Misguided Ghosts-Thalico escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 16
Quase a Perdi.


Notas iniciais do capítulo

E aí, povo? Eu confesso que queria deixar vocês esperando mais um pouco, mas não pude. Porque no fundo bem, BEEEEEEEEEEEM lá no fundo do meu heart, eu não sou tão Riordan assim...
Capítulo depressivo e lacrimoso do Nico para vocês!
Enjoy!



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Nico’s P.O.V

Quando Thalia foi puxada, senti o desespero invadir meu corpo. Eu gritei alto e caí de joelhos. Não me importava com quem estivesse ouvindo. E chorava. Eu sabia que estavam me vendo chorar. E isso também não me incomodava.

Os outros tentáculos do kraken se moveram violentamente. Sua cabeçorra ergueu-se das águas da piscina-não-tão-piscina-assim...

Uma risada gélida ecoou em minha mente.

Está sofrendo, Filho dos Mortos?

Os outros olharam em volta. Também ouviram a voz grave.

Levei dois minutos para notar que a voz vinha do kraken, que me fitava com seus grandes olhos totalmente negros...

– D-devolva ela... Agora. – Tentei parecer o “cara durão”, mas solucei.

Na verdade, acho que vou brincar um pouco mais com ela... Afinal, qualquer meio-sangue que não fosse filho de Poseidon não tem o direito de tocar na pedra... Na verdade, nem filhos de Poseidon tocam na pedra sem antes passar por mim!

– Não! Deixe-a em paz!

O kraken riu... Seus tentáculos moveram-se significativamente em minha direção...

Você é um pobre garoto... Sempre condenado a perder todos que ama... Saiba que com ela não será diferente.

Quando o tentáculo se aproximou mais, eu o empurrei com ignorância... Os tentáculos se retesaram violentamente e bateram na água com mais violência ainda...

– Não me toque, ou vou lhe dar um destino muito pior do que a morte.

Os tentáculos sacudiram-se com fúria. Um urro ecoou pelo parque.

Pelo jeito, alguém ficou indignado!

É isso que você quer?! – Ele berrou com fúria.

Os tentáculos ergueram-se da água. E Thalia estava presa a um deles... Ela já não gritava, mas não estava inconsciente. Seus olhos espelhavam tanto pavor que pensei que ela nunca havia sentido medo na vida...

– THALIA!

Corri até estar mais próximo da borda daquela plataforma... Estiquei meu braço ao máximo. Ela esticou o dela... Nossas mãos estavam a centímetros de distância uma da outra. O kraken riu diante de nosso desespero e voltou a mergulhar o tentáculo que prendia Thalia no fundo da piscina.

Você não a terá! Passará o resto de seus dias se lamentando por perder sua amada! Será para sempre solitário! E morrerá sozinho!

– NÃO! – Comecei a chorar... Não sei de que adiantaria soluçar freneticamente enquanto socava o chão. Eu não queria acreditar nas palavras do kraken, por mais que soassem reais para mim...

Uma bola de chamas atingiu o olho esquerdo do kraken, cegando-o. Eu observei com nojo o olho deformar-se até parecer uma bolinha de papel amassado bem gosmenta. E preta. O kraken urrou de dor...

– Será que você pode soltar a garota?! – Foi a voz de Leo... Ele estava sorrindo. – Sabe... Quando eu era criança, minha mãe me levava para comer paella... – Leo deu um sorriso melancólico. Lembrar-se de sua mãe fazia com que ele se sentisse mal... – Cara... Que coisa deliciosa! A única coisa que detestei foi o polvo... Nossa! Eles cortam em pedaços muito grandes... E o sabor nunca me agradou...

DESTRUIDOR DE ESPÉCIES! – Os tentáculos do kraken chicotearam a água com fúria. Sua voz ribombava mais do que um trovão. – COMO OUSA SIMPLESMENTE DESPREZAR A NÓS, POLVOS?! CRIATURAS PODEROSAS! CAPAZES DE FAZER OITO COISAS AO MESMO TEMPO!

– Uau! Grande coisa! Oito coisas? – Leo bateu palmas. – Deve ser uma grande conquista para você...

Os tentáculos se moveram violentamente na direção de Leo... E Calipso fez a burrada de se colocar à frente dele. Um dos tentáculos a agarrou e jogou contra os suportes da Montanha-Russa.

Leo olhou apavorado para a cena, tentando processar o que aconteceu... A barra da camiseta de Calipso era a única coisa que a impedia de cair de uma altura absurdamente grande... Quando ele voltou seu olhar para o kraken, parecia que seus olhos estavam em chamas... Havia reflexos de labaredas em suas íris. E a expressão dele era tão assustadora que eu não sabia como o kraken ainda tinha coragem de observá-lo...

