I'm Aquarius escrita por Tom


Capítulo 5
Homenagem


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez o capítulo saiu mais rápido. Boa leitura. ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/515053/chapter/5

Lisbeth jogou-se em sua cama. Seu coque de mais cedo já havia se desmanchado e seus cabelos loiros e longos dançavam ao seu redor. Sua cabeça se movia no ritmo do baixo que estava sendo tocado no meio da música e, se ela não tivesse tanta preguiça, se levantaria agora para dançar.

Mas não, ela ainda preferia ficar deitada fitando o teto como se ele fosse especial ou interessante. Lembrou-se então do acontecimento de mais cedo, da visão daquela vadia totalmente linda se envolvendo com Matthew, o Gigolô. Pelo o que tanto falavam no corredor – Lisbeth não gostava de fofocas, mas também não era surda – a garota de cabelos escuros e olhos azuis era filha do tão adorado Joan Sullivan.

“Político filho da puta, isso sim” pensou Lis, revirando os olhos. Seu pensamento fora pontuado com o ronco de seu estômago, o que era uma merda pois ela teria que ir até a lanchonete. Suspirou pesadamente e se virou na cama, deitando de bruços. Não se levantaria dali, não mesmo.

Uma batida na porta.

Não mesmo.

Outra batida.

– Droga! – resmungou a garota enquanto se levantava. Chutou pelo seu caminho algumas HQ’s que estavam espalhadas no chão e se encaminhou até a porta onde, pela terceira vez, alguém batia. Lisbeth suspirou tentando conter a sua irritação e puxou a maçaneta com força, deixando a vista um garoto alto e de aspecto doentio que parecia tremer da cabeça aos pés.

– Lisb... – ele começou, mas a loira o interrompeu.

– Eu espero que isso seja importante ou eu juro por Deus que te mato. – avisou prontamente a garota enquanto cruzava os seus braços. O garoto engoliu em seco e olhou para todos os lados, menos para Lis.

– É... Ahn, Megan pediu para avisar que... – ele se interrompeu quando algo dentro do quarto lhe chamou a atenção. – Aquela é a HQ versão limitada do Arqueiro Verde?

Lisbeth o fitou por um momento e seus lábios se abriram num curto sorriso. O garoto também a fitou, o que o deixou com um pouco de cor, mas ele sustentou o olhar por alguns segundos até se lembrar para o que fora mandado.

– Continuando, Megan está chamando todos os alunos para o auditório. Será feita uma homenagem a uma das estudantes. – concluiu, enfim, o recado. O garoto abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas antes mesmo da resposta de Lisbeth ele deu as costas e praticamente correu para o próximo quarto.

– Garotos são doentes. – resmungou a loira e voltou para dentro, batendo a porta. Juntou os quadrinhos que estavam jogados e colocou-os em cima de sua escrivaninha. Dentre suas qualidades, organização não estava presente. Nem mesmo com suas preciosidades. Foi até ao micro system e aumentou o volume da música, deitando-se novamente e puxando o notebook que estava no criado-mudo para o seu colo.

Lisbeth suspirou em tédio e abriu uma pasta que se intitulava “Hannibal”. Ainda lhe faltavam alguns episódios para terminar a segunda temporada da série, então aquela seria a sua programação para noite. Se tinha uma coisa de que ela não gostava eram as pessoas daquele colégio, então ela com certeza não iria para auditório nenhum assistir homenagem nenhuma.

Quando ela estava prestes a abrir o episódio, seu estômago tornou a roncar. Lis olhou para cima com uma expressão sofrida.

– Você vai me fazer andar mesmo? – perguntou como se estivesse em diálogo com alguém. Não houve resposta, o que decididamente era bom, então ela xingou algumas palavras e tornou a se levantar, calçando suas pantufas e saindo pela porta de madeira, trancando-a em seguida.

* * *

Os estudantes se sentavam nas cadeiras devidamente alinhadas do auditório. Todos conversavam e o principal assunto era o motivo de estarem ali e quem seria a homenageada da noite.

– Ouvir dizer que é uma aluna nova. – disse um garoto de cabelos negros.

– Megan está organizando. Cara, isso vai ser horrível. – comentou uma menina que, mesmo dizendo tais palavras, exibia um sorriso diabólico no rosto.

– Não era a garota Squarre? – perguntou uma veterana, ansiosa.

– Tenho dó dela. – dessa vez foi Matthew quem murmurou para que apenas o garoto ao seu lado ouvisse, mas este nem estava prestando a atenção. Sua cabeça pendia para trás enquanto sua boca se abria involuntariamente. Sua respiração era profunda; ele dormia. – Jimmy! – gritou.

– Que caralho, Matt. Me deixa dormir.

Enquanto isso as conversas continuavam até que, revelando-se por de trás das cortinas, Megan apareceu. Ela usava uma blusa branca e justa com mangas, saia rosa-choque curta e uma sapatilha preta. Aquele conjunto revelava suas curvas e alguns garotos assobiaram em resposta. Ela abriu um sorriso e voltou-se para a multidão.

– Muito bem, meus colegas. Como vocês foram avisados, hoje prestaremos homenagem a uma de nossas companheiras. Ela é sim novata, mas tenho certeza que muitos de vocês a conhecem ou, pelo menos, conhecem o seu pai. – monologou a loira com o seu sorriso falso. Ela olhou para Betty, que se encontrava mais à esquerda, escondida pelas sombras, e esta lhe mostrou seu polegar em forma de um “ok”. Megan voltou-se para os alunos, passando os olhos por eles, até que encontrou o que queria.

Todos passaram a olhar para onde ela olhava. Uma garota de cabelos escuros, olhos tão azuis quanto o céu e um rosto delicado e bem desenhado.

– Corinne, dear, pode subir ao palco? – perguntou-lhe Megan. A garota se levantou e o nervosismo foi perfeitamente contido com um sorriso frio que moldou o resto de sua face.

– Gostosa!

– Te quero na minha cama!

Gritaram alguns garotos, fazendo as pessoas rirem. Megan lançou aos falantes um olhar de desgosto, e eles, como bons capachos, se calaram. Enquanto isso Corinne parecia caminhar como se estivesse no corredor da morte, pronta para o abate.

E, com certeza, esse era o mínimo daquela noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Digam o que acharam. Um escritor precisa de críticas para evoluir. ;)