Anjo Travesso escrita por Vanessa


Capítulo 15
Surpreendente.


Notas iniciais do capítulo

Oii, Demorei né? eu sei, me desculpem por isso!
Obrigada pelos acessos, favoritações, e pela recomendação!
Espero que gostem do capitulo, acho que agora tudo começará a fazer sentido! *-*



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Não demorou muito, para que eu pudesse ouvir passos sobre a grama do jardim, abaixei a cabeça e vi Derek se aproximando devagar. Ele sorriu ao me ver, e eu quase caí da janela.

–O que está fazendo aqui? –Perguntei aos sussurros.

–Vim te ver. –disse no mesmo tom de voz.

–Pronto já viu, agora pode ir embora.

–Tá me mandando embora? –Parecia surpreso.

–Claro que sim! Se meus pais te pegam, somos duas pessoas mortas.

Derek revirou os olhos e suspirou, depois estendeu a mão para que eu o ajudasse a subir até meu quarto, eu olhei para ele e fiz sinal negativo com a cabeça, seu sorriso se transformou em um beichinho lindo que me derreteu o coração.

Estendi minha mão até ele ainda meio insegura, Derek logo a segurou e fez força para subir. Achei que fosse cair da janela ao invés de trazê-lo para dentro de meu quarto, mas por fim tudo deu certo. Derek correu até a porta, e certificou-se de que ela estava trancada, assim que o fez, correu até mim me pegando pela cintura com suas mãos e entrelaçano seus braços ao meu redor, não demorou para que eu sentisse seus lábios nos meus, então fechei meus olhos e o beijei com vontade.

{...}

2 de Março, 2009- Texas.

Acordei lentamente sentindo que o sol estava queimando meu rosto, o primeiro pensamento que tive foi Derek. Lembrei da loucura dele na noite passada, invadindo meu quarto, me beijando e depois ter pulado a janela para ir embora. Sorri ao me lembrar de tudo isso, fui até o banheiro e fiz minha higiêne diária, logo descendo até a cozinha e encontrando minha mãe tomando café. Meu pai já havia saido para o trabalho, então me sentei na mesa me servindo logo em seguida.

Minha mãe e eu não conversamos praticamente nada, nossa convivência estava cada vez pior, e eu temia que isso não mudasse tão cedo. De repente, ela resolveu quebrar o silêncio entre nós.

–Lembre-se que suas seções de quimioterapia começam na próxima segunda.

Senti um arrepio percorrer meu corpo, não pela forma com que minha mãe tinha dito, mas por ter me lembrado deste terrivel pesadelo que eu teria de passar, mesmo contra vontade.

–Mamãe, e se eu não quiser mais fazer?

Ela parou de comer imediatamente e olhou pra mim, aquele olhar me deixava com medo, ela nem se quer pisacava.

–O que disse?

Respirei fundo, cruzando meus braços sobre a mesa.

–Não quero fazer as seções de quimio, e acho que isso é uma decisão minha.

–Como ousa dizer isso? –ela havia se irritado. – isso é para o seu bem, você já tinha concordado com tudo, e agora de uma hora para a outra resolve mudar de ideia, aposto que aquele garoto influenciou você!

–Derek nem sabe disso! Eu ainda não contei à ele sobre as quimios.

–pelo menos isso. –disse de forma brava. – Você irá fazer, e nem tente se revoltar que não irá adiantar!

–Eu não quero! –disse novamente. –não quero ficar careca e sofrer com os efeitos colateraias sabendo que vou morrer da mesma forma!

–Cale-se!

Um silêncio se fez, levantei-me rapidamente e corri até meu quarto sentindo as lágrimas descerem rapidamente por meu rosto.

Fechei a porta de meu quarto, e deitei-me sobre a cama. Agora eu não tinha mais nem o direito de tomar minhas decisões! Que ótimo, ficaria extremamente feia e quase morreria com os efeitos colaterais, assim seriam os últimos dia de minha vida. Quem sabe Derek ainda largaria de mim ou tivesse vergonha de admitir que namorava uma garota careca e extremamente feia. Eu já estava conformada com a minha morte, mas não queria passar por tudo aquilo, eu sofreria ainda mais...

