Nirvana escrita por Soufis


Capítulo 17
Alexy - Jude & Bird


Notas iniciais do capítulo

Oláaas. Então, esse cap ta mto legal e divo ♥ O Jude é meu bf na real, então agradeço se não shipparem. :v



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Três dias depois:

Minha cabeça doía. Não só ela, meu corpo inteiro parecia ter saído de um moedor de carne.

Levantei com cuidado da caminhonete do acampamento, tentando não acordar as meninas que ainda estavam dormindo. O chão estava cheio de latinhas de cerveja e meu cabelo cheirava a álcool. Eu precisava de um banho.

–Bom dia – Jude estava apoiado em uma árvore, eu não conseguia olha para ele direito devido a bendita luz do sol que fazia meu olho queimar. Os vampiros se sentiam assim? Se ser vampira significava viver de ressaca, então meu sonho dos doze anos de ser uma vampira foi por água a baixo...

–Bom dia – Caminhei até a árvore e me sentei do lado dele.

–Dor de cabeça?

–Nem me fale – Massageei minha têmpora, irritada com toda essa ressaca. Como fui idiota para beber ontem à noite? Ou deixar os outros beberem... Temos uma missão. Esse é o foco. Só esse.

–Aqui, tome – Ele me estendeu seus óculos escuros. Hesitei por um minuto.

–Você não está mal? – Isso saiu em um tom mais impressionado do que deveria.

–Não – Ele sorriu - Tenho uma alta resistência ao álcool, aqui, tome – Ele colocou os óculos em mim.

–Como estou? – Fiz um biquinho, e coloquei a mão no queixo, fazendo uma pose.

Jude riu.

–Uma princesa.

Nos encaramos por um segundo e começamos a rir. Até meu estomago fazer um barulho esquisito. Não tínhamos comido ontem à noite e minha última refeição foi no McDonalds.

–Ta a fim de ir comer o café da manhã? – Jude perguntou

–Nós temos café da manhã?

–Bem... Não, mas tem uma lanchonete mais para frente... Não parece tanto tempo, quer tentar ir?

–Certo, podemos trazer algumas omeletes para o povo.

–E milk-shake com batata frita para aquele seu amigo.

–É – Eu sorri – Seria uma ótima ideia.

Peguei minha mochila de costas com nossos dólares. Tínhamos ainda 300 dólares e precisávamos controlar esse dinheiro.

A caminhada até a lanchonete, pelo o que pode parecer surpreendente, não foi tão longa. Ou pelo menos eu não notei o passar do tempo. Jude ficava cantarolando algumas músicas dos Beatles, normalmente Hey Jude. O que era engraçado, já que seu nome era Jude.

Blackbird singing in the dead of night... – Cantei baixinho minha música favorita da banda. Meu pai costumava cantar para eu conseguir dormir, então, de certa forma, ela tinha um significado.

Take this broken wings and learn to fly – Jude continuou cantando mas parou – Desculpas, não sei o resto.

Eu soltei uma pequena risada e concordei.

–Tudo bem, mas prometa aprender.

–Certo Bird – Ele sorriu – Eu prometo.

–Bird?

–Ué, de blackbird – Ele chutou a terra a nossa frente, fazendo uma pequena fumaça que logo se dissipou.

–Certo, Jude – Eu sorri e ao conseguir ver a silhueta da lanchonete mais para frente, apontei para lá – Ela está logo ali! – Apontei para a lanchonete e Jude exclamou um grito animado.

–Suba aqui Bird – Ele se abaixou um pouco, batendo em suas costas – Pode vir, você deve ser levinha.

Não hesitei e pulei em suas costas, meus pés estavam ardendo devido a caminhada e ele não pareceu se importar.

–Ao infinito, e além! – Gritei, estendendo meu braço, como se fosse uma super-heroína e ele correu até a lanchonete.

Depois de uma bela corrida, Jude me fez descer quando chegamos na porta da lanchonete.

–Aqui Bird, curtiu a carona?

Assenti com a cabeça e abri a porta da lanchonete. Ela estava meio vazia, tendo apenas a garçonete e um policial que comia rosquinhas no fundo da lanchonete.

O cheiro de ovos com bacon invadia o lugar. Jude esfregou as mãos na barriga, como se fosse comer algo delicioso e fez uma brincadeira do tipo: “venham para o papai” o que me fez soltar uma risada.

–Jude, você pode ir pedindo? Eu preciso ir no banheiro.

