As Cicatrizes Mentem escrita por Sereia Literária


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Só avisando, nessa capítulo o Cinco narra algumas partes... Eu decidi avisar isso por que eu sei que muitos de nós estamos com raiva dele. COMENTEM!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514607/chapter/7

(Cinco)

Quando entro na nave com Marina em meus braços, vou para perto do palanque, de onde, sem quem não está dentro da nave saiba, posso ver tudo o que acontece lá fora. Vejo Oito levando um tiro, caindo, se ajoelhando e depois gritando e gritando. Sinto-me vitorioso. Consegui humilhar a Garde.

–Quem é? –pergunta o Grande Líder se aproximando de mim.

–Marina, meu senhor, a Número Sete– digo, me ajoelhando.

–Mate ela- Ele ordena.

Olho para seu rosto, e vejo que ele não está brincando. Olho para Marina. Está desmaiada, mas ainda é linda. Seus cabelos escuros e pele clara, seus lábios rosados. Depois, foco Setrákus de novo.

–Não posso senhor.

–Cinco, meu rapaz, não foi esta a Garde que arrancou seu olho? –Ele diz, tocando meu tapa-olho.

Baixo a cabeça e faço que sim. De repente, uma dor intensa e fumegante surge em meu tornozelo. Reconheço a dor... É a cicatriz que representa Marina. Caio de joelhos, e Setrákus Ra me encara de cima.

–Por favor, salve ela!-peço, entre lágrimas.

Ele olha em volta e depois pergunta os poderes dela.

–Ela enxerga no escuro e respira embaixo da água...

Ele olha para dois mensageiros que estão próximos e um deles se aproxima com a espada erguida.

–Nada de útil para nós, garoto. Ela não tem nenhum Legado que me interesse.

E faz um movimento afirmativo para o mensageiro. Quando ele começa a descer a espada, eu a aparo com telecinesia e o Grande Líder se vira irritado e me dá um tapa no rosto, me fazendo cair de costas.

–ELA TEM PODER DE CURAR AS COISAS E DE CONTROLAR O GELO!-Falo desesperado. Espero que ele considere esses Legados como bons.

A expressão em seu rosto muda, e ele se aproxima de mim, me agarra pela gola da camisa e me levanta, falando bem próximo de meu ouvido:

–Esses sim... Você vai convencer essa moça de lutar ao nosso lado, e, se não conseguir, ela morre.

Ele me solta e eu caio, sem ar. Tenho que convencer Marina. Não suportaria vê-la morrer.

–Mas, Senhor... Ela está morrendo...

Ele olha para um enfermeiro que está cuidando dos ferimentos dos remanescentes e este se aproxima dela, colocando-a em uma maca e começando os procedimentos.

(Seis)

Logo começamos um plano de ataque. Nem sabemos para onde a levaram, mas tanto eu quanto o resto de nós estamos decididos a trazê-la de volta.

–Você sabe onde tem outra caverna morgadoriana?-Sam pergunta.

Faço que não, mas então Adam se aproxima.

–Eu acho que sei onde ela está- ele começa. Todos nos aproximamos esperando ansiosamente a resposta.

–Acho que estão em Washington.

Começo a rir. Em Washington, por favor!

–Era lá que eu morava. Nós, os naturais, temos alguns bairros de luxo em Washington... Muitas casas chiques, das quais ninguém desconfia. Debaixo, milhares de túneis, laboratórios e salas de experimentos... Devem tê-la levado para lá.

Ficamos todos em silêncio, e eu realmente acho que tem sentindo. Afinal, se Cinco nos traiu, foi por uma coisa melhor. Uma casa chique e bonita em um bairro almejado por muitos... É provável.

Malcolm então pega o tablet. Realmente, dois pontos se encontram em Washington.

–Temos o nosso destino-diz Oito, ficando de pé – O que estamos esperando?

Concordamos e saímos da caverna algumas horas depois. Subimos em um trem.

Depois de algumas horas, adormecemos, deixando Adam de guarda junto com Malcolm.

(Marina)

Estou em um local conhecido... Abro os olhos e estou em... Em Lorien! Na minha cama, em minha casa, em meu corpo de criança. Olho pela janela e me lembro da minha pintura, aquela que fiz na caverna de Santa Teresa... Nem me lembrava de quão linda era... Fecho os olhos e respiro o ar puro e limpo... De repente, uma mulher entra no quarto. Ela é alta, tem os cabelos castanhos com grisalhos e seu rosto está embaçado. Mas, mesmo assim a reconheço. Corro até ela e a abraço.

–Vovó... - digo, e lágrimas escorrem de meus olhos. Ela me abraça.

–Querida, por que está chorando? –ela pergunta com ternura, alisando meus cabelos, que desciam até abaixo dos cotovelos.

–Felicidade- repondo com minha voz de 10 anos atrás, fina e baixa. Fecho os olhos.

