Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 17
Capítulo XVII


Notas iniciais do capítulo

Yo mina!! Não demorei, viu? Esse capítulo é uma explicação, pois achei que tinha deixado muitas pontas soltas no anterior então... Ele se passa antes do anterior ^3^
Capa: https://scontent-gru.xx.fbcdn.net/hphotos-xpf1/v/t1.0-9/14427_796919947056503_5651679034887822409_n.jpg?oh=f748a6d2e0345848c03d0c04b1267642&oe=55914FAA



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[6 horas antes do encontro de Yukari com Mayu]

Luka Megurine observou a imagem embaçada da garota de cabelos ruivos com certo ar de satisfação. Passaram-se quase sete horas desde que Nekomura Iroha começara a assistir as imagens das câmeras de segurança do hospital onde Tohoku Zunko estivera internada. Após quatro horas de médicos e pacientes indo e vindo pelos corredores esbranquiçados, Iroha começou a pensar que aquela era a coisa mais entediante que já vira. E olha que a hacker já assistira a uma palestra completa de física quântica avançada. Não que Iroha desgostasse da matéria, na verdade, seu mundo era basicamente composto por física e matemática. Ela enxergava números em tudo e sempre tentava encontrar explicações lógicas para as coisas, com base em cálculos e equações complexas, que definitivamente poderiam enlouquecer qualquer um. Mas o palestrante falava tão lentamente, que Iroha lutou para não cair no sono.

Depois de uma longa seção de tortura, Iroha finalmente encontrou algo que considerasse relevante. Havia uma garota de cabelos vermelhos carregando um buquê de rosas nos corredores do Perpetual Light. Em geral, Iroha dificilmente teria estranhado tal fato, talvez fosse para um parente que falecera. Mas a expressão que sua face - embaçada pela câmera de baixa qualidade, demonstrava, não era de tristeza. Em fato, Iroha poderia dizer que exalava altos níveis de empolgação. Além disso, o maço de flores assemelhava-se muito com o que fora encontrado no quarto de Zunko.

Então agora, Iroha tinha a comandante parada atrás de si. Luka sorria orgulhosamente, como se um filho acabasse de lhe dar a notícia que ganhara um prêmio Nobel.

Yuzuki Yukari ficara estática, ela reconhecia muito bem a pessoa da tela. Miki. A arroxeada fez uma careta de desgosto, mas logo se livrou dela quando notou que ainda estava no trabalho. Ela teria de resolver isso com Mayu mais tarde.

[...]

Kaito Shion serviu-se entediado de uma grande dose de Bourbon. Os olhos, tão azuis quanto o mar, focavam-se no rosto da repórter do jornal da manhã cujos lábios, coloridos por um batom excessivamente vermelho, murmuravam coisas que Kaito não conseguia compreender. Ele bem que se esforçou para acompanhar a notícia:

“O ministro anunciou hoje a inauguração do banco Red Waterfall. Pesquisas sugerem que, baseado no capital investido em sua construção e infraestrutura, sem esquecermos-nos de seu sistema de segurança de última geração... Esse parece ser um grande projeto revolucionário e talvez se torne o maior banco da cidade, bem como o maior centro de circulação de capital."

Red Waterfall... Seria esse o nome do banco? De qualquer das maneiras, não importava. A mente de Kaito estava dispersa.

O azulado aproveitou o melhor horário. A manhã. Aquela era a hora perfeita, ninguém frequentava um clube desses essas horas. De manhã as coisas eram diferentes... Não características. Eram disfarces, bandidos e criminosos arranjavam formas de se integrar a sociedade, viver uma vida normal. Ou o mais normal possível. Eles iam a igreja aos domingos, jogavam poker com os vizinhos às sextas e reservavam o horário da noite para furtarem, estuprarem, assassinarem...

Um ruído na porta de trás despertou Kaito de seus pensamentos. Lá estava ela. Toda coberta de sangue, com uma máscara cirúrgica cobrindo a boca e o nariz. Miki, sua pequena irmãzinha.

O Shion virou o copo, empurrando toda a bebida pela garganta. Uma queimação surgira primeiro no estomago, depois, subia pela faringe.

– Miki. - Ele chamou autoritário através dos dentes trincados.

A ruiva franziu o cenho. Achou petulante seu tom de voz. Mas nada disse, sentou-se ao lado do meio-irmão.

– O que foi? - Miki indagou baixando a máscara.

– Pode me dizer aonde você foi ontem? - Kaito serviu-se de mais um gole.

– A nenhum lugar especial... - Ela murmurou sorrindo, enquanto lembrava-se da experiência prazerosa que fora matar Tohoku Zunko.

– Esse lugar “não especial” seria um hospital? - Kaito perguntou remexendo o copo.