Jason agiu rapidamente ao pegar Calipso antes que ela caísse. Ele a depositou no chão e pegou uma garrafa de néctar.

Voltei meu olhar para Leo e o kraken. A coluna de chamas que Leo lançou foi tão grande que, mesmo estando afastado dele, senti o calor das chamas quase queimar meu rosto e meus braços...

O kraken urrou de dor quando as chamas incineraram um de seus tentáculos... Leo piscou e seus olhos voltaram ao normal. Ele correu até Calipso e me olhou. Eu assenti, indicando que estava tudo bem e ele deixou escapar um suspiro de alívio ao aninhar a namorada em seu colo...

Ora! Como ousa?! – Mais uma vez, os tentáculos moveram-se na direção de Leo com mais fúria do que antes...

Dessa vez, Leo estava distraído. E a primeira coisa que me veio à cabeça foi ficar em sua frente de descrever um perfeito arco com minha espada. Nenhum som foi ouvido. Nenhum ruído produzido... Nem mesmo o som de metal cortando o ar...

Há! Acho que você errou!

Sorri diabolicamente e mostrei a lâmina de ferro estígio, de onde pingava um líquido negro... Naquele momento, o tentáculo do kraken dividiu-se em duas partes.

– A morte é tão silenciosa que você só a percebe quando está feito... – Falei. Acabei deixando escapar uma risada. Fria. Tenebrosa. Tanto que até Annabeth recuou, temerosa...

O kraken arregalou seu olho bom.

Agora você paga!

Senti uma dor descomunal do peito, como se alguém houvesse arrancado meu coração e o perfurasse com uma lança de quinze metros. Depois o jogasse no flegetonte e devolvesse-o para mim estraçalhado...

Thalia!

Corri novamente até a beirada da plataforma. Um erro...

O tentáculo do kraken moveu-se em minha direção e agarrou minha garganta, me erguendo de onde eu estava. Senti o ar faltar subitamente.

Acho que você deve aprender uma lição!

Ouvi um grito. Vinha de baixo.

– Nico! – Bia! Não! – Solta ele agora!

O olho bom do kraken fitou Bia, pelo reflexo dela que eu via, ele fitava...

Que garotinha adorável e corajosa! Seria uma grande perda... Se ela morresse!

– Não... – Falei com a foz enfraquecida e sufocada. – Não a machuque... Por... Favor.

O mundo começou a escurecer... Eu já não distinguia os sons ao meu redor...

O kraken deu um berro de dor e me soltou. Bia havia pegado minha espada que caiu no chão e golpeado o tentáculo do kraken. No momento em que o ar voltou aos meus pulmões, caí na água.

O impacto doeu. Mas aproveitei que estava lá e fiz uma coisa óbvia...

Mergulhei até o fundo da suposta piscina, que agora parecia mais um lago...

Procurei desesperadamente. Se pudesse, gritaria. Ela não pode ser tirada de mim... Não pode!

Então eu a vi...

Thalia estava pálida. Mais pálida do que eu. Seus lábios já começavam a ficar azulados quando eu a alcancei e segurei seu pulso. Ela abriu devagar os olhos e me olhou. Um sorriso de ternura passou pelo seu rosto quando encontrou meus olhos com os seus.

Não, Thalia! Não faça isso comigo!

Eu a puxei com força. O kraken a segurava firmemente. Eu puxei de novo. Consegui deslocá-la apenas um pouco. Ela balançou suave e negativamente a cabeça enquanto sorria ainda com ternura.

Não! Por favor, não!

Balancei a cabeça freneticamente e a puxei com força.

Sabia que você estaria aí!

Quando eu estava quase retirando-a, ela puxou meu braço e me deu um beijo. Senti um desespero maior ainda.

Não! Isso não está acontecendo!

Thalia me soltou e seus olhos se fecharam lentamente. Ela ainda tinha um sorriso terno no rosto.

Quando eu consegui deslocá-la mais um pouco, senti o tentáculo do kraken cair sobre mim. Tentei me desvencilhar, mas ele já me envolvia. Meus pulmões gritavam por ar.

Pelo menos vou morrer ao lado dela...

Eu já estava prestes a desistir quando algo cortou o tentáculo que me prendia... Abri devagar os olhos e vi um lampejo verde-mar.

Percy...

Senti uma lufada de ar entrar em meus pulmões. Tossi e agradeci pelo capacete de bolha que Percy havia providenciado...

