League of Legends: As Crônicas de Valoran escrita por Christoph King


Capítulo 46
Capítulo 45: Jayce & Caitlyn


Notas iniciais do capítulo

Jayce conhece seu novo local de trabalho e reencontra um amigo de longa data; Caitlyn investiga um furto bastante curioso.



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Capítulo 45:

Jayce – Piltover

Jayce adentrou as portas do Centro de Pesquisas de Piltover. Era um estabelecimento imenso, duas vezes maior que a alfândega de Heimerdinger, com muitos cientistas andando por aí, vestidos de jalecos brancos e com óculos. O local era bastante moderno, todo branco, cheio de invenções penduradas no teto – pequenos aviões de última geração e outras coisas motorizadas –, escadas rolantes que levavam para o segundo andar, vários sofás de couro branco, onde pessoas se sentavam e observavam uma palestra de um inventor famoso. Jayce estranhou que houvessem palestras no hall de entrada. Mas era tudo tão moderno que nem quis contestar.

Vestia um jaleco branco como todos, óculos de grau e carregava uma maleta com seus instrumentos de trabalho – pensou melhor em tê-la trazido, vendo que ninguém trazia e que o local devesse ter suas próprias ferramentas de trabalho.

Subiu pelas escadas rolantes – sem mover um músculo –, junto de outros cientistas que pareciam tão concentrados em seus aparelhos celulares que não tinham nem tempo de falar com qualquer um. Só ouvia a voz do palestrante, mais de ninguém.

No segundo andar haviam elevadores, ao todo cinco. Jayce ficou perdido, não sabia para onde cada um o levaria. Viu pessoas entrando em um, entrando em outro, em outro, em outro. Logo todas as portas estavam fechadas e ele não havia entrado em nenhuma.

Droga – praguejou baixo.

– Ei, você! – exclamou alguém, uma voz aguda mas masculina ao mesmo tempo.

Jayce se virou e viu uma pessoa que não via há tempos. Era um garoto de aparentemente onze anos. Tinha cabelos loiros, vestia um jaleco kids e tinha óculos na cabeça. Jayce sorriu ao vê-lo pois já o conhecia, mas não o via a tempos.

– Ezreal! – e bagunçou os cabelos do garoto. – Você está maior do que quando te vi pela última vez.

Ez sorriu.

– Você não mudou muito, Jay, mas está engraçado com esses óculos e esse jaleco – e deu uma gargalhada.

Jayce já namorara uma prima de Ezreal, filha de Anson Ridley, um magnata milionário da zona sul de Piltover. Melina Ridley morreu após ser abordada por um grupo terrorista de Zaun. Houveram indícios de estupro e desde então, Jayce não foi mais o mesmo. Começou a viver sozinho na capital e trabalhar com mecânica e estudar física, biologia e outras ciências, tudo para ocupar o tempo e esquecer da brutal morte de Melina.

– Mas e então, como vai o velho Ridley? – Jayce perguntou.

Ezreal fez uma cara feia.

– Ele está muito doente. Dizem que ele pode morrer se não cortar o açúcar e o sal, ou não comer mais coisas saudáveis.

Jayce franziu a testa.

– Mas ele era magro da última vez que eu o vi – falou. – Quer dizer que ele engordou comendo muita porcaria?

Ezreal deu de ombros.

– Mais ou menos. Mas isso não importa. Vim hoje visitar meu pai, e pelo que sei, você foi chamado para examinar o cristal que eu achei, não?

Jayce franziu o cenho, confuso.

Você o encontrou?

– Sim, em um dos meus trabalhos em Shurima. Explorei uma pirâmide esquecida do local e o encontrei.

– Você sozinho?

– Claro.

– E seu pai deixa?

Ezreal riu.

– Meu pai é tão ocupado que nem se importa – mesmo rindo, Jayce percebeu uma tristeza na voz do garoto. – Sou remunerado por todos os meus trabalhos de exploração, e mesmo só tendo onze anos, sou um arqueólogo tão bom quanto qualquer um outro.

