Abraçada ao travesseiro, peguei o celular e busquei o numero de Derek no registro de chamadas recebidas. Assim que o achei, telefonei. Não demorou muito e ele atendeu.

–E então, vamos?

–Não, Eu não posso. –sem querer, deixei um choramingo escapar.

–Você está chorando? –perguntou preocupado.

–Não, estou gripada.

–Você não estava gripada na escola.

Eu era péssima em mentir, perceberam?

–Não é nada. –disse por fim.

–Quero te ver! –disse ele.

–O que?

–Posso ir até sua casa?

Ele era doido ou o quê?

–Óbvio que não! –respondi.

–Mas eu vou! Não esquenta, eu não vou te arrumar problemas, vou subir pela janela.

–De jeito nenhum! –então, o celular ficou mudo, afastei-o de meu ouvido e constatei que Derek havia o desligado.

E agora? Se ele realmente resolvesse vir até minha casa, o que eu faria?

Fiquei preocupada, mas logo fui jantar com meus pais, esquecendo do acontecido.

Depois do jantar, meus pais foram dormir. E eu, terminei os serviços na cozinha. Assim que liguei a luz de meu quarto, ouvi um barulho na janela. Era uma pequena pedra que havia sido atirada, com cuidado, fui para perto da janela, abrindo a vidraça devagar. E quem estava no quintal?

–Derek! –gritei baixinho ao colocar minha cabeça para fora.

Ele sorriu.

–Você é louco! Vá embora, agora! –ordenei.

–Me ajude a subir!

Sem que eu respondesse, Derek se espichou e pegou em minha mão, sem ter o que fazer ajudei-o a subir.

–Sorte que sua casa não é muito alta. –disse ele ao pisar em meu quarto.

–Se meus pais te veem aqui, me matam e depois matam você!

–Relaxa, eu só vim por que você estava chorando, e fiquei preocupado.

–Eu não estava chorando. –tentei disfarçar.

–Estava sim, seus olhos ainda estão vermelhos.

Passou seus dedos por minhas buchechas acariciando minha pele.

–Pare com isso! Eu disse para você não tocar em mim.

–Eu vou tocar em você muitas vezes, só pra avisar. –riu de forma safada.

–Estou ficando com medo de você.-disse sorrindo.

–Não se preocupe, eu não sou nenhum tarado! Só quero que você vá comigo ao cinema.

–Já disse que não posso.

–Pode sim!

–Minha mãe não deixou, é sério, não estou mentindo!

–Eu também não estou mentindo. –disse ele. – você vai, nem que seja escondida.

Arregalei os olhos, eu nunca havia desobedecido minha mãe, e agora estava pensando sériamente em fazer isso.

–A Lauren pode dizer para sua mãe que você dormirá na casa dela, por causa de algum trabalho, então você vai comigo até o cinema e depois dorme lá em casa. –disse na maior cara de pau.

–pare com isso ,Derek. Não coloque minhocas na minha cabeça, eu jamais desobedeci minha mãe, por mais que eu quisesse ver o filme, isso jamais daria certo!

Ele se aproximou de mim, juntou seu nariz com o meu:

–Eu sei que você quer ir. –praticamente sussurou.

Meu coração acelerou demais quando senti ele tão perto assim de mim. Me arrepiei ao sentir seu hálito fresco ser expelido por sua boca.

–Eu...e..eu... não quero ir. – gaguejei.

–Resposta errada, você vai.

Fiquei sem fôlego.

– A Lauren vai nos ajudar, tenho certeza. Deixe comigo!

Então, Derek beijou minha testa e sorriu ao me ver corar. Foi até a janela e pulou com cuidado, me deixando completamente sem graça e ofegante. Olhou em minha direção e disse sorrindo:

–Boa noite.