Melanie saiu da sala de treinamento subterrânea e foi para o quarto. Dormiu o dia todo. Acordou com Matthew a chamando para o jantar.

– E aí, como foi o teste?

– Nós não podemos comentar.

Ela dá de ombros.

– Foda-se. Eu falo do meu se você quiser saber - antes que ele possa dizer algo, ela começa a contar. - Bati tanto em Morgana que ela só aparecerá por aqui se por acaso alguém lhe der a pomada milagrosa.

Matthew sorri diante daquilo.

– Está falando sério?

– É claro que eu estou! - ela sorri também. - E você?

– Christian Whitmore deve estar juntando os cacos no terceiro chalé junto com Morgana.

Melanie não conhece Christian direito, mas só pelo fato dele ser um Whitmore, ela não consegue deixar de ficar feliz.

No jantar eles tiveram pizza, com garçons servindo-os como nos rodízios que ela via do lado de fora nos restaurantes. Quando vivia nas ruas, Melanie espiava algumas pessoas, principalmente em pizzarias. Ela comia na sua casa algumas vezes aquelas feitas pela sua mãe, mas não era a mesma coisa quando era feita pelas mãos de um profissional.

Andrew apareceu quando Melanie se servia de uma com calabresa sem cebola. Ele a beijou e se sentou ao lado dela.

– Como foi a luta de vocês?

– Batemos - Matthew fala - e você?

– Acho que Martin não vai esquecer tão cedo a surra que levou.

Os três riem. Poucos dos perdedores foram jantar naquela noite. Melanie ficou feliz por ter pouca gente, ela se sentia mais a vontade assim.

– O resultado sai no final de semana - Frederick avisou a todos. - Enquanto isso vocês terão esses dois dias livres para descansarem enquanto os feridos se recuperam.

Então ele começou a falar de critérios como extrema violência que poderia descontar ponto ou até desclassificar alguém e blá blá blá... tudo para assustar os treinandos e principalmente, a Melanie.

Bom, se assustá-la era o que Frederick estava tentando fazer, ele pode ter certeza que não está conseguindo.

+++

– O Sr. Aguirre é nosso aliado, Lorde Vincent - Frederick diz para ele através do monitor. - Ele irá retirar o patrocínio do PMI...

– Não me importo. Melanie não será desclassificada.

– Se me permite, senhor, por que a garota é tão importante assim?

– Não me importo que ela me odeie, se é o que está se perguntando, Frederick - o moreno fala de mau humor -, mas o PMI é meu e Melanie também será minha. Eu que mando no norte e eu estou dizendo que ela fica.

Frederick suspira.

– Como quiser, senhor. Mas o Sr. Aguirre fará contato assim que o dia das cartas chegar e Morgana contar a ele.

– Então diga para o Sr. Aguirre enfiar o dinheiro dele no rabo porque eu tenho muito dinheiro e não preciso dele.

E assim Vincent rompe a ligação. Fracassado, Frederick olha para a sua filha na cadeira na sua frente, fora da vista da câmera para que Vincent não a visse pelo monitor. Amber está tão raivosa quanto ele.

– Eu não a quero aqui, pai.

– Você viu que eu tentei.

– Aquela prostituta está dando em cima do meu noivo! Pai, pelo amor que você tem a mim, você sabe como homens são, você é um deles. É só ver uma mulher que...

– Mais respeito.

Amber coloca as mãos na cintura.

– Vai dizer que nunca traiu a minha mãe?

Frederick se cala. Nem adiantava negar, Amber já o tinha visto com Savannah Huddington uma vez, a garota de cabelos lilás e belas curvas. Há cinco anos, quando Savannah era uma treinanda e ele, como sempre, comandava o PMI. Ele teve outras amantes ao decorrer dos anos de casado, é claro, mas nenhuma se comparava a Savannah.

– Josh vai acabar caindo em tentação, se ainda não caiu. Ele se segurou esse tempo todo pelo irmão.

– Andrew - Frederick tem uma ideia. - Então vamos usá-lo.

– Como assim? - Amber se interessa na ideia de imediato.

– Eu tenho um plano.

