Nirvana escrita por Soufis


Capítulo 18
Alison - Olá NY


Notas iniciais do capítulo

Olá :3 esse cap está meio grande (o maior que já escrevi nessa fic até agora) mas tudo bem né seus lindos? ♥ Tomem fôlego e...
Boa leitura!



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Três dias depois:

Acordei com dor de cabeça. Zoey estava me cutucando e não sei se ela sabia mas o batom estava borrado.

–Finalmente – Ela abriu um sorriso – Pensamos em te deixar aqui se você não acordasse.

Zoey estava segurando um copo de milk-shake em uma mão e na outra estava uma batata-frita. Sério mesmo?

–Que bom que não deixaram – O cheiro de bacon inundava minhas narinas e eu sorri. Reflexo da fome – Tem comida aqui ou eu que estou delirando?

–Aham! – Kurt apareceu do meu lado, me entregando uma caixa. Abri-a e encontrei cinco bacons em tiras. Eu ia beijar esse garoto.

Peguei um dos bacons e coloquei por inteiro na boca. Kurt riu e notei que não tinha sido uma boa ideia. Abri um sorriso como se quisesse dizer: “Eu só estava brincando” e comi os outros bacons com mais classe.

Depois de meia-hora estávamos todos em suas caminhonetes novamente. A previsão era chegar em Nova York em mais duas horas. O que me tranquilizava, de certa forma. Quanto mais rápidos chegássemos em Lottie, talvez conseguíssemos salva-la.

O carro foi inundado por músicas de rock antigas. Pelo visto, Jude só tinha essas na Bessie. Bessie era o nome da caminhonete dele. Sempre antes de partir, ele dava um tapa na porta e gritava:

–Mais alguns quilômetros e eu te compenso com gasolina, Bessie!

[A Autora recomenda ouvir essa música a partir desse ponto]

Ouvimos de tudo no carro: The Beatles, Sex Pistols, Guns N’ Roses e agora, ironicamente, Bessie explodia com a voz de Kurt Cobain em It Smells Like Teen Spirit.

– Hello, Hello, Hello, How low! – Jude abaixou o vidro da janela e gritou para a estrada vazia. Parecia que ele gritava aquilo para todos seus problemas, como Kurt Cobain, ele encarava os problemas de frente e se não cantasse alto, implodia.

Um sentimento encheu meu peito. Precisava fazer como Jude e gritar com todos os meus problemas. Encara-los de frente e, como Kurt Cobain, cantar o mais alto possível. Se não gritasse, eu ia implodir.

Abaixei a janela e cantei com Jude. Meu peito esvaziou e de repente, me senti livre. Livre de tudo o que corria perigo: de minha mãe, de Zeus, de meus pensamentos embaralhados e de meus poderes. Eu era apenas a Alison.

Por um momento, entendi Lottie Allen e o motivo dela querer ir em busca de seu Nirvana. Ela queria ter essa sensação: a sensação do peito se esvaziando.

Fechei os olhos e desejei que ela conseguisse encontrar seu Nirvana e ter seu peito esvaziado.

(...)

Chegamos em NY lá pela hora do almoço. Passamos de relance por Manhattan e quando chegamos ao Brooklin, uma sensação me invadiu. Tinha lido que outros deuses que governavam o Brooklin. Estava salva da minha mãe ali?

Chegamos em um hotelzinho que dizia pelo letreiro que tinha vagas. Jude fez sinal para a caminhonete de trás e paramos no estacionamento do hotel. Ele era um apartamento de tijolinhos e a porta era de madeira. Tinha algumas flores nas janelas e parecia agradavelmente confortável.

Descemos da caminhonete e entramos no hotel. Já que Alexy que estava com os dólares – dinheiro dos mortais, ela que foi resolver a parte “burocrática” do esquema. Ela tirou a carteira da bolsa e colocou uma nota de 100 dólares no balcão.

–Não temos tempo definido para ficar por aqui... – Ela começou com uma voz manhosa. Ela estava tentando usar o charme no recepcionista? – Sabe... 100 dólares pode cobrir nossa estadia?