Jayce sentiu um calafrio; quando o conheceu ele era só um garotinho de sete anos com um dom mágico poderoso e que frequentava a escola de tecmaturgia. Tudo aconteceu tão rápido, e agora estava ali, de frente com um arqueólogo de onze anos. Com onze anos eu brincava com meu martelo/canhão de brinquedo, pensou.

– Mas vamos lá – o garoto disse –, te levarei até o cristal.

[...]

Jayce teve a sua pergunta de qual elevador utilizar respondida, quando Ezreal o levou até o quarto elevador. Subiram para o décimo andar, a ala de Pesquisas em Formas Diferenciadas de Energia. Haviam diversos cientistas no local, andando para lá e para cá, portas em todos os lados, o local era imenso.

Ezreal o levou até um homem chamado Dans Nagorn, que o instruiu a sua devida sala de trabalho e lhe deu as ferramentas necessárias. Jayce deixou sua maleta de lado, vendo que os instrumentos dados era dezenas de vezes melhores. Ficou encantado com tal tecnologia.

– Aqui está – Dans trouxe uma maleta prateada com um lacre de ferro. Jayce ficou curioso de o que estaria ali, mas logo se lembrou que provavelmente o cristal estaria ali.

Dans abriu a maleta com uma chave eletrônica e deixou Jayce sozinho enquanto o lacre eletrônico se desfazia de maneira incrível. Quando a maleta abriu, uma grande luz saiu de dentro, revelando o cristal, uma pedra preciosa azul, que brilhava imponentemente. Não sabia se era radioativo, mas supôs que não. Não o deixariam sozinho com um cristal radioativo, não mesmo.

Mesmo assim colocou a máscara e luvas para examiná-lo. Colocou-o em cima da mesa e a primeira coisa que pensou foi: E agora?

[...]

Caitlyn observava a cena de mais um crime. Ela e o xerife Samwell estavam na cola de um criminoso fazia tempo. Ele roubava pela noite, de um jeito conseguia passar pela segurança das ruas de Piltover sem ser notado. Naquela vez foi uma loja de tecnologia que foi arrombada e foi parcialmente destruída.

Caitlyn e Samwell, o gordo xerife, andaram pela rua, indo até o local onde os policiais de Piltover conversavam com a vítima do furto, o dono da loja. O homem estava indignado, furioso. Só não chorava por que estava irritado e não admitia conversa.

Caitlyn percebeu que havia muito vidro no chão de frente a uma vidraça quebrada. Os vidros todos estavam destruídos; se perguntou o que diabos havia ocorrido ali.

– O que se passa aqui? – perguntou Samwell aos oficiais.

– O ladrão noturno está de volta, e este vendedor de artigos robóticos foi a infeliz vítima dessa vez – deu uma risada. – E o mais interessante foi que ele estava na loja quando o ladrão entrou.

Caitlyn olhou novamente para a vítima, ele tinha um machucado na cabeça, o sangue já estava seco.

Se virou para o policial.

– Então o homem viu o ladrão?

– Sim, senhorita.

Caitlyn arregalou os olhos. Seria a melhor pista do ladrão que ela tinha em meses (vale lembrar que ele sempre roubava pontos aleatórios em toda Piltover, deixando os furtos imprevisíveis), iria, finalmente, conseguir uma boa pista. Seu rosto exalava toda a sua euforia, tentou se acalmar, mas quando olhou para Samwell, que não tirava aquela maldita rosquinha da boca, com uma cara de total desinteresse, sentiu raiva.

Aquele xerife a atrasava em todos os casos, como ele era o superior, não permitia que ela desse todo seu potencial. Não era repressão, mas algo pior: falta de interesse. Com um xerife tão desinteressado, como que os policiais e outros detetives iriam ter como? Piltover estava lotada de crimes. Havia tecnologia, mas também havia violência. Havia um lado de Piltover, um bairro, a tão famosa periferia sem lei, o lado negro da cidade-estado. Era de lá que nasciam todos os piores bandidos, alguns se revoltavam contra a cidade e sabotavam eventos e projetos a pedido de zaunitas malditos.

