Misguided Ghosts-Thalico escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oie, seus diwos!
Eu ia postar amanhã, mas amanhã eu tenho aula. Consequentemente muita coisa pra fazer... Aí eu resolvi postar hoje porque a DIVA PERFEITA da Annabeth Potter recomendou a fic!!!! Eu tenho DUAS recomendações no início da fic! Eu amo vocês duas, suas divas! Esse capítulo vai para a Annabeth Potter!
Ah... Eu ia postar um P.O.V do Jason... Mas esse aí me veio na cabeça e eu não consegui tirar... Então o próximo vai ser do nosso Super-Homem... Loiro...
E o capítulo vai ser do Jason pq a diva da Annabeth Potter sugeriu u.u!
Bjuss



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Nico's P.O.V

Acordei com o rosto afundado em algo macio, sedoso e com um cheiro viciante de morangos...

Os cabelos de Thalia...

Sério! Como ela consegue me surpreender cada vez mais? Ela é... É...

Taí! Nem consigo encontrar a palavra certa, porque não existem palavras para descrevê-la! Thalia é como uma deusa! Uma sereia... Ela me pegou. E quando eu pegá-la... Não vou soltar por nada. Nada!

Acordei de vez... Eu e Thalia estávamos abraçados! De conchinha! Como? Aconteceu algum milagre?

Então as lembranças da noite passada vieram como flashes... Thalia e eu estávamos correndo... Eu a derrubei... A gente ficou olhando um para o outro e quase rolou beijo... Aí as caçadoras apareceram e cortaram o clima... E quase me cortaram ao meio!

Continuei mastigando as lembranças... Thalia dispensou as caçadoras... Me ajudou a deitar... Bia me deu um beijinho de boa noite... Eu dormi... Então, acordei com os gritos constantes de Thalia...

Ela gritava e se debatia... Gritava meu nome e dizia para eu não ir embora... Eu tentei acordá-la... Ela me arranhou no rosto e nos braços... Acordou desesperada... Se abraçou comigo... Eu cantei para ela dormir. Conversamos e ela dormiu primeiro...

Eu a ajeitei e ela segurou meu pulso enquanto dormia. Me puxou para perto. Eu deitei com ela e caí no sono...

Então foi isso... Dormimos abraçados a noite inteira! Eu sorri... Desejo número um realizado! Só faltam uns trezentos...

Olhei em volta. As crianças ainda dormiam... A fogueira já estava apagada. Kim estava esparramada no chão... Folgada! E a vigia? Como fica?

Olhei novamente para Thalia e saí do saco de dormir primeiro... Tentando ao máximo não acordá-la... Eu estava dolorido... Minha camiseta cheirava a morangos... Graças a ela... E isso me agradava muito...

Ouvi trovões...

Alguém lá em cima não está nada feliz com o que viu...

Ouvi Thalia bocejar e dizer algo parecido com "A melhor noite que eu já tive", mas pode ter sido só impressão... Ela levantou e olhou em volta... Seu olhar encontrou o meu e ela ficou vermelha...

Linda! Porém inalcançável...

– Bom dia... - Gaguejou.

– Dormiu bem?

– Melhor do que antes... Obrigada. Por tudo.

– Por tudo?

Ela riu.

– Sim... Por tudo.

Ficamos nos olhando por um bom tempo... Até que ela desviou o olhar... Encarando o chão...

Senti algo se jogar sobre mim... E ouvi risinhos...

– Bom dia, Bia... - Falei pegando no colo a garotinha agarrada às minhas pernas...

– Você tá apaixonado! - Ela apertou minha bochecha e riu.

Eu ri e a coloquei no chão. Depois cruzei os braços e fiz cara de ofendido.

– Não tô não. Não sei de onde você tira essas coisas...

Ela me olhou com aquela cara de "sério?"...

– Tá bom... Eu vi vocês abraçadinhos... Era muito fofinho!

Eu olhei para ela e sorri...

– Você estava espiando?