O homem ajeitou a gravata como se estivesse com calor e abriu um sorriso.

–C-Claro... – Ele sorriu.

–Que fofinho, obrigada – Alexy deu uma piscadela. Ela sabia usar o charme muito bem, mas nunca tinha notado ela usando isso nos campistas. Para falar a verdade nunca tinha visto ela sair com ninguém antes e depois de Dilan anos passado...

–T-tchau. – O recepcionista levantou o chapéu para nós e entregou uma chave para Alexy, que fez sinal para seguirmos ela.

Caminhamos por um longo corredor e subimos até o último andar. Quando abrimos a porta da cobertura (sim, era uma cobertura, e era incrível!), uma sala de estar gigante se estendia até o final, onde uma janela panorâmica que ia do teto ao chão ocupava a parede inteira. Podíamos ver a cidade de Nova York inteira dali, até o outro lado da ponte...

–Uou – Tony soltou e correu para explorar o lugar. Todos estávamos boquiabertos como ele.

A cobertura tinha um banheiro com banheira, uma televisão, uma cama de casal e outras duas camas de solteiro. Alexy estava com outra chave na mão...

–Então Tony... Esse é o quarto das meninas. A cobertura dos meninos é do outro lado – Dito isso, jogou a chave para Tony, que apanhou-a no ar.

–Contanto que seja como essa maravilha então beleza. – Ele saiu do quarto mas na porta, proferiu – Só saibam que eu vou dar uma fugidinha para cá.

Zoey, que estava fuçando os anúncios que deixavam em uma mesinha de centro do quarto, riu e disse algo como um: “babaca” bem baixinho. Não pude notar que ela sorria. Ela sorriu? O que estava rolando entre esses dois?

–Uou. – Zoey exclamou até meio alto demais. Virei-me em sua direção.

–O que foi?

–O sobrenome da Lottie não era Allen? – Zoey estava vidrada no papel laranja neon que tinha em mãos.

–Sim... – Dilan proferiu. Os meninos estavam voltando para o quarto para ver o que tinha acontecido.

–Então sei exatamente onde ela está – Zoey se virou para o grupo, mostrando o papel neon para o grupo. Era de uma balada: Mystic e o nome A.L. Allen estava escrito com um preto vibrante. Ela iria se apresentar.

Ficamos todos em silêncio por um tempo, observando o papel neon que estava nas mãos de Zoey.

–Uou, meu primeiro dia em NY e já vamos para uma festa. Essa cidade é realmente mágica – Tony soltou.

–Podemos espera-la no lado de fora... – Alexy sugeriu – Eu poderia convencer o segurança a nos deixar entrar mas mesmo assim não temos roupas.

Assentimos em silêncio. Ninguém veio preparado para uma balada em Nova York.

–Não mesmo, querida? – Uma nova voz ecoou pelo local e uma mulher estava parada na porta. Ela era estilosa e vestia roupas que estavam na moda. Sua cintura era acentuada pela blusa branca e suas pernas eram muito bem moldadas pela saia preta. Ela usava um salto de pelo menos 18cm e seu cabelo... Eu não conseguia distinguir como ele era, ele parecia mudar rapidamente mas era lindo. Sua boca estava coberta por uma camada de gloss vermelho e seus olhos escondidos pelos óculos escuros.

–M-mãe...? – Alexy gaguejou, ela deveria estar mais surpresa que qualquer um ali.

–Olá querida – Ela tirou os óculos escuros a encarou o grupo, que olhava-a boquiaberta – Me chamo Afrodite, mas acho que vocês já sabem disso.

–O que você está fazendo aqui? – Alexy estava vermelha, não sabia dizer se era de raiva ou de vergonha.

–Ouvi minha queridinha suspirar que não tinha roupas para uma festa – Ela apertou as bochechas de Alexy que não pareceu gostar nada disso – Então tomei as providencias... – Afrodite estalou os dedos e roupas novas apareceram no corpo de cada um.

