The best you ever had. escrita por niiizu


Capítulo 6
Capítulo 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514360/chapter/6

– Marceline, como você quer que demônios que viveram num sistema opressor até hoje criem uma democracia? – Hunson estava sentado com uma caneta na mão e o terno desarrumado; com olheiras causadas pelo stress, centenas de papeis à sua frente.

– Pai, você não sabe o potencial deles! A gente podia pegar esse monte de bananas que eles soltam e vender em Ooo! - Marceline flutuava em círculos pela mesa de reuniões do pai, estressada com a sociedade caótica que tentava governar e descontente com o caos que seu pai cultivara até então.

– Não podemos querida, porque fiz um acordo quando você tinha só 800 aninhos com uma associação de reinos de Ooo e concordamos que eu não venderia as bananas da Nightosphere pra ninguém, porque isso é nojento. Além disso, o que você faria com o dinheiro?

– Criaria meios de comunicação que os fizesse acreditar que têm uma sociedade harmoniosa – respondeu como se fosse óbvio.

– Mas como você quer caos e desespero em uma sociedade harmoniosa?

– Pai, já ouviu falar em capitalismo? Nós entraríamos no inconsciente deles. Suas vidas parecem ótimas, mas sempre tem algo dentro deles que os faz se sentir um lixo. Conceitos supérfluos! Consumismo! Pirâmide social! – ela se empolgava.

– Garota, se você soltar mais uma palavra tirada dos livros daquele maldito humano...

Simon me ensinou sobre as crueldades dos humanos que você, pai, tanto despreza. Fica aí com esse papo de tortura física, pressão psicológica... Isso não é nem metade do que os humanos faziam! Já ouviu falar em nazismo?

– Chega! Chega disso por hoje! Vai pro seu quarto, vai andar por aí, só some da minha frente, Marceline, antes que eu sugue a sua alma também! – falou alto e enérgico, com o dedo apontando para a porta.

– Que alma? – ela disse cruzando os braços. Logo em seguida um demônio bateu na porta pesada da sala e a abriu.

– Com licença, Sua Graça. Há visitantes para a senhorita.

– Quem é? – disse Marceline, já se esquecendo da briga e desesperada para ver rostos amigáveis.

– Um garoto e um cão.

– Como que eles... ? – o serviçal a observou em dúvida – Deixa que vou falar com eles. – e saiu.

Aparentemente Finn e Jake a haviam procurando em casa e no reino doce, e Bubblegum lhes dissera que talvez ela estivesse na Nightosphere, “resolvendo uns assuntos pra mim” (Jake, que não sabia da história do presente de Bubblegum, disse citando as palavras da princesa e fazendo aspas com os dedos).

– Veio visitar seu pai de novo? – disse Finn.

– Ah é, longa história... Venham, quero sair desse castelo. Saiu flutuando pela janela. Jake criou asas e carregou Finn nas costas como um grande pássaro. Seguiram Marceline até uma montanha com o topo quebrado, que fazia um bom lugar para se deitar.

– Seu braço ficou bom Finn. Combina com o ar de herói. – lembrou Marceline. Finn sorriu orgulhoso – já virou canhoto ou voltou a ser destro?

– Estou praticando com as duas mãos na verdade.

– Boa. Então vamos te arranjar espadas de duas mãos quando você ficar bom. – sorriram os dois com cumplicidade. Tocaram os punhos fechados como Finn e Jake fariam.

– Caramba Marceline, como você aguenta viver nesse lugar todo vermelho? – observou Jake. Ela mexeu os ombros como se dissesse “não sei” e Finn se perdeu nos seus pensamentos, lembrando-se da última vez que estivera ali com Marceline. Perguntava-se quantas vezes ela já havia saído do castelo pra “pensar” desde então.

A rainha dos vampiros contou seus planos com Bubblegum aos garotos, e Jake também soube da história completa. Apesar de dizer várias vezes que “vai ser mais fácil pra Bonnibel” e que “não é problema nenhum, daqui a algumas semanas eu vou embora e acabo com isso”, Marceline parecia muito frustrada com a ideia de voltar ao castelo e governar a Nightosphere.

– Mas Marcy, se você e seu pai não estão se entendendo como ele vai deixar você cuidar desse lugar sozinha por tempo o suficiente pra você nomear alguém como regente?

– Uma hora ele cansa, Finn. O velho já não aguenta mais trabalhar por séculos, precisa de férias.

– Eu acho que todos nós poderíamos ajudar a princesa a conseguir o presente pro Peppermint Butler sem você precisar passar por isso. Eu e o meu irmãozinho aqui estamos acostumados com problemas grandes, é moleza! – Jake disse abraçando Finn pelos ombros, grudando as bochechas e levantando o polegar da outra pata. Finn levantou o polegar de metal sorrindo amistosamente também. Marceline sorriu.

– Obrigada meninos, mas não precisam se preocupar. Eu quero tentar fazer isso sozinha por mais um tempo antes.

– Caramba, parece que você quer ficar aqui se estressando, Marceline! Já reparou como esse lugar é quente?

– Bom... Sim. É cheio de fogueiras, incêndios e lava por aqui se você não percebeu, Jake.

– Hahaha, que engraçado – ironizou Jake – pois saiba que o calor deixa as pessoas estressadas, sabia?

– Não se você está acostumado com ele. – respondeu Marceline.

– Marceline tem razão, rapazes. O calor só afeta os turistas. – disse uma voz nova pelas costas do grupo. Quando os três se viraram viram Hunson Abadeer de pé com os braços cruzados.