Só desci de meu quarto para almoçar, meu pai já havia chegado e minha mãe não havia falado nada sobre o acontecido, até porque não mudaria nada, ela me obrigaria a fazer de qualquer jeito, com ou sem a ajuda de meu pai. Comemos em silêncio, e logo sai da mesa e fui me arrumar para ir até a escola.

{...}

Encontrei Derek poucas quadras de minha casa, ele segurava sua mochila por uma alça só e ao longe vi ele sorrir ao perceber que eu estava chegando. Ele estava lindo, como sempre! Faltavam mais alguns metros até que eu chegasse até ele, porém vi ele largar a mochila ao chão, e vir correndo em minha direção. Me pegou pela cintura me levantando do chão e dando rodopios comigo em seu colo. Era inevitável não rir e achar aquilo maravilhoso, beijei seus lábios sem me importar com quem estava passando por ali.

A vontade que eu tinha, era de gritar ao mundo todo que Derek era meu namorado, sem me importar com a opinião de meus pais e apenas viver a minha vida como eu sempre quis. Quando eu era pequena, sempre sonhava com principes encantados, ou com cavalheiros andando em seus cavalos brancos, ou até mesmo em uma carroça encantada, porém agora, eu sabia que de fato essas coisas eram apenas ilusões, mas eu jamais havia sonhado com um anjo. O que de fato Derek era para mim, um anjo da guarda, que veio especialmente para me mostrar o quão bom a vida é, o quão bom ela pode ser , o quão bom é ser amada e o quão bom é amar.

Um anjo que não tinha olhos azuis extremamente cristalinos, nem cabelos loiros ondulados, nem sequer um par de asas, Derek é apenas um anjo diferente de todos os outros, que faz com que eu esqueça de meus piores problemas, que cuida de mim em todos os sentidos, um anjo travesso, safado e atraente, que roubou meu coração em questão de semanas, talvez... segundos.

–Está tão linda! –Disse Derek me pondo ao chão.

–Obrigada, você também! –Dei um selinho.

Eu e Derek caminhamos lentamente alguns metros, então ele pegou sua mochila do chão e seguimos em direção da escola.

As aulas passaram tão depressa, havia conversado muito com Lauren sobre minha quimioterapia, e ela concordava que eu deveria fazer o que quisesse, afinal seria eu quem teria que passar por tudo aquilo. Me despedi dela e segui com Derek pelas calçadas de volta para casa, ele estava falando alguma coisa mas eu não prestava atenção, estava com meus pensamentos bem longe dali.

–Carrie, você ouviu o que eu disse? –Me cutucou no braço.

–Ah desculpe, eu não prestei atenção. O que disse mesmo?

–No que está pensando? –Perguntou Derek.

Paramos na calçada para que eu pudesse pensar melhor no que dizer.

–E..eu.. eu estou preocupada. –Disse por fim.

–Preocupada? Com o quê?

–Segunda que vem, começam minhas seções de quimioterapia. –Disse suspirando.

–E isso não é bom?

–Não! Porque eu não quero fazer.

Derek me fitou nos olhos e se aproximou lentamente.

–Por que não quer?

–Porque eu vou ficar feia e vou sofrer muito, não quero! É um direito meu!

–Você não vai ficar feia.

–Mas não importa, eu não quero!

–Então não faça. –derek deu de ombros.

–Minha mãe vai me obrigar a isso.

Derek revirou os olhos.

–Esqueça sua mãe Ok? Eu vou dar um jeito nisso.

–Que jeito?

–Deixe comigo.

Derek pegou em minha mão e continuamos a caminhar. Ele havia me deixado curiosa e eu tinha até medo do que ele poderia aprontar, Derek sempre me surpreendia, mas desta vez com minha mãe poderia não dar tudo certo.

–Ainda é cedo, não gostaria de fazer alguma coisa? –Sugeriu Derek.

–Eu não posso, é melhor voltar pra casa.