– Melhor?

Balancei a cabeça... Claro que não me sinto melhor! Ela está por um mísero fio!

Percy cortou o tentáculo que prendia Thalia e criou outro capacete de bolha. Ela nem se deu o trabalho de respirar.

Eu a segurei. Desesperado... Acho que, se eu chorasse, me afogaria no capacete de bolha. Literalmente.

– Vamos logo!

Percy impulsionou a água para cima e nós fomos praticamente lançados para fora da piscina/lago...

O único problema foi que um dos tentáculos atingiu Percy enquanto descíamos, deixando-o inconsciente. Eu o segurei com meu outro braço e pousamos com segurança.

Vocês não conseguem compreender?! Apenas um filho de Poseidon pode me matar!

Ótimo! Agora que o Percy resolveu dar uma de Jason (N/J: EI!), o maldito polvo diz que só um filho de Poseidon pode pegar a droga da pedra e matar a droga do kraken!

Ouvi o grito de Bia.

– Tobias! Volta aqui! Não faz isso!

Tobias passou correndo em direção ao kraken com a espada de Percy na mão. Ele tinha um olhar determinado.

– Tobias! – Gritei. – Não!

Tarde demais. Tobias saltou sobre o kraken, que logo tratou de empurrá-lo de encontro à piscina/lago. E eu gritei novamente. O ódio que já me dominava aumentou...

– Só isso? Foi fácil demais!

Porém, antes que eu pudesse me mover, uma onda gigantesca se ergueu.

Tobias estava sobre ela. Ele guiava a onda com a mesma facilidade que uma senhora rica guiava um chihuahua...

A onda fez com que Tobias pousasse sobre a cabeça do kraken, onde, ao pousar, enterrou fundo a espada na cabeça do monstro. O kraken urrou uma última vez antes de explodir e espalhar gosma para todos os lados.

– Eca... – Disse Leo. Calipso já estava acordada, ao lado do namorado, apoiando-se nele...

Outra onda se ergueu. Ela caiu sobre nós com delicadeza, limpando a gosma...

Tobias pousou ao meu lado quando a onda abaixou. Eu o abracei subitamente com tanta força que pensei que fosse partir todos os ossos do garoto.

–Quando é que vocês vão fazer o que mandam?! – Eu ri entre minhas lágrimas. Tobias me abraçou de volta.

– Quando o que você me mandar fazer não incluir te deixar morrer...

Quando nos separamos, corri até Thalia... Ignorei meus sentidos de filho de Hades, que diziam que não havia esperança...

Tentei fazer respiração boca a boca três vezes seguidas... Nenhuma reação. Eu a embalei em meu colo e chorei. Sem me importar com quem estivesse vendo... Tobias se aproximou. Ele tinha nas mãos uma safira do tamanho de uma noz.

A pedra da água! Ela pode salvar Thalia!

– Tobias... – Chamei. – Venha aqui...

Ele me obedeceu. Segurei sua mãozinha e a guiei até que o cristal pairasse sobre o peito de Thalia.

Por um minuto nada aconteceu. Eu quis voltar a chorar. Gritar. Chamar Thalia. Eu queria ela de volta.

De repente, o a safira começou a brilhar fortemente. Olhei para Thalia. Sua cor estava voltando! Seus lábios, antes azulados, estavam voltando a assumir aquele belo tom rosado que me deixa com mais vontade ainda de beijá-la...

Depois de mais um minuto, o cristal parou de brilhar. Thalia ainda estava imóvel.

Esperei... Nada.

Desesperei-me e tentei mais uma vez fazer respiração boca a boca.

Por um minuto, não se ouvia nada. Tudo que eu ouvia eram os soluços de Jason, Percy, Annabeth, Leo, Bia, Anna e Calipso. Junto com os meus próprios soluços desesperados.

Subitamente, Thalia se levantou o suficiente para ficar sentada, e começou a tossir e cuspir a água que havia engolido.

Quando parou, olhou nos meus olhos e sorriu. Palavras não podiam ser ditas naquele momento. Então fiz a única coisa cabível.

Eu a beijei. Intensamente. Desesperadamente. Ela retribuiu da mesma maneira.

Eu amo Thalia Grace.

E não vou perdê-la por nada!

Nada!


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Notas finais do capítulo

E aí?O que acharam? Ficaram com o coração na mão, na boca ou na garganta?
E vocês pensando que alguém iria morrer.
Claro que ninguém morre... POR ENQUANTO!!
Nos vemos nos reviews, lindinhos do meu heart!
Bjs sabor Nico!