Misguided Ghosts-Thalico escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 17
Café na Cama com Poema e Colar


Notas iniciais do capítulo

Oie, amiguinhos! Tô eu aqui com mais um capítulo!
Quero avisar que dei uma editada no capítulo anterior! Só uma editada básica e uma correção de erros!
Deem uma olhada!
Eu ia fazer um P.O.V do Morceguinho Clichê, mas esse veio e eu não pude afastar! E outra, eu não ia deixar ele mofando no word até chegar o momento de postar.
P.O.V da Lia.
Enjoy!



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Thalia’s P.O.V

Acordei deitada na cama da cabine de Nico...

Pelo movimento, o navio já havia decolado...

Não havia ninguém além de mim na cabine. Olhei em volta.

Ao lado da cama, uma bandeja cheia estava postada em cima de um pequeno banco...

E quando eu digo cheia, não quero dizer cheinha... Eu quero dizer CHEIA mesmo! Tinha comida suficiente para alimentar o acampamento inteiro! (N/A: Ok, Thals... Isso foi exagero.) (N/T: Exagero é meu nome do meio!). Ou seja, o necessário para uma pessoa como eu, que estava MORRENDO de fome.

Ao lado da bandeja, havia um pequeno bilhete. Eu o abri. Era um poema. Escrito em três línguas diferentes. Italiano, grego antigo e latim numa letra que, devo dizer, era perfeitamente linda.

“Você sabe que está apaixonado

Quando vê o mundo nos olhos dela

E os olhos dela em todos os cantos do mundo”

(David Levesque)

Sorri... Quer dar uma de príncipe indiano, Nico?

Ataquei a bandeja com voracidade e guardei o bilhete com o maior cuidado do mundo em uma caixinha de prata que havia na mesa de cabeceira.

Pera! Não havia uma caixinha de prata na mesa de cabeceira antes!

Peguei a caixinha e abri. Um lampejo prateado chamou minha atenção. Era uma corrente. De prata pura. Chegava a cintilar! O pingente era uma linda pedra de ônix emoldurada em uma moldura de prata... E havia outro bilhete.

"Para lembrar-se dos meus olhos

Se um dia eles não se abrirem mais..."

Peguei a corrente e a coloquei. O toque frio do pingente primeiro me arrepiou... Depois me acostumei.

Por que isso tudo?

Idiota! Você quase morreu! Esperava o quê? Que ele só dissesse “que bom que está de volta” Deixe de ser lerda, Grace! É o Nico! Não um coleguinha do acampamento! Se você fizesse um corte minúsculo no mindinho, ele provavelmente mandaria você para a U.T.I!

A bandeja estava com os mais suculentos tipos de comida. Pães frescos e crocantes, ovos ainda quentinhos, três caixas de suco - Romã, morango e laranja -, morangos com e sem calda de chocolate quente, laranjas descascadas e cortadas, queijo já fatiado, nada de cereal, o que me fez sorrir e uma xícara de café. Com um frasco de adoçante ao lado.

Do lado da bandeja havia uma rosa negra... Simplesmente a rosa mais linda que eu havia visto...

Junto à rosa, mais um bilhete.

"Eu “peguei emprestada” do jardim de Perséfone. Ela fez algum tipo de macumba que não deixa a rosa murchar. Peguei na esperança de dar a você um dia... E eis a oportunidade. Guarde-a com carinho...

Você não faz a menor ideia de como eu passei medo ontem! Eu estava quase pedindo para ser esmagado por um meteoro.

Não me deixe, Thalia... Nunca.

Relaxe, eu ainda estou vivo... Só estou deixando por escrito porque vou passar a maior parte do dia fora da cabine. Ajudando a descobrir a localização da próxima pedra. Annabeth tem a impressão de que eles seguem uma ordem: Água, Fogo, Terra e Ar. Acredita que ela já até cogitou a ideia de que há uma ordem alfabética?

Por favor, se estiver acordada, repouse. Não se levante... Aquele polvo desgraçado que eu já tive o prazer de ver morto te feriu. Recupere-se. Não saia da cabine por hoje. Passarei aí para te levar o almoço...

Ti amo, principessa guerriera.

Nico"

Guardei o bilhete junto com o outro na caixinha prateada e continuei atacando o café da manhã... Peguei um copo de cada suco. Todos os morangos com e sem calda, vários pedaços de laranja, três pães, todos os ovos, três fatias de queijo e toda a xícara de café...

Ao terminar, me levantei apenas para ir ao banheiro escovar os dentes e tentar arrumar a juba que chamam de cabelo.

Ok, não estava tão bagunçado assim... Mas se estava cheio de nós estava...

Voltei para a cama depois disso e descobri que apenas o fato de eu estar de pé fazia meu corpo ficar dolorido...

