Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 16
Capítulo XVI


Notas iniciais do capítulo

Hey minha gente! Desculpem pela superhipermegablaster demora, eu tive um bloqueio criativo monstruoso desde que entrei de férias. Acho que minha mente só funciona quando não tenho tempo livre :( Enfim, de qualquer forma estou de volta! Ah, como o nyah! está dando problemas em exibir minhas capas, colocarei o link delas aqui, para vocês verem, fiz o mesmo nos capítulos anteriores :3
Capa do capítulo: https://scontent-b-gru.xx.fbcdn.net/hphotos-xpf1/v/t1.0-9/10155697_792879860793845_6258348504337959210_n.jpg?oh=423860937a4a6725d81a317943057a62&oe=559342B0



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"Esse será nosso segredo. Certo... Len?"

Kagamine Len abriu os olhos bruscamente, o corpo coberto de suor e a respiração ofegante, como a de suas vítimas, minutos antes de morrerem. Não demorou muito para que os ritmos de seu corpo se estabilizassem e ele distinguisse o real do imaginário.

Outra vez tivera aquele sonho. Ele sempre começava e terminava da mesma maneira, mas Len nunca se lembrava do que realmente se tratava tal sonho nostálgico.

Esse será o nosso segredo." Quantas vezes Len ouvira essa frase? As comprometidas eram sempre as mais fáceis, talvez elas estivessem cansadas da mesma pessoa sempre ao seu lado, e então, elas se entregavam a ele sem hesitar. Tudo terminava da mesma maneira, todas acabavam mortas. O brilho costumeiro dos olhos, que se intensificava ao verem o loiro, sempre sumira para algum lugar.

Mas... Quando foi que ouviu essa frase pela primeira vez? O rosto de sua mãe lhe veio à mente, ela sorria por alguma razão. Entretanto, não era um sorriso gentil e caloroso que lhe esboçava o rosto. Len forçou a mente para lembrar-se de mais alguma coisa, mas havia um bloqueio, e uma súbita enxaqueca aparecera misteriosamente, forçando o garoto a parar de remexer as lembranças do passado.

[...]

Luka Megurine observou irritada o vai e vem de repórteres que perambulavam nos corredores do Perpetual Light. Em geral, Luka quase nunca se importava com a presença da imprensa, era algo tão comum quanto respirar. Mas nessa situação particular, a comandante estava realmente alterada. Em parte porque ela sabia exatamente as perguntas que seriam feitas. Perguntas típicas e irritantes. Mas agora a coisa seria diferente, a culpa recairia sobre ela. Luka podia até imaginar o título da notícia nos jornais de amanhã: Incompetência da polícia resulta em morte de testemunha". E mesmo a rosada ter tentado convencer os pais de Zunko a transferi-la para um hospital mais seguro, ou quem sabe, colocar um agente vigiando-a 24 horas, Luka certamente teria de arcar com a responsabilidade.

Perpetual Light era um hospital terrível na opinião de Luka Megurine, com um sistema de segurança imprestável e frívolo, não era de se surpreender que Zunko fora assassinada.

Então agora ela apenas apreciava as várias pessoas que iam e vinham por debaixo da fita de restrição. Preparando-se psicologicamente para o interrogatório que estava por vir.

Kasane Teto e Aoki Lapis fotografavam os pontos marcados por pequenas placas amareladas, enquanto Rin Kagamine e Neru Akita analisavam o corpo de Zunko. Gumi buscava possíveis digitais.

Luka Megurine acabara de acender seu segundo cigarro quando Piko Utatane veio em sua direção. A face da comandante demonstrava uma mistura de frustração e irritação.

– Você está terrível comandante. - Piko Utatane comentou encostando-se a parede ao lado da rosada.

– Eu sei. - Luka pausou para expirar um pouco de fumaça. - Vai ser uma longa noite.

– Sabe que os pais de Tohoku Zunko irão culpá-la não é?

– E a imprensa e meus superiores... - A rosada completou. - Mesmo eu tendo advertido-os tantas vezes. Afinal, porque eles escolheram esse lugar para internar a única filha, que, olha só, acabara de ser testemunha de um assassinato brutal?