+++

Andrew puxa Melanie mais para si e ela se levanta, sentando no colo dele. Os beijos começam a ficar mais intensos. Melanie se lembra de ter trancado a porta do quarto, mas ela tem colegas, então provavelmente alguém entraria em breve.

A mão de Andrew para nas coxas nuas dela e a apertam de leve.

– Não precisar ficar com medo de apertar - ela murmura -, eu não quebro.

Ela volta a beijá-lo, tocando a nuca dele com seus dedos finos e compridos. Andrew a deita na cama e tira o short dela devagar, já ela quase rasga a camisa azul marinho dele com tanta urgência. Seus dedos começam a ficar trêmulos quando ela tenta desabotoar a calça dele. Andrew a chuta para fora da cama de qualquer jeito e volta a beijar Melanie. Ele pressiona seus dedos firmemente contra o fecho do sutiã dela e o retira. A morena sente os dedos quentes de Andrew tão trêmulos quanto os dela.

– Melanie, nós temos pouco tempo, então é melhor nós aproveitarm...

E então alguém começa a esmurrar a porta.

– Abre essa merda! - a voz de Josh é abafada, meio balbuciada. Andrew suspira e pega a sua calça no canto do quarto. Melanie vai atender a porta só com a calcinha no corpo mesmo. Ela nunca ligou para isso.

Acontece que todos estavam lá. Matthew e Hillary, Benjamin e Beatrice. Christian, Jasmine e... bom, Josh. Mesmo assim, ela não se importou com o fato de estar nua.

– O que vocês querem?

Melanie vê pelo canto do olho Andrew colocando as calças rapidamente enquanto todos encaram os dois.

– A porta estava trancada, então seus colegas me pediram para abri-la - Josh falou. - Vimos que os dois desapareceram no meio da jantar e suspeitamos que estavam aqui.

A voz de Josh estava cheia de raiva. Muitos podiam pensar que era de raiva pelo regulamento ter sido quebrado, mas só ela sabe que ele está morrendo de ciúmes.

– Cada um deveria ter o seu próprio quarto - ela diz -, assim esse tipo de situação seria evitada.

– Diga isso a Vincent, Srta. Hemingski.

Os olhos de Josh flamejam de ódio e ela sorri por dentro diante da oportunidade de finalmente poder usar isso.

– Você bem que podia nos emprestar o seu quarto, Comandante Duninghan - as palavras são cuspidas dos seus lábios maliciosos. - Acho que o Destruidor e a sua noiva não precisam dele, já que a sala de treinamento subterrânea está cheia de espermas pelo chão...

Apesar de estar sorrindo, o coração de Melanie dá uma parada naquele momento. Ela se lembra de como ficou arrasada naquela noite.

– Espero que Amber não esteja grávida, Comandante - ela continua, apesar de tudo. - Sabe como é... sexo é proibido durante o PMI. Apesar disso, todos descumpriram essa regra ridícula.

Andrew tenta sair de fininho sem ser visto, mas Melanie o puxa para si e o faz beijá-la. As mãos dele pousam na cintura dela, mas a morena as segura com cuidado e as faz pousar mais embaixo. Ela pressiona seu corpo contra o dele, amassando os seus seios contra o peito dele. Depois do demorado e caloroso beijo, ela se afasta dele e sorri para ele.

– Boa noite.

+++

Depois que Andrew saiu e todos se instalaram no quarto, Josh chamou Melanie discretamente. Ele desceu primeiro, ela colocou um vestido preto soltinho e foi alguns minutos depois. Ela o viu parado na frente da Casa Grande e ela olhou ao redor. As luzes da Diretoria estavam acesas e as da Casa Grande apagadas, o que significava que não havia ninguém. Josh entrou e ela o seguiu, tomando cuidado para que ninguém a visse.

Josh entra no seu quarto e Melanie o segue. Ele então fecha a porta com cuidado para não fazer barulho e a tranca.

– O que diabos foi aquilo?

Ela suspira e se joga na poltrona marrom que tem perto da escrivaninha.

– Eu dando o troco em você.

