The best you ever had. escrita por niiizu


Capítulo 4
Capítulo 4




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– Nunca pensei que você gostasse de procurar desenhos em nuvens, Marceline.

– Não é porque o Sol me machuca que eu não gosto do dia, Jake. Aquela ali parece com um dos seus filhos. – Disse apontando uma que parecia um unicórnio sem olhos.

– Na verdade só parece um Iriscórnio, Marcy. – disse Finn. Ele ainda estava sem braço mecânico, mas Bubblegum disse que iria trabalhar numa réplica do que acharam no porão do castelo. Depois disso Marceline levou Finn até a casa na árvore e ficou lá, pois o Sol já nascia. Foi ela que sugeriu armar uma tenda na grama e olhar o céu.

– Pra mim parece um personagem de videogame.

– Você não conta, BMO. Mas e aí cara, você não me contou o que andou fazendo esses dias. – Disse Jake.

– Ah, várias coisas. A Marcy achou um braço mecânico pra mim, a gente foi numa caverna cheia de monstros, fomos pra Nightosphere.

– Mas como você matou os monstros sem o braço?

– Eu tô aprendendo a ser canhoto, cara.

– Uaaau. Como a gente não pensou nisso antes?

– Né? – riu Finn.

– O que seria de vocês se não fosse eu? – riu Marceline. Finn lhe deu um soco fraco no braço.

Na noite seguinte Marceline voltou ao reino doce, dessa vez num horário em que Bubblegum não estivesse dormindo. A princesa estava no laboratório, trabalhando no braço de Finn enquanto esperava alguma coisa verde-limão pastosa reagir num tubo de ensaio ao seu lado. Segundo a princesa, se seus cálculos estivessem corretos, a mistura em breve se tornaria líquida e sem resíduos sólidos; com gosto de kiwi e serviria para satisfazer a fome do povo doce com apenas um gole, em caso de catástrofes.

– Como você é cuidadosa. A última coisa que eu pensaria se fosse governante de algum lugar seria na futura fome que o povo poderia sentir.

– Acho que é por isso que você não quer a Nightosphere, estou certa? – sorriu Bubblegum.

– Também – Marceline sorriu de volta – Mas eu vim falar com você sobre o meu pai.

Bonnibel se ajeitou na cadeira e colocou as ferramentas de lado. Os óculos redondos e enormes que usava aumentavam seus olhos pequeninos em proporções estranhas, e Marceline sentia-se aflita quando ela os usava, então tirou os óculos do rosto da princesa delicadamente e os colocou sobre a mesa. Bubblegum já conhecia essa mania da amiga, então apenas riu e corou um pouco, como sempre fazia quando Marceline se aproximava e mil pensamentos dançavam na sua cabeça.

– Você sabe que eu não me importo com a Nightosphere e nem com o meu pai, mas pensei em facilitar as coisas pra você, já que ela nem ficaria pra você cuidar, mesmo. Eu pensei em dizer para ele que eu quero comandar o lugar, ganhar o amuleto, a gente pode elaborar uma carta em que você diz que mudou de ideia sobre tudo e tal... Daí eu fico no máximo um mês, digo que cansei e não quero mais e dou o amuleto pra você, ou pelo menos dou a tal da regência que o meu pai disse e fico com o amuleto.

– Seria ótimo, Marceline, mas eu não me sinto bem em fazer parte de algo que pode fazer você e seu pai brigarem.

– Nossa relação já afundou há muito tempo, Bonnie, eu só vou tirar vantagem do velho ao menos uma vez na vida. Eu nem me importaria em dar o amuleto pra você, até porque meu pai estava certo quando disse que vampiros são difíceis de gerar descendentes.

– Por quê?

– Bom, eu não sei se tenho as condições biológicas pra engravidar e tudo o mais, mas não tenho simpatia por outros vampiros. São um bando de parasitas e sanguessugas. A maior parte era completamente humano quando se transformou, então quando acabou o sangue humano na Terra eles definharam junto. Os poucos que sobraram eram mestiços, foi assim que eu virei a rainha dos vampiros tão facilmente. Eu nem queria título nenhum, só queria me vingar do cara que me transformou, mas ele era fraquinho; e olha que era o rei dos vampiros.

– Você nunca me contou essa história, Marceline.

– Sei que não, mas é porque ela é irrelevante mesmo. Descobri a casa do cara, matei, ganhei o título. Pronto.

Marceline ainda ficou um bom tempo conversando com Bubblegum antes de ir embora, a princesa já estava com muito sono e Marceline estava com fome.

– Avise o Finn para vir buscar o braço depois de amanhã, que com certeza ele já estará pronto.

– Ah querida, quanto tempo! – Hunson tentou abraçar a filha como sempre e dessa vez ela retribuiu, não sem má vontade.

– Oi pai.

– Que boas notícias te trazem à sua terra natal para que eu nem precise te implorar para vir me visitar?

– Ah... Então. Eu estava ontem com a Bonnibel e ela me contou que mudou de ideia, achou essa historia de matar alguém muito difícil e que não quer mais dar a Nightosphere pro Peppermint Butler não. – disse, tentando ao máximo não mostrar sinais de que estava mentindo.

– Mas eu disse que iria mudar o pagamento especialmente pra ela, essa garota é surda? Você não a lembrou disso? – Hunson já estava perdendo a calma, ele não achava que Bubblegum desistiria tão fácil. Ele a queria fazer desistir, mas queria tirar proveito da situação antes.

– Ah pai, eu nem falei muito, a Bonnie fica tão teimosa quando decide as coisas... É um pé no saco, ninguém tem ânimo de debater com ela.

– Mas que espécie de líder é essa que não ouve as sugestões dos outros?

– Ahn... Pai. Você faz a mesma coisa.

– Mas isso faz parte do meu trabalho, ou você acha que o caos permanente da Nightosphere nasceu de democracia? Seu avô teve orgulho de mim quando me viu comandar, fui eu que aumentei o prestígio da nossa casa! – ele disse como um dedo em riste, todo orgulhoso e pomposo. Marceline já estava entediada só de pensar no rumo da conversa.

– Tá, então. Daí eu resolvi tentar seguir o negócio da família por um tempo, sabe, pra testar. Sem o amuleto nem nada, só pra ver se eu consigo continuar o seu legado e tudo o mais que você sempre me diz. – Marceline não conseguia mais esconder os sinais de que estava mentindo, olhando para o teto e com a mão na nuca de forma nervosa. Ela havia reunido muita força de vontade pra falar isso, e se desse certo Bonnibel lhe deveria muito depois.

Hunson estava desconfiado, é claro. Ele sabia que Marceline já era um caso perdido e nem tinha esperanças nela até então. Mesmo sabendo que sua filha mentia descaradamente, seu desejo de ver a tradição da família continuar falou mais alto e ele concordou, não sem impor várias condições; como manter o machado-baixo na terra de Ooo e sem visitas a outras dimensões durante as primeiras semanas do treinamento. Por mais que ele gostasse de ver a filha cantar e tocar, também não quis saber de música alguma por enquanto.


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Notas finais do capítulo

Tenho que confessar que não gosto de Bubbline, mas gosto do conceito e tals, então ele será um pouco explorado na fic. Fiquem atentos se não gostam de lesbianismo e semelhantes.

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