Procurei alguma coisa para fazer e encontrei um livro... Para a minha felicidade, Annabeth havia falado com filhos de Hécate e descobriu que muitos livros podem existir em grego antigo ou latim graças a uma magia que eles faziam... Eu havia ganhado dela uma Box com os livros da série A Maldição do Tigre. Já estava lendo o terceiro livro, A Viagem do Tigre. E estava na metade...

Quando eu havia acabado o livro, a porta se abriu. Senti um beijo ser depositado no topo de minha cabeça, onde começou a formigar...

– Está melhor? – Nico me olhou nos olhos e eu me senti confortável naquele poço sem fim...

– Agora que você chegou...

Ele sorriu e me beijou.

– O café estava bom?

– Foi você que preparou minha bandeja?

– Sim... Eu sei que você não é muito chegada à bacon... Por isso preparei o café. Com a ajuda de Jason...

– O que houve? Depois que você me beijou no parque?

Nico suspirou.

– Você olhou nos meus olhos de novo... Depois sorriu e apagou. No início me apavorei. Depois senti que você estava bem... A única coisa de que precisava era repouso... – Ele segurou minha mão...

– Ficou preocupado?

– Preocupado é pouco, Thalia... Eu me desesperei. Senti o mundo ao meu redor adoecer e escurecer. Pensei que te perderia...

Ele me abraçou. Eu o abracei de volta. Ficamos nesse abraço por uns quinze minutos. Sem dizer uma palavra... Senti Nico distribuir beijos do meu pescoço à clavícula exposta, já que eu estava com uma regata. E não com a blusa molhada de antes...

– Como ela está? – Um furacão, vulgo Jason Grace, entrou velozmente na cabine.

– Estou bem... – Falei quando Nico parou a trilha...

– Assustou todo mundo, maninha...

– Ei! – Sorri. – Você é o caçula!

– Sim, mas seus tempos de caçadora te deixaram com cara eterna de quinze! E eu já tenho dezesseis!

– Isso não vem ao caso... – Dei-lhe a língua. – Tecnicamente, eu tenho uns vinte...

– Nossa! E namora um garoto de quinze? Que coisa feia, Thalia...

– Tecnicamente, o Nico é BEM mais velho do que eu! Tem mais de oitenta!

– Oitenta e cinco, na verdade...

– O quê?! Como sabe?

Nico deu de ombros...

– Quando meu pai me colocou no cassino, eu tinha dez. Passei setenta anos lá. Quando saí, ainda tinha cara de dez, porém, na verdade, tinha oitenta. Cinco anos se passaram. Agora tenho quinze, mas minha idade verdadeira é oitenta e cinco...

– Uau! – Comentei... – Você se deu o trabalho de calcular sua idade?

– Sim... Quando estava distraído, era isso que costumava fazer... Agora já memorizei que minha idade verdadeira são setenta anos a mais do que a que eu aparento ter.

– Legal vovô... – Comentou Jason... Nico fechou a cara.

– Não sou velho... – Eu e Jason o encaramos. Ele se deu por vencido. – Ok, eu sou velho...

Rimos. Eu bocejei... Os dois me olharam...

– Descanse mais um pouco... – Disse Jason. Ele depositou um beijo no topo de minha cabeça... – Os outros já estão esperando, Nico...

Nico assentiu e Jason foi à frente em direção ao refeitório, que, supostamente, estava sendo usado como sala de reuniões...

Nico puxou meu rosto para mais um beijo... Calmo, sincero e apaixonado...

– Descanse, mia bella... Qualquer coisa grite...

– Pode deixar... – Falei com a voz sonolenta...

Nico me deu mais um beijo e saiu...

Caí no sono minutos depois... Tendo sonhos QUASE agradáveis.

Eu estava em frente ao pinheiro do acampamento... Usava um longo vestido branco com cauda... Um véu cobria meu rosto, mas eu podia ver meu sorriso radiante através do véu...

– Pronta? – Perguntou Jason ao meu lado... Ou um suposto Jason. Parecia ter uns vinte anos. Ou mais...

– Mais do que pronta...

Jason ofereceu o braço e eu aceitei... Já tinha vinte anos também...

Caminhamos pelo tapete vermelho no pavilhão de refeições... Agora modificado, já que as mesas foram postas do lado de fora. Quando apareci na entrada, todos se levantaram. E eu olhei para frente.

Sim... Era ele. Ele me aguardava no fim do tapete. O sorriso mais radiante que eu já havia visto. Os olhos negros brilhando de alegria.

Nico di Ângelo me esperava no altar, para me ter como esposa...

Quando eu quase o alcancei, a imagem mudou... Eu caminhava usando um vestido de seda preto por um tapete rasgado em direção a outro homem. Ele me olhou e sorriu. Depois assumiu a forma daquele morcego desprezível...

– Que bom que compareceu, querida. – Ele segurou meus braços. E eu consegui sentir suas garras perfurarem minha pele. Gemi de dor. Ele me soltou e lambeu as garras. – Hum... É bom... Tomara que eu consiga parar...