Os olhos de Miki se arregalaram.

– Como sabe disso? - A ruiva perguntou aumentando o tom de voz.

Kaito tomou outro gole antes de responder, a queimação aumentava cada vez mais.

– Está em todos os lugares. Assim que aquela garota morreu, choveram repórteres naquele hospital. Alguns nem mesmo procuraram entender toda a história antes de publicar algo, mas... - Ele empurrou um aparelho celular para a ruiva, com uma notícia estampada na tela liquida. - Isso é apenas um prelúdio do que estará estampado nos jornais.

Miki leu a notícia atentamente. Seu nome ou descrição não foram citados nem sequer uma vez. Ao invés disso, a mídia colocara a culpa no assassino. Uma questão de "terminar o que começou". A notícia também citava outros fatos, por exemplo, como a comandante e o capitão da polícia iriam lidar com o caso, agora que a chave para encontrar o serial killer havia sido perdida. Mas tudo isso era irrelevante.

– Não era isso que eu queria... - Miki sussurrou incrédula.

– Miki... - Kaito chamou.

– Essa não era minha intenção. - A ruiva o ignorou.

– Miki!

A ruiva voltou as orbes avermelhada para ele, retornando à realidade.

– Escute, eu não quero que você se envolva com essas coisas, promete? - Kaito tentou soar como um verdadeiro irmão mais velho.

– Mas...

– Eu sei que você só queria ajudá-lo, mas Len não precisa de ajuda. Ele sabe o que faz e sabe as consequências disso. Não quero você sendo arrastada para esse problema todo, tá?

Miki observou-o por mais algum tempo, era uma pena ter que deixar de matar agora que ela descobrira o quão prazeroso é tal ato. Mas naquele momento, esqueceu-se do corpo que se decompunha em seu laboratório e daquele que jazia sob a terra. Esqueceu-se até mesmo de Len. A ruiva deu-se ao luxo de agir apenas como uma irmã mais nova agiria. Então meio que debilmente, Miki sussurrou:

– Eu prometo.

[...]

O dia dos namorados é uma data realmente muito importante para algumas pessoas. Cartões, chocolates e flores são normalmente os itens mais requisitados nessa época festiva. Mas não é isso que faz o dia dos namorados ser tão especial. O amor. Esse sentimento é capaz de derrubar até o mais árduo dos obstáculos e transformar em insano, o mais são dos homens. Mas para Yuma, esse dia e esse sentimento, de especiais nada tinham. Não que ele soubesse que dia seria o dia dos namorados, na verdade, qualquer um que passasse mais de três semanas na South River, perderia a noção do tempo.

Entretanto, sua cela era cheia dessas pequenas coisas. Havia tantas cartas, tantos presentes... A maioria era de pervertidos, mas ainda assim, Yuma tinha seus "fãs". Na verdade, quase todos os prisioneiros da South River tinham fãs. Eram pessoas com um desejo muito grande de cometer um crime, mas com uma coragem muito pequena para realizar tal ato. Então elas apenas admiravam... Tanto garotos, quanto garotas.

Yuma sempre estranhou o fato de ser tão idolatrado por essas pessoas. Depois do que fez e depois do que faria, ele duvidava que alguém olharia para ele com pena ou piedade de novo. Mas essas pessoas sempre apareciam e de certa forma Yuma era grato a elas, não por causa das mensagens perturbadoramente açucaradas ou do apoio que elas ofereciam. Graças a elas, Yuma era capaz de se localizar no tempo. Era capaz de saber quanto tempo ainda teria de ficar ali. Isso o confortava de certa forma, mas também o deixava assustadoramente ansioso.

O rosado observou a fraca e pálida luz do sol que penetrava pelo vão entre as grades da pequena janela de sua minúscula cela. O braço direito pendia em uma algema de ferro, acorrentada na parede. O antigo é sempre o melhor. Essa era a política da South River, que mesmo com uma tecnologia de ponta, insistia em manter seus prisioneiros acorrentados como na idade média.

Uma pequena borboleta arroxeada adentrou pelas frestas da janela. Pousou logo acima de uma pilha de cartas, refletida pelos finos raios de sol. Yuma pensou ser a coisa mais bela que já vira dentro daquele inferno. Esticou o braço solto para tentar tocá-la, esforçou-se o máximo que pode, mas a algema o impedia de corromper aquela coisa tão pura. Quando sentiu o metal frio do objeto que o prendia começar a esfolar seu pulso, o garoto desistiu.

Ele sorriu, aquela borboleta o lembrava de alguém. Sempre tão roxa.

– Yukari... Porque você sempre se atrasa? - Yuma sussurrou quando a borboleta alcançou voo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado >3< O próximo eu já prossigo com a história normalmente!!



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