Terceira Dimensão escrita por Felipe Costa


Capítulo 4
Primeiro Demônio




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Na manhã seguinte, depois de tomarmos um café da manhã na hospedaria. Um café relativamente fraco e pouco farto comparado ao do meu apartamento. Depois, nos encaminhamos para nossos postos de treinamento.

Ao meio dia, nos encontramos no bar, que descobri que se chamava Quatro Copos, para almoçarmos. Compramos algumas roupas para Josh. Retornamos ao treinamento e assim que escurecia, fomos para a hospedaria, comemos alguma coisa e nos dirigimos para nossos quartos.

Fora a parte de comprar roupas para Josh, nossas vidas seguiram o mesmo roteiro durante duas semanas. Foi no primeiro dia da terceira semana, segunda-feira no mundo real, que tudo mudou.

Eu estava treinando com Ludi no campo de treinamento quando uma névoa cinza fixou-se no meio do campo.

— Quem será que está atravessando o portal? – ouvi uma garota dizer.

A névoa transformou-se em um portal, e de repente, uma figura que eu nunca tinha visto antes saiu de dentro dele.

Tinha a mesma estatura de uma pessoa normal, mas era da cor de vinho, sem cabelos, tinha um tipo de bico no lugar do nariz que cobria a boca com dentes na forma de agulhas. Os ossos das escápulas iniciavam duas asas nas costas da criatura, asas essas que eram finas, como se fosse somente a pele cobrindo os ossos. Possuía os dedos das mãos e dos pés modificados em garras, além de uma fisionomia cadavérica.

Um demônio tinha passado pelo portal.

A maioria das pessoas que se encontravam no Campo de Treinamento correu com pavor da criatura. Como iriam proteger o mundo daquele jeito? Somente o homem com a cara cortada, conhecido como Nick, Ludi e eu ficamos para enfrentar o monstro. Com apenas um contratempo: éramos três, com duas espadas.

Ludi e eu ficamos lado a lado e erguemos nossas espadas. Nick procurou refúgio atrás de nós.

— Agora vocês terão que mostrar o que aprenderam nesses últimos dias. – ele falou.

Ludi partiu para cima do demônio, balançando sua espada para lá e para cá tentando espantá-lo para que voltasse pelo portal que ainda continuava aberto. Soube disso porque as nuvens que formaram o portal ainda estavam no mesmo lugar, e se algo podia vir da Terra para Richworld, podia se fazer o contrário.

O monstro não ficou intimidado. Abriu as asas, esticou as garras das mãos e mostrou seus dentes, emitindo um som agudo e aterrorizante.

Com sua espada, Ludi conseguiu cortar dois dedos do monstro, o que o fez emitir seu som gutural mais uma vez.

O portal se fechou.

— Vocês têm que matá-lo. – Nick falou.

Parti para a luta também.

Enquanto eu tentava tirar a atenção do demônio, Ludi estava atrás dele tentando pular em suas costas. Porém, uma batida do rabo pontiagudo dele, jogou meu amigo longe.

Ele estava pronto para me atacar.

Esticou as asas novamente e, como uma cobra preparada para dar o bote, o monstro tentou me segurar com suas mãos. Dei um pulo para trás e consegui escapar.

Ludi veio correndo atrás do monstro e enfiou sua espada nas costas da criatura, mostrando a ponta da espada no lugar que seria o tórax se fosse um humano. A espada desceu até onde seria o umbigo, deixando uma abertura no meio do demônio.

Dei um pulo em direção ao monstro com minha espada em punhos. Logo, uma asa estava se debatendo no chão antes de desaparecer.

Como pude errar a mira? Deveria ter cortado sua cabeça!

Ludi tirou sua espada do corpo sem uma asa e fez o que eu deveria fazer.

A criatura caiu ao chão e desapareceu assim como ocorreu com sua asa decepada.

— Ainda tem que treinar, Harry. – Nick falou.

