua pistola para cá, não quero nenhum truque sujo.

Rin obedeceu sem contestar, ela sabia o que aconteceria em seguida. O encapuzado se agacharia para pegar sua arma, afrouxando seu braço ao redor do pescoço da refém. Seria suficiente, Rin já tinha um plano.

E como previsto foi justamente o que aconteceu, no momento em que a figura abaixou para pegar a arma, Rin agiu. Movimentou graciosamente uma das pernas e deu um chute certeiro no sujeito. Naquele momento, a menina agradeceu mentalmente ao seu pai militar que a obrigava a treinar todos os dias, mesmo ela tendo apenas sete anos.

A loira aproveitou o atordoamento do homem para desarmá-lo e algemá-lo, quanto à refém, bem, esta chorava nos braços de um dos seguranças, mas pelo menos estava a salvo.

[...]

Lily corria pela rua deserta o máximo que podia. Suas pernas doíam e seus pulmões imploravam por uma pausa, mas a garota tinha que continuar correndo se quisesse viver.

Ela ainda não podia acreditar no que ele estava fazendo, não ele. Lily sabia que não ia durar, sabia que ele era perigoso no momento em que se conheceram. Ainda assim, a garota convidou-o para ir a sua casa. Ela queria dar um fim aquilo, queria sim, mas não podia, não conseguia. A forma como ele falava, como agia, sua aparência e até mesmo a forma de vestir-se, eram apenas pretextos para atraí-la e Lily, em sua tamanha inocência e ignorância, entregou-se a ele sem pensar duas vezes.

Agora ela corria, corria daquele que um dia jurou ser seu. Corria por sua vida. Naquele momento sua mãe lhe veio a mente, ela queria ter se despedido, queria ter consertado a difícil relação que ambas tinham. “Sua inocência e teimosia um dia podem acabar lhe matando”, sua mãe estava certa, sempre esteve, mas agora era tarde.

Lily enxugou as lágrimas e dobrou a direita, não sabia aonde chegaria só queria chegar a algum lugar, mas a vida é cheia de surpresas, Lily sorriu tristemente quando viu aonde havia parado. Um beco sem saída. Agora não havia escapatória, era somente ela e ele. E sem perceber uma dor lancinante surgiu em seu peito, logo após foi envolvida pelas asas da morte.

[...]

– Uma coisa. Uma simples coisa que peço e resulta em desastre. - Meiko, a tenente do departamento de polícia disse irritada.

Rin estava sentada perante a ela e Gakupo, a loira ainda vestia as roupas que usara momentos antes do Royal Cassino.

– Não entendo porque esta tão irritada Meiko. –Gakupo disse enquanto abria um pacote de balas com sabores de frutas sortidos. – Ela pegou o cara não foi?

– Não é isso que importa. –Meiko resmungou, a tenente não podia entender como Gakupo chegou ao cargo mais alto da polícia apenas se entupindo de doces e tirando longas sonecas em tempos críticos. – Vocês fazem ideia de quanta sorte nós tivemos por não termos sidos processados pelo Royal Cassino?

Nenhum dos dois se pronunciou.

– Detetive Rin, você causou destruição, alvoroço, ameaças a civis e quase causou a morte de uma refém! – Meiko aumentou o tom de voz. – Será que não pode resolver um caso sem criar problemas?!

Tais comentários fizeram a loira relembrar seus tempos na escola, aonde ia para a direção quase todos os dias por ser briguenta. Claro que Meiko era cem vezes mais assustadora que a diretora de sua escola.

Meiko respirou fundo antes de pronunciar-se novamente, ela estava vermelha como um pimentão.

– Três erros detetive Rin, três erros. O que me leva a advertência. Você tinha apenas que prender o suspeito. UM suspeito. Era somente entrar lá e pegar o sujeito, nada mais que isso!

Rin abaixou a cabeça, voltando seus olhos de um azul eletrizante para as mãos cruzadas no colo, ela sentia-se uma criança sendo repreendida, mas nem se atrevia a questionar Meiko.

A tenente de cabelos castanhos apoiou as mãos na mesa de Gakupo e baixou a cabeça, matutando sobre o que fazer. Por alguns minutos, o único som que se ouvia naquela sala era o de Gakupo mastigando as várias balas, ele parecia divertir-se com a situação a sua frente.

– Muito bem. – Meiko pronunciou-se novamente, dessa vez aparentava estar mais calma. – Já que eu não vejo outra opção, dar-lhe-ei uma última chance.

Rin ficou surpresa, ela já se preparava para uma carta de demissão e uma caixa para esvaziar sua sala. Talvez Meiko não fosse tão assustadora assim.

– Rin, eu irei designa-la outro caso. Eu realmente acredito que não deveria estar fazendo isso, mas confio em você, sei que tem potencial para resolver tal caso.

– Tenente Meiko- Rin mal pode esconder seu entusiasmo- Que caso seria esse? Se não se importa que eu pergunte.

– O caso do Serial Killer que anda atormentando a cidade. – Meiko disse na mais completa calma.

– O que?- Rin não podia acreditar, Gakupo teria juntado-se a ela, mas acabou se engasgando com a bala sabor morango.

– Te-tenente Meiko!- Gakupo exclamou após livrar-se da bala que quase o matou. – Embora ache que a senhorita seja muito habilidosa e digna de respeito, não acho que tenha autoridade para designar um caso tão importante e complexo à detetive Rin.

– Eu estou confiando em você Rin, não me decepcione!- Meiko ignorou totalmente Gakupo

– Ei, está me ouvindo? – O arroxeado indagou perplexo por ser ignorado.

– A decisão é sua, detetive Rin. – Meiko falou pondo a mão em um dos ombros da loira.

Rin pensou por algum tempo, nunca havia estado em um caso tão grandioso, se falhasse, o que seria feito dela? Demissão provavelmente seria a melhor das opções, mas ela não podia desistir sem ao menos tentar, isso era patético, então, mesmo com todas as células de seu corpo gritando NÃO, a garota concordou com a cabeça.

– Ótimo - Meiko sorriu- Junte suas coisas, você ira para o grupo de elite.


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Notas finais do capítulo

Unyuuuu, espero que tenham gostado :3



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