–Até quando vai ficar de castigo? Eu não posso nem ligar para você.

–Não sei até quando, mas se não me comportar, posso afirmar que o castigo vai demorar pra acabar.

Derek afirmou com a cabeça, e me pegou pela cintura trazendo seu corpo ao meu.

–Derek!

–Quero te beijar. –Disse.

–E se alguém nos ver?

Derek olhou para os lados e deu de ombros, me pegou pela mão e só o que eu fiz foi segui-lo. Havia um supermercado ali, e Derek me levou para os fundos dele, onde ficam os depósitos de caixas.

–Deve estar cheio de baratas aqui.

–Pare de reclamar!

Derek me encuralou sob a parede e começou a me beijar. Eu não poderia acreditar no que estávamos fazendo, dando amassos do lado de fora de um supermercado lotado de gente, aquele depósito era terrivel, tinha cheiro de baratas por todos os lugares. Mas eu estava com tanta saudade do beijo de Derek que não me importei com aquilo.

Derek foi passando sua mão delicadamente por minha coxa, subindo até o quadril. Seus toques me arrepiavam toda e eu o sentia tão perto que achei aquilo até exagerado.

Suas mãos apertavam toda a extenção de minha coxa, e seus beijos eram cada vez mais quentes e famintos, sua mão subiu ainda mais, se abrigando debaixo de minha blusa, onde senti ele me acariciar e dar pequenos arranhões. Eu estava enlouquecendo daquele jeito, Derek nunca havia me dado uma ‘pegada’ dessas, e eu estava gostando daquilo, apesar de ainda estar com medo de que alguém nos visse ali.

–De-De-Derek –Disse gaguejando. –Pa-Pare!

Lentamente Derek foi se afastando de meu corpo, então olhou pra mim sorrindo.

–Não estava gostando? –Pediu na maior cara de safado.

–Não é isso, é que eu preciso voltar pra casa agora.

–Tudo bem, vamos.

{...}

Cheguei em casa e tudo estava normal, fui tomar banho e depois assisti um pouco de Tv. Depois que meu pai voltou do serviço e jantamos, fui até o meu quarto fazer o dever de casa e ler algum livro. Foi quando ouvi um barulho na janela, me aproximei devagar e vi Derek atirando pedrinhas sobre ela.

–Derek! O que está fazendo aqui? –Disse sussurrando.

–Vim te fazer um convite.

–Convite? Vá embora!

–Me ajude a subir! –pediu ele, contrariada o ajudei.

–Você tem que ir embora! –Disse quando finalmente ele já estava em meu quarto.

–Eu quero que você vá comigo!

–Onde?

–Andar de moto!

–O quê? –Perguntei surpresa.

– A galera toda se reúne pra andar de moto, é em uma rua abandonada, não tem ninguém por lá, a gente costuma se reunir nos finais de semana, especialmente sábados à noite, mas a galera resolveu fazer hoje, então estou te convidando para ir.

–Claro que eu não vou! –Exitei. –Rachas são proibidos sabia?

–Carrie, deixe de ser certinha! É um racha divertido, não hà perigo de machucar ninguém é apenas por diversão. –Falava na maior empolgação. – Você não faz ideia do quanto é bom, principalmente nos dias em que você está estressado. Sentir a adrenalina em suas veias é muito bom e relaxante.

–Derek, você pilota?

–Sim, muito bem por sinal!

–Você é de menor! –reclamei.

–Todos somos, mas não hà problemas é pertinho daqui.

–Eu não vou! E você deveria parar com essas coisas, racha é ilegal e além do mais você é menor de idade, não tem carteira de habilitação para pilotar uma moto. Ainda mais apostar corridas como se fosse brincadeira!

Derek resirou fundo e fechou os olhos por alguns segundos, parecia ter se irritado com o que eu disse, mas nada daquilo que eu havia dito era mentira.

–Tudo bem, eu vou indo nessa. –Disse ele.

–Você não vai à essse racha.... vai?

–Me ligue se mudar de ideia. –Disse apenas pulando da janela.