–Pode deixar Bird! – Ele fez um aceno da marinha, colocando a mão reta sobre a testa e depois tirando, rapidamente.

Imitei o gesto dele e fui em direção ao banheiro. Ele tinha uma plaquinha rosa escrito “Womans” e era coberto com azulejos rosas, a maioria deles estavam lascados e tinha uma mancha de bolor no teto. Mas continuava ser um banheiro, certo?

Abri a torneira, lavando minha mão e, devido à falta de papel, balancei elas loucamente torcendo para elas secarem “naturalmente”. Fechei a torneira e tirei os óculos de Jude, prendendo-os na gola da minha blusa.

Observei meu reflexo, eu estava notavelmente acabada, mas estranhamente bonita: minhas olheiras estavam mais sutis e meu cabelo, mesmo embaraçado continuava brilhante.

Comecei a penteá-lo com os dedos e puxar minha pele, tentando me acordar. Liguei a torneira de novo e deixei a água fria cair sobre a concha que tinha feito com minhas mãos. Curvei meu corpo a ponto de ficar com a face perto da concha de água que tinha recolhido e joguei ela no meu rosto, me despertando na hora.

O banheiro estava começando a ficar muito frio. Devia ser a ventilação quebrada ou algo do gênero.

Repeti o processo pelo menos mais duas vezes, até sentir que estava completamente acordada. Quando levantei o rosto, o espelho do banheiro estava embaçado com vapor. Olhei para os lados e notei que havia uma fina camada de névoa no chão do banheiro. Olhei no espelho novamente e uma figura era refletida no espelho no meu lugar.

Ela era absolutamente pálida, tinha cabelos negros e olhos marrom café. Meu corpo congelou e pude sentir a palma da minha mão começar a suar. Ela apenas sorriu de forma cínica e estendeu o dedo, escrevendo no espelho 28 dias.

Ela sorriu pela última vez e desapareceu, fazendo a temperatura do banheiro voltar ao normal e a névoa se dissipar.

28 dias.

28 dias para eu fazer 16 anos.

28 dias para a maldição se completar.

(Flashback)

“No dia de seu batizado, todas as pessoas do reino se juntaram para ver seu nascimento, todos foram convidados para ver a princesa e dar-lhe suas benções... Bom, nem todos. – A voz do pai e as memórias das histórias que ele lia para a menina antes de dormir vieram com tudo, tirando Alexy de sua realidade atual.

– Uma antiga namorada do pai, a deusa do gelo, havia morrido de ciúmes por não ter sido convidada e invadiu o castelo. Ao se aproximar da criança, a deusa do gelo lançou uma maldição: "para a ironia desta bela cria hei sua benção, ela poderá transformar tudo em gelo, mas... Para a ironia da mãe, nunca poderá amar pois seu corpo será feito de gelo. E, ao fazer 16 anos, a neve e o gelo irão chegar em seu coração, tornando-o duro e congelado. Para sempre.”

(Flashback)

O pensamento fez meu corpo inteiro endurecer e meu coração bater mais rápido. Era meu destino, minha maldição. Não havia como evita-la. Eu só tinha que aceitar e atuar. Atuar bem.

Sequei a palma da mão na calça, coloquei os óculos escuros no rosto e sorri para o espelho.

–Tudo vai dar certo – Disse para mim mesma. Mesmo sabendo, no fundo do meu âmago que era uma mentira. Uma grande mentira.

Sai do banheiro e caminhei até a mesa. Uma garçonete tinha acabado de colocar dois pratos de ovos com bacon, dois copos de suco de laranja e dois sacos meio engordurados – onde pressupus que estava a comida para a viagem.

A garçonete foi embora rebolando. Ela devia ter uns cinquenta anos e dava em cima de Jude que tinha quase vinte. Isso era meio nojento de se ver então desviei o olhar e esperei ela voltar a dar em cima do policial das rosquinhas.

–Então Louise... Eu gosto muito de você, você é incrível e.. Eu amo você desde os oito anos – Jude disse baixinho, mas eu conseguia escutar. Não estava tão longe assim.

Jude estava notavelmente apaixonado por Sparks. Conseguia perceber isso na troca de olhares dele e de como ele alternava o peso nos pés quando falávamos dela. Ele ficava tão inquieto.

–Não, não. Isso ta uma porcaria. – Ele disse, decepcionado e deu um gole em seu suco.

–O que é uma porcaria Jude? – Me aproximei dele, me sentando a mesa.

–Nada... – Ele sorriu – Demorou.