– Não!

Eu o empurrei e comecei a correr por aquele castelo. Subi as escadas, apressada. Dei de cara com um ogro. Era horrendo. Corcunda, com uma pele envelhecida que parecia ser quase podre. Seus dentes eram amarelos e pontiagudos. Eu gritei e voltei a correr.

– Igor! – Ouvi a voz de Drácula. – Segure-a.

O ogro pegou meu pé e me puxou. Gritei e me debati. O morcego me alcançou e me segurou novamente.

Ele estalou a língua.

– Não pode fazer isso, querida... Estou tentando falar com você e é assim que me faz? – Ele me deu um tapa. O tapa produziu um estalo alto. Não contive minhas lágrimas. Ele segurou meu rosto com suas garras. – Não chore, meu bem... A dor é temporária.

– Não! Não quero! – Eu o chutei, mas ele segurou meu tornozelo com violência, arrancando de mim um grito.

– Ah, você vai querer sim!

Ele segurou meus braços e afastou meu cabelo. Eu gritei e me debati. Drácula estava prestes a me morder quando me senti sacudida... Caí de seus braços, que me atravessaram como se eu fosse feita de ar... Ele gritou mais uma vez antes de o sonho escurecer.

– Thalia!

Acordei num pulo e abracei Nico com força... Chorando sem esconder...

– N-não deixe ele me fazer mal, Nico... Estou com medo!

Ele afagou meus cabelos.

– Ah, Thalia... Foi ele de novo?

Assenti, soluçando freneticamente... Ele me abraçou. Notei que já havia anoitecido...

– Shh... Está tudo bem, mia bella... Estou aqui...

– N-não sai... P-por favor! Não me deixe sozinha...

– Não... Calma... Não vou mais sair... Não vou deixar você...

E lá estava eu, tendo a impressão de já ter visto aquela cena...

– Eu estava com tanto medo...

– Shh... Estou aqui... Vou cuidar de você até que eu morra, Thalia.

– E-eu não quero q-que ele... – Solucei... – Que ele m-machuque você! N-não quero q-que ele me tenha!

– Shh... Não pense mais nisso, amore mio... – Ele passou a mão pelos meus braços. – Ah, Thalia... Ele feriu você...

Sem forças para falar, apenas assenti.

– Ainda... Dói.

– Shh... Vai passar, principessa... Me dê seu frasco...

Estendi fracamente meu pingente de frasco de néctar. Nico o pegou e rasgou um pedaço de sua camiseta...

Ele encostou o mais levemente possível o pedaço de sua camiseta, agora molhado de néctar, em meu braço. Eu gemi.

– Shh... Vai dar tudo certo... – Ele continuou passando o pano em meu braço. – Pronto... Passou... Onde mais ele te feriu?

– N-no tornozelo... – Gemi quando ele tocou meu tornozelo ferido. Ele recuou a mão instantaneamente...

– Desculpe. – Nico aplicou novamente o pedaço com néctar em meu tornozelo. Eu gemi de novo... – Pronto... Passou...

Nico me embalou novamente. Sussurrando palavras carinhosas em italiano.

– Dorme comigo...

Ele me olhou e sorriu...

– Não precisava pedir...

Sorri entre as lágrimas, que desciam sem parar. Ele me deu um beijo... Depois tocou meu rosto. Ele se deteve na parte que estava vermelha, onde eu havia levado o tapa... Um lampejo de raiva passou por seus olhos e ele cerrou os punhos.

– Ele bateu em você... – Sua voz estava dura. – Ele bateu em você...

Assenti, soluçando. Ele me abraçou uma última vez antes de me deitar na cama...

– Não vou deixar ele te machucar de novo, principessa... Eu juro pelo Estige.

Nico me ajeitou sob as cobertas e deitou ao meu lado. Ele envolveu-me com seus braços e eu adormeci, hipnotizada pelo seu aroma de menta, impregnado na cama, nos travesseiros e lençóis...

E em mim... Eu estava com o cheiro dele misturado com o meu...

Morango com Menta cheira tão bem!

Sorri com esse pensamento enquanto caía em um sono sem sonhos, nem morcegos gigantes clichês...


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Notas finais do capítulo

E aí? Acharam fofinho? Gente! Eu achei a coisa mais lindinha!
Para quem não entendeu o que a Thalia quis dizer com "príncipe indiano" é porque ainda não leu a série da "Maldição do Tigre". Eu peguei o poema do segundo livro: "O Resgate do Tigre". É que o personagem, que é um príncipe indiano. Só que amaldiçoado... Ele escreve poemas para a personagem que vai ajudar ele a quebrar a maldição! Para quem não leu, eu recomendo. Para quem pretende ler, eu garanto que não vai se arrepender! Pra quem já leu, diz aí o que achou nos comentários!
Bjs, meus lindos! Quero sugestões para a próxima pedra... Estou entre a Terra e o Ar.