The best you ever had. escrita por niiizu


Capítulo 5
Capítulo 5




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Capítulo 5

Finn e Jake estavam em busca de aventura novamente, muito além do Reino Gelado e das ruínas da sociedade antiga.

Estavam numa cidade grande e cheia de gente barulhenta. Seu povo tinha um formato quadrado e várias bolhas de ar pelo corpo, o que fazia os turistas os chamar de homens-pastel. Eram diferenciáveis pelas cores da sua pele, mas não muito, pois todos tinham um tom amarelado ou alaranjado. Também comiam muito e fazendo barulho, e trabalhavam em sua maioria na feira da cidade, que atraía todo tipo de compradores de vários reinos diferentes e tinha todo tipo de produto a preços razoavelmente baratos (embora os mais velhos dissessem que aquele povo já havia sido mais receptivo a clientes pechincheiros).

Finn não estava achando aquele programa muito aventureiro na verdade. Jake ouviu falar que havia algum monstro assombrando as redondezas, mas os cidadãos falavam de forma enrolada, difícil de entender e pareciam muito ocupados com seus produtos para estarem assustados com monstros. Na verdade, o humano estava começando a achar que seu irmão só o havia arrastado até lá porque queria comer pastel, já que ele procurava a área de alimentação avidamente e puxava Finn para todos os cantos, muitas vezes andando em círculos e o fazendo esbarrar nas coisas e pessoas, pois já estava com o braço novo que Bubblegum lhe fez e ainda estava se adaptando a ele. Num certo momento, Finn esbarrou numa vitrine um pouco bamba que tinha várias miudezas a venda, como relógios de pulso e bijuterias de todo tipo.

– Ei! Cuidado, vai queblar! –gritou o homem-pastel enquanto comia uma marmita cheia de macarrão. Metade do conteúdo do pote estava na sua boca cheia e vários respingos de molho saíam enquanto ele falava.

– Foi mal, cara. – disse Finn tentando ajeitar as coisas na vitrine do melhor modo como pôde; Jake o ajudava impaciente para continuar seu caminho.

– Vai queblar! Se queblar paga! Tila a mão!

– Falou aí então, estressadinho. – disse Jake sem paciência para aturar desaforos e morrendo de fome. Ele puxou Finn pela mão e o fez esbarrar em outro expositor da barraca ao lado, mas eles fingiram não perceber.

Depois de um tempo Finn percebeu que estavam próximos dos muros da cidade, mas as barracas com comida não chegavam.

– Relaxa irmãozinho, a gente pode subir no muro e olhar a feira de cima pra saber onde elas estão.

– Jake, tem certeza que quer comer essas coisas? Os homens pastel não são conhecidos por serem muito limpos. O Homem Banana me disse que uma vez comeu um pastel daqui e ficou indo no banheiro uma semana direto, cara. Oito vezes por dia mais ou menos. Mal aguentou a caminhada daqui até o banheiro da casa dele.

– O Homem Banana tem o estômago fraco, você sempre soube disso, Finn.

– Tá, mas nem chama aquelas enfermeiras-palhaço como da última vez. Aguenta suas merdas sozinho, cara.

Jake não quis mais ouvir Finn reclamar e fez o que ele já devia ter feito há muito tempo: esticou as pernas até ficar mais alto do que as barracas, achou a que queria, pegou Finn no colo e foi andando até lá com as pernas maiores mesmo, pra aumentar o tamanho dos passos e chegar mais rápido.

Quando Jake terminou de comer um pastel de frango de 40 cm cheio de recheio; ele, Finn e toda a feira ouviram uma movimentação em um canto da feira. Todos começaram a gritar descontroladamente, as barracas mais fracas cediam, a comida caía das bancadas, os mercadores corriam para enfiar seus produtos em sacos e sair correndo dali.

Um guaxinim gordo com um quepe e cassetete apareceu no lado de fora do muro, havia mais dois atrás dele. Todos tinham a altura de um adulto humano. Eles gritavam e pegavam homens-pastel aleatórios com suas mercadorias, gritando na cara deles e os largando no chão sem devolver seus pertences:

– Aí galera! Quantas vezes vou ter que dizer pra não trazer contrabando das ruínas? HEIN? – gritou na cara de um, enchendo-o de saliva – Peguem essas bolsas mofadas e discos riscados e deslizem no óleo fervente pra longe daqui, estrangeiros de merda! Vão fritar pastel!