Quando volta a abri-los, estou em um jardim, deitada, olhando o por do sol. Ainda estou mais nova, e então meus avós entram no quintal, seguidos por uma mulher não tão alta, mas bonita. Ela tem cabelos ondulados em um tom de castanho claro e olhos verdes, e sorri. Reconheço-a imediatamente. Adelina! Corro até ela, mas quando vou abraçá-la, caio no escuro. Volto a minha idade normal, e começo a abrir os olhos lentamente. Tudo está confuso e embaçado, mas com o tempo consigo focar as coisas.

Estou em um quarto amplo, com uma cama macia e que tem muitas almofadas e um dossel. Tudo no quarto é muito fino e sofisticado, mas com um toque tradicional. Tem uma grande janela, com uns dois metros, que está com as cortinas fechadas. Tem uma penteadeira, e tudo isso parece ser da realeza. Quando tento me levantar, sinto uma dor aguda que vai das costas até a barriga. Passo a mão no local e sinto pontos. Tiro a coberta de cima de mim e descubro que estou vestido um pijama de short e blusa muito elegantes. Levanto a blusa e vejo o machucado. Nem me lembro de como o consegui... Só me lembro de escuridão. Está vermelho e inchado, e um simples toque me traz uma dor absurda. Coloco minhas mãos na tentativa de me curar, mas não consigo. É estranho, mas parece que meus Legados ainda não voltaram. Fico desesperada quando ouço o barulho da maçaneta. Finjo estar desmaiada, e então alguém entra e se senta no pé da cama, ao meu lado. Fico tensa. Tenho medo de abrir os olhos e descobrir. A pessoa se levanta e se aproxima de meu rosto, passando delicadamente os dedos pela minha bochecha. Agarro a mão e abro os olhos.

–Marina- Cinco diz, um pouco assustado.

–Não encoste em mim!-saio pelo outro lado da cama cambaleante. A dor quase me faz desmaiar novamente. Me dobro e pressiono o machucado. Ele se aproxima de mim, tentando me ajudar, mas eu me afasto até bater na penteadeira, caindo sentada no chão.

–Calma... -ele diz.

–POR QUE ESTOU AQUI?-Grito enquanto lágrimas de desespero escorrem pelo meu rosto.

Ele leva o dedo à boca, pedindo silêncio.

–Não deveria fazer esforço... Deveria ficar deitada.

O tom casual com que ele fala me irrita, como se fôssemos amigos. Acho que ele percebe meu olhar de nojo, pois se ajoelha ao meu lado. Me encolho. Estou sozinha, sem meus Legados, e ainda por cima, machucada. Não tenho como lutar.

–Eu não quis matar Oito.

–MAS QUIS MATAR NOVE!-Grito. Não estou nem aí para o silêncio.

–Por favor Marina! Fale baixo, eles poderão vir aqui!

Não acredito nisso, e fico quieta, com um olhar fulminante.

–Tudo bem –ele diz –Eu quis e quero matar Nove... Mas fui eu quem te salvei. Se não fosse por mim, você estaria morta.

Engulo o seco.

–É mentira.

Ele levanta a barra da calça, revelando uma cicatriz incompleta, a cicatriz que representa a mim.

–E, se você quiser continuar viva, vai ter que se juntar a nós.

–Prefiro morrer-digo, fitando seus olhos.

Ele desvia o olhar, fica de pé e começa a andar em círculos, passando as mãos pelos cabelos. Enquanto isso, me levanto e pego um candelabro que está na mesinha de centro. Quando tento acertar a sua cabeça, ele se vira e segura o candelabro com a mão de aço. Seu olhar é triste e desapontado.

–Ah, Marina, você não compreende?

De repente, sinto mais dor no machucado. Um dos pontos arrebentou e eu começo a sangrar. Caio de joelhos e Cinco sai do quarto voando. Caio com o resto do corpo no chão. Fecho os olhos e sinto o sangue jorrar enquanto tudo fica escuro.

(Oito)

Vejo Marina deitada em uma cama e corro até ela. Está pálida e eu fico preocupado. Viro-me quando Cinco entra no quarto. Ele me vê e tenta sair, mas eu me teleporto para frente da porta e a fecho.

–POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?-Grito, enquanto bato nele.

Cinco continua resistindo, e então mais alguém entra no quarto. É Nove, que parte para cima de Cinco.

–SEU IDIOTA - Nove grita, enquanto dá muitos socos em Cinco, que está cheio de hematomas.

–EU FIZ ISSO POR QUE EU A AMO-Cinco grita.

Estou em choque. Cinco gosta de Marina... De repente, ela começa a ter convulsões. Eu me aproximo dela e seu machucado começa a sangrar. Coloco as mãos sobre o machucado, pressionando, na tentativa de deter a hemorragia. As convulsões vão diminuindo, e sua mão toca meu pulso. Olho para ela. De sua boca escorre um pouco de sangue, mas seus olhos estão tristes e cansados... Me curvo e sussurro em seu ouvido:

–Eu vou te achar.

Acordo com a cicatriz que representa Marina queimando novamente, assim como Quatro Seis e Nove.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, COMENTEM! =)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Cicatrizes Mentem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.