As Cicatrizes Mentem escrita por Sereia Literária


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Depois de um tempinho, eis aqui o novo capítulo. Espero que gostem e comentem! :)



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(Marina)

Mal me aguento em pé. O corte dói muito, e eu tenho que me apoiar em Cinco, que se sente o maioral. Todos na festa vestem cores escuras e tem olhares frios.

–Preciso me sentar- digo para Cinco, e voltamos para a nossa mesa. Quando me sento, olho em volta. De repente, vejo uma pessoa; uma menina, de olhos e cabelos castanhos, vestido negro e olhar assustado. ELLA!

Levanto-me quase em um pulo e começo a correr até ela. Cinco chama por mim, mas eu o ignoro. Quando Ella me vê, vem correndo até mim. De repente, sinto mais dor. Espero que os pontos não tenham arrebentado de novo. Ella chega até mim e me abraça. Lágrimas escorrem por nossos rostos.

–Marina...

–Calma Ella, eu te achei... Não vou mais te abandonar.

Ella enterra o rosto em meu vestido. Sinto-me fraca, mas mesmo assim não a solto.

–Fiquei tão, tão, tão preocupada com você...

–Eu pensei que nunca mais ia te ver Marina...

Estamos chorando, então me dobro de dor.

–O que é? –Ella pergunta, preocupada.

–Estou machucada...

–Então se cure!

–Não posso, estou sem meus Legados.

Ella parece chocada, então oferece o braço de apoio para mim e nós saímos juntas, andando até o jardim dos fundos, que, por incrível que pareça, é bem cuidado e tem muitas árvores e flores. Conversamos, e só pelo fato de tê-la achado já me sinto melhor.

(Oito)

A festa é tão chique que quando chegamos um motorista estaciona nosso carro. Quando estramos no salão, temos que somente mostrar o convite e entramos sem mais nem menos.

O lugar é muito sofisticado, com um enorme candelabro de cristal no meio do salão. Ninguém parece se dar conta da nossa presença. Então John nos cutuca, apontando para uma mesa, e lá está Cinco. A raiva toma conta de mim, e quando eu e Nove damos o primeiro passo para lá, Adam nos segura.

–Ele irá reconhecer vocês. Deixem que eu vá até lá. Esperem no jardim.

Fazemos que sim e obedecemos.

(Adam)

Me aproximo de Cinco e o cumprimento em morgadoriano.

–Número Cinco.

Ele faz um cumprimento com cabeça.

–Eu fui enviado por que o Grande Líder está no jardim e quer falar com você sobre aquela Garde. Quer saber o que fazer com ela.

Ele se levanta quase imediatamente e me segue para o jardim.

(Marina)

Começamos a ouvir passos. Assim como fiz na Espanha, consigo fazer com que uma das árvores abra seu tronco.

–Ella, entre e não saia daí.

–Mas, Marina...

–Por favor Ella, não quero que te peguem de novo!-digo, passando as mãos pelos seus cabelos.

Ela me dá um abraço e entra na árvore, que se fecha segundos depois.

–Não se preocupe, eu já volto para te buscar.

(Oito)

Ouvimos passos e pensamos que é Cinco. De trás das árvores, sai uma moça vestida de preto. Mas eu a reconheço. Seus cabelos escuros podem estar presos em um penteado elegante; ela pode usar maquiagem e jóias, mas eu nunca iria esquecer de Marina.

Ela sorri e vem correndo até nós, mas cai de joelhos no meio do caminho. Ela geme de dor. Eu a ajudo a levantar e nos abraçamos. Ela enterra o rosto em meu peito. Estou muito feliz e começo a chorar.

–V-você... Veio atrás de mim...-Ela diz, entre soluços. Eu levanto seu queixo.

–É claro que vim.

–E nós também-emenda Seis.

–E você nem nos chamou para a festa...-diz Nove, fingindo decepção.

Ela sorri e olha para quem está atrás de mim. Eles vêm para abraçá-la, mas ela se dobra e cai de novo no chão. Todos nos abaixamos para ajudá-la, e eu passo seu braço por cima de meu ombro. Ela está pressionando o lugar em que a espada a perfurou, e quando ela tira a mão, está coberta de sangue, que começa a pingar do seu vestido. Estou desesperado. A cicatriz começa a queimar de novo e os olhos de Marina vão se fechando.

–JOHN!-Grito.

Ele se aproxima enquanto eu me sento e seguro o corpo de Marina. Seis pega uma pequena adaga e abre um buraco no vestido no lugar do corte, deixando a pele exposta. Está sangrando e muito vermelho. John posiciona as mãos, e ela começa a respirar freneticamente. De repente, seus olhos se abrem e ela segura a minha mão com força enquanto tenta evitar o grito. Um minuto depois, ela relaxa, soltando seu corpo em meu colo, desmaiada. Mas ela melhorou. A pele antes vermelha está no tom normal, e não há sequer uma cicatriz.

