As Cicatrizes Mentem escrita por Sereia Literária


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas espero que gostem e comentem! :)



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(Oito)

–ESTAMOS PERDENDO TEMPO-Nove grita, ficando de pé –ELA ESTÁ MORRENDO!

Eu nunca me teleportei por uma distância tão longa, mas tenho que tentar. Isso pode decidir a vida de Marina.

–Em quanto tempo estaremos em Washington?-pergunto.

–Em duas horas-Malcolm responde.

Daqui a duas horas pode ser tarde demais.

–Quero que dois Gardes venham comigo. Vou tentar nos teleportar para lá.

Nove dá um passo a frente e estende a mão. Depois Seis. John começa a mexer na arca, e então tira de lá uma pequena pedra amarela. Xitharis.

Pego ela e a carrego com meu poder. John pega ela de volta e estende a mão para mão de Adam e guarda BK (que assumiu a forma de uma lagartixa) no bolso.

–Acho melhor não levarmos nenhum Chimaera.-Adam diz quando vê John guardando BK.

Percebendo nossa confusão, ele explica;

–Eles estavam fazendo experiências com elas, e nós as levamos. Se eles pegarem qualquer uma delas, estamos perdidos.

–Então o que propõe que façamos com elas?-pergunta Seis.

–Não temos tempo agora!-digo.-Um segundo a mais pode fazer diferença entre a vida e a morte de Marina!

Malcolm se prontifica.

–Eu, Sam e Sarah daremos um jeito nelas. Agora vão, não tem tempo a perder.

Sam, Sarah Malcolm nos encontrarão no aeroporto depois de esconder os Chimaeras.

Nos teleportamos.

(Marina)

Estou olhando para Oito... Uma lembrança. Ele sorri, e então uma espada é enfiada em mim, perfurando minhas costas e atravessando a barriga. Mas eu não caio. Eu somente estou vendo o que aconteceu, e a imagem continua como se fosse de verdade. Oito se levanta, atira no morg e tenta me acordar. Me pega no colo e corre até Quatro, mas Cinco me arranca de seus braços e me leva para o interior da nave. Vejo o que se passa lá. Cinco, Setrákus Ra... Acordo com um susto, estou de volta ao quarto, mais agora o sol já se foi, e está de noite. Me levanto, e o machucado dói ainda mais. Sento-me na borda da cama, e então me levanto, indo em direção à janela. Abro um pouco da cortina, e descubro que estou em um bairro incrivelmente chique, com jardins ornamentais e belos carros na garagem. Quando me viro, vejo na cadeira um lindo vestido negro estilo sereia. É elegante e sofisticado. Quando me volto de novo para a janela, Cinco está ao meu lado. Levo um susto e dou um pulo para trás.

–Sinto muito, não quis assustá-la...

Tento sair correndo, mas, com a telecinesia ele me segura e me senta na cadeira. Nem tento lutar, mas assim que ele bobear, eu sairei correndo.

Ele se aproxima de mim e arruma uma mecha de meu cabelo.

–Temos um jantar para ir-ele diz como se fôssemos namorados.

Meu estômago se aperta. ´JANTAR`? Depois de tudo ele quer jantar comigo?!

–Espero que tenha gostado do vestido- ele diz, passando a mão pelo tecido negro– Fui eu que escolhi.

–E o que te faz pensar, que eu vou querer jantar com você, que quase matou Oito, que me sequestrou e quer dominar este mundo!? Você se revoltou contra seu planeta, seus amigos, seus pais!...E quer que eu jante com você?!

Estou indignada.

–Ouça, eu sei que você viu o que aconteceu na nave, e saiba que se você não comparecer ao jantar e pelo o menos fingir que está conosco, eles irão te matar. Seus Legados não funcionam por que eles temem que você se revolte. Olhe essa casa! Pode ter uma igual se você se unir a nós! –Ele ergue os braços e sorri, como um vendedor que quer convencer algum cliente.

Meu olhar estampa nojo. Não quero saber dele. Não quero mesmo, e prefiro morrer.

–Você vai, quer você queira ou não, por que eu não vou suportar te ver morrer! Marina, eu te amo!

Ele diz isso e eu fico paralisada.

