Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 18
Capítulo XVIII


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a super demora minha gente, fiquei um pouco sem idéias... Esse capítulo foi bem pequeno, mas eu garanto que nos próximos terão mais ação



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Len Kagamine observou enfastiado o desenho animado que passava na televisão. A animação mostrava o dia-a-dia de um cão e um gato que queriam agradar seu dono através de suas próprias maneiras, enquanto um, tentava sabotar os planos do outro. Era bastante previsível, o gato sempre era retratado como arrogante e inteligente, quanto ao cachorro, este era fiel e um pouco burrinho. Len se perguntava o porque de um programa infantil estar sendo exibido em um bar adulto, mas não podia negar, o desenho era realmente engraçado. Talvez fosse pelas piadas de mau gosto ou pelos traços horripilantes dos personagens... Bem, talvez o desenho não fosse tão infantil assim.

De qualquer das maneiras, o programa era só uma distração. Havia alguém que o seguira desde que saira de seu apartamento.

Ele retirou uma nota do bolso para pagar pela bebida que consumira e levantou-se de seu lugar. Bocejou preguiçosamente, cobrindo parte do belo rosto com o capuz. Estava frio lá fora, o inverno chegara com tudo e talvez, se tivessem sorte, as pessoas poderiam ver até um pouco de neve.

O garoto andou a passos leves, escondeu as mãos dentro dos bolsos do casaco para aquecê-las. A cada expiro, um pouco de vapor escapava de seus lábios. Len espiou pelo canto do olho, a pessoa que o seguia ainda estava lá.

Ele dobrou o fim da rua, adentrando em um beco. Lembrou-se de Lily, aparentemente a polícia ainda não encontrara seu corpo. Havia uma irregularidade em um das paredes, grande o suficiente para que ele se escorasse e aguardasse por seu perseguidor escondido. Ele ouviu os passos se aproximarem, rápidos. Talvez um desespero surgiu no desconhecido quando perdeu seu alvo.

— Droga. - A pessoa praguejou quando não encontrara o garoto.

Len esperou até que o desconhecido se virasse para ir embora, e quando este o fez, o loiro puxou-o brutalmente pressionando-o contra a parede.

— Porque está me seguindo? - Ele disse puxando o cachecol que cobria parte do rosto do desconhecido.

Lá estava, Yuzuki Yukari, ela sorria com ironia.

— Eu finalmente encontrei você. - Ela sussurrou.

— O que você quer? - Ele indagou irritado.

— Primeiro... - Yukari disse livrando-se do garoto. - Um pouco de respeito está bem? Posso te prender por desacato a autoridade.

Len suspirou baixando o capuz.

— Eu vou repetir a pergunta, o que você quer? - Ele disse novamente, dessa vez um pouco mais calmo, mas com um certo tom debochado.

Por certo tempo Yukari não respondeu. A arroxeada cruzou as mãos atrás das costas analisando o beco sujo, como se acabasse de ter uma ótima ideia para uma construção e agora media os cantos e proporções para realizar seu trabalho.

— Sabe quem é ele? - Yukari indagou à Len, enquanto mostrava-lhe a foto de um garoto de cabelos verde-água na tela liquida de seu celular.

Len analisou a foto, de fato o rosto do esverdeado lembrava-o de alguém. Mas Len nada disse, voltou seus olhos à Yukari para que ela lhe explicasse.

— Esse é Hatsune Mikuo. Irmão mais velho da garota que você matou faz algum tempo, como era mesmo o nome dela? - Yukari revirou as memórias em busca do nome da falecida no relatório que fora entregue aos membros do departamento de elite. - Ah sim! Miku Hatsune.

Len não precisou de muito tempo para entender. Já havia encontrado Yuzuki Yukari em outras ocasiões. Ele sabia que ela trabalhava para a polícia, mas seu tempo livre era reservado para realizar ações do outro lado da lei. O lado que ela deveria combater. Len ouvira que Yukari ingressara em uma divisão especial da polícia, e, com seus frequentes assassinatos, tudo indicava uma coisa: ele era seu alvo principal. Mas Yukari não havia prendido-o mesmo sabendo quem ele era. Ela precisava dele, de alguma forma.

— Sabe onde eu quero chegar não é? - Yukari provocou. - Esse garoto está desesperado para receber notícias de sua irmã. Nossos superiores acharam melhor que o caso fosse abafado até que se tenha alguma pista sobre você, eles não querem que o povo fique frustrado sabe? Tantas mortes, nenhum resultado.

Yukari pausou, esperando a reação do Kagamine, ela suspirou quando percebeu que não teria uma.

— A questão é a seguinte: O que me impede de ir agora ao encontro da comandante e revelar sua identidade?

— Está blefando. - Len pronunciou.

— Mesmo? Você quer arriscar? - Yukari soou ameaçadora.

— O fato de você saber minha identidade desde o começo, mas não revelar nada, significa que precisa que eu fique fora da cadeia. Embora eu ainda não entenda o porquê, sei que não vai me entregar. - O loiro soltou como se explicasse a uma criança o porquê de o céu ser azul.