– Não é algo muito difícil de adivinhar. O fato de Tohoku Zunko estudar em um colégio católico revela certo grau de religiosidade vindo de seus pais. A política do hospital de "riso e esperança" prova ser uma escolha bastante compatível com essas pessoas. Mas, não é de todo mal... - Piko explicou voltando seus olhos para uma pequena câmera, quase que imperceptível, que jazia escondida ao lado do duto de ar, sobre uma pequena cruz de madeira.

– Bem... - Luka murmurou apagando a bituca do cigarro. - Ao menos uma coisa boa nessa droga de situação.

[...]

Mayu empurrou as portas de vidro, com pequenos desenhos de espirais lindamente esculpidos, que davam acesso ao Mon Chérie Rosalia. A loira utilizava um casaco vermelho sobre o vestido negro de babados que escondia em parte a meia-calça branca. O coelho de pelúcia que balançava de um lado para o outro, preso em suas mãos, também utilizava uma combinação de tecidos e rendas que, pareciam muito com o traje de Mayu. Como sempre, a loira assemelhava-se a mais bela de todas as bonecas.

Mayu caminhou a passos firmes até a mesa isolada no fim do café. No caminho, a garota passou próxima a um grupo de pessoas amontoadas ao redor de uma mesa, e sem querer, acabara por ouvir a discussão que se gerara por ali. Todos falavam exatamente da mesma coisa: Os assassinatos recentes que estavam chocando e amedrontando toda a cidade. Em algum ponto, uma moça de cabelos cacheados confessara aos amigos que já havia se encontrado com o assassino, por acaso claro. Os olhos dos presentes se arregalaram, todos esperando que ela relatasse os fatos. A moça umedeceu os lábios com a língua. Estava empolgada. Isso significava que a história ia ser longa e que provavelmente, no meio da narração, tudo começaria a perder o sentido. Ela começou com a descrição física do assassino. Um homem já grisalho, com uma expressão de poucos amigos, ou quem sabe, aquela clássica expressão onde se bate o olho e já se pensa: Esse cara certamente tem um porão secreto com instrumentos cirúrgicos e pedaços de corpos em sua casa. De qualquer maneira, ele esperava a oportunidade em que suas vítimas ficassem isoladas e BOOM, acabava do jeito que todo mundo sabia.

Mayu se perguntou o porquê de ela ter feito o som de uma explosão quando chegara à parte do assassinato, mas riu quando comparou a descrição porca da moça com o verdadeiro assassino. A loira continuou a seguir seu caminho. Não precisava mais ouvir a conversa, a descrição fora a melhor parte, o resto seria apenas lorota.

Ela sentou-se a mesa solitária, frente a frente com uma pessoa que lia calmamente os jornais do dia anterior. Yuzuki Yukari.

– E então? O quê, de tão importante, você tinha de conversar comigo? A ponto de arriscar-nos e nosso lugar de encontro por isso.- Mayu indagou brincando com as orelhas de seu coelhinho.

– Eu acho que um Olá seria mais apropriado. - Yukari disse baixando o jornal.

– Você entende os riscos que corremos agora? - Mayu arqueou a sobrancelha.- Aqueles idiotas ali atrás estão falando sobre Len. Não muito tarde estarão falando sobre nós, acha mesmo uma boa ideia ficar exibindo a cara por ai?

Yukari não respondeu. Ela inclinou-se para o lado para poder enxergar a mesa formada por um grupo de amigos. Eles riam e riam sem parar. Em algum momento, Yukari pensou ouvir a palavra Caballeros. Um time de futebol espanhol que surgira pouco tempo atrás, mas que estava fazendo muito sucesso entre as pessoas.

– Eles não parecem falar de Len.-Yukari comentou franzindo o cenho.

Mayu virou discretamente o rosto para a tal mesa, fingiu estar assistindo a TV do café para não despertar suspeitas.

– Caramba, eles mudam de assunto tão rápido!- A loira disse ligeiramente surpresa.

E ambas ficaram assim, os olhos centrados da mesa de amigos e os ouvidos aguçados para tentarem ouvirem parte da conversa. Só pararam de ouvir quando um dos amigos iniciou o assunto de doenças sexualmente transmissíveis. O que foi uma boa ideia, visto que o tal amigo começou a narrar o fato de como sua prima adquiriu uma dessas e agora fazia consultas quase que diárias com um ginecologista.

– Bem... E então? -Mayu indagou novamente esperando que Yukari começasse a se explicar.