Comecei a fazer cócegas em Bia, que se agitava feito doida e dava várias gargalhadas...

– Eu não estava!

– O quê? - Fiz mais cócegas em Bia, que já estava vermelha...

– Eu tava, sim. Eu tava sim!

Parei... Ela estava ofegante. E mais vermelha do que Thalia estava quando me olhou. As outras crianças acordaram e já estavam guardando seus sacos de dormir.

– Nossa... Eu nem precisei pedir! - Falei...

– É que já virou rotina... - Disse Anna. - Anda, anda, anda, monta fogueira, abre o saco de dormir, descansa, acorda, guarda saco de dormir, anda, anda e anda... E assim vai... É rotina!

Eu fui até ela e toquei seu nariz. Estava gelado, por causa do frio...

– Daqui a pouco, você não vai mais ter que fazer essa rotina...

– Você sabe onde tem um lugar?

– Vai ser a sua nova casa... De vocês três...

Senti o olhar de Thalia... Ela estava ouvindo.

– É a sua casa também? - Perguntou Bia.

Hesitei por um momento... Eu não iria mentir para ela... Não achava certo...

– Não... Eu não moro mais lá...

– Mas você vai morar lá, não é? Quando a gente chegar, você vai ficar também, não é?

Bia me encarou com muita esperança...

Droga! O que eu faço?

É só dizer não!

Eu a olhei nos olhos. Eu ia dizer não, juro! Mas ela me encarou de um jeito tão melancólico que me fez baixar a cabeça e suspirar.

– Sim... Eu vou ficar também...

Olhei para Thalia... Ela estava sorrindo.

Seu coração de manteiga derretida! Agora vai ter que ficar!

Perfeito! Eu não tinha a menor vontade de ficar... Não queria nem ir! Mas aí eu resolvo salvar três crianças adoráveis, fugir de um drakon ao invés de matá-lo, encontrar uma deusa doida que estava tentando se suicidar, salvar e deixar entrar mais um para o "clube dos sem-teto"! Agora eu tenho que voltar para quele lugar!

E se eu já estivesse querendo voltar?

Não... Eu não estou querendo voltar...

Será? E se ela já conseguiu te convencer a voltar?

Meus pensamentos foram interrompidos por um rugido. Alto o suficiente para quase me deixar surdo.

A primeira coisa a fazer foi olhar em volta desesperadamente.

Ao longe, pude ver uma forma se aproximando... Era uma forma grande... Do outro lado, havia algo que parecia uma caverna... Mas tão oculta que eu quase não achei...

Segurei Bia e Anna pelos braços, chamei Tobias e corri com os três até lá... Era um espaço apertado. Mas era suficiente para os três... Não havia nada. apenas um coelhinho... Que atraiu a atenção de Bia.

Ela segurou o coelho no colo enquanto se apertava com os outros dois na caverna...

– Fiquem aí! só saiam se eu falar... Ou a Thalia também! Se não for nenhum de nós, não ousem pisar um centímetro para fora daqui! Ouviram?

Os três assentiram. Bia me olhou como se fosse chorar...

– E você? Você vai lutar?

– Vou... - Sorri afetuosamente para o clone de Bianca, que me olhava com lágrimas querendo sair... - Ei... Eu vou ficar bem... Sou seu anjo da guarda, lembra?

Ela assentiu. Quando eu ia me afastar, Bia me chamou.

– Nico...

– Sim?

Me virei e fui surpreendido por um abraço apertado... Eu nem sonhava em ser abraçado de novo! Nem me lembrava da sensação! A sensação de ter alguém que te ama por perto... A sensação de que você não é um ponto insignificante no meio do universo...

Retribuí o abraço de Bia do mesmo jeito. Eu tinha muita necessidade de cuidar dela! Eu vou cuidar dela! Vou cuidar dos três! Eu já havia prometido isso a mim mesmo... Só estava reforçando a promessa... Eu tinha que ficar...

