Terceira Dimensão escrita por Felipe Costa


Capítulo 3
O Treinamento




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— O novato treina comigo. – meu amigo falou ao chegarmos ao Campo de Treinamento, onde já se encontravam algumas dezenas de pessoas com espadas, lutando aos pares.

Um homem com que tinha um corte na face que ia de perto do olho até o canto da boca nos entregou duas espadas. Passei levemente meu dedo pela espada e gotas de sangue caíram na grama. Ludi cortou um pedaço de sua camisa e amarrou em meu dedo para estancar o sangue.

— Agora você já sabe que é de verdade. – o homem falou. – Comecem o treino.

Mesmo sem nunca ter pegue em uma espada na vida, parecia que eu tinha nascido para empunhar uma, pois Ludi não conseguiu me ferir. Nossas espadas batiam uma contra a outra, e tilintavam ao se chocarem.

Em certo momento, nossas espadas estavam formando um x e ambos tentávamos um afastar o outro com a espada. Enquanto as espadas estavam cruzadas, percebi que Ludi olhava em meus olhos, umedeceu e depois mordeu o lábio inferior, seguidos por um piscar de olho.

No segundo seguinte, consegui empurrá-lo e voltamos a duelar.

— Nada mal para um iniciante. – ele falou assim que escureceu e tivemos que devolver as espadas para o homem com o corte na cara. – Vamos. Você tem que ver aonde nós vamos ficar “hospedados”. – ele fez as aspas com os dedos.

Ao entrarmos novamente no vilarejo, encontramos Alice, Josh e Miranda na porta do bar que tínhamos passado mais cedo. Os três tinham uma caneca de vidro nas mãos e bebiam o conteúdo delas.

Abracei Miranda e nos beijamos.

— Muita coisa nova, Garota das flechas? – perguntei com ela em meus braços.

— Nada de mais. Só ficamos tentando acertar o alvo. – ela respondeu.

— Tenho certeza que você não errou nenhum.

— Com certeza.

E veio outro beijo, seguido por um derramamento de cerveja em minhas costas.

— Desculpa, Harry. – ela falou.

— Sem problemas.

— Okay, okay, vamos indo. Para os alojamentos.

Quem estava bebendo retornou para dentro do bar para deixar as canecas e logo retornaram. Ludi passou a nos conduzir por entre as ruas do vilarejo e paramos em frente a uma casa. Uma das poucas que eram feitas de tijolos naquele local. Havia uma grande placa em cima, dizendo: Para Viajantes. Era estranho, pois eu não conseguia ver mais nenhum tipo de civilização ou povoamento nas redondezas.

— Boa noite. – Ludi falou para uma senhora que estava por trás de uma bancada, já dentro da casa. – Viemos ficar nos quartos que foram colocados no nome de Luis Dinoiver.

Era estranho ouvi-lo dizer seu nome. Ele raramente falava.

— Há somente dois quartos nesse nome. – a mulher falou. – E só podem dormir duas pessoas por alojamentos. Vocês são cinco. Não deixamos dormir homens com mulheres, mesmo que sejam casais.

— Tem algum quarto somente com uma pessoa?

— Sim. Quem vai ficar nele?

— Eu fico. – Josh falou. – Não consigo dormir com os roncos de Harry.

Fiz um sinal pra ele como se fosse bater nele, o que lhe tirou um sorrisinho do rosto.

— Certo. – a mulher falou por fim. – As mocinhas ficarão no quarto 15, vocês dois no 16 e esse outro no 12 com o senhor Watson.

Assim que ela terminou de falar, subimos as escadas de madeira e nos dirigimos para nossos respectivos quartos.

— Trouxe algumas roupas para podermos nos trocar aqui. Infelizmente eu não sabia o tamanho de seu amigo, então não tem nenhuma roupa no quarto dele. – Ludi sorriu. – As meninas também têm algumas no quarto delas.

Ao terminar de falar isso, ele tirou a camisa e a bermuda, abriu um baú na frente da cama que estava mais próxima dele e tirou uma toalha de dentro. Logo após, ele entrou pela porta que tinha dentro do quarto que dava para um banheiro.

Sentei-me na outra cama. Tentei relembrar tudo que tinha acontecido naquele dia, mas vinham somente fleches.

A policial batendo naquele cara.

O cadeado com o nome de meu avô.

A passagem pelo portal no apartamento de Ludi.

O treinamento com espadas.

Tudo ainda parecia um sonho. Sentia a sensação de que iria acordar a qualquer momento com Miranda dormindo ao meu lado em minha cama.

Abri o baú que estava próximo à cama que decidi que seria a minha. Encontrei uma toalha branca e cinco mudas de roupas. Eram cinco camisas, quatro bermudas, uma calça e cinco cuecas. Parecia que Ludi tinha pensado em tudo sobre nossa estadia.

— Vai se molhar agora? – ele perguntou ao sair com a toalha na cintura.

— Isso tudo foi real? Tudo que aconteceu hoje?

— Sei que você descobriu tudo muito rápido, – ele falou colocando a mão em minha nuca e olhando fixamente em meus olhos. – mas sim. Tudo é real. Você tem uma missão, que é mandar os demônios de volta para a Terceira Dimensão, e a minha é te conduzir no caminho para essa missão. – nesse momento ele me soltou, abriu seu baú novamente e começou a se trocar. – Por que me chamam de Mensageiro? Ora, minha segunda missão era fazer a comunicação entre você e Sid, ou seja, tudo que acontecia com você, eu contava a Sid. Ele tinha medo que você fosse corrompido antes de saber sobre sua missão.

— Sid? Quem é?

— Você o conhecerá, Harry. Na hora certa. – ele entrou debaixo das cobertas. – Descanse um pouco. Vai precisar de energia para amanhã.

E a cada instante eu tinha mais dúvidas se era real ou não. Mesmo com Ludi dizendo que era verdade, eu não conseguia acreditar. Como eu poderia ser um guerreiro?


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