— Pensei que você tinha mais habilidades. – disse Ludi.

— Isso é novo para mim. Fiquei nervoso com essa primeira batalha.

— Não deve ficar assim. – Ludi interferiu, limpando o sangue preto de sua espada em sua bermuda. – Você tem que ser forte! – ele pegou minha espada de minhas mãos e limpou-a do mesmo modo.

— Vão descansar. Amanhã tem mais treino. – Nick disse recolhendo as espadas das mãos de Ludi.

— Vamos. Seus amigos devem estar esperando. – Ludi falou.

Seguimos para nossa hospedaria. Por algum motivo, Miranda se encontrava na porta do meu quarto.

— Quanta saudade! – ela falou ao me abraçar. – Quase não ti vejo mais.

Josh apareceu no corredor e pode ouvir o comentário de Miranda.

— Querem aproveitar o tempo perdido? – ele falou tirando uma camisinha do bolso e nos mostrando.

— Ok, ok. – Ludi falou saindo do corredor. – Vou para o bar. O quarto é de vocês! Volto em duas horas, antes que alguém veja que tem uma garota em nosso quarto.

Dei um sorrisinho. Miranda estava com a cabeça baixa, vermelha de vergonha.

— Podem usar. – Josh falou esticando para mim.

Peguei de seus dedos com um sorriso tímido. Miranda deu um tapinha em meu braço, mas ela não estava com raiva. Possuía um sorriso nos lábios.

— Divirtam-se! – Josh falou saindo pelo corredor.

— Você é louco? – Miranda falou.

— Melhor prevenir que remediar. – disse mostrando a ela o preservativo, fazendo com que eu levasse outro tapa no braço.

— Conclusão: você é doido mesmo. – foi o que ela respondeu, ainda com o sorriso no rosto.

— Vamos entrar? – falei abrindo a porta de meu quarto cordialmente.

Ela entrou e se dirigiu para a cama que estava arrumada (a minha, é claro). Sentou-se e me esperou trancar a porta.

— Como está indo o treino com arco e flechas? – perguntei me sentando na cama com ela.

— Nada mal. Sou a melhor da turma. E o seu treinamento?

— Mais ou menos. Ludi tá tentando melhorar minhas habilidades com a espada.

Miranda fechou a cara.

— O que foi? – questionei.

— Lá vem o Ludi de novo. Porque desde quando saímos de seu apartamento, esse cara não desgruda? Estou pensando que ele tem uma quedinha por você.

Não pude conter o sorriso.

— Qual é a graça? – ela perguntou.

— Não tem nada a ver, Miranda. – comentei. – O apartamento que mais entra e sai mulheres é o dele. Somos somente amigos.

Dei um beijo nela.

— E... mesmo que ele... tivesse... uma queda... por mim... – falei dando beijinhos em sua boca. – É você quem eu amo.

Ela foi caindo em cima de mim, me beijando e logo estávamos deitados em minha cama, ela por cima de mim, continuando a nos beijarmos. Ela tirou sua blusa e puxou minha camisa para fora de meu corpo. Pouco tempo depois, usávamos aquilo que Josh tinha me dado.

Exatamente como tinha dito, duas horas mais tarde, Ludi estava entrando no quarto. Miranda já tinha ido para o seu e eu já tinha tomado um banho para dormir.

— E aí? – ele perguntou. – A noite foi boa?

— Não vou falar disso com você.

— Ok. – ele disse com as mãos levantadas. – Não tá mais aqui quem falou.

— Cala a boca, Ludi.

Ele deu um sorrisinho e se deitou em sua cama.

Pouco tempo depois, já deitado, ele falou:

— Sabia que só em pensar no que vocês dois aprontaram aqui, eu poderia tomar um banho de quase uma hora?

Um travesseiro voou de minhas mãos até a cara dele.

— Vai dormir, cara. – gritei.


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