Ouvi novamente o rugido e me separei de Bia. Ela voltou a se encolher com Tobias e Anna na caverna. Eles ficaram em silêncio e eu fechei tudo com uma cortina improvisada com cipós...

Olhei para Thalia... Ela já estava preparada. Com seu arco em mãos... A aljava de flechas estava pendurada em suas costas. Seu escudo já estava preparado para o caso de uma emergência...

O monstro se aproximou... Era um drakon. Na verdade, o drakon...

Meu amiguinho me achou...

Agora, não havia mais fuga... Eu iria lutar com ele... E iria me vingar pelo que aconteceu no orfanato... Iria me vingar por todas as vidas que ele tirou naquele dia...

Thalia lançou a primeira flecha... O que serviu para atrair a atenção do monstro para ela. Ela lançou a segunda e não recuou diante da mandíbula enfeitada de dentes a centímetros de seu rosto.

Thalia pegou sua lança e atingiu o rosto do drakon... A centímetros do olho... Ele se enfureceu e a acertou com a pata enorme. Ela voou alguns centímetros e caiu na neve, olhando apavorada para o drakon. O monstro já estava com a bocarra aberta...

Ah, mas ele não vai fazer isso! Ele não ousou tocar nela!

Com o corpo coberto de uma fúria descomunal, corri até o drakon e acertei eu rosto com muita força, abrindo um talho muito profundo... Ele se voltou para mim, seus olhos amarelos brilhando de fúria. Os dentes à mostra. A carapaça verde brilhando no sol...

Ele tentou me abocanhar, mas eu desviei. O drakon tentou me acertar com a pata deu desviei quase a tempo... Quase.

Ele me arranhou, abrindo um talho não tão profundo quanto o que eu deixei nele. O arranhão foi no braço direito. Ótimo! Eu sou péssimo na espada com o braço esquerdo!

Fazendo um grande esforço, continuei segurando a espada na mão direita. O ferimento queimava. Muito... Ignorei a dor e golpeei o drakon de novo... Acertando seu olho.

Ele rugiu alto. E bem perto de mim... Senti que estava suando frio... Mas o braço queimava como se eu tivesse mergulhado ele no flegetonte...

Isso! É maravilhoso lembrar da sua viagem de férias o Tártaro! Vai ajudar muito!

O drakon abriu a boca e cuspiu ácido... desviei e senti respingos bem em cima do arranhão. Gritei. Senti o ferimento queimar mais ainda... Muito mais!

Senti a dor descomunal de uma patada. Caí por cima do que era para ser nossa fogueira. O monstro se aproximou... Se preparando para me matar. Devagar, como se esperasse por esse momento a vida toda...

Ou desde que eu fugi e deixei ele meio irritado...

Meio? Muito irritado!

Fechei os olhos... Dizem que o que os olhos não vêem, a alma não sente...

E que diferença faz a alma sentir ou não sentir? Só vai doer um pouco mais!

Ouvi gritos... Seguidos de uma explosão... Não foi um raio... Eu sei diferenciar os sons...

Abri os olhos... Pedras negras e pontudas se ergueram do chão... E iam se erguendo uma atrás da outra... Uma delas atingiu o olho que eu havia acertado, arrancando-o de vez...

Fui eu? Como eu fiz isso? Eu nem pensei em fazer!

Nossa! Eu nem pensei em fazer isso! Que burro!

Olhei em volta. Sem forças para se levantar...

Bia havia saído do esconderijo. Ela olhava para o drakon como se ele fosse um brinquedo que não a agradou. Havia lágrimas em seus olhos...

– Você me tirou a minha mãe... E não vai tirar meu anjo da guarda! EU NÃO VOU DEIXAR!

Outra pedra se ergueu... Era enorme. Maior do que a cabeça do drakon. (Nota: A cabeça dele era do tamanho de um fusca!). Ela saiu do chão e desceu com a ponta virada para baixo, atravessando com violência o crânio do drakon, que nem teve tempo de rugir...