–Consegui-John diz. Ele está suado e fez muito esforço.

Eu me levanto com Marina em meus braços e agradeço John. De repente, Cinco surge com Adam.

(Seis)

Cinco fica com cara de quem viu um fantasma quando nos vê. Ele tenta sair voando, mas Adam agarra sua perna e o joga com uma força impressionante no chão. Ele se vira como um rato atordoado e bate em uma árvore. John o prende na árvore com telecinesia, e todos reparamos que ele está olhando para Marina, que ainda está desmaiada.

–O QUE FIZERAM COM ELA?-Ele grita.

–Salvamos ela-Oito responde secamente e com voz severa.

Cinco respira freneticamente, e Nove parte pra cima dele ao mesmo tempo que seu olhar fica sombrio, levantando seu punho de aço, que Nove desvia.

(John)

Os dois lutam, e Nove está mais feroz do que o normal.

Não sabemos muito bem o que fazer; É claro que Nove quer se vingar de Cinco, e não sei se ele quer ajuda. Entreolhamo-nos até que ouvimos passos que vêm em nossa direção. Quando volto a olhar para Cinco, ele dá um enorme gancho em Nove, que cai de costas alguns metros para trás. Ele não se levanta enquanto Cinco voa em sua direção com o punho pronto.

–NÃO-Grito, ao mesmo tempo em que lanço uma enorme labareda em Cinco, e ele não consegue desviar. Seis corre até ele enquanto eu vou até Nove.

–Temos que sair daqui-Oito diz.

Faço que sim ao mesmo tempo em que me preparo para curar Nove. O maxilar está provavelmente quebrado, e ele está desacordado. Sangue escorre de seu nariz. Posiciono as mãos.

–CHEGARAM!-Adam grita.

Quando me dou conta, estamos cercados de morgs armados. Oito se teleporta com Marina e segundos depois reaparece sem ela, e então toma a forma de Narashima, o Homem Leão. Isso parece assustar os morgs, por que recuam por um segundo, mas não desistem. BK pulou de meu bolso e se transformou em um enorme dente-de-sabre, e já começou a atacar com Oito. Adam faz terremotos e tudo isso acontece em menos de dois segundos. Volto a me concentrar em Nove, mas depois de curar o grave ferimento de Marina, preciso de apenas alguns segundos para curar Nove, que abre os olhos, meio tonto, meio grogue, mas quando se dá por si, faz um breve movimento de cabeça como agradecimento e se levanta, partindo para a batalha.

(Seis)

Cinco ainda está apagando as chamas que estão em seu paletó e nem precisei ficar invisível para que ele não me visse. Quando eu lhe dou uma rasteira é que ele percebe minha presença. Tenho nojo desse traidor.

Ele pega a bola de borracha e seu braço envolve o me pescoço, me erguendo.

–Não sou tão fraco quanto pareço- ele diz, com deboche e raiva.

Tiro uma adaga do cinto e cravo em sua pele, fazendo um corte profundo e doloroso. Ele grita de dor e me larga no chão. Fico invisível no mesmo segundo. Seu braço voltou ao normal, e ele o estuda com pavor ao mesmo tempo que grita de dor. Covarde. Fraco.

Pego a adaga do chão e me aproximo. Ele passa seu braço de borracha por todo o espaço à minha procura, e quando este se aproxima de mim, faço outro corte em sua mão. Ele grita de novo e encolhe o braço. Fuzila todo o lugar com os olhos, e depois sorri com maledicência e deboche. Sua pele vira aço.

–Tente me cortar agora-ele desafia.

Ele retira de dentro de seu paletó alguma coisa que se parece com um chicote, mas que é feito do mesmo metal das espadas morgs e brilha como uma. Oh não. Ele chicoteia o chão e encara o nada. Vamos lá.

Ele começa a agitar ferozmente o chicote em todas as direções, mas eu desvio. Ele não me acerta, mas eu também não consigo o acertar. Decido me arriscar.

Corro em sua direção e dou uma cambalhota para desviar do chicote que risca a morte por cima de minha cabeça. Continuo correndo. Dou um pulo para me desviar de novo do chicote, que agora passa por minhas pernas como uma rasteira. Cinco percebe minha aproximação, então começa a andar para trás e seu olhar fica menos vitorioso e mais preocupado. Ele sabia que eu estava me aproximando, e sabia também que eu não teria mais piedade.


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