– Primeiramente eu quero advertir que esse assunto deve ficar somente entre a gente. Nem IA e nem Tone Rion devem saber sobre isso. Ficou claro?-Disse Yukari.

Mayu concordou com a cabeça.

– Ótimo. Primeiro quero falar sobre Miki. Obviamente, você já está sabendo sobre a testemunha que falecera certo?

– Sim, a garota que sobreviveu a ele não é? Dizem que tinha tanto sangue na capela que parecia um daqueles filmes de terror. Mas... O que Miki tem a ver com isso? -Mayu indagou.

– Você tem que saber que não foi aquele psicopata quem matou a testemunha. Não tinha nada a ver com o negócio de terminar o serviço como disseram os noticiários.-Yukari explicou rabiscando o rosto das pessoas estampadas nas páginas do jornal desatualizado em sua frente.

– Está dizendo que foi Miki quem...

– Estou dizendo que alguém fez. E é bem provável que seja ela. -A arroxeada interrompeu.

– E o que quer que eu faça? - Mayu apoiou o rosto nas mãos.

– Precisamos que Len permaneça fora da cadeia, pelo menos até executarmos o plano. A polícia vai estar tão ocupada com ele, que será muito mais fácil para nós. O que Miki fez, aumentou ainda mais a caçada pela cabeça dele. Eu não sei se essa garota fará outra estupidez, precisamos nos livrar dela. Abrir o caminho para que aquele assassino faça o que quiser. Assim poderemos passar quase que despercebidas pela polícia, só saberão o que aconteceu quando estiver acontecendo.

– Mas espera, se Len deixou a testemunha viva, ele não seria pego de qualquer jeito? - Mayu indagou.

Yuzuki Yukari riu.

– Acha mesmo que ele cometeria um erro desses? Deixar uma testemunha? Por favor, Mayu, é óbvio que ele tinha algum objetivo em mente quando deixou aquela garota viva. Eu não sei a intenção dele e nem me importo. Contanto que seja útil para nós. O único fato aqui, é que Miki estragou tudo, tanto para ele, quanto para a gente.

– Acha mesmo que é uma boa ideia? Mayu perguntou um pouco hesitante.

– É perfeita, eu tenho tudo planejado, só preciso que você cumpra sua parte.

– E que parte seria essa?

– Revelarei tudo quando for o momento certo.- Yukari falou com um sorriso na face.

Mayu observou-a por mais alguns instantes, na esperança de que ela parasse com esse joguinho e lhe contasse todo o plano de uma vez. Quando viu que Yukari não ia falar mesmo, Mayu levantou-se pronta para partir. Yuzuki Yukari segurou sua mão.

– Espera, para que tanta pressa? Eu ainda nem lhe contei a melhor parte.

– Melhor parte?

– Isso mesmo. Considere como um bônus. -A arroxeada sorriu inocentemente.

– Tudo bem. -Mayu suspirou enquanto sentava-se novamente. - Conte-me.

– Aquela detetive, Rin.

– O que tem ela?

– Eu já disse não? -Ela pausou para desenhar um bigode no rosto de uma atriz de cinema, que no jornal, sorria enquanto segurava seu primeiro filho. - Ela tem um grande potencial para se tornar a próxima vítima de Len.

– Aonde quer chegar? - Mayu fez um muxoxo.

–Ela também tem chances consideráveis de se tornar um problema. Não posso me esquecer de que foi ela quem achou a prova que pode incriminar você. - Yukari observou sua obra de arte na folha de jornal. Se pudesse dar um nome a ela, definitivamente seria Ceci n'est pas une femme, uma pequena sátira ao quadro de René Magritte, Ceci n'est pas une pipe.

– E o que você sugere?

– Daremos à Len o que ele quer: A detetive. - Yukari amassou o jornal até formar uma bolinha. - Não se preocupe, ele irá cuidar de tudo.


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Notas finais do capítulo

Unyuu, espero que tenham gostado!
Quanto a "obra de arte" da Yukari, Ceci n'est pas une femme, talvez alguns de vocês não tenham entendido. A tradução seria: "Esta não é uma mulher", Apenas uma brincadeira com o quadro Ceci n'est pas une pipe, a ideia da brincadeira é que, como Yukari desenhou um bigode na atriz de cinema, seria algo mais ou menos como It's a trap :3, ou seja, a mulher não seria verdadeiramente uma mulher!