Agora, havia apenas pó, várias rachaduras no chão, uma pedra enorme e pontuda partida em dois e uma criança de sete anos caída no chão.

Corri até Bia... Ela não estava morta, mas estava enfraquecida... Pinguei algumas gotas de néctar em sua boca. As últimas do meu cantil...

Tombei no chão logo depois... Meu braço ardia como se estivesse em chamas. E meu peito também...

Toquei ali e vi sangue... O drakon havia me arranhado feio quando me deu aquela patada. E estava doendo... Muito.

Gemi de dor... Era descomunal. Alguma coisa naquelas garras fazia meu corpo arder...Me senti envolvido... Senti cheiro de morangos.

Thalia...

– Nico... Abra a boca.

Abri... Senti gosto de chocolate quente... Para variar! Eu já estou sofrendo! Vou sofrer mais ainda!

Thalia levantou minha camiseta e arquejou... Ouvi Anna e Tobias se aproximarem. Bia se aproximava também...

– Eu disse para ela ficar! - Falou Anna. - Eu disse, mas ela não me ouviu!

– Shh... - Thalia colocou a mão sobre o ombro de Anna. - Está tudo bem...

Gemi novamente... Eu estava queimando por dentro... Estava ardendo...

– Não... - Ela olhou para mim. - Nico... Ainda pode me ouvir? Fale alguma coisa!

Tentei falar... Minha língua não obedeceu... Tossi e senti gosto de sangue...

Que lindo! Eu morro quando quero viver! Esse mundo me odeia! As Parcas me odeiam!

– Nico! Fica! Aguenta! Não faz isso! Se eu não posso morrer, você também não pode!

– Faz alguma coisa!- Gritou Bia. - Ele está muito ferido!

Senti algo molhado cair sobre meu corpo... Thalia estava chorando. Sobre mim! Estava chorando...

– Eu... - Ela soluçou. - Eu não sei o que fazer! Nico, faz um esforço! Por favor!

Thalia desabou em soluços... Eu me lembrei de ter ouvido ela gritar na noite passada para eu não ir embora...

Acho que previu o que estava por vir...

– N... Não me deixe. Você me disse que não me deixaria...

Tentei sorrir e fiz o maior esforço do mundo para falar...

– Eu não quero te deixar... Eu não vou te deixar...

Ela soluçou de novo.

– O que eu faço?

Tentei falar... Minha voz falhou... Senti que não tinha muito tempo...

Acho que o mais estranho de ser filho de Hades é sentir sua própria vida se esvaindo. É estranho sentir que você está morrendo... Você não pode se iludir dizendo que está tudo bem...

Senti o ferimento queimar. Thalia pingava néctar nele... Gritei. Não suportei e deixei escapar um grito...

Ela pegou sua mochila e tirou gaze. Ou melhor, eu acho que era gaze... Minha visão estava turva...

Vi um lampejo de metal... Ela vai fazer pontos!

Mordi a língua com os restos de força que eu tinha... Aquilo ia doer...

Quando ela começou, senti dor, mas não era tanta... Era a mesma dor de uma injeção...

Idiota! Você odeia injeção!

Eu gemi umas quatro vezes até ela chegar na metade... Pontos pretos ofuscavam minha visão. Encarei o rosto molhado por lágrimas de Thalia uma última vez... Tentando dizer algo... Eu não ia conseguir.

Ótimo! Ela não vai saber o que sinto!

– Nico! Não! Fique acordado! Não me deixe!

Então, não pude ouvir mais nada... Nem os gritos desesperados de Thalia, nem os soluços de Bia. Apenas mergulhei no escuro.


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Notas finais do capítulo

Pronto... Taí o capítulo... Comentem. E eu acabei aí porque sou má! Muahahahahahah! Se tudo der certo, posto neste final de semana... Se der mais certo ainda, amanhã ou quinta. Mais uma vez, obrigada Annabeth Potter pela minha segunda recomendação. Vcs são diwas!
Bjuss! Até o próximo cap!