Os guaxinins atacavam somente os comerciantes que de fato vendiam antiguidades, mas o terror dos outros era tão grande que eles jogavam todas as suas sacolas nas costas e corriam para suas casas (que eram apenas dois conjuntos de apartamentos minúsculos, um no extremo leste e outro no oeste da cidade). Os vendedores de comida, passado o susto, conversavam alegremente com os clientes, explicando a confusão.

– Cara, o que tá acontecendo? – disse Finn. Ele não havia comido nada porque quando foi fazer seu pedido, viu o homem-pastel que fritava os salgados limpar o nariz e enfiar na boca, mas não falou para Jake porque ele já estava comendo o seu pastel quando viu.

– Não sei, vamos perguntar. – Jake se esticou até ficar do tamanho dos guaxinins e foi até lá com Finn. – Bom dia, oficial. Que bagunça é essa?

– Hein? Sai de perto turista, não vai querer se machucar.

– Calma aí cara, só to querendo entender. Se eu vim até aqui pra comprar contrabando, eu quero saber.

–Ah, ok – suspirou – Ei Marco, explica pro turista aqui.

– Opa, bom dia turista. Prazer, sou novo na companhia - “dá pra perceber”, comentou o terceiro guaxinim – nós damos um susto nesses estrangeiros, eles têm um esquema forte de contrabando de coisas do pré-guerra.

– Mas eu achei que não tivesse sobrado nada nas ruínas antigas. De onde eles tiram isso?

– Alguns garimpam mesmo, na raça, mas outros só fazem cópias e fingem ser antigas. Esse pessoal todo dessa feira costuma fazer isso, bando de safados.

–Ah, entendi... Cara, não tô passando bem – Jake disse, olhando pra Finn que ouvia tudo sem entender exatamente por que Jake queria saber essas coisas. Ele achou que, pela cena, parecia bem óbvio o que estava acontecendo. Eles já haviam ouvido falar de antiguidades falsificadas há muito tempo. Se Jake queria encher linguiça ou distrair alguém, Finn não percebeu seus motivos.

– Puts cara, acha um banheiro agora! – Finn gritou .

– Não... Vai dar tempo... – Jake estava verde. Ele se ajoelhou no chão e vomitou bem na pata do guaxinim comandante da missão.

–AH CARA! PUTA MERDA, NÃO ACREDITO! – gritou o guaxinim. Finn tampou os ouvidos com o estrondo.

– Desculpa aí o meu amigo, policial, ele...

– Andou comendo essas merdas que esses forasteiros fazem, no mínimo! Leva o seu colega pra longe daqui antes de eu pisar na cabeça de vocês dois, turistas enxeridos!

Jake diminuiu o tamanho e Finn pôde carregá-lo nas mãos. Ele estava de bruços e Finn o carregava correndo com os braços bem esticados, pra evitar manchas de vômito nele mesmo.

– Irmão, essa sua mão nova é desconfortável pra caramba. Não consigo me ajeitar! – disse Jake, revirando nas palmas abertas de Finn, uma de metal e uma de pele.

– Nem vem, cara! Da próxima vez que você quiser comer essas porcarias traz a Lady ou uma das crianças, que eu não vou ficar limpando seu vômito de novo, não!

– Ih, tá bom, princesa. Mal aí.

Finn parou na margem de um rio e Jake bebeu muita água para ver se melhorava. Enquanto tomavam sol na beira do rio, Finn lembrou-se de algo.

– Cara, por que você perguntou aquelas coisas pro guaxinim? A gente já sabia desses contrabandos!

– Eu queria saber se ele tinha alguma notícia do monstro que eu ouvi falar, mas passei mal antes. E achei que poderia fazer ele dizer pra gente onde conseguir essas antiguidades originais, assim, levando ele no papo.

– E pra que você quer saber dessas velharias?

– Música boa, cara. Música boa.


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Notas finais do capítulo

Fillers! Na cara de pau. Falo mesmo.

Eu quis pegar o feeling do cartoon com os episódios nonsense que conquistaram a maior parte das pessoas viciadas em AT, mas fiquei ensaiando uma batalha que acabou não acontecendo, desculpem por isso. Também foi uma leve (des)homenagem aos chineses e à 25 de Março, se algum paulista percebeu. Não me entendam mal, eu adoro orientais, mas os chineses de lá... argh.

O bom de AT é que você pode misturar mil elementos nonsense sem ficar procurando o canon. Adoro esses cartoons de hoje em dia por isso.

Já que estendemos a conversa até aqui, reviews são amor! Por favor, me digam como ficou essa tentativa de filler, encheção de linguiça também é importante pra um escritor! (e não me batam hahaha)



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