(Cinco)

Eu me aproximo dela e tento beijá-la, mas ela dá um tapa em meu rosto. Dou um passo para trás e levo umas das mãos à bochecha acertada, não por que esteja doendo, mas por que eu me sinto frustrado. Depois de tudo, depois de tentar me integrar no grupo, de ser salva por mim, ela me rejeita! Ela percebe minha confusão e se afasta, indo para a porta. Quando ela toca a maçaneta, eu a puxo de volta com telecinesia, e lhe entrego o vestido.

–É bom se vestir. Sairemos daqui à uma hora, e, se tentar fugir, saiba que quatro morgadorianos na porta, e os moradores do bairro são todos morgs. Então, se eu fosse você, me vestiria e aproveitaria da situação e cortesia desse nobre povo.

Então saio do quarto e vou me arrumar.

(Marina)

Estou sem fôlego. Por mais que seja horrível admitir, Cinco tem razão. Não posso fugir, e sei que se eu morrer, vencer ficará ainda mais difícil. Então, faço o que ele diz: Visto-me. O vestido parece ter sido feito para mim, pois fica perfeito, nem justo nem frouxo. Vejo então um par de saltos que combinam perfeitamente com o vestido. Vou até a penteadeira e abro as gavetas. Maquiagens e enfeites de cabelo, além de muitas joias. Sento-me e começo a pentear os cabelos, e então Cinco entra de novo no quarto. Vejo-o pelo espelho, e ele sorri.

–Sabia que iria vestir ele... -Ele diz, se apoiando no batente da porta – Ficou ótimo em você.

Engulo o seco. De repente, duas morgs de uns 50 ou 60 anos param na frente da porta.

–Elas irão ajudar você a se arrumar.

Elas entram no quarto e se aproximam de mim. Eu em encolho e Cinco vai embora.

Uma hora depois, estou entrando em uma limusine a caminho de um jantar chique com muitos morgs... Me sinto uma traidora.

(John)
É muito estranho se teleportar. O mundo parece virar de cabeça para baixo, e eu nem tenho tempo de piscar. Estou em Washington.

–UHUUUL!-Oito grita em comemoração.

Está de noite e corremos para os bairros que Adam havia mencionado.

–Sonhei com Marina está noite... A casa é grande e tem uma grande janela... Mas não consegui ver o lado de fora...-Oito diz.

–Mas eu consegui- interrompe Nove.

Quando chegamos aos bairros, não vemos nenhum morg e paramos de correr. Queremos parecer normais. Nada pior do que descobrirem que três Gardes e um morgadoriano procurado estão debaixo do nariz deles.

–Aquela-diz Nove, apontando para uma das maiores e mais chiques das casas. Está no terceiro andar.

–É aquela janela-Oito completa.

As casas não têm muros, tem jardins amplos e bem cuidados. Andamos apressadamente, mas parece que todos estão fora. É estranho, parece um bairro fantasma.

Nos teleportamos para o quarto.

(Nove)

O quarto está com uma luz fraca, e é sofisticado. Não há ninguém ali.

–Cadê ela?-Nove pergunto impaciente.

Começo a procurar. Quando saio do quarto, dou de cara com duas morgadorianas, e nós as prendemos com telecinesia. Ela gritam, mas não há mais ninguém na casa.

–Para onde levaram a Garde que estava neste quarto?

Elas respondem em um idioma incompreensível, mas Adam entende e começa a conversar com elas. Depois de alguns minutos, ele fala conosco.

–Os morgs do bairro estão em uma festa. Uma grande festa para a qual Marina e Cinco também foram convidados.

Ele pega um convite que está na mão de uma delas.

–Aqui o endereço.

–Ótimo. Vamos-Oito fala, mas Quatro segura seu braço.

–Eles vão nos reconhecer. Temos que ir com trajes adequados.

Vamos até os outros quartos e achamos milhares de ternos de todos os tamanhos. Nos arrumamos.

Seis aparece usando um vestido vermelho e longo. Uau.

Enquanto Seis arruma os cabelos negros e nós arrumamos as gravatas, Adam fala:

–Os nascidos naturalmente se parecem muito com os humanos. Podemos nos disfarçar, mas vocês tem que aprender a falar morgadoriano.

Ele nos ensinou como falar coisas básicas em morg, como ‘obrigado’, ‘desculpe’, ‘Boa noite’ e ‘por favor’. É tudo muito difícil e enrolado, mas, não temos alternativa. Depois de um tempo, pegamos dois rifles para cada e um dos carros de Cinco. Eu dirijo, e quando chegamos à festa, eu digo:

–Vamos detonar.


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