Peguei a coruja do meu pai, Águia, e mandei uma carta para Rose falando que com certeza iria para o almoço e falei que James havia me visto. Rose mandou sua resposta horas depois com os detalhes, me convenceu a ir passar uns dias pel’A Toca e a menção de que ao ler a minha resposta ela estapeou James por não ter comentado que havia me visto.

Ah, sim, o nome da coruja da família (já que só o papai que tem uma) é Águia, como o outro animal. Meu pai queria chamar-la de “Peixe” mas minha mãe contestou falando que águias são mais majestosas, e bom, Kiane Black controla seu marido muito fácilmente.

Nos dias que se seguiram o tédio foi total. Agora que eu já estava com uma varinha boa meus pais não me confiavam sair de casa sozinha.

Eu praticamente fiquei rolando na cama esperando o dia 23 chegar, vendo filmes e brincando de transfigurar a cor do meu cabelo. Meus livros escolares estavam bem guardados, não queria pegar-los tão cedo.

E naquela manhã do dia 23 não fui acordada cordialmente. Quando menos esperava, senti a água gelada em mim. Caí da cama para o chão, com aquela mini-nuvem ainda insistindo em ficar acima de mim.

De longe vi meu pai rindo na porta, cerrei os olhos para ele que me olhou superior.

– Te amo tanto papaai, vem me dar um abraço de bom dia! – E dito isso abri os braços e comecei a persergui-lo, por que claro que ele percebeu minha intenção.

Ouvi um grito de minha mãe e soube que a perseguição havia sido um erro. Acho que meu pai também, por que ele parou subitamente e eu aproveitei disso para o abraçar e consequentemente fazer a chuva cair nele também.

– Ah, que lindo, dois cachorros molhados na minha sala. – Minha mãe ironizou.

– Não se preocupe, querida. – Papai disse mandou um olhar 43 para ela e logo eles estavam engalfinhados. Oh, minha mãe não parecia mais com o fato de estarmos molhados, afinal, ela não estava preocupada com o fato dela estar molhada.

– Arrumem um quarto. – Resmunguei fazendo careta.

– Sem reclamações, foi por isso que você nasceu. – Orion disse com uma piscadinha e eu bufei enquanto minha mãe ria.

– Garota molhada indo se arrumar, sugiro que façam o mesmo. – E saí dali, com a chuva ainda sobre mim.

~*~

Como havia combinado com Rose, chegamos À Toca por flú e eu me sacodi toda para tirar a poeira de cima de mim. Ouvi um espirro e virei para dar de cara com o Fred e James me esperando.

– FREEED! – Gritei e pulei em cima dele, que com alguma dificuldade conseguiu manter o equilíbrio.

– LYYYYNX! – Ele gritou de volta me girando no ar.

– Bom dia meninos – Minha mãe falou animada atrás de mim, havia acabado de chegar ali.

– Olá senhora Black! – James sorriu para ela.

– Apenas Kiane, por favor, senhora quebra minha imagem. – James assentiu e Fred acenou. – Conheço vocês, igualzinhos ao meu marido mais novo...

Soltei uma risada enquanto concordava com a cabeça.

– Quem parece comigo? – Meu pai perguntou, saindo da lareira.

– Os amigos da Lynx. – Minha mãe falou enquanto era abraçada pelo me pai.

– Isso, definitivamente, não é um bom sinal. – Ele falou e eu me entreolhei com Fred e James. Sabíamos o que fazer: não tocar mais no assunto por enquanto. Evitar a fadiga de uma eminente quebra de barraco.

– Vamos? A família está ansiosa para ver-los. – James tomou a dianteira, e logo nos encaminhou para uma porta que dava pra um enorme quintal em que uma enooorme mesa se estendia no gramado.

A vista era algo realmente encantadora e o clima era acolhetivo. Uma senhora gorda de um jeito adorável com cabelos mais grisalhos que ruivos logo se postou a nossa frente.

– Estávamos lhe esperando, querida! – E inesperadamente me envolveu em um abraço. – Lynx, não? Você tem uma aparência familiar.. Venha, venha, sentem-se! – Ela me deu um sorriso gigantesco e pude perceber que ela parecia radiante. – Vocês devem ser Orion e Kiane Black, certo? Sobrenome não tão desconhecido por mim, confesso. Nesse mundo mágico louco as árvores se cruzam o tempo todo! Oh, que falta de educação a minha, sou Molly Weasley.

E enquanto Molly tagarelava com meus pais eu fui seguindo James e Fred que se afastavam silenciosamente. Alguém nos barrou.

– Fugindo da própria avó? Tsc tsc. – Um cara ruivo (é, só tem ruivo por lá) falou em um tom de brincadeira, ele tinha uma aparência familiar.

– Que susto, pai. – Fala Fred dramaticamente. Epa, é o pai dele?

– Quem é essa jovem dama? – O pai de Fred comenta maliciosamente, e provalemente esperando que eu corasse.

– A esposa do seu filho que veio buscá-lo para avisar que seus 13 filhos não param de chorar. – Confessei para ele.

O cara riu alto e percebi James dar um sorriso de canto enquanto Fred batia na cara com mão.

– Essa é Lynx, senhoras e – James olhou em volta e deu de ombros – senhoras. Lynx, esse é George Weasley, pai do Fred.

– Hm, a famosa Lynx. – Ele fala divertido e logo muda o tom de voz para sussuro. – Meninos, depois tenho alguns assuntos pendente com vocês, sobre testes e coisas a serem faladas longe das suas mães, se me entendem..

– Claro, tio. – James sorriu de rasgar a cara.

– Lynx, foi ótimo lhe conhecer. – George acenou e saiu, indo se sentar à mesa perto de uma mulher de cabelos e pele morena que ria do que Gina Potter fofocava.

Fomos até a outra ponta da mesa, em que os “Weasleys” jovens estavam. E eles realmente estavam ansiosos para me verem, já que todos vieram logo me cumprimentar animadamente. Dessa vez conheci Dominique e Louis. Dominique, ou só Nick, parecia demais com a barbie. Sério, e Louis era como um anjinho, da idade de Lily e Hugo eu supus. Quando comentei que ela parecia demais com a Barbie, ela riu e comentou sobre sua descedência veela.

– Sério? Que daora! Deve ser legal ter essas descedências, pena que os pais da minha mãe são trouxas.

– Mas e seu pai? – Ela perguntou.

– Não tenho avó ou avô por parte dele. – Confessei, mas mais triste pelo meu pai ter crescido sem pais do que eu não ter dois avós.

– Entendo. – James comentou e eu me lembrei de Harry, é claro.

Sorri triste para ele que me abraçou pelo ombro. Respirei fundo, não queria aquele clima ali.

– Rosita gatita, cadê seu boy magia? – Perguntei maliciosamente pra Rose e Alvo cuspiu o suco de Abóbora que bebia logo começando a gargalhar.

– Quem? – Ela perguntou se engasgando.

– Scorpius, a bixa loira, quem mais? Tá de caso com outro? – Dessa vez todos que ouviram começaram a rir exageradamente e eu continuei com minha cara séria para obter minha resposta.

– LYNX! – Rose corou e parecia estar com raiva, por que logo tentou jogar em mim a coisa mais próxima dela, que mesmo que por sorte minha ter sido um sachê de sal eu desviei rapidamente com o reflexo adquirido no quadribol.

Ah, vai ser uma adorável semana aqui.