Josh passa os dedos pelo cabelo, os empurrando para trás, deixando uns fios rebeldes para trás. Ele fica lindo quando está bravo, ela analisa.

Ele caminha até ela e se ajoelha na sua frente, olhando para ela no fundo dos olhos enquanto segura as suas mãos.

– Você não me contou que tinha me visto com Amber aquela noite.

Ela desvia o olhar e dá de ombros.

– Você não perguntou.

– E desde quando você fala as coisas só quando os outros perguntam?

Ela sorri diante daquilo. Demonstrar um pouco de humanidade não podia ser o fim do mundo.

– Eu fiquei chateada e eu não queria que você visse que tinha me incomodado.

– Por quê?

– Porque se eu fiquei mal, significa que o que eu sinto por você vai além de atração.

Josh fica paralisado por algum momento, analisando as palavras de Melanie.

– E como você acha quando eu te vi hoje? Com o meu irmão ainda, Melanie. Você odeia Amber, ainda há esse ponto. Mas Andrew... Andrew é meu irmão. Eu amo o meu irmão.

– Não é tão diferente assim.

– É claro que é. Você pode brigar com Amber em um banheiro de uma festa - ele lembra -, pode cortar o rosto dela ou machucá-la de outras formas, mas eu... eu não tenho como fazer isso. Eu não posso chegar e dar um soco no meu irmão. Ele me perguntaria porque eu fiz aquilo e eu... - Josh suspira - eu não conseguiria dizer.

É agora, Melanie pensa. Seu corpo começa a tremer de nervoso e ansiedade.

– Dizer o quê?

Ele não responde, para o desapontamento dela. Melanie olha para a sua mão, seus dedos enlaçados nos dedos de Josh. Uma conexão tão forte... ela quase pode ver as faíscas saindo ao redor deles.

– Eu não conseguiria dizer para ele que toda vez que você sorri, eu quero fazer o mesmo. Eu não poderia falar que toda vez que ele te abraça, eu sinto uma inveja tremenda. Eu não suportaria ver o olhar dele quando eu contasse que eu desejo beijá-la a todo instante, que toda vez que eu a vejo eu a dispo com os olhos e que eu quero tocá-la a todo instante - Josh olha para cima, a fazendo olhar para ele. Melanie consegue ver certo desespero neles e sentimento. Josh está transbordando de emoção. - Eu não conseguiria admitir para o meu irmão que eu estou apaixonado pela namorada dele.

Os olhos de Melanie se enchem de lágrimas naquele momento. Nem que tudo tivesse sido planejado poderia ter sido mais perfeito. Uma conexão, um laço, um abraço, um beijo. Uma ligação, um amor. Duas pessoas. Melanie e Josh, Josh e Melanie.

Seu coração salta pela boca e mesmo sentada, ela sente suas pernas tremerem feito vara verde. Seus braços estão moles e ela não sabe o que fazer com as mãos, com a cabeça, com os lábios... ela não sabe como reagir.

– Eu te amo, Melanie.

Então ela o puxa para um beijo apaixonado. Um sim, ela pensa. O meu sim.

Josh a puxa para ele e os dois ficam de pé. As mãos de Melanie vão parar na nuca de Josh e as dele pressionam sua bunda para dá-la impulso. Melanie pula e enlaça suas pernas ao redor da cintura dele. Josh a carrega até a cama e a coloca com cuidado lá. A morena tenta desabotoar a camisa social que ele está usando, mas ela fica nervosa demais e os botões acabam caindo quando ela decide rasgá-la. Josh a faz levantar os braços para ele retirar o vestido para ela. Ele sorri ao ver que ela ainda está sem sutiã. Melanie trabalha para que as calças dele estejam no outro canto do quarto no mesmo instante.

Josh fica por cima dela, fazendo uma trilha de beijos desde a sua orelha e segue para a bochecha dela, para os seus lábios, seu queixo até que fica um bom tempo parado no seu pescoço, depositando beijos, mordidas, chupões leves. Os lábios de Josh descem para o seu ombro esquerdo, percorrendo toda a extensão da sua clavícula até chegar ao ombro ombro. Até que seus lábios param no meio dos seios dela. Josh apenas os toca, brinca um pouco com eles. Melanie prefere assim, afinal ela nunca deixou que homem algum lambesse os seus seios, ela achava nojento demais. Josh apenas deu uma mordiscadas de leve antes de seguir com os seus beijos para a barriga dela.