– Cara, como você chegou aqui e a gente não viu? O castelo é pra lá! – disse Jake apontando para onde todos estavam olhando antes do curioso visitante aparecer.

– Não precisa se preocupar em manter sua farsa, querida. Eu já sabia que você estava mentindo desde o início. – Marceline ficaria mais pálida se pudesse, mas como não podia ficou vermelhíssima – Sei que você não tem jeito para liderança. Suas ideias são boas, mas você não tem o espírito maligno necessário para cuidar da Nightosphere. Gostei de ver a sua iniciativa e acreditei que você pudesse acabar gostando do ofício mesmo com a mentira, mas vejo que me enganei. Pode avisar à sua amiga que estou disposto a negociações e já criei meus termos. Diga a ela que marque um encontro quando estiver disponível. Passe no castelo mais tarde para pegar suas coisas e me dar um abraço de despedida. Aproveitem a visita, meninos. – Depois de deixar todos de queixo caído, Hunson sumiu como fumaça tão subitamente quanto surgiu.

~~

– Bom, então acho que o que me resta é ir até a Nightosphere negociar como o seu pai, Marceline.

– Pois é. Desculpa Bonnie.

– Tudo bem. – Disse e tomou um gole de chá. Estavam todos numa sala reservada ao lanche da tarde, mas apenas Bubblegum e Marceline bebiam chá. Marceline tomava uma mistura de frutas vermelhas que tinha uma cor muito parecida com sangue, Jake bebia refrigerante e Finn um chocolate quente que ele havia esperado esfriar tanto que estava quase gelado e com a espuma seca em cima do líquido. – Eu já imaginava que precisaria falar com ele cedo ou tarde, mesmo se o seu plano desse certo.

– Eu vou com você até lá.

– E nós vamos procurar e matar o que você quiser, princesa. – Disse Finn.

– Obrigada Finn. – suspirou a princesa. Sabia que seus problemas só estariam começando.

~~

Fazia muito frio em Ooo naquela época do ano, mas na Nightosphere estava sempre quente. A princesa Bubblegum descobriu isso assim que atravessou a fenda na parede e chegou a uma das salas de estar do castelo de Hunson Abadeer. Tirou camadas de cachecol, casaco, suéter; e ainda ficou com calor. Marceline lhe arranjou um leque.

– Princesa Bubblegum, Marceline e os garotos! Não pensei que os veria tão cedo por aqui, querida.

– Senhor Abadeer, é um prazer revê-lo. Sinto muito pelo transtorno que lhe causei. – disse, é claro, Bubblegum com toda a cortesia que conseguia ter.

– Está tudo bem, princesa, é natural que tentem caminhos mais fáceis em direção ao meu trono. Também é natural que não consigam.

– Pai, corta a lição de moral e vai direto ao assunto, por favor. – disse Marceline. Ela já estava acomodada em um sofá, assim como a princesa e os aventureiros estavam sentados em poltronas e sofás também. Ela tomava dois lugares e dedilhava notas no seu baixo, pois sentira falta dele durante o tempo que estivera ali e queria ficar com seu instrumento preferido o máximo de tempo que conseguisse até matar a saudade.

– Princesa, eu pretendo lhe passar tarefas para resolver para mim. Alguns assuntos pendentes e coisas que quero resolver, mas não posso porque preciso ficar aqui cuidando do meu reino.

– Tira umas férias e deixa alguém cuidando daqui então, cara. – argumentou Jake.

– De jeito nenhum, meu caro. A parte mais difícil fica para quem quer o meu trono. – respondeu Hunson já com um cigarro aceso entre os dedos. Jake se calou contrariado.

– E quais são essas tarefas?

– Pode começar me arranjando alguns serviçais. Os demônios que tenho no castelo mal servem para tirar o pó de uma sala antes de eu usá-la – disse passando um dedo sobre a mesa de centro do cômodo e mostrando-o sujo para os visitantes.

– Tudo bem, vou criar alguns robôs. Mais alguma coisa?

– Uma por vez, princesa. Vamos com calma.

– Cara, fala logo quantas tarefas são, que saco!

– Não adianta Jake. Meu pai é teimoso, só vai falar quando quiser. – Marceline dedilhou algumas notas da sua Fry Song logo em seguida.

– Querida, você sabe que fico triste quando lembra dessa música. – Marceline o ignorou e repetiu os acordes da mesma música.

– Bom, dependendo das tarefas seguintes, a gente pode ajudar a princesa a resolver?

– Claro Finn, desde que sejam só vocês três e que a princesa sempre esteja junto e participando. Eu sei quando os candidatos a regente não obedecem às regras, então cuidado princesa.

– Com certeza senhor. Farei seus robôs o mais rápido possível. – disse Bubblegum terminando o assunto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E é isso. Sei que o capítulo está um pouco fraquinho, mas acho que vai ter um pouco mais de ação no futuro. Pra quem está curioso, já estou planejando os últimos acontecimentos da fic :D Acho que eu me empolguei um pouco com a parte da aventura e fica difícil colocar Finnceline no meio, então a fic se prolongou bastante. Ainda tem 23 páginas do word pra postar e muito mais pra fazer. Já comentei por aqui que eu adoro fics grandes? :3

A propósito, não sei se eu comentei aqui mas também posto essa fic no fanfiction.net, e lá tem uma tradução de uma fic Finnceline +18 que traduzi. Também pretendo traduzir outra com a mesma censura quando terminar essa, mas o ship é surpresa *--*

Notas grandes hoje! Mandem reviews, por favor! ♥