–Mãe... O que você fez?! – Alexy parecia indignada, ela estava com os olhos abertos e não parava de mexer na barra do vestido que estava usando, fazendo-o ir mais para baixo. Ele era rosa e tinha algumas estampas triangulares e detalhes dourados. Ela estava com um salto rosa também.

–Eu. Quero. Os. Meus. All-Stars! – Sparks correu até Afrodite, irritada. Ela vestia um vestido cinza acentuado e saltos. Ela estava de saltos.

–Na, na, ni, na, não – Afrodite balançou os dedos na frente do rosto de Sparks – Se quiser suas roupas de novo vai ter que ficar no salto! E qual é, ele não é tão grande... 12 cm.

Sparks olhou irritada mas resolveu não brigar. Ela apenas revirou os olhos e bufou, saindo da sala.

–U-uo Alison... – Kurt disse e eu me virei. Não tinha visto como eu estava. Minha bochecha ficou totalmente ruborizada quando percebi que ele parava pouco abaixo da bunda, ele era extremamente curto, extremamente justo, extremamente preto e eu estava extremamente...

–Sexy – Tony me secou o que me deixou mais vermelha ainda. Ele estava com uma calça preta e uma blusa social preta também. Kurt, por sua vez estava com uma blusa azul e uma calça jeans. Não pude negar, ele estava bonito.

Sorri para Kurt e sentei no sofá, colocando uma das almofadas no meu colo e encarando a situação: Alexy brigava com Afrodite por roubar nossas roupas que revidava dizendo que estávamos lindos e que missões exercem sacrifícios. Alexy concordou e pediu para a mãe devolver nossas roupas assim que saímos da balada e ela concordou.

–Estou tão orgulhosa de você Alexy! – Afrodite apertou as bochechas da menina e caminhou até a porta – Awm... Vocês estão tão lindos! – Ela pareceu meio emotiva e depois fechou a porta, indo embora.

–Droga mãe – Alexy sussurrou, irritada.

–A festa vai ser só daqui a algumas horas... Podemos descobrir mais da cidade. – Zoey sugeriu. Ela estava a menos chamativa dali: uma blusa e uma saia preta, um colete branco de crochê, um colar de pérolas pequenas, um chapéu e um salto preto. Ela foi a que teve a roupa que mais combina com sua personalidade.

–Podem ir, eu vou dormir um pouco – Disse e caminhei até um dos quartos. A questão era que eu estava realmente cansada e queria dormir.

Abri a porta do quarto e me joguei na cama, me cobrindo com um dos lençóis. Desde pequena durmo com o lençol até o pescoço... Tinha medo de que algo me pegasse durante a noite e só assim estaria segura. Sei que mesmo com a coberta até o pescoço eu não estava segura mas acreditar que estava me fazia dormir melhor.

Fechei os olhos e mergulhei em um sonho profundo.

“Estava caminhando em um cemitério. Era de noite e o frio cortava minha pele, invadindo todas as minhas camadas.

Passei pelos túmulos, tentando sentir algo quando passava por eles. A noite era tão escura e o silêncio parecia contagiar a todos. Nem as corujas se atreviam a falar nada.

Observei as inscrições dos túmulos: Julieta West Capuleto, Luccas Capuleto, Anne West e outros nomes. Nenhum dos túmulos daquela área do cemitério tinham flores, então peguei fui até a frente do cemitério, onde costumam vender flores e roubei algumas de uma barraca vazia.

Voltei ao lugar dos túmulos tristes (como havia apelidado, pois pareciam tristes sem as flores) e quando cheguei, já haviam flores neles.

–O que...? – Proferi, as flores não estavam lá faz cinco minutos.

–Pelo visto, filha, pensamos iguais. – A voz de Nyx veio das sombras. Meu corpo inteiro tremeu.

Era apenas um sonho.

–O que você quer mãe? – Coloquei as flores nos túmulos mesmo assim.

–Te alertar – A voz de Nyx parecia firme e forte, mas ao mesmo tempo calma e aveludada.