Vi Derek sair correndo pelas calçadas, eu mal podia acreditar que ele fazia esse tipo de coisa, tem coisas sobre ele que eu não devo saber mesmo. Fiquei minutos pensando nele, e no tal racha, eu ficaria muito magoada se Derek fosse, por que era muito perigoso!

Fui até a sala e me deparei com meus pais sentados no sofá olhando a um retrato. Me aproximei e vi que se tratava do retrato da minha irmã. Sim, eu tinha uma irmã... ela morreu fazem alguns anos, eu tinha apenas 3 anos de idade quando ela nos deixou. Como minha irmã mais velha, ela deveria ser meu exemplo, mas não era assim que meus pais contavam que ela era. Sempre me contaram que ela aprontava muito e era rebelde, que nunca obedecia aos meus pais e sempre fazia o que queria. Seu nome era Katy, e ela era linda, não tenho muitas lembranças dela, mas as que tenho são as melhores.

Quando minha mãe viu que eu estava olhando para o retrato, quis escondê-lo.

–Não precisa esconder, eu já vi que você estava olhando a foto de Katy.

–Só estava lembrando de quanto desgosto ela nos trouxe.

–Mamãe como pode dizer isso? Ela era sua filha!

–Katy deixou de ser minha filha no momento que começou a fazer coisas erradas e a me desobedecer.

Meu pai que até agora estava em silêncio, resolveu interferir.

–Ela fez as suas escolhas, aproveitou e fez de sua vida o que ela realmente desejava, foi feliz do jeito dela durante 19 anos.

–Não fale besteira! –Disse minha mãe. –Katy desgraçou toda a nossa familia, nos envergonhou na frente de todos!

–Mamãe porque você nunca me disse o que Katy fez de tão errado? –perguntei.

–Por que aquilo merece ser esquecido.

–Não! Não merece! –Disse meu pai. – Carrie, sua mãe fez com Katy, o que está fazendo com você agora, sufocou até o pescoço, Katy não tinha liberdade nenhuma sua mãe colocava limites em tudo o que ela fazia, ela não podia nem sair de casa! Então, ela simplesmente não aguentou e fez tudo escondido de nós.

–Ela estava se relacionando com um bandido! Eu não podia deixar que ela continuasse com aquilo! –Gritou mamãe.

–Sua mãe fez dela uma prisioneira Carrie, assim como quer fazer de você. Katy fez muitas coisas erradas, mas isto por que ela não tinha quem a apoiasse, sua mãe sempre estava contra ela, e a mim Katy nunca se abria, com medo.

–Mas o que realmente aconteceu? –perguntei ansiosa.

–Katy estava namorando escondido com um rapáz, seu nome era Bryan, ele não era um bom rapaz, mas Katy realmente o amava. Então ela fez muitas coisas erradas ao lado dele, ela acabou envolvida com drogas, tráfico, entre outras coisas. Quanto mais a repreendíamos, mais ela se revoltava, até que um dia ela fugiu com Bryan. –Meu pai estava com os olhos marejados e minha mãe com o rosto escondido entre as mãos. – ficamos desesperados à procura dela, mas nada adiantou, depois de 2 dias desaparecida, veio a noticia de que ela e Bryan haviam sofrido um acidente e morrido.

Eu estava em estado de choque, não sabia o que dizer nem como agir. Meu pai agora chorava baixinho e minha mãe continuava imóvel. Eu não entendi porque eles sempre me esconderam tudo isso e resolveram contar só agora. Foi um choque muito grande pra mim, eu fiquei surpresa e ao mesmo tempo sem ter o que dizer. Várias coisas se passavam pela minha cabeça, ela girava e girava. Então, corri até meu quarto tentando esquecer de tudo o que eu havia ouvido, e deixar com que as coisas se acalmassem. Era impossível ficar calma e agir como se nada tivesse acontecido, não sei porque, mas eu resolvi fazer a coisa mais errada no momento.

Derek, venha me buscar, estou te esperando.

Beijos Carrie.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro de portugues!
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