Só queria acabar com tudo isso, pensou Caitlyn. E posso.

Abriu os olhos.

– Como o ladrão era? – perguntou diretamente à vítima.

Samwell a olhou de cara feia, ainda mastigando a rosquinha.

– Eu ia fazer essa pergunta!

Caitlyn ergueu o punho para o xerife, enfurecida.

– Somente dessa vez... fique longe do meu caso!

Deu as costas para o seu superior, que ficou irado com ela, mas não fez nada. Ficou ali, deliciando sua rosquinha.

– Quer que eu pergunte de novo? – Caitlyn perguntou ao homem.

Ele engoliu em seco; tinha sangue seco na cabeça careca, suas roupas estavam um pouco rasgadas e ele tinha machucados, hematomas pela pele. Ele era forte, musculoso, até demais para um homem daquela idade. Tinha um bigode e barba branca.

– Bom, não era um ladrão. Era a ladra.

– Era uma mulher?

– Sim, uma mulher, e uma mulher bastante estranha. Ela tinha cabelos curtos, de cor rosa, uma franja, e a lateral esquerda da cabeça estava raspada. Ela tinha um tipo de manopla hextech nas mãos, algo que deixava seus socos mais rápidos e mais fortes. Foi assim que ela arrombou minha loja.

Caitlyn franziu a testa.

– E o senhor estava.

– Eu dormi na cadeira do atendente, de um jeito que ela não me viu quando entrou – ele alisou um galo na cabeça, como se doesse. – Quando quebrou os vidros, ativou um alarme e eu acordei. Lutei contra ela e usei tudo que aprendi quando visitei Ionia. Fui nocauteado com um soco poderoso na cabeça. Como eu sobrevivi, já não sei. Foi um milagre.

Caitlyn olhou para dentro da loja.

– Ela roubou o que, afinal?

– Alguns aparelhos hextech, somente o que se pode levar numa moto.

Caitlyn assentiu.

– Vou dar uma olhada aí dentro, certo?

Ele fez que sim.

Caitlyn entrou na loja e observou bastante o recinto. Percebeu que haviam vários aparelhos no chão, uma mesa quebrada, tudo devido à luta dos dois. A ladra não deveria contar com o homem ainda na loja. Pelo ferimento, viu que ela não quis feri-lo. Um ladrão de verdade teria o matado. Milagre?, Caitlyn pensou. De onde venho, isso se chama piedade. Ou hesitação.

No chão encontrou um fio de cabelo rosa. Agachou, pegou-o com uma pinça e colocou dentro de um pacotinho de plástico, digno de um detetive forense. Bingo. Era só analisar o fio de cabelo e conseguir a sua vencedora, já que o nome e DNA de todos as pessoas de Piltover eram registrados. Estava no papo.

Levantou-se e foi até o homem, que estava enrolado em uma toalha, tomando um gole de água, enquanto os policiais chamavam uma ambulância para ele e impediam a passagem de qualquer pessoa para aquela loja.

– Senhor – Caitlyn disse.

– Sim?

– A ladra tinha alguma marca ou algo que a destacava?

Ele parou para pensar, quando uma memória veio à mente.

– Sim, ela tinha algo na bochecha esquerda. Eram letras, ou talvez números em Alto Noxiano.

– Certo, o que eram? – ela estava eufórica.

– Eram duas letras: VI.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo deveria ser só do Jayce, mas quis presenteá-los com um pouquinho de Caitlyn, e talvez um pouquinho de outros personagens, hehe.
"Ué, Christoph, o Ezreal não está em Kalamandra? E como ele tem onze anos aí e 16 nos povs do Swain/Katarina/Lux/Garen?" Simples: a história do Jayce e do Zed se passam na mesma época, ou seja, cinco anos exatos antes do incidente em Kalamandra.
Até o próximo xD



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