O Conde jogou mais uma estátua em direção à parede.

Estava visivelmente furioso. Perdera sua ruiva de olhos verdes.

Todos eles pagarão!

Ele assumiu sua forma alada e atravessou a janela. Voou até um hotel.

Ele soube através de seu servo que o rapaz agora pode virar uma fera.

Mas é claro que isso não o incomodava... Afinal, assim que chegasse na Romênia, os poderes dele seriam bloqueados. Poderia apenas contar com os poderes que adquiriu de seu pai. E isso não seria grande coisa... Não para o Conde.

Ele riria tanto quando a morena de olhos azuis se debruçasse sobre o corpo daquele garoto em lágrimas... Ver seu sofrimento antes de transformá-la lhe traria prazer... Afinal, ela não foi uma boa garota... Ela o atacou. O evitou. Agora teria de pagar. Veria seu amado sofrer até a morte. Gritaria em desespero... E ele queria muito ouvir seus gritos.

Ele viu que chegara ao seu objetivo... O Hotel ficava distante do castelo. Mas não distante o suficiente para se ir voando ou a cavalo... Ou aquelas carruagens miseráveis que se movem sozinhas. Como era o nome? Ah, veículos! Isso!

Pousou e retornou à sua forma humana. Antes de entrar, avaliou a estrutura da construção...

O hotel parecia ser muito bem cuidado. Em perfeitas condições. Impecável...

Ele entrou na recepção. Ignorou o homem que lhe perguntara o que ele queria. Subiu as escadas... Devagar. Estava estudando a estrutura daquele edifício, para que fosse mais fácil capturar sua morena de olhos azuis.

Como eles conseguiram passar pelos desafios? Estão próximos de chegar a mim! Tenho que pensar em algo!

Ele entrou em um quarto. Um quarto para os funcionários... Uma funcionária estava deitada na cama. Repousando.

Era realmente bela... Não era mais bela do que a morena de olhos azuis, mas era tão bela quanto. Seria perfeita... Se fosse uma mulher forte e corajosa.

Sim... Ele estava procurando uma noiva... Uma mulher forte e corajosa. Já não bastasse possuir duas noivas apenas... Agora viveria apenas com uma? Como um ser comum? Não... De jeito nenhum!

Acordou-a propositalmente. A mulher pegou o abajur e o usou para estilhaçá-lo na cabeça do Conde. Com força. Depois pegou um taco de beisebol e bateu no mesmo local com mais força ainda. O taco se partiu em dois...

Desnecessário dizer, mas ele não sentiu nada. A mulher o olhou, apavorada.

– O que você quer? – Ela ergueu ameaçadoramente um cabo de vassoura. Ele sorriu diante da determinação da bela mulher.

– Seu nome...

– Ângela... Ângela Johnson... – Ela segurava o cabo ameaçadoramente. O Conde sabia que ela poderia matar um homem comum apenas usando um cabo de vassoura. E isso fez seu interesse aumentar.

Ângela parou por um minuto. Ficara obcecada pela beleza daquele homem... Afinal, vampiros como ele tinham a obrigação de serem belos. Estava em seu... Esqueça. Ele não possuía sangue.

Ele sorriu. Ângela possuía longos cabelos ruivos e lisos. Seus olhos eram de um azul tão brilhante que lhe lembravam de safiras...

– Você é muito bela, Ângela... E muito corajosa... Será perfeita para meu plano.

Sim, ele havia formulado um plano. Ângela seria a arma perfeita para que tudo desse certo. Ela o olhou, confusa. Ele baixou cuidadosamente o cabo. E ela, em transe pela beleza do Conde, abaixou.

Então a mordeu. Ela gritou e tentou afastá-lo. Ele soltou-a antes que acabasse querendo mais de seu sangue.

Mas ainda tinha dúvidas. Na primeira vez em que visitou a morena de olhos azuis em seus sonhos, ele a mordeu, mas ela não se transformou. E isso ainda o incomodava. Ele descobriria por que... Tinha que saber onde errou. Afinal, conseguiu feri-la na segunda visita. Assim como feriu o rapaz que a protege. Como não pôde transformá-la?

Voltou a olhar para sua futura esposa...

Ângela agonizou por mais alguns minutos. Então sua pele empalideceu. Suas presas cresceram e ela o olhou. Depois sorriu e lhe fez uma profunda reverência.

– Mestre... Qual é seu plano?

Ele sorriu e lhe passou sua estratégia. Ela aceitou-a sem hesitar...

E ele... O que faria durante a espera?

Ele cansou de esperar pela morena de olhos azuis sem fazer nada.

Teria de interferir na busca... Teria que pegar a morena de olhos azuis. Ou eliminar qualquer um daqueles que a ajudam na busca. Principalmente os que contribuíram para a morte de sua esposa... Ele tinha que partir para fazer uma visita pessoalmente.

E era isso que estava indo fazer quando saiu do hotel e voou novamente, pela noite escura. A caminho do navio que navega nas nuvens.

Aguardem, semideuses... Vocês não perdem por esperar!