Melanie sente borboletas no estômago, um nervosismo fora do comum. Nem quando ela teve a sua primeira vez ela estava tão nervosa.

É porque hoje terá amor de verdade, ela diz a si mesma, não apenas sexo.

Josh retira a calcinha dela com os dentes e um sorriso no rosto. Ela arranca a cueca boxer dele de qualquer jeito mesmo. Josh volta a beijá-la com fervor e Melanie segura um gemido quando sente os dedos dele lá, a estimulando.

– Você não precisa se reprimir, amor - ele sussurra no ouvido dela. - Faça tudo o que quiser.

Ela fecha os olhos e deixa aquela sensação maravilhosa tomar conta dela. Ela sente algo diferente então e ela percebe que Josh está com a cabeça no meio das pernas dela.

Melanie nunca havia se sentido daquela forma. Tão bem, tão amada. Apesar dos toques rápidos, como se fossem perigosos e proibidos, ela sentia que Josh gostava dela da mesma forma como ela gostava dele. Enquanto sua língua passeava por ela, sua mão segurava a dela, seus dedos juntos, enlaçados. Uma conexão, uma ligação.

A morena não consegue controlar dessa vez e solta um gemido fraco.

– Não se segure, Melanie - ele diz a ela. - Não há ninguém aqui além de nós.

Quando ele faz um movimento diferente, ela sente uma sensação maravilhosa inundá-la e dessa vez seus gemidos se tornam mais constantes e mais altos. Ela segura os lábios, os morde, os reprime, mas nada dá certo porque os sons acabam escapando sem permissão.

– Geme pra mim, amor - Josh murmura com uma voz rouca e gostosa. - Faça. Geme pra mim.

Aquela voz rouca a faz perder o controle. Além do gemido alto que seus lábios produziram, ela chegou ao céu e voltou para a Terra naquele exato momento.

Josh sobe para beijá-la e Melanie o puxa para si. Ela sente que ele está tão excitado quanto ela. Ela fica por cima dele e sorri. Ela empurra as mãos dele para trás e desce até o seu membro, começando a trabalhar.

Os gemidos de Josh são roucos, leves e fazem Melanie delirar mais ainda. Seus olhos estão fechados, tão pressionados um contra o outro que chega a fazer algumas voltinhas. Os nós dos seus dedos estão amarelos de tanto que ele está se contendo para não gemer alto. Ela então adere as palavras dele:

– Geme pra mim, amor.

Ela vê um sorriso safado no rosto de Josh. Ele faz por ela o mesmo que ela fez por ele.

Melanie percebe que o membro de Josh está latejante. Ela não aguenta mais esperar e percebe que ele também não. Ele a beija calorosamente, a fazendo ficar ainda mais ansiosa e excitada.

– Josh?

– Hum? - ele geme.

– Eu também te amo.

E então ele entra dentro dela. Melanie poderia dizer que aquele, com certeza, é o melhor dia da sua vida miserável. Ela nunca se sentiu tão bem. Josh é maravilhoso, perfeito fora da cama e em cima dela.

Eles transaram durante um bom tempo. Melanie não sabe dizer se foram minutos ou horas, tudo o que ela sabia era que quando eles chegaram ao seu ápice, recomeçavam. Ela não queria parar e Josh parecia que estava só começando.

Depois de algum tempo, Melanie se jogou do lado dele, puxando o ar para os seus pulmões.

– Josh.

– Diga, amor.

– Obrigada por isso.

Os dedos dele estão alisando os cabelos dela, tirando os arrepiados. Apesar de estarem colando de suor, os dois estão juntos e com o lençol branco cobrindo seus corpos nus.

– Pelo que, exatamente?

– Por me fazer sentir viva.

E então eles recomeçaram. Naquela noite, Melanie foi ao céu e voltou várias e várias vezes seguidas.

E ela não queria parar. Ela não ia parar.