Yukari se enfureceu, sempre odiou a atitude arrogante de Len. Talvez fosse por isso que nunca conseguiu gostar dele, nunca entendeu o que Mayu via neste garoto. Sim, Len era bonito, na verdade, um dos homens mais lindos que Yukari já encontrara, mas ela não se importava com tais qualidades superficiais. O fato é que, a maioria das garotas via em Len apenas o que precisavam e queria ver, nenhuma delas teve o "privilégio" de conhecer sua verdadeira face, essa cujo Yukari detestava.

— Tudo bem Len, você venceu. - Yukari disse levantando as mãos em sinal de rendição. - Sem mais chantagem, pode pelo menos ouvir o que eu tenho para dizer?

Ele permaneceu calado.

— Não vai me responder?

— Você disse-me para te ouvir...

Yukari suspirou, ele podia ser mais direto.

— Eu darei uma "festinha" essa noite, apareça por lá, garanto que não irá se arrepender! - A arroxeada disse dando a ele um pequeno cartão com o endereço entre seu dedo médio e seu indicador. - Talvez você encontre algo de seu interesse.

— "Festinha", huh? - Len murmurou observando a arroxeada ir embora.

[...]

O trabalho de uma legista é de fato muito interessante. A ideia de abrir alguém para investigar a causa de sua morte, descobrir o porquê de seu óbito e como este ocorrera, era um tanto intrigante para Neru Akita. Seu trabalho era agraciado por muitos, entre esses estava Megurine Luka. Neru sempre buscava irritar a comandante, de todas as formas e jeitos que conseguisse, entretanto, Neru sentia-se um tanto contente quando a rosada apreciava seu trabalho. No fundo ela não queria decepcioná-la. Por isso, desde que Rin achara aquela evidência crucial, Neru passara dias e noites vegetando em seu laboratório, pesquisando e examinado aquele pedaço de escalpo em busca de uma resposta.

O problema era que Neru não tinha ideia de quem era a vítima, tão pouco o assassino. Então não tinha com o quê comparar o DNA do escalpo encontrado. Por isso, a loira passara dias a fio vasculhando todos os cantos do banco de dados, em busca de uma pista ou resposta que pudesse ajudá-la a desvendar o caso. Quando Neru finalmente encontrara algo relevante, seus olhos estavam envoltos em olheiras tão pesadas que ela mais parecia um vampiro.

Cul era o nome da vítima. Uma garota de cabelos vermelhos que, para a sorte de Neru, já tinha passagem pela polícia. Não eram delitos graves, havia algumas queixas de arruaça e pequenos furtos, mas a legista não conseguia pensar em um motivo para alguém querer matá-la. Ainda mais de uma forma tão brutal, quer dizer, Neru não tinha como saber por agora a causa da morte, mas se o que restou do corpo foi apenas um pedaço do escalpo, então já se dava para ter uma idéia do quão violenta foi sua morte.

Tudo que restava era informar a comandante, então veria o sorriso de satisfação no rosto de Luka. Mas agora, tudo que Neru queria era dormir. Contaria a Luka quando acordasse.

[...]

Yuzuki Yukari estava definitivamente de mal humor. Seu truque havia sido contornado por Len e isso a deixava enfurecida. Yukari odiava perder, ser rebaixada, ainda mais por alguém como Len. Mesmo assim, estampou na face seu melhor sorriso e partiu para a segunda fase de seu plano: Rin Kagamine.

A detetive remexia os cabelos loiros enquanto preenchia um relatório. Pelo jeito ela estava estressada. Perfeito, era justamente o que Yukari queria.

— E então Rin, pensou na minha proposta? - A arroxeada indagou sem anunciar sua presença.

— Ah Yukari, você me assustou. - Rin respondeu sorrindo. - Você se refere à festa?

— Isso mesmo. - Yukari concordou sentando-se à frente de Rin.

— Eu não sei, acha mesmo que uma festa agora é uma boa ideia?

— É o momento perfeito! Depois de Tohoku Zunko, perdemos o rastro do assassino ou qualquer pista para chegar até ele. Olhe para você Rin, preenchendo relatórios! Precisa desestressar um pouco...

— Mas, porque você quer que justo eu vá com você?

— E porque não? Faz dias que você entrou no grupo de elite, mas não tivemos a oportunidade de sentarmos juntas e conversarmos sobre coisas que não sejam sobre o trabalho. - Yukari explicou.

Rin pensou um pouco, ela não era do tipo festeira. Rin era mais tradicional, caseira, alguns até podiam chamá-la de careta. Não que ela não gostasse de festas, só não era muito boa em socializar. Mas não podia recusar o convite de Yukari, ainda mais quando tal convite podia ajudá-la a interagir mais com os membros de elite.

— Tudo bem, eu vou. - A loira suspirou, cedendo.

— Ótimo. Talvez você conheça alguém interessante. - Yukari riu.

— E-ei, eu só estou indo porque você pediu! Não é como se eu fosse começar um relacionamento. - Rin repreendeu, corada.

— Ai Rin, você é sempre tão inocente... - Yukari comentou rindo.

E de fato era, mesmo esse sendo um comentário aleatório, o plano de Yukari corria perfeitamente bem. Rin não iria só encontrar alguém, ela iria encontrar a pessoa que caçava no momento. Len Kagamine.


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Notas finais do capítulo

Até



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