–Jude – Levantei uma sobrancelha e ele suspirou.

–É a Louise... Eu não sei... Apenas não sei como chegar nela e confrontar de frente todos os meus sentimentos por ela. Ela é incrível, e eu sou apenas... O Jude, sabe?

Encarei ele por um segundo. Ele estava notavelmente triste. Tinha que dar um jeito naquilo. Encarei o lugar: o balcão da lanchonete tinha algumas manchas de gordura e a decoração de todo o lugar era retro, com scooters desenhadas nas paredes, pisos quadrados, um jukebox... E! Era isso!

Levantei-me da mesa e caminhei até a Jukebox, torcendo para que ela ainda funcionasse. Sentia os olhos de Jude me seguindo até completar o trajeto. Peguei do bolso uma moeda de 50 centavos e coloquei no Jukebox, escolhendo uma música.

[A Autora recomenda ouvir essa música a partir desse ponto]

–Eu tenho meus truques na manga, Jude – Caminhei até ele e estendi minha mão. Ele me olhou como se fosse louca e então, a voz de Joe Anderson fazendo o cover de uma banda famosa, The Beatles, ecoou pela lanchonete – Vamos dançar.

Hey Jude...

Ele pegou minha mão e eu o puxei da mesa. Entrelacei meus braços atrás de seu pescoço e ele colocou as mãos em minha cintura. Imagino que seja assim que as meninas dancem em bailes. Eu só tinha visto essas cenas em filmes e livros, boa hora para faze-la tornar realidade.

Don’t make it bad...

–Por que estamos fazendo isso? – Jude sussurrou em meu ouvido.

Pegue uma música triste e torne-a melhor. – Eu disse e ele sorriu.

Continuamos dançando. Eram passos pequenos, olho no olho. Sentia o olhar de todos da lanchonete nos encarar. Mas era preciso fazer isso. Ele estava mal, e não ia me ouvir de outro jeito.

Lembre-se de deixa-la entrar em seu coração. Que então você pode melhorar as coisas. – Disse meu conselho para ele e continuamos a dançar.

Hey Jude... Don’t be afraid.

–E se... Se eu falhar? – Ele perguntou.

–Vocês se conhecem desde pequenos. Você nasceu para ir lá e conquista-la. No minuto que você deixá-la fazer parte de você, você pode começar a melhorar as coisas

Hey, Jude, refrain.

–Mas é tão difícil... E doloroso, vai que ela não gosta de mim? – Ele disse, com um tom chateado.

–Não fica assim Jude. Toda vez que você sentir dor, vá com calma. Okay? Não carregue o mundo nos seus ombros.

Ele sorriu para mim e perdemos uma estrofe. Olhei ao redor para ver o que estava acontecendo. O policial estava nos encarando –sem deixar de comer sua rosquinha, como se fossemos uma atração ou sei lá. A garçonete que tinha dado em cima de Jude há pouco tempo os olhava amolecida e com a mão no coração.

Hey, Jude, Don’t let me down.

Não me desaponte, viu – Toquei seu nariz e ele riu brevemente – Você já a encontrou, não é? Agora é só ir lá e conquista-la e...

–Eu já, sei – Ele disse – Tenho que deixa-la entrar em meu coração e só assim vou me sentir melhor.

Hey, Jude, you’ll do.

–Você age como se estivesse esperando por alguém que fosse realizar as coisas, Afrodite ou sei lá... – Comecei – Como se ela te desse uma força extra. Mas quer saber? Essa pessoa é exatamente você. O movimento que você precisa está em seus ombros – Desci meu braço e apoie-o em seus ombros.

Continuamos dançando até que ele sussurrou em meu ouvido.

–Agora entendi o que você queria dizer com “pegue uma música triste e torne-a melhor” – Sorri quando ele disse isso e ele me rodou, pois chegamos a uma parte divertida, onde todos começam a cantar: “na, na, na, na, na. Hey Jude!”.

Then you'll begin to make it better.

Então, algo que eu nunca esperasse que acontecesse, aconteceu: a lanchonete inteira começou um coro, eles gritavam com todos os pulmões e davam todo o apoio do mundo para o Jude.

A música tinha acabado e ainda continuávamos dançando. Ele sorriu, e no pé do meu ouvido sussurrou:

–Obrigada – E eu pude o sentir sorrindo enquanto a lanchonete inteira aplaudia.


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Notas finais do capítulo

Tanáaa :V comentem se shiparam ou não.



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