–Me alertar para que?

–Você está tão perto de mim... Mas não queremos civis mortos nessa guerra, não é?

–O que você quer dizer com isso? - Brandi, irritada. Ela estava me ameaçando e ameaçando meus amigos.

Um raio cruzou o cemitério e iluminou um túmulo que não tinha prestado atenção. Meu corpo endureceu e eu fiquei gelada. O nome na inscrição do túmulo era Kurt Willians, filho e amigo querido.

–Considere-se avisada – A voz de Nyx ecoou uma última vez antes de eu acordar.”

Abri os olhos e sentei na cama, ofegante. Meu cabelo estava colado na raiz e eu sentia que estava suado. Kurt apareceu na porta do quarto, ele me encarava

–Está tudo bem Ali? – Ele se sentou comigo na cama.

–Sim, está tudo bem – Sorri para ele e passei a mão pelo seu rosto, dando-lhe um beijo na bochecha. Eu estava com medo que aquilo fosse uma profecia ou algo assim. Mas preferi não comentar.

–A festa é daqui a uma hora e meia. As meninas estão se arrumando no banheiro – Ele estava corado e eu levantei, caminhando até a penteadeira e penteando o cabelo.

–Certo, estou ansiosa... – Sorri para Kurt que estava refletido no espelho da penteadeira.

–Eu também – Ele se levantou da cama e me deu um beijo na bochecha, logo saindo do quarto.

Encarei meu reflexo pelo espelho mas a única coisa que pensava era a ameaça de minha mãe.

“Não queremos civis mortos nessa guerra, não é?”

Respirei fundo e continuei me arrumando, tentando me livrar dos nós do meu cabelo e das palavras da minha mãe.

[A Autora recomenda ouvir essa música a partir desse ponto]

Depois de uma hora estávamos na fila da balada. Eu não aguentava ficar nesse vestido. Ele era colado e pinicava. Isso tirando o fato de eu estar me sentindo uma vagaba nessa roupa, ela não cobria direito minha bunda e eu sentia que sempre tinha alguém olhando.

Teve uma hora na fila em que um homem gritou: “Êê, lá em casa” quando passou por mim e Kurt me puxou para perto dele. Sorri com ele agindo desse jeito, tentando me proteger, etc.

Alexy e Zoey não pareciam se importar com o fato de terem quase metade da bunda a mostra. Elas jogavam a cabeça para trás e riam, como se a vida fosse uma grande piada. Sparks que conseguiu salvar seus All-Star, jogava o cabelo quando Jude ia falar com ela.

Vi o mesmo gesto nessa balada pelo menos umas dez vezes. Talvez as crianças legais fossem assim. Para falar a verdade, eu queria poder conseguir rir de uma forma graciosa, me sentindo em um filme ou jogar meu cabelo para trás quando falava com um garoto. Qual é vida, eu podia pelo menos conseguir ficar equilibrada nesse salto?

Mas não conseguia. Eu não conseguia ser como as crianças legais. Era como se todos eles tivessem a mesma batida de coração e a minha estivesse para trás. Todos aqueles jovens, com saltos altos e três botões da camisa abertos pareciam ser invencíveis.

E eu, a filha de Nyx que não sabia nem ficar em cima do salto ficava em segundo plano. Às vezes eu queria ser uma criança legal. Pelo menos me sentiria menos estranha do que sei que sou.

"And she says

I wish that I could be like the cool kids

cuz all the cool kids, they seem to fit in

I wish that I could be like the cool kids, like the cool kids" - Echosmith, Cool Kids


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Notas finais do capítulo

Amo essas músicas que tem no cap ♥
E esses dias estava lendo um livro (Cartas de amor aos mortos) e achei uma citação que é tipo, resumo (e spoiler) da fic! Fiquei surpresa demais haha. Depois eu posto ela nas notais iniciais do próximo cap. ♥
E A AFRODITE É DIVA ♥ Sou filha dela vcs são filhos de quem? q-q
Beijos de paçoca, SoSo



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